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História Only Cool Kids Remember - Only malucos tem surto de coragem - História escrita por Urano_ - Spirit Fanfics e Histórias
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História Only Cool Kids Remember - Only malucos tem surto de coragem


Escrita por: Urano_

Capítulo 3 - Only malucos tem surto de coragem


 

A festa estava sendo melhor do que Donghyuck achou que ela seria realmente.

A música com certeza não o agradava em nada, mas depois de algumas cervejas não era tão ruim assim.

 

Não diria que dançou, mas assistiu outra pessoas dançando, conheceu alguns amigos hippies de Jaeseok e viu Minsung fumando e se matando aos poucos. Uma menina estava junto dele e não precisava saber que aquela era a tal filha dos Kim. Jeno falou, mesmo assim.

 

Quando deu por si, estava um tanto bêbado, com um Jeno o dobro ou triplo bêbado ao seu lado, rindo a toa e dançando feito um louco com várias garotas diferentes, que o chamavam e tentavam beijar, mas ele desvia dos lábios de todas elas, as deixando completamente frustradas.

 

Quando ele pareceu que cairia, foi segurado por Donghyuck que riu.

 

— Acho que já chega de festa pra você.

 

— Eu gosto de dançar. - falou meio grogue e embolado, segurando nos ombros de Donghyuck e se aproximando, assustando o mais novo que riu nervoso e se afastou.

 

Jaeseok observava de longe, rindo enquanto tomava alguma coisa que com certeza não era cerveja.

 

Donghyuck se aproximou dele, com Jeno apoiado nos ombros.

 

— O que faço com ele?

 

— Não liga, o Jeno bebe muito e sempre acorda no dia seguinte jogado em alguma calçada, já tá calejado. - ele deu de ombros e Donghyuck levantou as sobrancelhas.

 

— E vocês deixam?

 

— A gente até tenta, mas ele só volta a dançar e ignora a gente mesmo. - Jeno começou a cantar a música que tocava, alto nos ouvidos de Donghyuck que encolheu os ombros por como ele cantava alto. — Joga ele dentro do carro, ele vai dormir a noite toda, acredite. Pelo menos é mais seguro.

 

— Não tem como eu levar ele pra casa?

 

— E você sabe dirigir? - Donghyuck negou e Jaeseok riu. — Se o Jeno chegar assim em casa, os pais dele vão pirar. Pode levar ele pro carro, amanhã ele diz que dormiu na casa do Minsung.

 

Donghyuck assentiu e foi andando com o bêbado que ainda canta alto, na outra mão, cerveja que ele mais derramava do que bebia.

 

Quando chegaram onde estava a caminhonete de Jeno, ele ria, sem conseguir ficar nem ao menos de pé.

 

— Me dá as chaves.

 

— Tá em algum lugar no bolso. - ele falou e se virou de costas pra Donghyuck, se apoiando na lataria e ficando com a bunda na sua direção.

 

Por uns três segundos, Donghyuck ficou parado de olhos arregalados sem saber o que fazer, mas então pigarreou e tateou as calças do outro, encontrando as chaves do carro e indo até a porta abrir.

 

Um segundo tirando os olhos de Jeno e ele estava subindo no carro.

 

— Jeno, Jeno, não. Vem comigo, não sobe aí, meu Deus, Jeno, desce, Jeno, vem cá, você vai se machucar. - e como confirmação pra última parte, o Lee mais velho tropeçou ao passar o outro pé pra dentro da caçamba da caminhonete e caiu.

 

Donghyuck se assustou e olhou para dentro, o vendo virar de barriga pra cima e rir. Acabou suspirando e sorrindo enquanto revirava os olhos.

 

— Vem cá. - falou meio mole, o chamando com a mão.

 

Donghyuck subiu na lataria, se colocando pra dentro da caçamba e deitando ao lado de Jeno que sorriu abertamente e tombou a cabeça pro lado, o encarando.

 

— Eu descobri que era maricas quando eu tinha quinze. Eu vi os atletas da escola trocando de roupa e aquilo não saiu da minha cabeça. Sentia a calça apertar sempre que pensava e não sentia o mesmo quando as meninas levantavam suas blusas tentando transar. Meus pais não sabem, só meus amigos. O Jae, o Sung… meus pais nem sonham.

 

Donghyuck prestava atenção em cada palavra dita pelo outro e assentiu, vendo como ele parava pra rir de vez em quando e olhava pro céu.

 

— Por que me contou isso?

 

— Por que tô bêbado, oras. E porque você também parece um maricas, eu tenho certeza de que é um. Você é um maricas, Donghyuck?

 

— Sim, eu sou um maricas.

 

— Você é um maricas lindo, sabe? - ele riu encarando o mais novo e virou para o céu novamente. — Um maricas muito lindo mesmo.

 

Donghyuck riu, olhando pro céu também e ele estava incrivelmente estrelado naquela noite. Era noite de lua minguante, mas quem realmente tinha o foco ali eram as estrelas, incríveis estrelas.

 

— Será que no futuro as estrelas serão ainda lindas? - Jeno perguntou e Donghyuck sorriu.

 

— As estrelas serão sim, mas talvez a gente não as veja. Talvez estejamos ocupados demais olhando pra baixo ao invés de olhar o céu. Talvez outras coisas tirem a nossa atenção do que é real e a gente preste mais atenção nas máquinas, talvez a gente esteja ocupado olhando para telas e esqueça de olhar o que é belo de verdade  ao invés de olhar uma projeção. Olhar o céu é bem melhor que uma foto dele, não acha?

 

Jeno virou a cabeça pra encarar Donghyuck completamente encantado com cada palavra que ele disse. Os olhos estavam pequenos e vermelhos pela bebida, cansaço e sono, mas ele estava lindo.

 

— Você parece ter vindo de longe daqui.

 

— Eu vim.

 

— Como um cara do futuro. - Donghyuck riu de verdade. — Vou chamar você de cara do futuro.

 

— Cara do futuro? - o moreno assentiu. — Acho que combina.

 

— Ei, cara do futuro.

 

— Sim?

 

— Você é um maricas lindo.

 

— Já disse isso.

 

— É que é a verdade. - Donghyuck riu e eles ficaram em silêncio. Quando olhou de novo, Jeno tinha pegado no sono, fazendo Donghyuck sorrir.

 

Tirou o casaco que usava, que havia sido emprestado por Jaeseok e cobriu o outro ra que não passasse frio.

Se sentou na caçamba e respirou fundo, encarando o céu.

 

— Jisung, anda logo, Jisung…




 


 

Nem percebeu quando pegou no sono, sentado mesmo, mas acordou com alguém o cutucando, era Minsung e não estavam no local da festa.

 

— Que?

 

— Acorda cara, vamos tentar colocar o Jeno pra dentro sem os pais dele acordarem. - Donghyuck piscou algumas vezes, bocejando e coçando o olho em seguida.

 

— Cadê o Jae? - perguntou.

 

— Atrás. - olhou pra trás e o fusca estava estacionado. Jaeseok piscou os faróis para si e Donghyuck entrou no processo de acordar Jeno junto com Minsung.

 

Quando olhou em volta, reconheceu o lugar em que estava, congelando e olhando a fachada da casa que conhecia bem, muito bem.

Era a sua casa.

 

Donghyuck estava travado a encarando.

Era a mesma casa, com outra cor e jardim enfeitado.

 

— Ei, garoto, ajuda aqui. - Minsung parecia mal humorado, mas lá foi Donghyuck ajudar a colocar um Jeno resmungão pra fora da caminhonete enquanto sentia que ele próprio estava dormindo.

 

Desceu da caminhonete depois de passar o corpo de Jeno pra Minsung que segurou.

 

Os dois foram até a porta, Donghyuck estava com a chave e destrancou, tentando fazer o mínimo barulho ao entrar e subir as escadas com o moreno. Minsung ia em direção ao quarto de Jeno, que parecia conhecer e Donghyuck prendeu a respiração ao saber que era o seu quarto.

 

Assim que entraram, Minsung tirou os sapatos e a jaqueta de Jeno enquanto Donghyuck estava ocupado demais olhando em volta, vendo como o quarto era diferente. Ainda tinha muitas referências da cultura da época, mas o quarto de Donghyuck tinha mais posters de rock.

 

— Ei, vamos. - Donghyuck acordou do transe e concordou, olhando uma última vez pra Jeno dormindo e saiu do quarto, fechando a porta e em seguida da casa, mas não sem olhar em volta, vendo como sua casa era diferente naquela época.

 

Não pode deixar de sorrir.

 

Donghyuck pegou o casaco de Jaeseok na caçamba da caminhonete e seguiu pro fusca, entrando no lado do passageiro e sentando ao lado de Jaeseok que parecia mais sério.

 

Logo, a imagem de Minsung apareceu na janela, do lado de Jaeseok.

 

— Jae, eu já disse que não queria aquilo, acredita em mim.

 

— Ela é sua noiva, é normal que você beije sua noiva, Minsung. - falou sem olhar pro lado e Donghyuck olhou pra fora, sem querer parecer prestar atenção na conversa. — Sai da janela.

 

— Jae.

 

— Boa noite. - falou antes de ligar o carro e sair e antes mesmo da metade do caminho, ele parou o carro e chorou com Petúnia estacionada no canto, enquanto Donghyuck tentava consolar de alguma forma.

 

Quando chegaram em casa, Donghyuck não disse nada, apenas ajudou Jaeseok arrumar uma cama improvisada no chão, ao lado da sua própria cama. Donghyuck ainda o ouviu fungar por várias horas antes de finalmente pegar no sono.

 

A vida era injusta pra caralho, pensou.



 



 

Foi acordado de manhã cedo pelas mãos de Jaeseok o dizendo que tinha alguém pra ver.

Donghyuck levantou meio a contragosto, mas se preparou e logo estavam saindo de casa, dentro de Petúnia e indo pra algum lugar que Donghyuck não conhecia, mas já estava chegando aos limites da cidade quando ele finalmente parou o carro, numa casa que era pequena, mas parecia acolhedora, quase como uma cabana.

 

Donghyuck ainda estava meio grogue quando seguiu Jaeseok até a porta e na verdade nem sabia porque estava ali.

 

Jaeseok também parecia mais calado aquele dia.

O rosto ainda estava um pouco inchado de choro.

 

Bateu na porta e esperaram, então um cara mais velho, que não parecia tão velho assim, abriu a porta e os encarou, sorrindo assim que viu Jaeseok, o abraçando.

 

— Garoto!

 

— Professor Kim. - se afastou dele em seguida, sorrindo. — Esse é meu amigo, Donghyuck. Hyuck, esse é o professor Kim Heechul, mas pode chamar só de professor Kim.

 

— Prazer. - se curvou para o homem.

 

— Entrem, entrem. Você sempre aparece quando alguma coisa acontece, estou até com um pouco de medo de que tipo de ajuda precisa desse professor atualmente. - ele andava com uma bengala, coisa que Donghyuck não deixou de reparar.

 

— Então professor, eu sei que você é o único que acreditaria nas coisas que eu falo quando se trata de física, porque todo cientista é um pouco louco, só que dessa vez, talvez a loucura seja um pouquinho demais. Eu sei que é o único que pode nos ajudar.

 

— Que tipo de ajuda você está falando que precisa de um professor considerado louco e ridículo?

 

— Preciso mandar o Donghyuck de volta pra casa.

 

— Casa? - eles assentiram. — E onde fica sua casa?

 

— Aqui. - Donghyuck falou e o homem franziu as sobrancelhas sem entender.

 

— E o que isso tem a ver com física, Jaeseok?

 

— Ele é daqui… só que de dois mil e vinte e cinco. - o homem arregalou os olhos, encarando Donghyuck como se ele fosse um tipo de espécie de animal ameaçado de extinção.

 

— Sim, eu vim do futuro.



 



 

— Está me dizendo que se comunica por essas coisinhas miúdas? - o professor Kim encarava o celular, espantado.

 

— Sim. - ele abriu a boca incrédulo.

 

— Sabe me dizer o que seu amigo fez pra te mandar pra cá?

 

— Ele fez uma máquina e ele disse algo sobre uma velocidade elevada em sei lá quanto que abriu um buraco negro, sei lá.

 

— Buraco de minhoca.  corrigiu Jaeseok.

 

— Isso. Daí ele usou geradores gigantes e ligou a alavanca em baterias automotivas, um trator pra servir de chupeta e manter a máquina ligada e os geradores para gerar energia suficiente para manter os eixos girando e abrindo um campo… um campo…

 

— Eletromagnético? - o professor perguntou e Donghyuck assenti, sorrindo.

 

— Sim! E daí pra máquina funcionar, as coisas lá, ele usava uma espécie de computador para gerar os comando por meios de algoritmos e era assim que ele escolhia o ano.

 

— E ele escolheu te mandar pra sessenta e três?

 

— Na verdade a gente só queria ligar a máquina e o computador dele iria ler os dados e ver quanto tempo a abertura ficava estável, mas eu vi um parafuso perto e ferro no microondas não pode por causa das ondas eletromagnéticas então eu imaginei que o parafuso também não. Fui lá tirar rapidinho, mas ele ligou a máquina e não consegui voltar a tempo.

 

O professor Kim se aproximou de Donghyuck, olhando seu rosto e corpo, o tocando e observando de perto.

 

— Como você não foi estraçalhado pela voltagem da máquina ou pelo campo?

 

— Não sei, Jisung disse que isso poderia acontecer, mas aqui estou eu. - ele assentiu.

 

— Okay, vamos anotar algumas coisas pra eu saber as informações mais básicas. Onde você estava quando foi sugado pelo campo? - ele pegou um caderno se sentando no sofá oposto ao qual Donghyuck estava com Jaeseok.

 

— No laboratório do Jisung, no caso vai ser o laboratório em algumas décadas. Atualmente é a oficina barra garagem de Park Minsung. Foi lá que eu caí quando a máquina me mandou pra cá.

 

— Interessante, a máquina te mandou pro mesmo lugar onde você estava antes. - Donghyuck assentiu. — Qual era a data quando você foi mandado pra cá?

 

— Trinta e um de maio de dois mil e vinte e cinco. A mesma data que cheguei aqui, só que sessenta e três. - ele assentiu, parecendo anotar mais coisas do que eu realmente disse.

 

— Talvez estejamos no mesmo espaço de tempo, só que não no mesmo tempo espaço.

 

— Como é que é, meu irmão? - o acinzentado perguntou.

 

— Estamos no mesmo lugar, transcorrendo a mesma data e a mesma hora, só que numa dimensão diferente e na nossa dimensão, você está em sessenta e três, da mesma linha do tempo que daqui há décadas será a sua. No seu ano, hoje é dia primeiro de junho, onze da manhã. Sabe se seu amigo consegue receber uma mensagem sua?

 

— Eu marquei uma parede, mas não sei se ele vê a mensagem.

 

— Bom, estamos no mesmo lugar, numa dimensão e véu diferente, talvez ele consiga ver. Esperamos que sim. Disse que ele abriu o buraco de minhoca com energia elevada, mas como ele fez com a máquina mesmo.

 

— Atingiu velocidade nos eixos se aproximando a da luz. Quatro eixos em polos diferentes numa carga de energia e eles tinham uma espécie de vidro em volta, que parecia essas lâmpadas grandes e fluorescentes.

 

— Um fusível? - Jaeseok perguntou e Donghyuck apontou animado.

 

— Sim!

 

— Isso significa que ele usou estabilizadores de energia o que reduziria a eletricidade estática e explica como ele não explodiu tudo, colocou fogo e você sobreviveu. Seu amigo é um gênio. - Donghyuck sorriu grande.

 

— Eu preciso conhecer o lugar onde você caiu, será que é possível? - e a expressão de Jaeseok já não era tão boa assim, mas ele respirou fundo e assentiu, concordando.

 

Lá íamos nós de novo para a casa dos Park.



 



 

Era óbvio que Jaeseok não queria estar ali, mas precisavam mandar Hyuck pra casa e por isso ele voltou até a casa dos Park.

 

Era sábado, portanto os pais de Minsung estavam em casa, o máximo de distância que mantivessem um do outro era bom.

 

Outra pessoa estava ali também. Jeno.

Assim que ele viu Donghyuck, sorriu abertamente e acenou.

 

Donghyuck acenou de volta e continuou seguindo Jaeseok e o professor Kim até onde estava Minsung.

 

— Bom dia, Minsung, queria saber se podemos dar uma olhada na oficina, pra ver umas coisas sobre… - acenou com a cabeça na direção de Donghyuck que sorriu.

— Claro, Jae. - Jaeseok apenas assentiu e foi com Donghyuck até onde o mais apontou ter caído. — Aqui? E olhando assim você sabe onde a máquina do Jisung ficava?

 

— Aqui mesmo. Assim, ficava alguns metros pra lá, mas era aqui desse lado que ele ficava. - Donghyuck falou olhando em volta e o professor Kim ao lado deles assentiu, anotando alguma coisa.

 

— Então a máquina realmente abriu um portal no mesmo lugar, você só foi jogado para uma época diferente. - Donghyuck assentiu, mesmo que para si, o professor falasse grego.

 

— Ei, cara do futuro. - Donghyuck ouviu a voz de Jeno e se virou.

 

— Ele sabe? - o professor perguntou baixinho, apenas para Donghyuck e Jaeseok ouvirem e Donghyuck negou. — Por que te chama assim?

 

— Longa história. - respondeu e logo Jeno estava na sua frente.

 

— Posso falar com você? - Donghyuck assentiu e olhou para os outros dois que sorriram de volta, então ele seguiu Jeno pra fora da garagem.

 

Ele usava camisa branca e jeans escuros, além das botas de cano baixo nos pés. Donghyuck até suspirou admirando a imagem da cara de ressaca e cabelo bagunçado que completavam o visual.

 

— Desculpa te encher ontem, bêbados não pensam muito bem. - ele riu e Donghyuck o acompanhou.

 

— Tá tudo bem. - sorriu. — Até que foi legal conversar com você, realmente não foi uma má companhia.

 

— Você quer sair comigo?

 

— O que? Como assim?

 

— Sair comigo, ué, quer?

 

— Quando?

 

— Agora.

 

— Agora?!

 

— Sim.

 

— Pra onde?

 

— Não sei.

 

— Como assim?

 

— Só vamos!

 

— Eu… o Jaeseok…

 

— Você fala com o Jae depois. Vamos, entra no carro. - Donghyuck olhou pra trás, para a entrada da oficina e em seguida para Jeno que já se afastava sorrindo em direção ao carro. — Vamos, cara do futuro!

 

Donghyuck ficou em cima do muro, olhando de um lado pro outro sem saber o que fazer. Assim, não teria mal algum se fosse dar uma volta na cidade, né?

Mas por outro lado poderia deixar Jaeseok preocupado e nem conhecia Jeno de verdade, mas queria tanto ir com ele.

Alguma coisa o dizia pra ir com ele.

 

— Vem ou não?! - ouviu o outro gritar e quando olhou, ele já estava dentro da caminhonete, sorrindo.

 

Donghyuck correu em direção ao carro, dando a volta e abrindo a porta, se colocando pra dentro e batendo com força. Jeno sorriu e sintonizou a rádio. Estava tocando Twist and shout dos Beatles e Donghyuck só conhecia aquela porque era impossível não conhecer.

 

Jeno cantava junto com a rádio e eu ria de como ele parecia alegre dirigindo enquanto cantava alto, com a rádio no ultimo volume.

 

Ele dirigiu pelo o que pareceu uma eternidade e então quando Donghyuck viu, já estavam numa estrada de terra, num lugar que ele não conseguiu reconhecer, o que significa que em 2025 deveria ter muita civilização por lá.

 

Quando Jeno estacionou o carro, Donghyuck olhou em volta, saindo junto dele e o seguindo.

 

— Onde a gente tá?

 

— Jump lake. - Donghyuck franziu as sobrancelhas e ficou sem entender, andando e se enfiando nos espaços entre os arbustos até chegar numa espécie de lago, que era até pequeno, tinha uma árvore que dava quase dentro do lago, com um pneu preso à árvore.

 

Assim que chegaram, Jeno começou a tirar as roupas na frente de Donghyuck que estava assustado demais pra falar alguma coisa.

 

— Vamos, cara do futuro, tá calor hoje.

 

Arrancou sapatos, camisa, calças e ficou só com a cueca que era um samba canção, fazendo Hyuck rir soprado, então se jogou na água, gritando o nome do mais novo para que se juntasse a ele.

 

— Não vou entrar aí! - Donghyuck gritou de volta.

 

— Vai sim, nem que eu tenha que te buscar. - Donghyuck riu e deu de ombros e segundos depois, Jeno estava saindo da água, fazendo o outro correr enquanto ele ria. — Vamos, Donghyuck, ta calor.

 

— Sai daqui!

 

Continuou correndo, mas não foi o suficiente, porque Jeno agarrou sua cintura e puxou de volta pra ele, fazendo o mais novo gritar. Jeno o girou três vezes antes de apoiar o outro no ombro e correr de volta pra água, jogando Donghyuck com roupas e tudo, fazendo ele gritar.

 

— Jeno! - o moreno ria de Donghyuck, alto e alegre.

 

— Agora você já se molhou mesmo, melhor colocar as roupas pra secar na árvore. - nadou de costas, fazendo Donghyuck ir até ele e pular em cima, afogando, Jeno precisou lutar para mudar a posição e fazer Donghyuck ficar submerso.

 

Quando pararam de brincar feito duas crianças, Donghyuck saiu da água, colocando as roupas na árvore, onde batia sol o suficiente pra secar sua roupa e tênis.

 

Voltou correndo pra água e continuou implicando com Jeno, então ouviram o som de um carro se aproximando e se separaram, encarando quem quer que fosse aparecer ali e sem demorar, uns caras parecendo um pouco mais velhos se aproximaram com umas garotas que pareciam ser namoradas e amigas.

 

— Opa, parece que o jump tá ocupado hoje. - ele sorriu e Donghyuck sentiu os pelos dos braços arrepiarem e olhou pra Jeno que tinha ficado meio sério.

 

— Opa, opa, opa, quem temos aqui… - um outro cara falou. — Lee Jeno, com um… amiguinho?

 

— Ou namoradinho? - o primeiro cara falou.

 

“Nem em 63 eu to livre de bullying meu irmão” pensou Donghyuck.

 

— Cala a boca, Jaehyun. - Jeno falou e o primeiro cara que aparentemente se chamava Jaehyun, riu ao ouvir o que Jeno falou.

 

— Você vai calar? - ele levantou a sobrancelha.

 

— Vem, Jeno, vamos embora. - Donghyuck falou, segurando o outro pelo antebraço e saindo de dentro d’água, ouvindo assobios.

 

— Onde arrumou esse broto gracinha? - o segundo cara com feições bem marcadas falou e Donghyuck travou o maxilar, respirando, não cairia naquela. Eram como Jaemin. — Aposto que é uma gatinha nervosa na cama.

 

— Saí do mesmo bordel que sua mãe, otário. - Okay, talvez ele fosse cair naquela.

 

Os amigos dele riram, Jeno parecia assustado pela audácia e Donghyuck já sabia que levaria um soco porque estava acostumado com isso, portanto quando Jaehyun o empurrou com força e ele caiu no chão, apenas esperou, mas antes disso, Jeno socou o rosto do outro.

 

E ficou o silêncio no lugar.

 

— Então alguém ficou valente. - Jaehyun riu, ironicamente. — Eu vou acabar com você.

 

— Não vai. - Donghyuck falou. — Você não sabe quem eu sou, mas você pode apostar, um dedo nele e você não vive até o fim do mês.

 

Se levantou e se aproximou do mais alto.

 

— E quem é você?

 

— Acredite, você não quer saber. - falou baixo, aproximando o rosto do outro.

 

Por dentro estava se cagando de medo, mas demonstrar aquilo só foderia com tudo, portanto, estava tentando fingir bem.

 

— Deixa ele ir, Jae. - o outro cara falou. — Não vão estar juntos pra sempre.

 

Donghyuck sorriu de lado e os dois foram até as roupas, pegando tudo e saindo em direção a caminhonete.

Jeno vestiu as calças e tênis, bufando e reclamando, entregando a camisa pra Donghyuck.

 

— Que isso?

 

— Sua roupa está molhada ainda. Prende lá atrás, mas veste pelo menos uma camisa. - Donghyuck aceitou e vestiu, colocando as roupas na caçamba e entrando no carro.

 

Jeno voltou a dirigir, mas não voltaram pra cidade, na verdade pararam no caminho e compraram refrigerante, indo pra outro lugar que Donghyuck não conhecia, mas parecia uma espécie de morro.

 

Ficaram n sentados na caçamba bebendo o refrigerante, se escondendo na sombra de uma árvore.

 

— Aqueles caras, quem eram?

 

— Taeyong, Jaehyun e a trupe. - suspirou. — Um bando de babaca.

 

— Eles sabem sobre você? - Jeno assentiu. — Como?

 

— Me viram com alguém uma vez. Eu estava bêbado pra variar e eles me deram uma surra, tive dizer pros meus pais que eu tinha sido assaltado pra eles não saberem a verdade. Talvez mandasse que me surrassem mais. Desde então eu tento ficar longe deles se não quiser levar outra surra. Você foi corajoso em enfrentar o Jaehyun, um pouco pirado também.

 

Donghyuck riu.

 

— Onde eu moro também tem um babaca desses e eu aprendi a ignorar, só que também não posso deixar ele acreditar que pode fazer o que quer, porque ele não pode. A vontade que tenho é de arrebentar ele todinho, mas não sei dar um soco. - Jeno riu. — Você também foi meio maluco em socar a cara dele.

 

— Ele ia arrebentar você, não pensei direito. Depois ele provavelmente ia me arrebentar também. - os dois riram e se encararam. — Vamos tomar um milkshake. Com o salário que o Jisung me paga, dá pra isso pelo menos.

 

Jeno saltou da caçamba enquanto Donghyuck vestia a própria calça que já estava parcialmente seca, tirando a camisa de Jeno e entregando a ele, vestindo a própria antes de entrar no carro e calçar os sapatos.

 

Jeno dirigiu de volta pra cidade, parando em uma lanchonete e os se sentaram tomando os milkshakes que pediram com x-burguer. Donghyuck se sentia cheio e a companhia de Jeno era muito boa, conversar com ele era a melhor coisa daquela viagem maluca pro passado.


 

— Quando você vai embora? - Jeno perguntou o encarando.

Ainda estavam na lanchonete, sentados à mesa enquanto descansavam.

 

— Eu não sei exatamente mas acho que logo. - Jeno assentiu.

 

— E você pretende voltar mais vezes? - apoiou o queixo em uma das mãos. — Sabe, pra cidade, ver o Jaeseok.

 

— Hã… eu… não sei na verdade. Gosto muito daqui, só que Jeju é onde está minha família está e a viagem até aqui é cara e longa, mas… quem sabe eu não volte mais vezes. - Jeno sorriu e assentiu.

 

— Seria legal se voltasse, cara do futuro.

 

Conversaram sobre várias outras coisas e Jeno levou a Donghyuck em vários outros lugares pela cidade que ele dizia que Donghyuck tinha que conhecer de qualquer forma. O Lee o seguiu em todos eles, provando comida de rua e vendo lugares legais que comparando daquela forma, o tempo não tinha feito nada bem.

 

A cidade era melhor em 63.


 

Quando a noite chegou, Donghyuck disse a Jeno que deveria voltar pra casa e o mais velho com muita falta de vontade concordou, o levando pra casa de Jaeseok.

Assim que chegaram na frente, viram Petúnia estacionada, Jaeseok estava em casa.

 

— Bem, eu acho que te vejo outra hora então. - Donghyuck falou se virando de frente pra Jeno que sorriu abertamente, formando meias-luas com os olhos.

 

Lindo.

 

— A gente poderia se ver amanhã. - Donghyuck riu.

 

— Dessa forma você vai cansar da minha cara.

 

— Impossível cansar de uma cara bonitinha. - Hyuck riu soprado e desviou o rosto pro outro lado. — Você disse que seu avô gosta de carros e você quer aprender mais sobre eles, podia ir até a oficina amanhã. É domingo e normalmente eu não trabalho e o Sung também não, mas seria legal se você fosse. Posso te ensinar.

 

— Pode ser legal, quero mesmo aprender. - Jeno sorriu de novo.

 

— Te vejo amanhã então.

 

— Até amanhã.

 

Acenou pro outro e andou em direção a porta de entrada, tocando a campainha e sendo recebido pela mãe de Jaeseok, que o mandou entrar.

 

Assim que chegou no segundo andar e entrou no quarto, encontrou o outro fazendo equações no quadro negro, a mão branca de giz.

 

— Oi. - Donghyuck falou se jogando no chão de braços e pernas abertas.

 

— Passou o dia todo com Jeno? - se virou apenas pra olhar o outro que assentiu, fazendo Jaeseok sorrir. — Cuidado.

 

— Com o que?

 

— Você é do futuro, quando a gente conseguir te levar de volta, como vai ser? - Donghyuck encarou o teto. — Fora que se ele estiver vivo no seu ano, um se bem grande, ele deve ter agora uns… oitenta anos.

 

Donghyuck suspirou.

 

— Eu sei, mas nós somos apenas amigos. Foi legal passar o dia com ele. E você com o Minsung?

 

— Eu nada. Ele tem uma noiva, eu e o professor Kim ficamos analisando a garagem atrás de umas coisas e foi só isso. Os pais dele iam de hora em hora ao laboratório. É ser ingênuo demais acreditar que eles já não sabem sobre nós. - Donghyuck assentiu. — E você recebeu uma mensagem.

 

— O que? - se sentou.

 

Jaeseok foi até a cama e pegou uma cápsula preta que parecia ser de ferro. Donghyuck foi rápido em pegar pra abrir, mas ela tinha um cadeado com senha e teve que pensar muito pouco pra saber qual era.

 

985.

Abriu.

 

Donghyuck revirou os olhos.

 

— Como soube a senha tão rápido?

 

— Foi a nota do Jisung num simulado importante. Ele queria ter tirado dez, mas tirou oito vírgula oitenta e cinco. Nunca superou. - Jaeseok riu. — Um garoto do programa de intercâmbio tirou uma nota maior que a dele e até hoje ele acha que o garoto debocha dele internamente. Enfim, deixa eu abrir.

 

Assim que Donghyuck abriu, viu uma série de números e equações que não entendia, escritas num papel.

 

As únicas palavras que entendia eram: algoritmos, contenção de radiação, moléculas atômicas e uma lista com uma série de coisas que ele não sabia o que eram, mas eram itens.

 

— Lê isso aqui. - entregou a Jaeseok que sorriu no mesmo instante.

 

— Ele está nos dizendo como recriar a máquina pra te levar de volta, provavelmente não consegue abrir de lá pra cá pra que você volte.

 

— Então como isso caiu aqui?

 

— Literalmente caiu. Foi como surgir do nada. Um clarão e isso foi arremessado na parede, quase acertou a cabeça do professor Kim, mas não tínhamos a senha. Precisamos trazer o professor Kim de volta a saber como fazer isso aqui.

 

— Acha que pode recriar a máquina? - Jaeseok deu de ombros.

 

— Algumas coisas da sua época não existem aqui, vamos ter que adaptar, e manter contato com o Jisung. Pode dar super certo, ou super errado e você ficar preso aqui, mas você não é dessa época, então ou você causa um desastre temporal ou deixa de existir. Não sei explicar a bagunça que seria contigo fora da sua época.

 

— Que ótimo. Quanto tempo pra conseguir montar a máquina?

 

— Eu não sei, Donghyuck, vou tentar ser breve. Não se apega no Jeno, por favor, pode ser doloroso pra vocês dois.

 

— Eu sei. - o mais novo suspirou, voltando a deitar no chão e encarar o teto.

 

E Donghyuck realmente sabia, mas a companhia de Jeno era agradável demais para recusar.

Não sabia o que fazer sobre isso.

 


Notas Finais


Era pra att mais cedo, mas me distraí com deadpool

https://twitter.com/Yutaesquerdista

xoxo
*3*


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