Empurrei Emily para longe. Ela dava risadas alucinadas enquanto eu me lembrava de meus sonhos. O Anjo dos olhos brancos. Não… não podia ser verdade. Não podia estar se materializando a porra do meu sonho. Só falta esse “anjo” ser o meu…
- CONGRATULAÇÕES! Acertou, meu querido. Sou seu demônio pessoal. - Emily, ou melhor, a minha demônio pessoal, respondeu antes mesmo de eu pensar no assunto. - Pensei que demoraria mais alguns séculos pra você cair na real e blá blá blá… mas, parece que você se tocou. Ou você acha que a garotinha... Edhiti? Elisa? Esmeralda? Eva? Emanuella? Emma? - ela me encarava com uma expressão interrogativa - ...Ellen? - eu a encarava assustado. - PORRA, FRANK, ACORDA! Qual o nome dessa menina?
- Emily. - eu respondi completamente assustado. - O que você é?
- Ah! Toda vez a mesma porra de coisa. Tu não cansa, não? Eu sou seu demônio, mas é tipo, só um pseudônimo, porque na verdade eu sou um anjo caído; há alguns anos quando eu te contei isso, sua casa pegou fogo, - ela fez uma pausa, mas continuou quando viu minha cara de “que porra é essa?” - mas enfim. Você é um ser humano, ou quase um, filho da puta que precisa redescobrir a merda que foi o teu passado. E como eu estou aqui para te ajudar a salvar a tua vida, por favor, faça a merda do favor de aceitar a minha ajuda. - ela bufou após terminar o seu mini discurso.
- Eu não sou um ser humano? - eu perguntei indignado me lembrando do que ela disse alguns segundos antes.
- Faz quase duzentos anos que venho lhe dizendo isso e só agora, você percebe? - ela deu um tapa em sua testa e fez sinais de impaciência com a mão. - OH, DEUS! ACHO QUE EU PREFERIA MORRER! - ela fez essa prece e lá fora, ouviu-se um trovão. - Ok, desculpe, Senhor. Não quero morrer… Escuta, panaca. Eu sou Velle. Seu anjo protetor, anjo da guarda, demônio pessoal, como quiser. Pode até me chamar de Ray, Isabel, Rachel, Emily, Lisa, Joseph, Richard, Rudolph, Gerard… - eu a encarei espantado. O nome não me era estranho… eu conhecia de algum lugar… Era esse o nome dele! O garoto moreno que, hoje em dia, estava ruivo. Gerard. Gerard era seu nome. Eu a interrompi quando ela tinha falado uns trinta nomes.
- Gerard. - ela me encarou. - não, não você. Quem foi Gerard? - meus olhos estavam marejados.
- Oh, ele está emocionado… só o nome dele causa esse efeito em você, pequeno Iero? Oh, Deus! Que coitadinho… Gerard, ou melhor, “o garoto da sua vida”, é a sua antiga paixão, que não importa quantas vezes vocês dois morram, sempre se encontrarão. Não só você ou ele, mas todos que você conheceu no orfanato na década de 1960. Gerard, seu irmão Mikey, seu amigo Ray Toro, o qual eu também já possuí e na época era um temido assassino em série, o Reverendo, que hoje é conhecido como Monsenhor, Brian Hugh Warner; o seu psiquiatra… Falando no maldito Leto, você precisa tomar um certo cuidado com o pai dessa garota, Frank. - Emily me encarava com seus olhos brancos sem vida.
- Por que? Ele tem tentado me ajudar.
- Shannon Leto foi morto há algumas décadas atrás e, sim, ele te conhecia, se não, não estaria aqui novamente. Como você e, como todos os outros. Mas, ele tem uma “aura” maligna. Pior que a sua, se quer saber.
- Mas, Emily, ou seja lá qual for o teu nome, por que eu sou maligno?
- Oh, querido Frank. Você é uma entidade maligna sim. Você foi muito imbecil quando adolescente. Tanto é, que você sempre “renasce” com dezesseis anos. Seus parentes sempre vão ser os Iero pelo simples motivo deles se casarem entre irmãos há muito tempo atrás. Sua família era da realeza, então, para manter o “sangue puro”, casavam-se entre si. Você, não se encaixava com os padrões de sua família. Você tinha um amante. Dois, na verdade. Você era casado com a sua prima, Lucy Iero, mas não a suportava. Então, você se apaixonou pelo belo camponês de olhos marrom esverdeados e tiveram muitas e muitas noites do mais puro, verdadeiro e maravilhoso amor. Mas, como tudo que é bom sempre dura pouco, um guarda da família Iero que por um acaso estava na passando entre a casa de Gerard, descobriu o que vocês dois estavam fazendo quando perguntou à uma mulher quem estava fazendo escândalo dentro da casa. A mulher, era a ex-mulher de Gerard, Lindsey era o nome dela. Lindsey odiava você. Ela jurou vingança aos dois. Lindsey sabia que o guarda era fiel da Família Iero, pois o mesmo usava um distintivo que dizia isso - dã - “G.R.F.I”, ou seja, Guarda Real Família Iero. Gerard disse isso a você, e os dois fizeram um pacto. Você pediu para ser o “Senhor do Tempo”, mas não como Cronos ou qualquer tipo da mitologia grega ou sei lá, que seja. Você queria ocupar o lugar da Demônio Maior. A Rainha do tempo Oculto. A qual você sabia bastante na época, pois era técnico em ocultismo. Você invocou Satan e assim se fez. Você pegou o lugar dela, e ela está hoje, mais enfraquecida do que nunca. - ela terminou e logo em seguida, fez-se um silêncio desconfortável. Algo martelava em minha cabeça.
- E qual foi a troca?
- Sua alma, e de todos que ficam com você. Veja bem, na época você tinha dezesseis anos, mas era uma época totalmente diferente. É uma diferença gritante, hoje você se casa com a maldita idade que quiser, principalmente depois dos trinta. E você não pensava como alguém daquela época. Você, digamos, era um pouco avançado para o seu tempo. E isso beneficiou tudo a seu favor e desfavor. A bruxa ainda quer o lugar que você pegou dela, e não descansará até você morrer e todos que estão com você, desde aquela época, morrerem de verdade. O seu amigo, Ray, morreu, mas tem mais pessoas que estão contigo nessa que acho difícil você querer se livrar simplesmente matando.
- Não, eu nunca mataria ninguém que eu amo.
- Então, o que pretende fazer?
- Vou lutar, lógico. Ah, mas… tem mais uma coisa. Quem era meu outro amante?
- Oh, querido. Era eu. Fui banido do céu, por sua causa.
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