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História Once upon a Time (em revisão) - Capítulo XLIV - História escrita por Anne_P_Silva - Spirit Fanfics e Histórias
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História Once upon a Time (em revisão) - Capítulo XLIV


Escrita por: Anne_P_Silva

Notas do Autor


Oiiiii, meus amores lindos! Estou passando na madrugada porque sou meio louca e não aguento esperar até de manhã para postar para vocês, então....postei agora. Quem tbm for igual a mim comenta aí pra eu não me sentir sozinha 😉

Não irei falar muito hoje porque prefiro que vocês descubram as coisas sem o meu hype de sempre. Mas tenham certeza que eu escrevi com muito carinho, assim como todos os outros caps.

Enfim, boa leitura e até lá embaixo! 🥰

Capítulo 45 - Capítulo XLIV


Fanfic / Fanfiction Once upon a Time (em revisão) - Capítulo XLIV

"Espere por mim. Tem tanta vida pra nós ainda vermos.Você deve acreditar, não foi por sua causa que parti. Espere por mim. Só posso esperar que você se lembre de mim." Wait for me — Flaw

Em um piscar de olhos, Robin estava num ambiente escuro, macabro, onde o ar era escasso e o frio horripilante corria pelos corredores mal iluminados. A frente dela havia inúmeras celas que abrigavam o que ela achou serem ameaças aos Fühers; celas escuras feitas de pedra lisa e repleta de musgos, bem como cogumelos que se proliferavam pelo ambiente. Somente com a visão, Robin sofreu uma ânsia de vômito que só não eclodiu devido a muita força de vontade.

Zoricus passou a acariciar o seu braço com as luvas negras, algo que causou repulsa imediata na mulher. Robin se afastou bruscamente do assassino de seu amigo e das centenas de crianças na mansão dos Perdidos, bem como do cafajeste que a assediava sabendo que o seu corpo pertencia a somente um: seu marido. As orbes cinza de Zoricus se converteram em fúria, mas o seu sorriso se mantinha vitorioso.

  — O que achas deste lugar?

  — Nojento.

  — Ótimo, pois será a tua nova casa.

A barra do vestido bege de Robin, que já estava suja de terra e sangue, foi arrastada até uma das celas congelantes e solitárias. Robin se lançou às grades logo quando foi trancada, não entendendo porque deveria ficar ali.

  — Precisamos saber se os cristais são verdadeiros primeiro, depois pensaremos em usar-te.

  — Mas vocês não estão sempre a milhões de passos a nossa frente, como não sabem se eles são de verdade ou não?

  — Muito espertinha para uma princesa fugitiva. – remexeu o molho de chaves da cela. — Gideon foi criado pela Mãe, esse fato por si só já nos causa suspeita.

  — E se forem falsos?

  — Nesse caso, voltaremos a atacar os seus amigos e dessa vez não seremos tão bonzinhos. Eles estão fracos, sabes disto. Sem ti para protegê-los eles não passam de formigas prontas para serem esmagadas.

  — Jamais vencerão essa guerra, seus imundos! Jamais! – tentou queimar as grades para se libertar, porém não sentia nenhum poder fluir por suas veias.

  — Não te enganes, princesinha. Nós já ganhamos.

Robin observou o Füher piscar um dos olhos cinza e logo se afastar, a deixando com um peso no coração por estar longe de seu marido e com a consciência do luto. Ela não poderia dar um passo em falso, tudo deveria ocorrer do modo correto senão todos sofreriam. Aquela luta era dela e não era justo que outros morressem por ela. Robin estava em paz com a sua missão como nunca dantes estivera, mas o aperto em seu peito a alertava para o mal que viria.

[***]

Ainda no campo de batalha, o grupo se reuniu para prestar uma cerimônia ao soldado querido. Gideon e Baelfire cavaram a cova enquanto Aurora e Ariel limpavam o corpo de Caspian na medida do possível, mas as lágrimas faziam este trabalho muito bem. Então, com pesar, arrumaram o cadáver com as mãos sobre o peito demonstrando que o seu maior tesouro era o enorme coração.

Fizeram o corpo do soldado descer pelos metros de uma cova mais rasa para depois cobrí-lo com a areia e lágrimas de homens feitos que viam um ser humano incrível partir. Com o corpo completamente coberto, Aurora se pôs de joelhos ao lado da cova e lançou uma flor branca sobre a terra escura. Gideon acompanhou os movimentos da moça e afagou os seus ombros quando esta soluçava em um choro sufocado, ao qual o próprio Gideon se entregava.

Baelfire cortou dois lances de madeira e as fincou perto da cova formando uma cruz. Então, abraçado a Ariel, sentiu uma lágrima deixar os seus olhos. Giullia, ainda como coiote, soltava um chorinho melancólico enquanto dispunha do corpo sentado próximo a cova; agia como guarda, mas principalmente como alguém leal que esperava o seu amigo sair dali.

Não disseram uma palavra, pois esta não seria capaz de definir quem era Caspian para cada um deles, apenas sentiam o efeito de ter aquele soldado fiel ao seu lado. Gideon lembrou das gargalhadas nos raros momentos de bobeira, Baelfire relembrou das palavras de conforto, Aurora, nos lábios que a acordaram de um profundo sono, e Giullia pensava na ligação quase simbiótica que eles tinham, pois Caspian a compreendia, a escutava e foi a primeira pessoa a ajudá-la. Realmente não havia palavras para expressar, apenas sentir.

Após minutos de absoluto silêncio, levantaram-se um a um para seguir Gideon para onde deveriam ir, porém Giullia continuou ao lado da cova. O animal não desviava o olhar, não movia um músculo, apenas aguardava, guardava. Baelfire tentou convencer a menina a deixá-lo, mas Giullia se montou inabalável. Ele sabia que a ligação entre os dois era forte e que a menina apenas seguia o que o coração mandava, porém aquilo não poderia durar muito tempo; eles tinham que retomar aquilo pelo qual Caspian dera a vida.

Ao investir mais uma vez, Baelfire se surpreendeu com o salto abrupto do coiote, pensando por um minuto que seria atacado. Porém Giullia saltou sobre a cova e passou a sacudir a terra para fora. Baelfire e outros tentaram detê-la, mas a bocarra quente aberta os manteve longe. Então, o animal cavou, cavou, cavou mais fundo até encontrar o corpo do seu amigo, logo o puxando à superfície.

Todos ficaram absortos com a falta de respeito da menina e alguns até raivosos, mas Giullia não ligava. Ela sabia o que fazia. Então, o corpo coberto de terra estava a vista de todos novamente, imóvel como julgavam minutos antes. O animal bateu forte com uma das patas sobre o peito do homem que tossiu. Esta ação serviu para alarme de todos, Gideon foi o primeiro a se engasgar com a própria saliva e Aurora a primeira a se aproximar.

Giullia bateu mais algumas vezes ouvindo as tosses secas do corpo ainda imóvel, então algo extraordinário aconteceu: Caspian liberou um longo suspiro de vida e abriu os olhos. Não. Arregalou os olhos negros. O peito ofegante tentava equilibrar a grande quantidade de ar que de repente adentrava em suas narinas, assim como a visão se tornava cada vez mais limpa. Ele sentou sobre a terra que antes lhe cobria e tocou a si mesmo repetidas vezes, se demorando mais em seu peito, então viu o anel de leão em seu dedo brilhar como nunca.

"Este anel foi lapidado por anões em meu país, logo irá te proteger em momentos difíceis". As palavras de Aslam ecoaram em seu cérebro recém acordado e ele passou a sorrir, depois a gargalhar como um louco. Se pôs de pé meio cambaleante e andou na direção dos amigos que o fitavam estupefatos.

A primeira a lhe receber foi Giullia que lambeu toda a sua face suja com a língua quente e deu nele o que seria um abraço animalesco. Caspian riu e afagou o corpo da fera que não passava de uma menina que ele estimava muito. Então, viu Gideon romper os ventos e logo o alcançar para um abraço apertado.

  — Graças a Deus.... – disse ofegante enquanto dava leves tapas nas costas do amigo. — Graças a Deus.

  — Graças a Aslam. – ele mirou os céus abertos num começo de noite no inverno. — Eu sei que tu não sobreviverias sem a minha presença.

  — Creio que tens razão. – afagou os ombros do soldado e sorriu em meio às lágrimas. — Jamais me faças chorar novamente....a não ser que seja de rir.

  — Eu prometo, meu amigo.

  — Caspian....

Aurora sempre tão altiva e durona, se aproximou timidamente do soldado. As orbes vermelhas de choro comoveram o coração de Caspian a ponto de ele apressar o passo e puxar a sua bela adormecida aos seus braços. O choro não cessou, pelo contrário, apenas aumentou em direção ao ombro dele, mas ele não se importou. Ter Aurora em segurança em seus braços e tão comovida por seu retorno não havia preço; há quanto tempo esperava por se encaixar num lugar! Caspian havia encontrado o seu grupo, uma família, um amor.

  — Não dei-te o direito de morrer...nem de me deixar sozinha aqui.

  — Por sorte, voltei à vida senão teria que ser castigado no Outro Lado.

  — Qual pecado cometeste para sofreres lá?

  — Omissão. Eu omiti o quanto te amo por medo de a assustar, mas essa é a verdade Aurora: eu te amo, amo incondicionalmente desde que a vi em meus sonhos.

  — Eu também te amo, Caspian. Muito. Muito. Muito. – ela o apertou com todo o corpo, sentindo a ternura inundar o seu ser.

Após os abraços e os desejos de boas-vindas, todos passaram a caminhar até o Leste, onde ficava a casa que Gideon idealizava em viver com Robin. Avistaram no meio do caminho de espessa neve a construção esverdeada inspirada no estilo barroco, tendo a disposição muitas janelas que implicavam em muitos quartos. A pequena varanda abrigou os amigos enquanto Gideon retirava a chave de debaixo do tapete vermelho felpudo. Robin teria gostado dele.

Ao entrar, uma coleção completa de mobília os esperava, havia muitas poltronas, dois sofás aconchegantes e elegantes, um jogo de mesa impecável, lustre na sala principal, armários repletos de taças de cristal, havia até uma adega mais ao fundo da casa. Uma escada de madeira ligava o primeiro andar ao segundo, onde ficava a biblioteca, a sala de música, o salão de artes e os inúmeros quartos luxuosos. O rei Robin realmente caprichara na decoração.

Totalmente entregue, Gideon embarcou sozinho num dos quartos dos bebês. As paredes de cor amarela indicavam que era o de Aisling. Ele contemplou a janela escondida por cortinas leves com docinhos estampados, o armário colorido, a mesinha pequena, o cesto de brinquedos, a poltrona onde Robin provavelmente sentaria para dar de mamar e o bercinho no centro. Ele caminhou em sua direção e riu com lágrimas nos olhos ao ver o lençolzinho bordado com o nome de sua filha.

— Ainda nem nascestes, mas sinto a falta de vocês, meus pequeninos. – balbuciou ao inspirar o aroma de talco do lençol.

— Fera? Está tudo bem? – Baelfire apareceu na porta e fitou o irmão lhe devolver o olhar com lágrimas escorrendo. — Gideon?

— Não...não estou bem.

Gideon observou o seu irmão arfar e logo seguir em sua direção dando-lhe um abraço apertado. O pai que chorava com saudade de sua família se viu desamparado, apertando com força o seu irmão que era o único que lhe restara.

— Tudo está errado....era para eu estar aqui com ela. Eu deveria mostrar a casa para Robin e comemorar com ela a nossa vida inteira juntos.

— Ainda há tempo.

— Temo que não. Estamos lidando com alguém extremamente mais forte do que nós, que sabe de tudo o que nos acontece. – fungou no ombro de seu irmão. — Temo nunca mais vê-la nem a meus filhos.

— Robin fez uma escolha, Gideon, devemos respeitá-la.

— Eu deveria estar no lugar dela! Eu deveria estar sofrendo nas mãos deles! Eu, o monstro que causou atrocidades por onde passou! Eu prometi protegê-la e....a deixei partir sem mim. Sou um imundo.

— Certo. Pares com isso. – segurou o rosto do irmão. — Não digas que ainda és aquele monstro porque não és. Não mais. És parte de minha família, trouxeste a minha filha até mim, foste a minha tripulação por um tempo, salvaste-me daquele bixo horrendo de Utopia. És o meu irmão e eu não permitirei que te afundes assim. Iremos encontrar Robin, a traremos para casa e vocês finalmente poderão viver em paz.

— Mas se isso não acontecer?

— Então terás a mim. Eu jamais irei te abandonar. – suspirou. — Ficarei aqui em tua casa até a encontrarmos. Pierre voltará ao mar com os meus marujos, pois essa luta não é deles.

— Obrigado, meu irmão.

— Agora pares de chorar, estás envergonhando a família Gold.

Gideon sorriu e enxugou as lágrimas com as mãos sujas. Era bom ter uma família.

Os dias passavam e eles não estavam nem perto de saber o paradeiro de Robin, os Fühers haviam eliminado todos os rastros e nem com a magia Gideon conseguiu localizá-la. Enquanto procuravam, Caspian e Aurora celebravam a nova chance que tiveram com muitos beijos nos corredores. Baelfire era mais contido com Ariel, mas ele não sabia até que ponto seria capaz de se controlar. Giullia havia se despedido dos amigos ao julgar ser melhor viver um período na floresta, pois precisava se reconectar consigo mesma e a sua aura selvagem.

No meio de tudo isso havia um homem que, quando não estava correndo os olhos pelos livros em busca de mais feitiços, estava dedilhando o piano em sua sala enquanto bebia garrafas e mais garrafas de uísque. As melodias que fluíam por seus dedos externavam o que ele sentia, isto é, tristeza, dor, culpa e muita saudade. As lágrimas rolavam por seus olhos exaustos escorrendo por seu nariz e caindo sobre as teclas, dando o gosto da melancolia às notas.

Em uma das noites na presença das notas graves de Moonlight, Gideon imaginou como seria se Robin estivesse ali, cogitando quais seriam os passos dela naquela sala. Imaginou-a abrindo a porta utilizando um vestido rosa tão delicado que todas as suas curvas eram realçadas, sorriu para ele do modo tímido e caminhou da forma graciosa como sempre fazia. Estendeu os braços por sobre o piano e ficou a observá-lo tocar em admiração, deixando as ondas rubras caírem por seus ombros.

"Toques a canção que fizeste para mim." pediu com a sua voz doce, em que o pobre homem não teve forças para negar.

Logo as notas apaixonadas inundaram a sala, fazendo ambos suspirarem em ternura. Gideon observava os olhos caramelo de sua esposa vidrados nos seus transmitindo a paz que somente ela poderia lhe dar. Então, com um gesto de cabeça, ele pediu para que ela sentasse ao seu lado. Robin logo o fez, sentando tão perto que chegava a ser sufocante, mas nenhum se importou. Ela descansou a cabeça no ombro dele e ficou a apreciar a canção tão bela e cheia de emoções que saía dentre os dedos dele. Era mágico e romântico ao mesmo tempo.

Gideon pegou os dedos dela e passou a ensiná-la aquela canção, fazendo ambos rirem devido a falta de prática da princesa. Ao fim de minutos, Robin tocava junto a seu marido que não desviava o olhar de sua amada, sustentando um sorriso bobo nos lábios. Ele não resistiu aquela situação e a buscou para um beijo lento, calmo e repleto de sentimentos. Robin era tão pura, doce, tão mulher, tão sua. Ela era a razão para ele continuar vivendo, vivendo para ela, somente a ela.

O beijo foi cortado bruscamente devido a risadas e gritinhos que logo inundaram a sala, abafando o som do piano. As duas cabecinhas pequeninas pularam em ambos os colos arrancando risadas dos pais corujas. Gideon bagunçou os cabelos ruivos de Aisling enquanto Robin beijava a testa delicada de Léon, que fingiu ser marrento para apenas levar outro beijo de sua mãe.

"Mamãe bejava papai!" Léon informou com uma risadinha.

"Sim, mamãe beijava o papai. Sabe por quê?" ele negou com a cabeça. "Porque a mamãe ama o papai. Muito."

Aisling se remexeu no colo de Gideon. "Então quando vocês nos beijam... é amor?" Os dois riram e confirmaram com as cabeças.

"Sim, amamos muito vocês, seus pestinhas."

"Papai, não fala assim! Não fizemos nada... hoje."

"E quem foi que escondeu a adaga do papai, huh?" Os dois se entreolharam em culpa. "Quando eu descobrir...."

"Foi a Aisling, papai. Foi ela!"

"Léon! Seu dedo duro!"

"Aaah.... já sabemos quem irá ficar sem a sobremesa da mamãe."

De repente, as imagens se dissiparam da mente de Gideon como fumaça, revelando a sala escura a qual estava. Sozinho. Um soluço saiu dentre os lábios, depois mais outro e logo ele se debruçava sobre o piano com o gosto férrico da solidão em sua boca, ou seria o álcool lhe corroendo?

— Não vivo sem ti, minha princesa. Não vivo. – sussurrou para si mesmo.

Ao amanhecer, o lúgubre Gideon recebeu uma mão sobre o seu ombro, o acordando. Ele percebeu que ainda estava debruçado sobre o piano e se recompôs em sonolência, notando a presença do soldado a segurar uma xícara de café bem quente.

— Não quero.

— Viver em ressaca não vai ajudar a tê-la de volta. – estendeu a xícara, mas ele recusou outra vez, então Caspian a depositou sobre o piano. — Há quanto tempo não dormes?

— Desde que descobri o quanto sou fraco longe dela.

— É....eu também sinto a falta dela. – se encostou no piano negro. — Mas ficar se lamuriando não é para ti, Gold. Jamais foi.

— Desta vez eu sinto ser diferente.

— Como assim?

— Eu sinto que a perderei para sempre.

— Nada disso. Nós a traremos de volta!

— Não falo somente disto. – suspirou e passou as mãos pelo rosto. — A Fada Negra será liberta. E ela sabe de...coisas sobre mim.

— Que tipo de coisas?

— Segredos que eu tentei esconder e que....podem me fazer perder a minha princesa. Segredos sujos, inescrupulosos e maldosos.

— O que fizeste, Gold? – os seus olhos brilharam em preocupação.

— Algo terrível, Caspian, terrível. E eu temo que ela jamais me perdoará.

— Conte-me o que tanto te aflinge. Sou o teu amigo, não te julgarei.

— Não....nem tu serás capaz de me perdoar. – suspirou pesadamente. — Talvez eu não mereça mesmo o perdão, talvez a paz não seja para mim. Estou destinado a viver sozinho, amargurado, corroendo os meus males. E....o pouco que eu desfrutei da felicidade bastou para uma vida inteira.

— Gold, o que quer que tenhas feito o fizeste quando eras um monstro. Já não és mais o mesmo e com certeza entenderemos.

— Pode ser, mas eu continuo escondendo a verdade. Continuo guardando o meu eu miserável com este segredo e isto.... não será perdoado.

Caspian se compadeceu de seu amigo, mas entendeu que aquela era uma decisão dele, não poderia forçá-lo a dizer o seu segredo mesmo que soubesse o quanto ficaria aliviado ao saber. Então, quebrando o momento de confissões, Baelfire apareceu em voluptuoso movimento dando as boas novas.

— Conseguimos. Encontramos a Princesa.

[***]

— Outra vez! – Zoricus bradou no pátio em ruínas.

Robin reunia os cristais no chão do enorme pátio no Antro dos Fühers na tentativa forçada de juntá-los. Perdera as contas de quantos dias e horas gastou naquilo, forçando o seu próprio poder a cooperar com algo que ela mesma não queria. Ao menos conseguiu tirar bom proveito daquilo tudo, pois aprendia a controlar os seus poderes a partir de muita concentração.

— De novo!

Robin tentava ao máximo não lançar uma bola de fogo com o poder de um vulcão na direção de Zoricus, mas com os gritos de ordem incessantes, a sua paciência estava no limite. Se ao menos ela estivesse saudável tudo se tornaria mais fácil.

Durante aqueles meses não foi tratada melhor do que um rato nojento, recebendo pão duro e sopa insossa como refeição. Isso mesmo, apenas uma refeição. Robin se sentia fraca fisicamente tendo consciência que não aguentaria mais duas semanas naquelas condições, mas felizmente os seus bebês pareciam lhe dar forças para continuar, algo que ela agradecia todo segundo.

A saudade de sua vida ao lado de seu marido não causava menos efeito em suas ações, o rosto de Gideon aparecia toda vez que fechava os olhos, a lembrança de seus beijos lhe fazia suspirar, a segurança de um abraço seu e o sorriso que passava a ser constante a faziam derramar algumas lágrimas na madrugada fria. Amava-o tanto, sentia em demasia a sua ausência, mas a esperança de que ele a encontraria se mantinha tão firme quanto o desejo dela em viver, acreditava na palavra de Gideon; ele prometera que a encontraria, então o faria.

— Mais uma vez!

A paciência foi sobreposta pela ira, em que Robin lançou duas bolas de fogo na direção de Zoricus que desviou a tempo, porém ainda teve uma parte da capa chamuscada. Ele, então, se aproximou dela e lhe ergueu do chão com brutalidade para depois lhe acertar um tapa em força. Robin voltou o rosto para ele em pura fúria, o permitindo ver, literalmente, as brasas vivas em seus olhos. O homem temeu, mas continuou com o olhar vitorioso.

— Se não fizeres isso nunca mais verás o teu tão amado marido.

— Se bateres em mim outra vez saberás o que é ser banhado por lavas vulcânicas!

— Vejo que perderas totalmente os modos nobres, Princesa, aquele traidor não serviu de boa companhia para ti. – lançou um sorriso cínico. — Mas quem sabe se saires viva desta não posso te ajudar nisso? Sou um mestre em etiqueta.

— Prefiro pular em um abismo.

— Tenhas cuidado com as palavras, princesa, talvez isto não seja tão difícil de acontecer.

A mulher resolveu ignorá-lo e voltou ao seu serviço interminável. Queria reunir aqueles cristais somente para provar àquele Füher asqueroso o quanto ela era capaz, pois durante todos aqueles meses ele a visitara apenas para zombar, criticar e subestimá-la, mas ele veria, todos eles veriam o quanto Robin era forte.

Então, ela se concentrou com esse sentimento em si, assim como o pensamento em Gideon e nos seus filhos; ela deveria acabar com aquilo de uma vez para que a Fada Negra fosse liberta, derrotada e finalmente ela vivesse em paz.

Fechou os olhos, elevou as mãos e logo os cristais flutuavam a sua frente. Juntou dois pedaços com dificuldade, pois estes liberavam muita energia, depois mais um e, ao juntar o último, uma onda de luz e energia a atingiu fortemente. Robin conseguiu se manter firme com as mãos erguidas, mas não aguentaria muito tempo, pois a energia lhe rasgava a pele.

De repente, tudo se apagou ficando apenas o escuro daquele pátio macabro. Sem forças, Robin cedeu ao chão procurando o ar e sentindo a sua pele arder. Todavia, uma luz surgiu novamente flutuando por ali, era a varinha remontada brilhando como nada parecido.

Com dificuldade, Robin se levantou e pegou a varinha dentre seus dedos sentindo a magia emanar por suas veias. Não se tratava de uma magia negra muito menos branca, era algo na intercessão disso, algo forte o suficiente para prender a Fada Negra, mas que naquele momento era usado para libertá-la novamente.

Robin fez um círculo com a varinha deixando um rastro de luz no ar e logo o interior deste círculo tomou uma imagem enegrecida, trazendo um frio congelante para os arredores já em neve. Então, uma figura surgiu dentre as sombras.

A princesa observou uma mulher vestida com um negro vestido repleto de plumas, um corpete apertado e um profundo decote em V. Os longos cabelos pretos eram acompanhados por uma fina coroa também negra e pontuda. A pele pálida se destacava na escuridão de suas vestimentas, os lábios vermelhos lhe adquiriam um tom de sensualidade, mas o sorriso aberto causava terror somente em olhar.

Robin sentiu que o mundo a sua volta se tornou mais triste, amargo com apenas a presença da Fada Negra. Aquela criatura exalava terror, maldade, caos e realmente todos deveriam temê-la, pois somente com um olhar ela seria capaz de fazer uma pessoa se suicidar. O mal estava personificado ali, naquele pátio, e logo se alastraria ao mundo se Robin não a impedisse.

— Olá, Terra. É bom estar de volta. – comentou com um sorriso aterrorizador.


Notas Finais


Uiiiii! A mulher tá solta, socorro! Kkkkkk
O que será esse segredo do Gideon, hein? 🤔
Me contem o que acharam, seus lindos! Adoro quando vocês comentem.
Bjs! 😘😘


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