No passado...
A noite daquele sábado seria marcada por mais um show especial, a dupla Faísca e Espoleta estava em turnê pelo Brasil no auge de seu sucesso e a cidade da vez era o Rio de Janeiro. Flora e Donatela passaram toda a tarde a turistar pela cidade maravilhosa, somente as duas porque Silveirinha ficou de resolver os últimos detalhes para que à noite o show fosse perfeito.
Elas conheceram juntas a praia de Ipanema, a qual ficava em frente ao hotel que estavam hospedadas, o Corcovado e o Pão de Açúcar. Neste último, se aventuraram a entrar em um bondinho pela primeira vez e Flora estava a tremer de medo.
― Flora, você está tremendo? Me dá aqui a sua mão, bobinha. ― Donatela riu enquanto sentia a loirinha apertar forte sua mão e deitar a cabeça em seu ombro.
― Não ri, Donatela. Você sabe que eu tenho medo de altura.
― Eu sei e é por isso que é bom te encher. Olha ali, você ‘tá perdendo uma vista incrível!
― Já estamos chegando no topo? Pensando bem, foi uma péssima ideia ter decidido entrar nisso. Espero que passe rápido e a gente possa ir logo pra praia, pelo menos é terra firme, mais seguro. ― A morena sentiu-a encolher mais ainda e passou o braço por trás das costas de Flora, fazendo um leve cafuné para acalmá-la.
― Flora, você sabe que horas os meninos chegam? Ainda não consegui falar com o Marcelo hoje.
― Ai, sei lá, esquece eles um pouco e vamos aproveitar o nosso momento aqui juntas, que tal?
― Você tem razão. E olha só? Chegamos! Viu como foi rápido? Vem, vamos aproveitar esse ar puro da natureza. ― Elas deram as mãos e saíram em direção ao mirante.
As duas jovens aproveitaram para tirar fotos da vista fantástica daquele lugar e até dar autógrafo a um grupo de três amigos que as reconheceram. Afinal, elas estavam em um momento super importante da carreira e recebendo o merecido reconhecimento de boa parte do Brasil.
Donatela estava namorando Marcelo Fontini, o grande herdeiro da empresa Fontini, e o relacionamento dos dois ia de vento em popa, sempre que podia ele ia prestigiar a parceira nos shows junto de seu melhor amigo e então namorado de Flora, Eduardo Gentil. O relacionamento de Dódi e Flora também ia bem, exceto pelo fato de que ele não era lá muito confiável e se mostrava sempre bem ambicioso. Sua namorada também não era tão apaixonada assim, na verdade mantinha o relacionamento de fachada, porque quando se descobriu lésbica sentiu um intenso medo de rejeição por parte de seus conhecidos, principalmente de Donatela. A loira nutria um sentimento muito forte pela amiga e, a essa altura, já havia entendido que aquilo estava longe de ser apenas amizade, mesmo assim preferiu não dizer nada por supor que a outra jamais pudesse corresponder. Flora traía Dódi sempre que podia e este parecia não dar grande importância para o fato de ela ser distante, até mesmo sabia de suas traições, mas na verdade o rapaz estava mais preocupado em se manter perto da dupla por conta de seus interesses pessoais na fortuna de Marcelo. Geralmente, após os shows de Faísca e Espoleta, Donatela ia para o hotel com Marcelo, já Flora costumava despistar o namorado para se encontrar com alguma mulher, tudo sempre entre quatro paredes para que ninguém descobrisse seu segredo.
Como as duas moças foram criadas juntas desde que tinham 5 anos de idade, nutriam muito carinho uma pela outra. Quando Donatela chegou, Flora sentiu certo ciúmes por ter que dividir a atenção dos pais com outra criança, mas à medida em que o tempo foi passando e veio a adolescência, foi se descobrindo e entendendo melhor o quê eram todos aqueles sentimentos. A loirinha tentou investir algumas vezes na morena, porém essa última sempre levava na brincadeira, fazendo com que ela acabasse desistindo de revelar suas verdadeiras intenções.
Aquele dia que passaram conhecendo a cidade do Rio de Janeiro foi muito especial porque era um dos sonhos de ambas, então assim que acabaram o passeio do bondinho foram direto para a praia, queriam aproveitar cada segundo antes de começar os preparativos para a apresentação que estava marcada para as 20h daquela noite. Eram pouco mais de 15h quando se sentaram à beira-mar e Donatela resolveu comprar uma caipirinha.
― Acho que não deveríamos beber, daqui a pouco tem show, meu bem. Você sabe como a bebida me afeta rápido. ― Flora maneou a cabeça, mas em um gesto quase involuntário pegou o copo e tomou um gole logo depois de brindar com a outra.
― Relaxa, amiga! É só a gente não exagerar, o show é bem mais tarde e até lá dá tempo de recuperar. Além do mais, apreciar uma vista dessas sem uma caipirinha pra acompanhar é até pecado, viu? ― Ambas caíram na risada, bebendo generosos goles.
Já passava das 17:30 quando as jovens estavam levemente alteradas por conta dos 2 copos da bebida alcoólica que haviam ingerido e curtiam juntas o lindo momento do entardecer entre papos e cantorias, aguardando ansiosas pelo pôr do sol que estava por vir. Flora pareceu se lembrar de algo e então remexeu sua mochila até encontrar um livro de poesias de Drummond que sempre carregava consigo. Desenvolveu desde pequena o hábito de ler poemas e Donatela adorava quando ela recitava em voz alta. Abriu em uma página aleatória e pôs-se a declamar “Memória”:
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão.
Assim que terminou, Flora nem teve tempo de reagir quando sentiu os lábios quentes de Donatela se chocarem contra os seus. Foram milésimos de segundo que depois ficariam martelando em sua cabeça por incansáveis horas. Ela ficou em choque enquanto a morena, que estava anestesiada pela bebida, ria e a abraçava.
Por essa a loira definitivamente não esperava. Aquele gesto a surpreendeu tanto que ela mal prestou atenção quando o sol se pôs. Desde que começou a entender seus sentimentos pela moça que estava ao seu lado, ansiava por um momento como aquele. Porém, como ela havia previsto, para Donatela aquilo não passava de ser apenas um selinho de amizade, que ainda assim não deixou de gerar um misto de sentimentos em Flora e despertar desejos que a mesma tentava manter adormecidos.
― Flora, ‘tá tudo bem? Ficou estranha de repente. Que foi, eu beijo mal? Na real nem foi exatamente um beijo... mas a gente pode testar pra saber! ― Ela ria descontraída, sem ter conhecimento da dimensão da chama que acabara de reacender em sua amiga.
― Ué, por que você não pergunta ao seu namorado? Nunca te vi alterada assim, a gente nem bebeu tanto. ― Ao longo do tempo foi inevitável criar, de forma inconsciente, uma certa barreira de proteção para os próprios sentimentos, pois Flora sabia que a outra não levava a sério aquele tipo de situação.
― Ok, certo. Você é quem sabe. Perdeu uma ótima oportunidade de me encantar! E olha só? Já é hora de irmos. Tenho a sensação de que essa apresentação vai ser inesquecível e eu quero estar linda na nossa noite.
― Donatela, espera, eu queria te fal- ― Naquele momento, tomou coragem e decidiu rapidamente que iria abrir o jogo. O problema é que não durou muito tempo, Donatela já saía andando apressada ao passo que praticamente lhe puxava pela mão.
― Vem! Vai me contando no caminho, caso contrário a gente vai se atrasar. Olha lá o Silveirinha do outro lado da avenida, nem combinamos e vamos chegar juntos ao hotel!
E assim se distraíram entre os preparativos e ajustes finais, enquanto Flora continuava a pensar em tudo o que aconteceu e em suas palavras não ditas. Naquela noite, Flora reparou em cada detalhe de sua amiga que estava incrivelmente linda com seus cabelos castanhos soltos ao vento e uma maquiagem leve que destacava sua beleza natural, fazendo com que recebesse diversos elogios da loira. Faltando meia hora para iniciar o show, as meninas já se encontravam no backstage junto de seus respectivos parceiros que haviam chegado de São Paulo para prestigiá-las, quando Marcelo pediu para conversar a sós com Donatela. Flora estava mais decidida do que nunca a revelar a verdade para sua até então amiga, se não fosse recíproco pelo menos iria conseguir tirar um peso das próprias costas, optou por esperá-la voltar da conversa com o namorado e Dódi foi se sentar na plateia nesse meio tempo. Estava com o coração palpitante e as mãos suando pelo nervosismo no momento em que a morena adentrou naquela pequena sala com os olhos úmidos e a aparência de quem chorou recentemente.
― Donatela? O que houve? Preciso urgente te falar uma coisa, senta aqui.
― Você não vai acreditar!!! Deixa eu contar primeiro, por favor!
― Diz logo mulher, já estou ficando aflita.
― Eu ainda ‘tô em choque Flora, o Marcelo acabou de pedir minha mão em casamento, deu até uma aliança de noivado! Olha aqui no meu dedo.
Naquele momento, um misto de raiva e angústia crescia dentro de Flora de uma maneira que nem ela conseguia acompanhar. Ouvir aquelas palavras da boca de Donatela fez seu mundo desabar, tudo o que tinha planejado para dizer a ela voou feito poeira no ar. Sabia que o relacionamento deles estava ótimo, mas jamais poderia prever que aquilo aconteceria, principalmente na noite em que decidira confessar de uma vez por todas seus sentimentos para a moça que estava ali diante dela.
― Como você foi capaz de fazer isso comigo?
― Isso o quê, Flora? Espera!
― Não tenho mais nada a dizer pra você. Apenas uma coisa: manda cancelar esse show, porque eu não estou em condições de fazê-lo, sinto muito.
― O que?! Você ficou louca? Não pode fazer isso comigo, me explica o que ‘tá acontecendo pelo amor de Deus! Volta aqui!
Mas já era tarde demais, Flora havia saído dali na mesma intensidade de uma ventania, deixando pra trás uma Donatela totalmente perdida e confusa com o que acabara de vivenciar. O show teve de ser cancelado e todos ficaram a procura da moça de cachos dourados que havia sumido cidade afora. Ela estava inconformada com o quê tinha acontecido logo quando ela decidiu se declarar e resolveu encarar aquilo como um sinal do universo para que elas não ficassem juntas. No outro dia, foi ao encontro de todos dizendo que sentia muito pelo transtorno que causou, com a desculpa esfarrapada de que havia sentido mal e precisara de um tempo para respirar.
Para a infelicidade completa de Flora, dois meses depois daquele incidente Donatela comunicou que teria de deixar a dupla para se dedicar inteiramente ao casamento e a futura família que pretendia formar junto com Marcelo. Quando recebeu a notícia, sua amiga ficou arrasada e tentou de todas as formas fazer com que voltasse atrás, porém a morena já estava de decisão tomada e não deu certo. Esse momento foi a gota d’agua para Flora e também o ponto de partida para que começasse uma obsessão por tudo que pertencia a Donatela, inclusive a bolar planos com intuito de acabar com o casamento dos dois.
20 anos depois...
Sabe quando você faz uma merda muito grande e tudo o que gostaria era conseguir voltar no tempo para poder consertar aquilo? Flora se sentia constantemente assim durante os 18 anos em que passou detida pela morte de Marcelo Fontini, além de carregar juntamente a culpa por não ter convivido com a filha Lara todo esse tempo. Agora que havia saído da cadeia, estava decidida a seguir em frente e reconstruir sua vida da melhor maneira possível. Mesmo tentando, nunca esquecera seus sentimentos por Donatela, mas optou por manter certa distância depois de toda a turbulência que passaram. A loira acabou conseguindo emprego em uma lanchonete e assim foi conseguindo se manter, ao passo que sempre tentava contato com Lara, mas era barrada por Donatela.
Nesses 20 anos, a morena pensou muito na amiga e em toda a trajetória das duas. Um de seus maiores remorsos era ter abandonado a dupla Faísca e Espoleta bem no auge do sucesso, a verdade é que tinha sido injusta em considerar somente o próprio lado. Além disso, lembrou do momento da adolescência em que começou a sentir uma certa paixão por Flora e sabia que a outra provavelmente corresponderia, mas tinha muitos receios, principalmente porque as duas já tinham seus namorados e ela mesma estava super feliz na relação com Marcelo. O problema é que esse sentimento nunca foi totalmente esquecido dentro dela, mesmo com todo o caos que virou sua vida depois da obsessão de Flora. Donatela reconhecia que havia errado muito em não ter sido totalmente franca consigo mesma e com a amiga e estava pagando um preço altíssimo por aquilo. Tinha ciência também de que a loira estava tentando manter contato com Lara, sua filha do coração a qual criou desde que Flora foi presa, porém impediu que isso acontecesse todas as vezes. Na realidade, temia que esse contato fosse feito pois teria que encarar a realidade e finalmente falar com Flora, coisa que ela tinha evitado fervorosamente ao longo desses 20 anos.
Passados alguns meses que Flora estava em liberdade, após passar muitas noites em claro pensando e criando coragem para falar com ela, acabou decidindo por fazer. Já tinha perdido tantas oportunidades que seria uma grande besteira desperdiçar mais essa, então naquela noite de sábado freou todas as inseguranças e foi até a lanchonete em que Flora trabalhava. Sabia que ela costumava sair por volta das 20h nos fins de semana e esperou pacientemente do lado de fora, sem que ela soubesse que estava ali, até o fim do turno. Quando avistou Flora saindo pela porta sentiu o coração disparar, seu único desejo agora era consertar as coisas antes que fosse tarde demais. Ela só não contava com uma reação totalmente contrária por parte da amiga.
― Oi, Flora.
― Como é que você me achou aqui? Por um acaso está me vigiando?
― Não adianta você tentar se esconder de mim que eu sempre vou te achar.
― O que você quer comigo? Vai me deixar ver a Lara? Porque eu ‘tô cansada de tentar manter contato com ela e ser barrada todas as vezes por você e agora aparece aqui bancando a stalker.
― Se acalma que agora você precisa me ouvir, tenho muita coisa para te dizer que venho guardando a anos.
― Como é que é, sua vagabunda? Não me peça para acalmar, você simplesmente aparece depois de anos como se nada tivesse acontecido e espera que eu reaja bem quanto a isso? Vai pro inferno, o mundo não gira em torno de você, Donatela!
― Uau, parece que todo esse tempo em cana te transformou mesmo, até o linguajar de bandida você pegou. ― O sangue de Flora já estava fervendo e a mesma avançou pra cima de Donatela, que segurou seu rosto e olhou-a bem no fundo dos olhos antes de beijá-la. De início a loira se debateu um pouco, mas logo acabou cedendo e dando passagem para que suas línguas se encontrassem em um beijo urgente. Ambas haviam ansiado por aquilo mais do que pudessem imaginar e o universo parecia ter congelado à volta delas durante aquele minuto. Quando o ar se fez necessário, sessaram o beijo e se olharam de maneira ofegante e, mesmo sem dizer uma palavra, dentro dos olhos de cada uma era possível notar que imploravam por mais contato.
― Tem tanta coisa que eu preciso te dizer, precisamos muito conversar. Vamos pro meu apartamento? Eu tô de carro, além do mais é relativamente perto daqui e seria mais tranquilo do que no meio da rua. ― Donatela abriu um meio sorriso com receio da resposta que poderia receber e, para sua surpresa, foi retribuída.
― Sim, acho que podemos ir.
O caminho até o apartamento foi praticamente silencioso. As duas estavam presas em seus próprios pensamentos e nada conseguiam falar, apenas escutavam a voz de Gal Costa preencher o ambiente com a música “Chega de saudade” que estava tocando na rádio. Parecia que o universo estava de fato conspirando a favor das duas, até mesmo a letra da música parecia encaixar na situação delas.
Ao chegarem Flora observou atentamente cada detalhe do local, até parar em um porta-retrato que tinha uma foto de Lara. A loira encheu os olhos de lágrimas ao pensar na filha.
― Ela está tão grande. E eu perdi grande parte da vida da minha filha. ― Disse com a voz embargada, aceitando a taça de vinho que Donatela lhe ofereceu.
― Lara é uma menina de ouro. Quando vocês se encontrarem terão todo o tempo do mundo pra recuperar a etapa perdida. ― Ela assentiu.
― Sabe, eu te devo desculpas por nunca ter sido sincera em relação ao que eu sentia por você. Sei que errei muito, mas na minha cabeça ingênua achava que nunca poderíamos dar certo juntas. A gente namorava com os meninos, eu estava feliz, você apesar de distante também parecia feliz. Achei que seria melhor não mexer naquilo e me arrependo muito, machuquei a mim mesma e a você por não ter sido clara. Lembra aquele dia no Rio de Janeiro? Eu nunca esqueci o selinho, aquela noite eu seria capaz de terminar com Marcelo por você, mas ele me veio com a proposta de casamento e... Bem, eu gostava dele e resolvi aceitar. Além disso, fui muito egoísta ao ter abandonado nossa dupla, pensei apenas em mim.
― Se você tivesse falado a real, tudo seria mais fácil. Mas eu jamais poderia te culpar por isso, nunca te disse abertamente sobre mim também. Quando me descobri lésbica e percebi que estava apaixonada por você, foi um baque enorme porque supus que você nunca corresponderia. Também lhe devo desculpas por ter feito sua vida um inferno, inclusive por ter causado a morte do Marcelo. Deveria ter canalizado minha raiva por não te ter de outra maneira, mas infelizmente aquele meu momento de insanidade me levou a isso.
― Vamos combinar que não dá pra simplesmente passar a borracha em tudo o que ambas as partes causaram, porém acho que dá pra gente aprender a ir convivendo com isso, certo? Um dia de cada vez.
― Com certeza. Nossa, já acabamos com uma garrafa de vinho, onde vamos parar? ― As duas caíram na risada e Donatela se levantou para buscar outra na adega.
Flora aproveitou que a morena saiu e se aproximou da janela para acender um cigarro, apesar de ter colocado os pingos nos is ainda continuava um pouco tensa e isso ajudaria a relaxar. Quando Donatela retornou à sala e olhou na direção da janela, achou aquela cena incrivelmente sexy.
― Divide comigo? ― Donatela disse perto do ouvido da loira, perto demais pra falar a verdade, deixando-a atordoada. Flora assentiu, entregando para a outra que tragou demoradamente.
Já passava da meia-noite entre conversas, vinhos e cigarros, quando elas estavam sentadas de frente uma para a outra no chão da sala e Flora resolveu ir embora.
― Bom, foi maravilhoso poder colocar o papo em dia e passar esse tempo com você. Acho melhor eu ir, já está bem tarde.
― E eu acho que você deveria ficar. ― Donatela encurtou a distância entre elas com um beijo que rapidamente teve a permissão de Flora para que suas línguas se encontrassem, o que começou calmo foi tomando proporções maiores e quando se deram conta a morena já estava sentada no colo da loira.
Flora afastou levemente para que pudesse beijar o pescoço tão convidativo da morena, a qual arfou quando sentiu a língua quente em sua região sensível. Rapidamente Flora desabotoou a camiseta que usava e ajudou a tirar blusa de Donatela juntamente com o sutiã vermelho, dando uma bela visão dos seios fartos da outra. Ela buscou seus olhos procurando por uma permissão para seguir em frente, e foi com um sorriso que recebeu a confirmação. Sugou levemente um dos seios enquanto acariciava o outro, ao mesmo tempo em que ouvia os gemidos da morena. Logo em seguida as duas terminaram de se livrar das roupas, seus corpos ansiavam loucamente por mais contato.
Donatela conduziu-as até seu quarto aos beijos e chegando lá Flora a jogou na enorme cama de casal, ficando por cima de modo que fez um encaixe perfeito de seus sexos, iniciando movimentos para cima e para baixo intercalados de um lado para o outro de forma quase sincronizada. A atmosfera do quarto logo foi inundada pelo som dos gemidos de ambas, ao passo que iam aumentando cada vez mais o ritmo dos movimentos. Com muito custo, a morena conseguiu afastar os cabelos que caíam no rosto de Flora, queria olhá-la bem e eternizar aquele momento e ver a expressão de desejo estampada nela fez com que alcançar o ápice do prazer, seguida pela loira que caiu suada ao seu lado. As duas se entreolharam com a respiração ofegante e incansáveis, apesar do intenso round que acabaram de vivenciar. Subitamente Flora levantou e se posicionou entre as pernas de Donatela, que dobrou os joelhos pronta para lhe receber. Ela começou passando a língua pelo clitóris da morena em movimentos circulares enquanto apoiava uma mão de cada lado na cintura dela, Donatela arqueou as costas implorando por mais contato entre um gemido e outro, puxando os cabelos da loira. Flora então a introduziu dois dedos, estocando ao mesmo tempo em que continuava a sucção do clitóris da outra. Repetiu esses movimentos, sempre intensificando a medida em que o corpo de Donatela se chocava contra sua boca, até que por fim sentiu-a gozar acompanhada de um espasmo.
― Nossa, isso foi... uau! ― Donatela se deitou no peito de Flora, sentindo ser entrelaçada pelos braços de sua amada.
― Não tenho nem palavras para descrever o quanto é bom sentir seu gosto.
― Seu beijo é o mais doce de todos, Flora.
― Você é a minha favorita. Sempre foi e sempre será, Donatela.
E assim começaram a escrever um novo começo para a história delas, juntas como sempre deveriam estar.
FIM
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