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História Olhos Místicos - Um Bando Sobrenatural - História escrita por Alfaerre - Spirit Fanfics e Histórias
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História Olhos Místicos - Um Bando Sobrenatural


Escrita por: Alfaerre

Notas do Autor


Introduzindo novos personagens da série, com nuances e detalhes adaptados para o roteiro dessa história.

Capítulo 2 - Um Bando Sobrenatural


Fanfic / Fanfiction Olhos Místicos - Um Bando Sobrenatural

Passei a manhã toda na cama do Scott, no quarto bagunçado dele, preenchido com seu cheiro indescritível e sem coragem para levantar e pegar do chão a peça de roupa dele que eu havia jogado ali, imaginando que ele possuía audição e olfato sobrenaturais, sabia o que eu tinha aprontado e como me sentia em sua presença. Nunca havia ficado tanto tempo despreocupado em um mesmo lugar, mas algo em Scott e até em Liam me davam certa segurança. Ele havia enfrentado dois lobisomens para me salvar, sendo um deles um perigoso alfa assassino. Queria ir até ele e perguntar, conversar, discutir, mas não conseguia me mover com medo que aquele quarto maravilhoso, cheiroso e seguro desaparecesse e eu me colocasse de novo em fuga descontrolada e sem destino certo. Pouco depois que o relógio marcou meio dia, Liam e outro garoto vieram até o quarto me chamar para almoçar. Não sabiam quem eu era, o que eu era e mesmo assim me tratavam bem. Coisa de família – pensei. Será que eu os estava condenando como fizera com meus pais e irmãos de nascimento?

O outro garoto se chama Corey. Ele é branco, pequeno, tímido, rosto bonito e corpo malhado, sem músculos. Estava usando um casaco azul sobre a camiseta branca e calça preta com duas listras verticais brancas. Eles eram incrivelmente gentis e mediam muito bem as palavras, evitando fazer muitas perguntas e me assustar ainda mais. Não sei se foi pela falta da presença intimidadora e atraente do Scott, mas eu estava mais falante e seguro, a respiração e os batimentos cardíacos controlados.

– Eu não achei a minha mochila – respondi ao chamado para ir almoçar – então estou sem camisa para poder usar à mesa.

– A gente não se importa – disse Corey sorrindo para mim, um sorriso que me fazia sorrir também.

– A mãe do Scott fez o almoço, não sei se ela vai gostar – disse Liam sério. – Toma aqui – ele tirou a própria camisa e me entregou – eu tenho outra lá no carro – falou respondendo a pergunta que imaginou que eu faria, mas o que estava em minha mente no momento era outra coisa.

Vesti a camisa devagar, aproveitando para sentir o cheiro do Liam nela, perfume barato muito agradável misturado com o suor de seu corpo. Ele foi na frente para pegar a outra camisa e eu desci a escada ao lado de Corey.

– O que aconteceu com você? – Ele perguntou com cuidado, cheio de dedos.

– Muita coisa – respondi pensativo – estavam querendo me matar ontem à noite.

– É o Scott nos disse isso. Você pode me falar mais?

Parei na metade da escada e encarei Corey nos olhos. Coloquei a mão direita aberta sobre seu peito, em cima do coração e perguntei para ele:

– Não querendo ser rude, mas porque você se importa? Porque vocês todos se importam?

– Nós protegemos quem não pode se proteger – ele falou. Vi a sinceridade em seus olhos, era difícil mentir para mim nessa situação. Era mais que verdade, aquela frase era o lema dele e seu grupo, sejam eles quem fossem, os amigos do meu salvador.

Sorri sem jeito e continuei descendo as escadas. Ele colocou o braço direito sobre meus ombros em um abraço lateral e sorriu para mim, me acompanhando na descida.

– Relaxa – disse Corey ainda sorrindo – aqui você está seguro.

Aquela casa, aquelas pessoas, tudo estava ficando cada vez mais interessante. Eu sabia agora que Corey não era “humano”. Ele não era um lobisomem como Scott e eu não sabia o que Liam era, mas tinha certeza que ele, Corey, podia ficar invisível, talvez um dom natural como o meu, que me permitia entre outras coisas, reconhecer o sobrenatural nos outros.

Nos sentamos à mesa na cozinha da casa do Scott e fiquei conhecendo sua mãe, Melissa, uma senhora branca e magra, enfermeira, de olhar cansado e bondoso, longos cabelos ondulados presos às costas.

– Olha só nosso novo amigo! – ela disse simpática – Como estão as costas? – perguntou com sua mania de enfermeira.

Fiquei muito vermelho na hora. Não imaginava como me explicar. Não tinha certeza se ela sabia sobre Scott e Corey ou sobre eu ter quase sido morto por lobisomens, mas ela estava sendo muito gentil e os outros me encararam esperando uma resposta. Estavam na cozinha, além de mim, Corey e Melissa, Liam que já vestira outra camisa e voltara, um outro garoto que aparentava ter quinze anos, muito branco, de cabelo curto preto, olhos claros e bochechas rosadas e eu acabei tendo que me forçar a olhar para outro lado porque o estava encarando demais e ele sorriu de volta sem jeito.

– Eu me recupero rápido – foi o que falei, totalmente sem graça e a voz quase não saiu.

Todos riram, Melissa discretamente, Liam descaradamente. Corey tapou a boca para abafar o riso e eu me recusei a olhar para o lado oposto da sala onde estava o outro garoto. Uma mão bem branca e jovem apareceu diante do meu rosto, me forçando a levantar a cabeça e encarar quem a oferecia.

– Derek Hale – ele sorriu. Tudo girou e ficou escuro de novo.

Acordei deitado no sofá da sala de estar, com um pano úmido na testa. Melissa media meu pulso e Liam me abanava com um livro grande. O rapaz mais jovem, Derek, estava sobre o sofá me olhando de cima com o semblante sério e eu quase apaguei de novo ao ver sua face. Ele sorriu agradável como se soubesse o que eu sentia e pensava, desviei o rosto olhando para a mãe do Scott.

– É melhor você comer aqui no sofá – ela falou me entregando um prato cheio com um cheiro ótimo.

Os outros voltaram para a mesa, mas Derek pegou o prato dele e se sentou no braço do sofá. Eu não ia me recuperar totalmente com ele ali – falei em pensamento.

– Você precisa ajudar a gente a descobrir quem eram eles, os caras que te perseguiam. Scott não os matou, infelizmente e eles escaparam.

Quando ele disse isso, percebi fúria em seu rosto branco avermelhado. Apesar de parecer ser o mais jovem ali, ele carregava muita força em si e um instinto animal muito viril. Tive certeza de que ele era um lobisomem, provavelmente um alfa. Como era possível sendo tão novinho?

Scott entrou apressado, cumprimentou todos na cozinha, deu um beijo em sua mãe e veio até mim na sala. Ele se abaixou, colocando uma mão em cada um dos meus joelhos enquanto eu comia devagar sentado no sofá e olhou diretamente nos meus olhos. Era intimidador, agradável, surreal e ele gostava de fazer assim. Seu olhar era sério e seu semblante, profundo, me perscrutava como se me lesse, mas sorriu logo em seguida, mostrando aquelas irresistíveis covinhas de jovem macho alfa. Seus belos dentes brancos, seu rosto jovial, seu olhar agradável e manso faziam meu coração se sobressaltar. Me lembrei de respirar e tentei controlar os batimentos outra vez.

– A gente precisa conversar – ele disse com calma. – Sei que passou por maus momentos ontem, mas eu preciso saber quem eram eles e porque te perseguiam.

Pronto, acabou tudo – pensei entristecendo. – Não havia como adiar mais. Teria que contar tudo e provavelmente me expulsariam dali. Não poderia tirar a razão deles. Derek até parou de comer para ouvir e quando eu comecei a falar, todos se reuniram na sala   ouvindo e provavelmente me julgando, como eu imaginei que seria. Contei tudo desde que fugi de casa há mais ou menos seis anos. A cena no cerrado, a fuga para casa, a morte da família e como eu não sei bem que escapei de morrer junto com o resto das pessoas. Em um momento estava em meu quarto ouvindo todos morrerem e no instante seguinte, corria no cerrado sozinho e desesperado. Não eram os mesmos que encontrei ontem e nem sei se eram lobisomens. Lembro-me que um dos três que mataram minha família tinha chifres retorcidos na fronte e media mais de dois metros de altura. Há algum tempo não tenho mais pesadelos com ele, mas lembrar assim me causa angústia. Continuei a contar tudo. Passei sete meses no meu país natal, quando decidi fugir para Europa, pois eles estavam me encontrando cada vez mais rápido. Lobisomens, vampiros, servos de criaturas malignas e coisas que eu nem sabia o que eram. Deduzi que todo monstro era mau e até ontem, era nisso que acreditava e o que me mantinha vivo e em fuga. Quando terminei a narrativa que me trouxera até Beacon Hills, todos pararam para digerir tudo, mas a mente aguçada de Scott fez a pergunta que faria eles me odiarem.

– Porque continuaram perseguindo você se não eram as mesmas criaturas? O que eles viram para te tornar tão ameaçador?

Respirei fundo e encarei seus olhos negros. Lembrei-me de seu vermelho vivo – olhos de alfa – e senti seu tom inquisitivo, autoritário que todo alfa possui. Eu poderia tentar mentir para ele e manter a ilusão, mas não queria enganar mesmo que ele me julgasse e expulsasse como provavelmente iria acontecer.

– Eu tenho o poder de curar, por isso todo ser sobrenatural quer me matar.

– Isso não faz sentido algum – Derek foi o primeiro a questionar.

– É um dom muito útil, todo lobisomem tem. – Liam disse despreocupado.

– Eu não sou um lobisomem – revelei.

Todos se espantaram. Como eu poderia curar se não era lobisomem? E porque isso faria de mim uma ameaça a ser perseguida e morta?

– Eu não curo apenas a mim mesmo, curo aqueles que eu tocar – completei.

– Ainda assim – disse Scott pensativo – curandeiros não são uma ameaça tão séria para justificar tantos anos de perseguição.

– Eu não curo doenças nem feridas de outras pessoas, isso eu só faço por mim mesmo.

– Então porque te querem morto querido – foi Melissa que perguntou e percebi seu olhar de pena e preocupação. Não havia como não dizer essa parte.

– Eu curo o sobrenatural – completei.

– Como assim? – Corey perguntou confuso.

– Nunca ouvi falar de nada do tipo – duvidou Derek como se não fosse o mais jovem ali presente e tivesse visto e vivido muito mais coisa que todos os outros.

– Se eu usar meu dom em um lobisomem – expliquei devagar – ele deixa de ser lobisomem e se torna humano.

Agora todos entenderam o quão perigoso eu era e porque todo ser sobrenatural queria me matar. Percebi seus olhares surpresos e apreensivos. Abaixei a cabeça esperando o ultimato e torci para que não me fizessem mal. Talvez eu tivesse julgado mal o pessoal ali e me condenado a morte. Não havia como fugir de tantos deles. A única totalmente apenas humana ali era Melissa.

– Você… curou alguém que não queria ser curado? – perguntou Scott  intrigado.

– Não! – me apressei em responder e soou muito angustiado.

– E você faria isso de propósito? – ele insistiu.

– Nunca! Eu só fiz uma vez e a pessoa insistiu muito. Foi quando eu comecei a fugir mais.

Depois de um breve silêncio onde todos pareciam pensar no assunto, Melissa começou a tirar a mesa em silêncio, Liam e Derek foram conversar na varanda e Corey ficou de longe me observando com olhar sério. Scott andou pela sala por um tempo, se abaixou de novo, segurou cada uma de minhas mãos e me olhou nos olhos de novo. Seus olhos escuros mudaram para vermelho vivo e eu percebi dentro de mim seu poder de alfa, sua presença intimidadora, seu cheiro forte e gostoso e me senti vulnerável, indefeso e a mercê dele. Scott abriu um sorriso ainda mais lindo que os anteriores e me abraçou com ternura, me apertando com seus fortes braços jovens.

– Você está seguro aqui – ele repetiu uma vez mais. – Você deve ter sido atraído para cá pelo Nemeton, muitas criaturas sobrenaturais são guiadas até aqui por isso. E eu sei que é uma boa pessoa R. Te conheci só ontem, mas já gosto de você e juro te proteger sempre.

Aquelas palavras, aquele cheiro, aquele abraço apertado. Aquele garoto homem. Fui invadido por uma torrente de emoções e deixei o prato cair no chão. Ele soltou o abraço e me apressei em limpar a bagunça enquanto ele me ajudava. Scott sorriu do meu embaraço e eu evitei olhar seu sorriso irresistível. Liam entrou e também sorria. Derek estava logo atrás e o sorriso dele era diferente. Não consigo dizer como, mas parecia um sorriso menos inocente, o que era estranho vindo do mais jovem do grupo.

– Não tem nome para o que ele é – disse Derek sério – mas ninguém tem o direito de matar o outro só porque teme o que ele pode fazer.

Sua voz jovem, seu jeito seguro de falar e seu rosto belo, bem como seu corpo atraente e forte davam uma forte sensação de segurança. Eu podia sentir sua força ao se expressar.

– Um de nós tem que estar sempre com ele – disse Scott decidido – e se algo acontecer, chama os outros bem rápido.

Inicialmente, ficou decidido que eu ficaria na casa do Scott, que me protegeria a noite e de madrugada. Ninguém ousaria invadir a residência dele, pois já tinha fama de durão no mundo sobrenatural. Aos poucos eu ia pedir para que me contassem essas aventuras que fizeram sua fama. De manhã, Liam estudava e a tarde, Corey, então eles inverteriam os períodos para cuidar de mim. Sempre que estivesse desocupado, Derek faria companhia a quem estivesse comigo. Me senti feliz por ser importante e sem jeito por ser um estorvo na vida deles, embora todos fossem só sorrisos e amizade. Eu ainda tinha algum dinheiro no banco e ajudaria conforme necessário. Compraria roupas, cama, mesa e banho e tentaria conseguir um lugar definitivo para morar. Torcia para nunca mais ter que ver outro monstro na vida, queria apenas criaturas sobrenaturais legais como Scott e sua alcateia, composto atualmente por ele, Scott, o alfa líder, Liam, o primeiro beta dele, Corey, um quimera – seja lá que isso fosse e Theo, outro quimera que eu ainda não conhecia e chegaria na cidade em breve. Havia outros que acabaram se mudando ou se separando. Lydia, uma banshee que se mudou com a mãe e namorava o melhor amigo do McCall, Kira, uma raposa japonesa que voltou ao japão, Stiles, o melhor amigo e humano, sem poderes que entrou para o FBI, Malia, uma coiote que se mudou com o pai depois de problemas com caçadores, um casal de lobisomens que morava na Europa e Isaac, um beta perdido do Derek – o que confirmava minha teoria de que ele era um alfa, mas não explicava como podia sendo tão novo.


Notas Finais


Alguns personagens presentes, outros ausentes, formando a alcateia do jovem alfa genuino Scott McCall, o protagonista dessa história, embora ela seja contada pelo "R".


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