Point of view of Newton Bennet
Eu devo ter perdido minha sanidade. Em um instante eu estava no chão, sendo beijado por Thomas Darcy, algo que realmente foi surpreendente e gostoso e no outro, eu estava correndo com ele de mãos dadas, pois a baronesa Brenda estava nos perseguindo, e no outro, eu estava sendo jogado dentro de uma carruagem por ele, por Thomas. Eu devia estar sob o efeito do álcool, sem dúvida, mas tudo estava tão divertido, que deveria ser um sonho, não podia ser real, então, para quê me preocupar? Estava tão bom. Beijar Thomas Darcy foi a melhor coisa que já me aconteceu… Céus, o que eu estava pensando??? Isso é errado. Totalmente, absolutamente errado.
Mas eu não pensei nisso quando Thomas e eu nos trancamos naquela carruagem de luxo, bancos estofados de couro e lindas cortinas de veludo vermelho, que Thomas logo baixou assim que trancou a porta. Ele colocou o dedo indicador sobre meus lábios mais uma vez quando notou a sombra de Lady Brenda do outro lado do vidro, bufando atrás dele.
- Ela não desiste nunca? – questionei incomodado com tal ato de perseguição.
- Ela me quer, tanto quanto você, loirinho! – sussurrou ele, devorando meus olhos.
Assim que a silhueta dela evaporou, Tommy lançou meu corpo no maior dos bancos e continuou com seus beijos cálidos e seu corpo quente e cheiroso para cima de mim, eu estava tão extasiado pelo sabor de seus lábios que perdi totalmente a razão, eu só queria ser possuído por ele, deixar que ele me tocasse e aliviasse logo aquele tesão que eu estava sentindo, algo que eu jamais sentira por ninguém. Por nenhuma garota, por ninguém na vida!
Eu não podia conter os gemidos arrastados que soltava enquanto ele me tocava e me beijava, deslizando suas mãos experientes pelo meu peito, mas eu não poderia estar ali fazendo aquilo. Não, isso não é um sonho, e isso é errado, pensei.
– Tommy! Tommy! – eu tentei alertá-lo, mas ele não estava me ouvindo. – Tommy, pare, por favor. – gemi mais uma vez ao seus dedos resvalando na minha coxa.
Thomas então parou por um instante e me olhou, seus olhos âmbar me fitando, isso fez um calor infernal subir pelo meu corpo, me fazendo desejar tê-lo um pouco mais, mas aquilo não era racional, muito pelo contrário.
– O que aconteceu, Newt? – ele indagou, ofegante. Nós dois estávamos ofegantes depois de tantos beijos. – Não está gostando? – a imagem dele a centímetros de mim, inseguro e frágil era tão contraditória...
Pensei por um instante, escolhendo com cuidado as palavras para tentar explicar a ele que aquilo que estávamos fazendo era totalmente errado e não deveria se repetir mais, de forma alguma em locais públicos como aquele. Aquilo provavelmente só estava acontecendo porque tanto eu quanto o Sr. Darcy estávamos bêbados.
– Isso… isso é errado, Thomas. – eu disse confuso. – O que estamos fazendo, não deveríamos estar fazendo isso.
Eu comecei a ficar nervoso e queria sair daquela carruagem o mais rápido possível, afinal se alguém nos flagrasse, seria horrível, eu nem poderia imaginar o escândalo e o desgosto da minha família.
– Por que pensa que isso é errado? – Thomas então indagou, sussurrando sensualmente em meu ouvido. Mordi meus lábios, pois senti que meu membro latejou quando ouvi sua voz daquela forma provocativa, despertando uma eletricidade por todo o meu corpo.
– Por favor, Sr. Darcy… - arfei fundo mais uma vez, retesando todo meu corpo acuado logo abaixo do seu.
– Não me chame assim, Newt, me chame de Tommy. – ele disse. – Eu gosto quando me chama assim, é como se mil anjos estivessem na terra, clamando por mim com tamanha doçura, que sou incapaz de resistir a benção que é esse som saindo dos seus lábios apetitosos.
Maldição! Thomas Darcy sendo romântico e falando de anjos? Em que mundo estamos?
– Isso é errado, o que estamos fazendo… fornicando dessa maneira. Se alguém nos pega aqui… – eu já estava assustado o suficiente agora, e confuso. Sentimentos conflitantes colidindo na minha mente, coisas novas, sentimentos florescendo, isso parece demais para mim.
Thomas suspirou, e então entrelaçou seus dedos nos meus de forma carinhosa, sorrindo.
– Newt, eu posso ouvir o seu coração batendo acelerado daqui, e posso ver o quanto está gostando disso... – sua voz estava tão sensual, ressonando baixinho, apenas para que eu pudesse ouvir. – E eu também estou gostando. O que há de tão errado, afinal? Por favor, deixe-me... – ele então aproximou seus lábios do meu mais uma vez. – Te beijar mais uma vez.
E nos beijamos novamente, dessa vez mais lento, sorvendo cada recanto um do outro com paciência, apenas desfrutando das sensações de cada um. Minhas mãos em seu corpo, e suas mãos nos meus, sentindo o seu perfume, sua intensidade, sua respiração descompassada e seu coração igualmente disparado. Mas aquela situação era como pólvora prestes a explodir.
– Não, não, chega disso. – eu o interrompi e então me afastei o máximo que pude dele naquela carruagem, encolhendo meu corpo rapidamente no banco em frente ao seu.
Thomas soltou um suspiro alto, seguido de uma risada indecifrável. Não sei o motivo, mas eu temi aquilo. Então o moreno dono do meu corpo trêmulo fez algo repentino, me assustando ao se ajoelhar na minha frente e por sua cabeça em minhas pernas.
Sério mesmo, Tommy?
– Deixe-me provar você, Newt… – Thomas então foi subindo, ele estava se preparando para… Oh, não, tirar minhas calças?
Suas mãos habilidosas logo conseguiram soltar o botão da calça do fraque e em segundos desceu o zíper da mesma, expondo minha roupa íntima e um vislumbre do meu membro animado.
– CHEGA! Isso já é demais, Thomas. – eu o afastei de mim, tentando me recompor. – Saia daqui agora, me deixe em paz, por favor. – pedi deixando um pequeno pânico me dominar.
Mas ele não me ouviu, na verdade, eu acho que ele ouviu sim, porém ele queria mais, e confesso que, bom, quem sabe eu queria também…
Ele beijou meu pescoço e afagou meus cabelos, em seguida, selamos nossos lábios e suas mãos atrevidas começaram a percorrer o meu corpo, fazendo-me arrepiar e ficar sem ação, afinal eu nunca tinha feito nada parecido com aquilo, nem mesmo com garotas, muito menos com…
Tenho certeza que Tommy acabou percebendo que aquilo era insano demais, e simplesmente parou de me beijar. Assim, do nada. Ele afastou seu rosto do meu, tocou carinhosamente meu rosto estarrecido e retirou sua outra mão do cós da minha roupa íntima, notando que eu estava petrificado.
– Newt? – ele sussurrou a centímetros dos meus lábios. – Você está bem?
Eu estava nervoso, comecei a tremer sem parar e estava incapaz de fingir o contrário.
– Thomas, apenas me deixe sozinho por enquanto. Ok? Eu... Eu preciso de um tempo...
Thomas assentiu com a cabeça e então, depois de se recompor um pouco, ajeitar suas vestes e seu cabelo ele saiu da carruagem, visivelmente chateado. Antes de fechar a porta me encarou com suas bochechas rubras e seus olhos em fendas.
- Eu não me arrependo disso, que fique bem claro para você, loirinho. Eu te desejo como nunca desejei ninguém em minha vida. Pode parecer errado agora que está confuso, isso é nítido só de olhar para você, por isso vou te dar o tempo que precisa, mas por favor Newt, pense com carinho na gente. – disse ele, sorrindo fraquinho e finalmente me dando as costas.
Eu o vi voltando para a casa, para aproveitar o restante da festa, mas eu permaneci ali por mais algum tempo, processando tudo que aconteceu: seus toques, nossos beijos, suas doces palavras. Certamente os donos daquela carruagem não iriam precisar dela tão cedo… fiquei ali, parado, olhando para o nada e esperando que alguma resposta surgisse em minha mente, algo que explicasse porque eu e Thomas Darcy estávamos fazendo aquilo, algo tão inapropriado e indecente, mas ao mesmo tempo tão... Excitante.
Quando algumas pessoas começaram a tomar suas carruagens, achei melhor sair daquela ali, caminhando então para a estrada norte, sem me importar se estava a pé, se fazia frio ou se estava escuro. Queria apenas caminhar para qualquer lugar. Estava apavorado, imaginando que tipo de pecado eu estava cometendo e que castigo terrível o Senhor estava preparando para mim, e o que é pior, se alguém tivesse visto, aquilo teria sido a ruína de minha família. Eu não podia fazer isso com eles.
Para Thomas, tudo poderia se resolver facilmente, afinal ele é rico, mas para mim, não seria bem assim.
Com raiva, estava frustrado por ter sido tão idiota e fraco a ponto de ter se deixado seduzir por… uma ilusão? Não sei… frustrado também por não ter uma resposta sequer para o quer que seja que tenha me levado a beijar Thomas, a tocá-lo daquela maneira, a fazer tudo o que fiz… tudo isso estava sendo demais para mim, então decidi fugir. Para qualquer lugar.
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