Passei as mãos pelos cabelos despenteados, suspirei fundo pela 10° vez só esse dia, olhei o teto enquanto andava em círculos pela sala aconchegante de casa. Lars era a última pessoa que eu esperava ouvir aquilo, ele, realmente ele? Ele sentiu aquilo por mim por todo aquele tempo, aquele tempo tão curto, e tão longo? Apesar de ter sido anos atrás..eu conseguia ouvir a dor em sua voz, a dor do amor não correspondido.
Se eu pudesse falar pra ele o quanto eu o entendo.
Não cogitei fazer mais nada. Nem ligar pra James, nem ninguém. Apenas relaxei no sofá, assistindo qualquer merda enquanto pensava em nada. Não adiantava mais pensar em coisas coerentes - Coisas coerentes me fudiam e me amassavam.
Ouvi chaves do outro lado da porta, meu olhar se tornando para a mesma em um instante.
-Oi, querido. - Pam dizia com sua voz doce enquanto colocava sua bolsa em cima do balcão, automaticamente me levantei do sofá e a abracei, sentindo seu perfume doce. Minha mente agora focava nela, só nela. Beijei sua bochecha e suspirei, tentando não cair em choros ali.
-Como foi o trabalho? - disse enquanto nos desgrudávamos.
-Foi bem, oque tava fazendo?
-Eu, uh..tava falando com o Ellefson. Sobre umas coisas..da banda. - gaguejei.
Ela sorriu e pegou um copo de água, enquanto eu levava a sua bolsa para o quarto, e então reparei o chaveiro. Um pingente de coração com uma pequena foto nossa, do dia do nosso casamento. Deus, oque está fazendo comigo? Porque essa tentação, esse inferno? Essa confusão mental, essa dor. Eu não podia, não, jamais poderia fazer isso com a mulher mais doce e maravilhosa que eu já havia conhecido. Eu precisava..tirar isso de mim, ou me cessar completamente. Senti uma ansiedade percorrer meu corpo e então voltei pra sala, poucos minutos depois estávamos sentados no sofá, assistindo um programa aleatório. Novamente Lars veio a minha cabeça vazia. Comecei a pensar o quanto ele tinha sido generoso comigo tentando me ajudar, mesmo que no fundo ele sentia uma dor imensa sabendo que eu não iria corresponde-lo. Eo fato de que ele nunca demonstrou, nunca tentou. Eu queria que ele soubesse que eu sinto muito por tudo isso.
-Amor? - voltei a realidade, ouvindo o tom de voz de Pam que indicava que não era a primeira vez que ela me chamava.
-Ah, oi, desculpa.
Ela ficou em silêncio por um segundo.
-Porque está nervoso?
-Não estou, só..sono.
-Sono não te deixa assim. Oque houve?
Senti um calafrio, ela sabia exatamente quando eu estava nervoso. Merda..
Só..nervoso..com uh, a turnê do.. Megadeth.
Ela suspirou, e se aninhou novamente em mim.
-Não pense nisso tanto, olha, porquê não tomamos banho? Te relaxa. E aí você esquece um pouco. - senti seu tom levemente sugestivo, e retribui com um sorrisinho de canto enquanto meus braços em volta dela quase apertando.
-Ótima idéia.
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