Hermione abriu os olhos ainda sonolenta, não havia dormido quase nada na madrugada anterior quando retornou para seu quarto, após o incidente com Sirius, tal lembrança invadiu sua mente com uma velocidade brutal que a deixou levemente tonta. Ela sentiu o rosto esquentar, como conseguiria olhar para Sirius agora?
“Poderia ter sido pior, ele poderia ter me visto completamente nua em cima do Harry”, ela pensou tentando se tranquilizar, mas de nada adiantou.
Olhou em seu relógio e viu que ainda não havia passado das 6:30 da manhã, Gina Weasley ainda dormia ao seu lado. Com um pesado suspiro, ela se levantou de sua cama, tomou um banho e desceu para o primeiro andar da Mansão dos Black, onde um convidativo cheiro de café invadiu suas narinas. Presumindo que seria a senhora Weasley que estaria na cozinha, Hermione foi até lá, mas o “Bom dia” quase morreu em sua garganta quando ela se deparou com um homem jovem de cabelos negros, que tinha uma xícara de café na mão.
-Bom dia, Hermione –ele disse sorrindo meio sem graça para ela –Vai um café?
Hermione acenou com a cabeça e Sirius preparou uma xícara de café com leite sem açúcar, Sirius já sabia que ela raramente consumia açúcar, e a entregou. A morena agradeceu baixinho e pegou a xícara. Adorou o fato de estar com algum conteúdo na boca, assim ela não precisaria falar.Sirius percebendo a situação, tentou quebrar o clima tenso entre eles.
-Eu sempre acordo cedo –ele iniciou e Hermione o olhou –Gosto de ver o sol nascer, fui privado disso por 12 anos, então agora o vejo sempre que posso.
-Eu não consigo nem imaginar tudo o que você passou naquele lugar.
-Não foi fácil –ele tomou um longo gole de café –Perdi toda a infância de Harry, mas consegui acompanhar a adolescência a tempo. Fico feliz que ele esteja se tornando um bom homem.
Hermione sorriu de forma boba.
-Sim, ele está se tornando um homem incrível.
-Você está se tornando uma mulher incrível também, Hermione –disse Sirius com orgulho na voz –Na verdade, você sempre foi brilhante.
Ela riu e olhou para Sirius, com um sorriso no rosto.
-Sirius, desculpe por ontem, nós não deveríamos ter feito o que fizemos na sua casa. Foi uma falta de respeito.
-Essa casa é do Harry também –ele disse sério –E não se preocupe, vocês são jovens e estão tendo novas descobertas juntos... essas coisas acontecem.
-Ainda assim... –ela tentou insistir.
-Já disse que não tem problema! –ele disse piscando para ela.
-O que não tem problema? –perguntou uma senhora Weasley que acabara de chegar na cozinha.
O coração de Hermione pulou, mas antes que ela pudesse falar algo, Sirius interveio.
-Ela quer dar uma olhada nos livros que eu tenho, disse que ela pode pegar o livro que quiser sem problemas.
Molly pareceu convencida o suficiente e seguiu seu caminho, se servindo de uma boa xícara de café.
.
Após a primeira refeição, todos foram visitar Arthur Weasley no hospital, o homem havia tentado curar o seu ferimento usando pontos, um método trouxa relativamente doloroso. Quando Molly descobriu ela ficou enfurecida e começou a gritar com o marido. Para tentar sair da confusão, Gina, Hermione, Harry e Rony avisaram que iriam tomar uma xícara de chá, mas acabaram se perdendo e encontrando o antigo professor defesa contra artes das trevas, Gilderoy Lockhart que ainda não havia se recuperado do feitiço de memória.
No entanto, a surpresa do quarteto, foi ao encontrar Neville acompanhado da avó. Foi revelado a eles que os pais de Neville nunca mais foram os mesmos depois de terem sido torturados por Belatriz Lestrange e Bartô Crouch Junior. Desde do dia da tortura até hoje, o casal permanece no hospital. Harry já sabia de tal situação, mas não contou nem mesmo a Hermione por respeito ao amigo.
.
Quando retornaram para a casa de Sirius, o quarteto foi imediatamente para o quarto de Harry, conversaram sobre o assunto e depois Rony e Potter jogaram xadrez bruxo enquanto as meninas observavam. Só pararam quando Molly entrou no quarto anunciando que Snape queria falar com Harry. Desconfiado, o moreno foi até a cozinha onde encontrou Snape e Sirius sentados em sentidos opostos, olhando para os lados. Ao se deparar com Harry, Snape tomou a dianteira.
-Sente-se, Potter.
Harry se sentou.
-Eu deveria vê-lo sozinho, Potter , mas Balck...
-Eu sou o padrinho dele.
Snape avisou que Dumbledore ordenou que Harry estudasse oclumência e avisou que ele, Snape, seria professor de Harry.
-Espere, por que Dumbledore não pode ensinar a ele? –quis saber Sirius.
-Ele escolheu assim-disse Snape com frieza –posso lhe garantir que não pedi o cargo.
Snape se levantou e começou a andar em direção a saída.
-Espere –pediu Sirius.
-Tenho pressa Black, ao contrario de você, eu não herdei herança nenhuma e tenho que trabalhar.
-Vou direto ao ponto, se eu souber que está usando essas aulas para infernizar a vida do meu afilhado, terá de acerta as contas comigo.
Snape riu em deboche.
-Que comovente. Acredito que você já reparou que Potter é muito parecido com o pai.
-Sim –disse Sirius com muito orgulho.
-Então você sabe que ele é tão arrogante que as críticas simplesmente resvalam nele.
Sirius empurrou a cadeira com uma alta brutalidade e apontou a varinha para Snape , que há segundos antes de Sirius, já havia pegado a sua varinha.
-Ora, terá coragem? Depois de eu ter ajudado a salvar a sua cabeça? Se não fosse por mim, você seria um fugitivo! –disse Snape com a voz de ceda.
Sirius fez uma careta, Snape o havia ajudado, isso, ele nunca poderia esquecer, olhou brevemente para Harry, se podia estar ali com o afilhado e se poderia sair nas ruas sem medo de ser encontrado por um dementador, era graças a Snape e Dumbledore . Há muito contragosto Sirius Black baixou a varinha e Snape imitou o movimento. Nessa hora, Arthur invadiu a cozinha junto com outros aurores, gritando em plenos pulmões que estava curado.
.
Finalmente o dia de retornar a Hogwarts chegara, mas Harry não estava ansioso, ele se despediu de Sirius com um estranho aperto no coração. Todavia, o rapaz e os amigos seguiram seus caminhos normalmente, teriam que voltar a escola de qualquer jeito. Todavia as primeiros dias na escola foram extremamente desanimadores. Dolores, estava pior do que de costume, mas o garoto tentava ignora-la.
Os membros da A.D, questionavam frequentemente Harry sobre as aulas e o garoto sempre dizia para ficarem de olho nas moedas que Hermione havia dado.
.
Draco Malfoy estava se arrumando para mais um treino de quadribol, já eram quase 19:00 horas, já estava tudo escuro, mas havia sido o único horário que haviam conseguido. Quando ele desceu para o salão comunal da Sonserina, Pansy o chamou.
-O que foi, Pansy?
-Você tem andado estranho, Draco –ela disse e passou as mãos pelo cabelo dele –Enfim, o próximo final de semana em hogsmead, vai acontecer no dia dos namorados.
Draco fez cara de pouco caso.
-Bem, acho que deveríamos ir juntos, não é? –ela insistiu.
Draco passou as mãos em seus próprios cabelos, não queria ir com ela, queria ir com outra pessoa, uma pessoa que não saia da cabeça dele um minuto sequer.
-Desculpe, Pansy, mas já tenho compromissos para esse dia.
Então deu as costas para ela e seguiu seu caminho, pensando no treino, iria tentar focar todas as energias no treino de quadribol. Já estava começando a se animar, o time da Sonserina, já estava no campo, esperando por ele. Mas uma garota ruiva saindo do vestiário com os cabelos molhados e vestindo a camisa que ele havia lhe dado de presente chamou sua atenção.
Draco esperou até que ela saísse do campo, esperou ela se afastar o suficiente. Essa atitude dele iria atrasar o treino do time da Sonserina, mas ele não se importava.
-Weasley! –chamou.
Gina se virou para ele, havia demorado nos vestiário justamente para que ele a visse usando a camisa que havia recebido de presente. Draco a olhou de cima a baixo.
-Ficou boa em você!
-Obrigada pela camisa, deve ter custado uma fortuna –ela disse com um meio sorriso.
-Não se preocupe com isso.
Um silêncio se instaurou entre eles. Draco sentiu o coração acelerar como nunca.
-Gina, eu estava pensando, se você não gostaria de ir ao passeio de Hogsmead comigo?
As palavras saíram de sua boca sem que ao menos ele percebesse. Gina tinha o rosto impassível.
-No dia dos namorados? –ela indagou.
-É...
-Você está me chamando para um encontro?
-E se eu estiver?
Gina suspirou.
-Draco, eu agradeço, mas não se pagaria bem, você saindo com uma traidora de sangue, os seus amigos vão começar a falar, e meus irmãos, bem você sabe.
Ela ia dando as costas para ele, mas Draco a segurou pela mão.
-Espere –ele pediu –E se não for um encontro? E se for apenas, dois bons amigos se divertindo juntos?
-Ainda parece um encontro.
-Vamos lá Gina! Por favor!
Gina franziu o cenho.
-Draco Malfoy pedindo por favor –ela iniciou rindo –Uau, isso é novo.
Draco deu um sorriso a ela, um sorriso que Gina considerou o mais bonito que ela já vira na vida.
-Então? –ele perguntou.
-Certo! Apenas dois amigos se divertindo juntos!
-Apenas dois amigos se divertindo juntos! –ele confirmou.
-Agora vá, seu time esta lhe esperando.
E assim ele foi, se sentindo feliz da vida.
Enquanto isso, Harry estava iniciando a aula de oclumência, Snap já havia lhe dito do que se tratava e pediu para que o garoto ficasse com a varinha em mãos, no entanto antes que Harry pudesse pensar, o professor lhe lançara um feitiço e tudo sumiu. Agora, ele tinha apenas 7 anos, seu peito explodia de inveja ao ver Duda andar na bicicleta nova, a imagem se dissipou, agora ele tinha 9 anos e estava pendurado em uma arvore fugindo de um cachorro de tia Guida.
O cenário mudou, ele estava com o chapéu seletor na cabeça. Mudou outra vez, Hermione estava na enfermaria e estava petrificada. Agora, mais de 100 dementadores avançavam sobre ele, Hermione e Sirius. Então para o desespero de Harry, ele viu as mãos de Hermione desabotoando sua camisa social da escola, viu o rosto dela se aproximando para beija-lo, ele sabia o que viria a seguir e não poderia deixar que Snape visse de modo algum.
“Você não pode ver isso, são memórias intimas”, Harry fazia força para pensar
Ele se concentrou, usou todas as forças que tinha e quando se deu conta estava de joelhos, na sala de Snape. O homem olhava para ele de forma curiosa.
-O que você viu? –perguntou Harry ofegante.
-Apenas umas cenas. Você conseguiu me expulsar de sua cabeça quando a imagem da Granger apareceu –ele deu um riso debochado –Incrivel como até quando não está presente ela consegue ser uma irritante sabe-tudo.
Harry não respondeu, estava preocupado, ele teria que aprender a fechar a mente o mais rápido possível, teria que proteger Hermione. Se Snape ficasse mais um pouco em sua cabeça certamente veria os momentos mais íntimos que os dois tiveram e ele, Harry, não poderia permitir isso de modo algum.
-Pode ir Potter! Acho que já está bom por hoje.
Harry se levantou em silêncio e saiu da sala de Snape, precisaria contar a namorada o que havia ocorrido.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.