Por Clara
Depois que saí da casa da minha branquinha, não podia voltar de imediato para o meu lar, não no estado que me encontrava. As palavras da Marina não são saiam da minha mente, meu peito arfava, meus olhos se tornaram pequenos de tantas lágrimas que havia derramado, eu queria gritar para parar com a dor que eu estava sentido naquele momento. A chuva já havia parado, resolvi parar na praia, para ver a noite chegar e organizar meus pensamentos....
Meu “termino” com Marina foi como uma faca de dois gumes, dilacerou meu coração, por tudo que passei ,com ela durante esse tempo todo, nunca me sentir tão viva, eu sei o que tivemos não passou de palavras ditas, carícias, confidências, gentilezas- Marina sempre foi direta comigo no seu jogo de sedução; Queria eu poder me entregar a ela de corpo e alma, poder sentir sua pele na minha, o seu cheiro no meu, céus mais eu não podia, quanto mais eu penso, o desejo que nutro por ela aumenta consideravelmente, aponto de querer me jogar em seus braços sem reservas, sem o maldito peso na consciência da culpa, o medo me apavora, meu Deus o que eu faço ou melhor o que eu não faço?
Quando me dou conta as horas passaram depressa, a dura realidade estava à minha espera, me levanto pego meus sapatos, limpo minha calça jeans para sacudir a areia, cansei de pensar, o pior já havia feito, minha decisão foi dolorida, tenho que tentar me erguer a cabeça para enfrentar os dias, os anos ou até a morte sem o meu grande amor, amor esse que deixei, me neguei e tive medo de viver da forma mais plena e intensa. Quem sabe um dia a Marina me perdoe pelas falsas esperanças, omissões de beijo, covardia e pela falta de coragem de minha parte.... Volto para minha casa, quando entro me deparo com meu filho lindo e minha irmã Helena que tanto amo, na sala me esperando;
- Irmã onde você se me teu? -Já ia te ligar- Helena me indaga, ao decifrar meu semblante de melancolia.
- Desculpa, eu tive que resolver minha vida, e não está sendo fácil e você sabe o porquê!
- Sei, mas não custava ligar para avisar- E como foi lá?
- Foi péssimo, não vou trabalhar e não sei se um dia voltarei a vê-la.
Ivan entra na conversa e me pergunta:
- Mãe o que está acontecendo com a senhora?
- Não é nada, eu só não vou trabalhar mais no estúdio da Marina!
- Por que? -A Marina é tão legal, a casa dela é bem grande e tem uma piscina enorme. - O pequeno demonstra fazendo gestos com o braço.
- Realmente a casa da Mari é grande, mas sua mãe precisa tomar conta de você e do seu pai, por esse motivo deixei de trabalhar
- Mãe eu entendo, mas a senhora não vai ficar triste, não é?
-Ivan sua mãe vai ficar triste por um tempo, logo, logo passa, agora vai brincar com sua prima Luiza lá em casa, preciso conversar com sua mãe. – Helena explica ao sobrinho.
-Já sei, conversa que criança não pode ouvir, estou indo, estou indo- Beijo mãe, beijo tia.
- Beijo lindo, avisa sua avó que eu não demoro. -Beijo o meu filho antes do mesmo deixar o local.
- Aviso sim mãe!
Após Ivan sair, Helena foi fazer um chá para tomar comigo. Me pediu para tomar um banho, pois alegou que eu estava precisando. Ao sair do banho coloquei uma roupa leve, fui até a cozinha, me sentei em uma cadeira ao lado de Helena e a deixei a par de tudo o que havia acontecido no estúdio da minha fotografa.
- Irmã você teve coragem de beijar a Marina? – Helena me indaga com a feição de cética.
- irmã não conseguir vê-la chorando, em pedaços com minhas palavras duras.
- Oh minha irmã, sei o quanto você vem lutando para resistir os encantos da fotografa- mundialmente conhecida pelo trabalho que faz, também sei que Marina Meirelles é linda, jovem e que qualquer pessoa faria de tudo só para ficar com ela.
- É Leninha, então me tira dessa lista aí, ou eu sou muito burra, ou meu lado racional deu de mil a zero no meu lado emocional.
- Deixa de ser boba-você sabe muito bem que no momento vocês não podem ficar juntas, não é errado, só não é o certo por hora, entende?
- Oh se entendo, por isso terminamos antes que chegasse ao extremo, só vou ficar com uma linda lembrança dela do seu beijo doce e delicado, carregado de desejo e amor por mim, irmã eu não vou conseguir- Começo a chorar novamente.
- Precisa ser forte, se você fez certo ou errado na sua escolha só o tempo dirá, agora vamos limpa essas lágrimas temos que jantar, nossa mãe está esperando por nós.
Nós subimos para o apartamento da nossa adora mãe, Rosa estava colocando os pratos na mesa, minha mãe e Ricardo conversavam na sala, Luiza e Ivan brincavam com o meu cunhado Virgílio, saudei a minha amada família com boa noite.
- pensei que não vinham mais, Ricardo e os demais já aqui presente estamos morrendo de fome. - Minha mãe faz um pequeno drama.
- Chegamos, vamos comer. - Leninha fala ao se encaminhar até mesa
- Vamos mesmo mãe, ainda tenho que encontrar com o André. - Minha sobrinha se pronuncia.
- Já está tarde para você sair. – Meu cunhado diz ao se preocupar com ideia de Luiza sair tarde da noite.
- Pai eu só vou ao cinema com ele, volto é rapidinho, vamos jantar se não vou me atrasar mais...
- É gente vamos para a mesa que a Rosinha já chamou mais de uma vez. - Ricardo alerta.
Durante o jantar todos conversávamos com as amenidades, como foi o dia de cada um, e sempre elogiávamos a comida da Rosinha, como sempre estava de lamber os beiços.
- Vó a senhora fez bolo de chocolate? – Meu filho questiona dona Chica.
- Fiz sim, só para você!
- Eba, eba!
- Você vai comer, mais não muito viu seu Ivan. - Aviso meu filho.
- Eu sei mãe, e o papai cadê?
- No bistrô, chega mais tarde.
- Como o Cadu tá Clarinha, depois da consulta com a cardiologista? – Virgílio me indaga.
- Ih cunhado a notícia foi um baque, mais ele tá levando, ele só tem que seguir a recomendação médica e se cuidar, não fazer muitos esforços sabe.
- Entendo, o Cadu é forte, vai sair desse rapidinho.
- Rezo todos os dias para isso acontecer.
- Minha filha ele vai melhorar, é só ter fé. - Minha mãe como sempre me tranquilizando.
- Vai sim mãe, sem o apoio de vocês o Cadu não ia conseguir.
- Amor e a sua filha como está? Ela não apareceu mais. - Dona Chica indaga meu padrasto.
-A Gi ela está bem, me ligou mais cedo, só está correndo com a faculdade e o trabalho no estúdio da Marina. - Ricardo explica a minha mãe.
- Que bom, e a Marina? - Não a vejo desde a exposição do Virgílio em Goiânia. - Minha mãe tinha que tocar na minha ferida.
- Ela está bem amor, você sabe que ela trabalha muito e não tem tempo. - Meu padrasto falou, mais eu sentir que havia um resquício de mentira em sua observação.
- Só queria que sua filha e ela viessem mais vezes aqui em casa.
- Meu bem, trabalho tira muito do nosso tempo. - Ricardo percebeu que ao tocar no nome da Marina, o meu rosto ficou mais triste, cabisbaixo, então ele resolveu mudar de assunto.
- Tenho que viajar daqui a uma semana pra São Paulo amor, vou ficar lá dois dias.
- Tudo bem amor! - Minha mãe apoia o marido.
- Vô Ricardo, como é pilotar avião? – Ivan pergunta.
- Como você diz é maneiro e irado garotão.
- Quando eu crescer quero ser piloto, fotografo e jogador de futebol.
- Ivan porque tudo isso? – Minha sobrinha indaga o primo.
-Porque eu gosto! - piloto por causa do vô Ricardo, futebol porque gosto de jogar com o papai e fotografo por causa da Marina.
Estava tomando suco de laranja e acabei engasgando com a última fala do meu filho, Helena viu meu estado e me socorreu?
- Está tudo bem irmã?
- Está sim, o suco que não desceu bem.
- Eu tenho que ir, licença o André tá me esperando lá embaixo, beijos e boa noite. - Luiza nos interrompe.
- Filha toma cuidado por aí nessa cidade tão violenta. - Leninha pede.
- Não se preocupe mãe, tchau.
- Também já vou indo, vamos Ivan você tem escola amanhã. - Aviso ao me levantar da mesa.
- Mais já Clara?
- Já mãe, tenho que levar o Ivan para fazer o dever da escola e colocar ele para dormir, se não amanhã vai enrolar para acordar cedo.
- Irmã então vamos, está ficando tarde mesmo. - Ainda bem que Leninha me apoia.
Nos despedimos de minha mãe, Ricardo e Rosinha que era tratada como da família, devido o tempo que trabalhava para os Fernandes.... Ajudei Ivan na tarefa da escola, o coloquei para dormir, arrumei a casa e foi me deitar. Passada algumas horas Cadu chegou, passou no quarto do nosso filho, depositou um beijo na testa de Ivan e apagou a luz, foi para o nosso quarto, não fez muito barulho, tomou banho, trocou de roupa e se deitou ao meu lado, depositou um selinho nos meus lábios e dormiu- No outro dia pela manhã Cadu acordou na minha frente, fez café, torradas, ovo mexido e suco de laranja, foi ao quarto de Ivan o chamou até ele acordar.
- Meu filho acorda, tá na hora de levantar pra ir à escola.
- Só mais um pouco pai. - O pequeno pede manhoso.
-Não cara, você vai se atrasar.
-Cadê a mamãe?
- Ainda tá dormindo, ela deve tá cansada.
- Hum, hum.
-Não demora, toma seu banho, escova os dentes e vem tomar café.
- Tá pai, já tô indo, só não me apressa.
Quando Cadu voltou para a cozinha acabou me encontrando já me servindo de uma xicara de café:
-Bom dia, meu amo! - Ele me saúda com ao beijar minha cabeça.
- Bom dia! -Você preparou tudo isso?
-Preparei sim, você e o nosso filho merecem.
- Obrigada! - Agradeço ao beijar seus lábios- você chegou que horas ontem?
- Tarde, encontrei você e o Ivan dormindo, não quis acordá-los.
- O cansaço me derrubou e acabei dormindo.
- Imaginei, está tudo bem Clara você, parece triste?
- Não está nada bem, pedir demissão do estúdio.
- Por que você fez isso?
- Como o trabalho, acabei que me distanciei de você e do Ivan.
-Clara olha para mim e me diz que é só isso mesmo, a Marina voltou a dar em cima de você?
- Não Cadu, já falei para ela, que eu sou casada com você, temos um filho.
-Amor eu sei que a maneira que a Marina te olha é de forma diferente, ela te deseja, é um olhar de paixão, amor, não é só amizade que ela tem por você- por que se ela tiver te assediando vou denuncia-la.
- Cadu eu já sou bem grande para me defender, não deixei passar da nossa amizade, eu cansei dela dando em cima de mim, foi por isso que pedir para sair.
- Tem certeza? -Você está triste.
- Tenho sim, estou triste porque gosto de trabalhar no estúdio, nossa amizade que acabou. - Prometi a mim mesma, que não iria contar do beijo que aconteceu entre mim e a Mari.
- Tenho a impressão que você se apaixonou por ela, depois de uns dias eu venho observando você, você mudou está mais feliz, mais viva. – Cadu ainda me observava
- Que bom que percebeu, não se enganou, me apaixonei, mas essa paixão não vai fazer eu deixar você e o nosso filho para viver qualquer aventura, entendeu Cadu? – Decidi se franca, omitindo a parte do beijo.
- Bom saber a verdade, olha Clara quando você não sentir mais nada por mim, eu quero que você seja sincera comigo, sei que no momento o nosso casamento não está bem, mas eu exijo respeito.
- Digo o mesmo para você Cadu, se você se apaixonar ou deixar de me amar você me fala.
- Tudo bem! -Amor você pode trabalhar comigo no bistrô, assim você fica mais ao meu lado e fica sabendo como vai o nosso negócio.
- Até que não é uma má ideia, mais hoje eu vou ficar aqui em casa e dar uma força pra Helena lá na casa de leilão.
- Certo amor, vou ver se o Ivan já se arrumou.
Quando Cadu ia levantar, Ivan aparece e nos dar bom dia, ele senta para tomar café com nosco:
- Vocês estão bem? - Parecia que estavam brincando de novo.
- Estamos sim filhote, seu pai e eu só estávamos conversando sobre nossa família. – Tento explicar ao pequeno.
- Entendi, só não quero ver vocês brigando e nem separados.
- Brigar todo mundo de vez enquanto briga, separação é um pouco mais complicado, só acontece quando os casais não se respeitam, não tem confiança- entre mim e o seu pai ainda existe amor. Se um dia eu ele nos separarmos é porque acabou o amor, entende filho?
- É meio complicado, mais entendo, só não quero vocês brincando parece o tom e o Jerry.
O comentário do meu filho fez eu dar uma gargalhada gostasa, meu marido também começou a sorrir até chorar por conta das ideias do nosso filho.
- Vão rindo mesmo, eu não sou mais criança eu percebo tudo.
- Está bom filhão, vem eu te levo para a escola hoje, sua mãe te busca.
- Vamos, hoje tem futebol.
Cadu se levanta me beija e sussurra no meu ouvido te amo, o respondo- eu também!
- Tchau mãe, até de tarde.
Abraço Ivan e lhe deposito um beijo em sua bochecha, Ivan retribui o beijo e diz
- Te amo mamãe.
-Também meu bichinho, boa aula, tchau.
Após o café do amanhã com minha família, deixo a casa toda arrumada antes de ir para ajuda a Helena na casa de leilões, acabo divagando para a conversa que tive com meu marido minutos atrás- Penso ainda temos chance de fazer dar certo esse casamento nem que seja pelo nosso filho, Cadu e eu merecemos, mais uma chance.... Por volta das nove horas me arrumo, pego as chaves e sai rumo à casa de leilões, me certifico que tranquei a porta, enquanto estava dentro do elevador, o meu celular toca, atendo no segundo toque.
- Alô Clara?
- Alô! -O que houve Felipe? – O indago meio desconfiada.
- Ah irmã liguei para avisar que eu encontrei a nossa meia irmã.
- Caraca Felipe você ligou só para avisar que conheceu a Gi, você me assustou, pensei que, espera! - o interrompo- Você encontrou a Gi, quando?
- Ontem, aqui no hospital, parece que a prima dela passou mal, se eu não me engano é a Marina.
Fiquei em choque com a notícia- Como...Como a Marina tá aí no hospital meu Deus não pode ser.- Felipe me chama já preocupado;
- Está tudo bem com você irmã?
- A dois minutos eu achava que sim, mas o que aconteceu com a Mari?
- Eu não sei, quem tá acompanhando o caso dela é o meu colega o Dr Fernando, por que a pergunta Clara?
- A Marina é minha amiga ou ex, sei lá Felipe!
- Você parece não estar bem, aconteceu o que entre vocês?
- Irmão tô sem tempo pra conversar, tenho que ir ajudar a Helena, falamos depois ou melhor vou aí no hospital falar contigo e aproveito visito a Marina.
- Espero, se cuida, beijo irmã, te amo!
- Te amo Fe, beijos...
Ao terminar de falar com meu irmão, fiquei pensando o que podia ter acontecido com a “minha fotografa”. Não poderia acontecer, não; me desespero saiu do elevador correndo, passo pelo porteiro mais rápido que pude, corri pela pista entre os carros, correndo risco de sofrer um acidente. Ao chegar na casa de leilão adentro a passos largos procurando por Helena, grito pelo seu nome, até que Leninha aparece;
- Calma Clara eu tô aqui, porque tá assim?
Clara a..a..Ma. -Não consigo completar a frase.
Helena pega um copo com água e me oferece -toma essa água e tenta se acalmar. - Com a respiração mais calma, disparo;
- A Marina está no hospital.
- Como assim, quem te falou?
- O Felipe, ele encontrou a Gi por lá, falou que ela tá acompanhando a prima.
- Clara você precisa se acalmar, o Felipe falou alguma coisa sobre o estado de saúde dela?
- Em nenhum momento, essa é minha aflição. Pelo que eu conheço a Marina, ela não é de se alimentar direito- teve um dia que eu e as meninas brigamos com ela por causa de sua alimentação.
- Liga pra Giselle, ela pode te dar notícias sobre a Marina.
Peguei o meu celular, liguei pra Gi- umas, duas, três vezes... até cair na caixa postal:
- Irmã ela não atende, eu vou para o hospital para saber o que aconteceu com a Mari.
- Clara se fosse algo grave já sabíamos, notícias ruins se espalham rápido.
- Eu tenho que me certificar que ela está bem.
- Se você chegar assim, vão desconfiar, ficar calma primeiro?
- Só vou me acalmar quando ter a certeza que a Mari está bem.
- Presta atenção Clara! -Se a Marina passou mal depois do termino de vocês, ela deve não querer te ver entendeu? - E tem mais, a Gi não te retornou.
- Tem razão, a Gi já deve saber o que aconteceu, e está me ignorando só pode, ou deve está ocupada e não pode atender o telefone.
- Sinceramente eu entendo toda sua angustia minha irmã, porem agir sem pensar não é bom-Você me ajuda aqui com as coisas, depois almoçamos e ligamos para o Felipe para saber se ele tem notícias.
- Você está certa irmã, vamos logo com isso, ainda tenho que pegar o Ivan na escola.
Terminamos o trabalho e fomos almoçar em um restaurante ali por perto mesmo, pedimos nossas respectivas comidas ao garçom. O almoço não demorou muito, antes sairmos lembrei que tinha marcado de encontrar com Felipe no hospital, então chamei Helena e pedi;
- Pode pegar o Ivan na escola hoje, por favor, lembrei que marquei com o nosso irmão mais cedo, de ir conversar com ele. – Faço a minha melhor cara de pidona.
- Não está usando o Felipe como desculpa para ir visitar a Marina, tá?
- Claro que não Helena, eu marquei com ele só isso, o Fe só fica naquele hospital.
- Vou fingir que acredito, você deve estar pensando em uma forma de como vai falar com a Marina, acertei Clara Fernandes? – Minha irmã realmente me conhece.
- Irmã, a Gi até agora não retornou à ligação e nem a Flávia e muito menos a Vanessa me ligaram.
- Te conheço Clara, só lembra que a Marina talvez queira manter você distante, vocês terminaram a amizade. - Minha irmã e suas manias de me chamar para a realidade.
- Agora deixa eu ir, o Felipe está me esperando, tchau.
- Tchau, qualquer coisa me liga.
- Pode deixar, ligo sim irmã, beijos...
No caminho do hospital para em uma floricultura, compro um buque de rosas brancas, para selar a paz entre eu e minha branquinha, entrei no meu carro coloco as rosas sobre o banco do passageiro, ligo o som do carro para ouvir músicas enquanto dirigia até chegar no hospital- Assim que o sinal fechou, começou a tocar uma música, conheci a música de imediato“ The Night We Met” (Lord Huron)- Por mais que a música fosse cantada em inglês, naquele momento a música me traduzia, a música me fazia lembrar da minha amizade, do dia em que comecei amar Marina de outra maneira, então decidi pedir perdão a minha fotografa, assim que conseguisse falar com ela, é claro. O sinal abriu, fui ouvindo a música até chegar no estacionamento do hospital, repetindo para mim mesma, que a pediria que me esperasse. Fui até a sala do Felipe, bati duas vezes até ele permitir minha entrada.
- Por um momento pensei que não vinha mais irmã? – Meu irmão se levanta de sua cadeira para me abraçar.
Correspondo o gesto do meu irmão o abraçando. - Você sabe como sua irmã Helena é, quase ela não deixa eu vim aqui com você.
-Oh sei, com irmã mais velha não se brinca, a que devo sua ilustre visita?
- Deixa de brincadeira Felipe, eu sou sua irmã e você pouco aparece pra reuniões de família, só pensa na Sílvia e nesse hospital.
- Nesse ponto tenho que concordar- mas a senhorita só aparece aqui para me vê, quando vem acompanhar o cunhado em suas consultas com a Sílvia!
- Não dou conta nem contigo e a Helena, estão cada vez mais chatos, vivem pegando no meu pé, pelo jeito hoje é o dia, off!
- Não senhora, eu só falei a verdade, você está aqui por causa da Marina estou errado?
- Deixa de ciúmes, vou embora já que não quer minha presença.
- Ei, ei.... Pode ficar bem aí mocinha, eu sei que está acontecendo algo com você e a fotografa, venho observando você há muito tempo- olha que eu não vou muito lá na casa da mamãe ou nas reuniões de família, te conheço a suficiente irmã, pode falar sou todos ouvidos.
- Me rendo, juro que eu não queria, venho lutando contra esse sentimento aqui dentro de mim há meses, e ela vive dando em cima de sabe?
- E qual o problema irmão? - Se você estiver gostando dela!
- Sou casada, esqueceu?
- Seu casamento não te impede de viver uma nova paixão Clarinha. Você não está pensando em ficar com o Cadu por causa da doença dele ou pelo Ivan?
- Não Felipe, apesar do meu casamento desgastado, eu ainda amo o Cadu, eu tenho medo de me aventurar sabe e não dar certo lá na frente.
- Entendo Clara, não deve ser fácil para você lidar com tudo isso, a doença do Cadu, o amor da Marina por você.
- É meu irmão eu vou precisar do seu apoio, eu terminei minha amizade com ela, para mim ficar em paz eu só preciso saber como ela está?
- A Marina está bem, falei com a Sílvia, ela disse que a Marina teve febre alta, mais precisa de repouso.
- Bom saber, será que posso vê-la?
- Me acompanhe, vou leva-la até o quarto dela.
- Acho que a Mari não quer me ver!
- Só saberemos quando chegar o momento, sem neura.
Sair na companhia do meu irmão avistamos no corredor do hospital Flávia, Vanessa e Giselle conversando sobre a viagem do dia seguinte, ouvir Giselle falando para Flavinha que Marina havia pedido para Vanessa adiantar as passagens, notei que a ruiva estranhou o pedido da amiga, mais atendeu prontamente, ao ouvir acabei puxando Felipe, nos aproximamos das meninas, precisava falar com elas...
- Boa noite meninas! - Como vocês estão? – Percebi que não tinham notado a minha presença, constato com Giselle levando um susto ao ouvir minha voz...
- Oi, boa noite Clara- eu as meninas estávamos conversando sobre a exposição de São Paulo. – Flavinha como sempre amenizando.
- Hum, deixa eu apresentar esse gato aqui, é meu irmão Felipe-Felipe essas são Vanessa, Flávia, a Gi você já conhece.
- Satisfação meninas. - Felipe cumprimenta as garotas.
-A satisfação é toda nossa, Clara como você nunca me disse que tinha um irmão gato? – Flavinha pontua ao observar meu irmão dos pés à cabeça.
- Vichi Flavinha com a correria eu acabei esquecendo. - Quero saber porque a Gi não retornou as minhas ligações?
- Tu ligaste, ela não te atendeu? – Vanessa me questiona. - Ta vendo Flavinha que eu estou certa quando eu falei para você sobre essa mudança toda na viagem pra São Paulo.
- Não é nada disso Van- eu não atendi a Clara porque não tive tempo, estava falando com minha mãe. – Giselle exclama.
- Por que não me retornou depois? – Me intrometo na confusão.
- Desculpa Clara, mas minha prima me pediu para não avisar você do que tinha acontecido com ela.
- Te desculpo, como a Marina tá se sentindo agora?
- Clarinha não é nada contra você minha irmã, pois eu acho não ser uma boa ideia você encontrar com ela agora, depois de tudo que aconteceu entre vocês ontem.
Flávia, Felipe, Vanessa perguntaram em uma única vez e alto e bom som- o que aconteceu Gi?
- Meninas minha prima vai falar com vocês em São Paulo, Felipe irmão a Clara pode te falar depois.
Felipe arquear uma sobrancelha para mim e me questiona- aprontou o que Clara Fernandes? – O respondo, converso depois com você Felipe, agora a minha conversa é com a Marina com linça, estou me afastando quando sinto mãos sobre o meu braço me parando, era Vanessa falando em tom áspero;
- Nada disso Clara, você vai me ouvir agora!
- Você me solta.
- Solta ela Vanessa agora, estamos em um hospital e todos estão olhando pra cá. – Minha amiga Flavinha manda.
- Me solta Vanessa você está machucando- digo mais uma vez ao ouvir a voz do meu irmão;
- Larga minha irmã, se ela não quer falar com você e nem comigo vamos respeitar.
- Van deixa a Clara ir, quando a Mari resolver tudo, você vai ficar sabendo: Sendo que eu tenho leve impressão que você já saiba. - Gi diz ao deduzir.
- Desculpa Clara! - Não foi minha intenção me meter no assunto de vocês e te machucar porem está meio confuso.
- Ok, preciso falar com ela, em qual quarto ela está?
- No terceiro a sua esquerda!
- Obrigada! - Agradeço a Gi antes de sair.
Me dirigi até o quarto, bati na porta sem pronunciar que era eu, entrei quando a branquinha me permitiu, abrir a porta, mas preferia não ter aberto;
- Ah -é você! - Mari fala em tom irónico- O que você está fazendo aqui Clara, pode ir embora, você não se deu por vencida?
- Por que está me tratando assim Marina, com rispidez, sem educação? - Você não é assim!
- Porque eu cansei de ser trouxa, cansei de tudo que eu fiz por você, você não deu valor: Te dei o amor mais puro, te levei a lugares magníficos, te dei presentes... um mais bonito do que o outro, enquanto a trouxa aqui fantasiava uma vida com você.
- Pode ir abaixando a voz Marina, nunca chegamos ao ponto de machucar uma a outra com palavras, como pode fazer tudo errado, me jogando na cara, tudo que fez por mim eu não esperava isso de você. - Tinha que me impor.
- Cansei de ser a boa da história Clara, não aguento mais olhar para você. - Marina diz ao virar o rosto.
- Pelo jeito você é mimada, pensou que eu ia me entregar a você, pra atender seus caprichos- foi aí que você se enganou, nunca te dei esperanças Marina, nunca! – Grito de uma só vez as palavras...
- Quanta hipocrisia Clara, mais cedo foi você que me beijou, você me disse que me ama ou estava mentindo?
- Se eu te amo ou não, não interessa, quem sempre deu em cima de mim, foi você, o que está acontecendo com você Marina?
- Nem eu sei!
- Vim aqui para saber como você está, porque soube que passou mal, o que aconteceu com você?
- Eu estou cansada de esperar por você, de viver um amor platônico, vou pra São Paulo amanhã.
- Não acredito que vai viajar doente?
- Não se preocupe eu não vou morrer, conseguir convencer o Dr Fernando a me dá alta, tenho uma exposição em São Paulo. – Como ela conseguia brincar com coisa seria.
- Não vai, me perdoa Marina, espera mais um pouco.
Marina dar uma gargalhada e dispara- Você só pode tá brincando comigo, ou me acha boba demais para brincar com meus sentimentos...
- Não, vamos tentar pelo mens manter nossa amizade que é bonita, por isso trouxe essas rosas para você.
- Pode deixar em cima daquela poltrona- mas terminamos o que mesmo? -Você não tem coragem, e nunca terá de sair do seu comodismo. -As palavras da Mari cortam meu coração, mas ela continua:
- Sinto muito Clara, me perdoa pela grosseria, por ter descontado em você tudo, minutos antes, não esperava vê-la. - Minha branquinha começa a chorar.
- Digo eu te amo ao limpar sua face- ela prosseguiu com suas palavras
- Porem você já tomou sua decisão, por favor Clarinha não vamos tornar as coisas mais difíceis- Perdoo você, pode ficar em paz com sua consciência, não posso ter seu amor nesse momento, mas não vou poder ter sua amizade, vai ser cruel demais manter uma relação com você se não for da forma que eu quero.
- Jamais esperava que nossa despedida fosse assim, tão cruel, tão desleal com o que dissemos uma para outra, tantos juramentos, quantos eu te amo foram ditos por mim ou por você?
- Vários, porem o eu desisto do nosso amor somente de amigas, não existe eu e você Clara, nunca existiu, e pelo jeito nunca irá existir, tudo que houve entre nós duas não passou de amizade, vou repetir mais uma vez.... Te amo, e você sabe! - É porque eu te amo, que deixo você ir, para ser feliz...
- Vanessa realmente tem razão, você não muda, pensa somente em você, vai ser sempre egoísta, volúvel. Pensa que comprando presentes vai comprar as pessoas, não só nossa amizade foi um erro, nosso relacionamento com certeza não daria certo, pelo que vejo você não me merece - Mas já entendi, você me perdoa, porem minha presença te incomoda, estou indo Marina, não vou atrapalhar mais sua vida, como eu disse você merece ser feliz, mesmo que não seja ao meu lado, adeus. – Desabafo entre lagrimas
- Posso até ser egoísta, mas não tenho medo de pelo menos tentar, realmente nossa amizade foi um erro, não era para nem para ter acontecido, Adeus. – Mari sussurra ao começa a chorar.
Não aguentaria ficar mais nenhum segundo naquele quarto, nos ferimos de mais com as palavras proferidas, compreensão de ambas mandou lembrança para nós- Sair do quarto do hospital sem falar com ninguém, voltei para junto da minha família resolvi pelo menos tentar esquecer a Mari, meu cérebro talvez consiga esquece-la, mas meu coração com certeza nunca a esqueceria.
(Lana Del Rey )
( Born To Die : Nascido para morrer)
Feet don't fail me now
(Pés, não me falhem agora)
Take me to the finish line
(Leve-me até a linha de chegada)
Oh my heart it breaks every step that I take
(Todo o meu coração se rompe a cada passo que dou)
But I'm hoping at the gates
(Mas eu estou esperando que os portões)
They'll tell me that you're mine
(Digam-me que você é meu)
Walking through the city streets
(Andando pelas ruas da cidade)
Is it by mistake or desire?
(É por engano ou desejo?)
I feel so alone on a Friday night
(Sinto-me tão sozinha numa noite de sexta-feira)
Can you make it feel like home
(Você pode chegar e se sentir em casa)
If I tell you, you're mine
(Se eu te disser que você é meu)
It's like I told you honey
(É como eu te disse querido)
Don't make me sad, don't make me cry
(Não me deixe triste, não me faça chorar)
Sometimes love is not enough
(Às vezes o amor não é suficiente)
And the road gets tough
(Quando o caminho se torna dificil)
I don't know why
(Eu não sei por quê)
Keep making me laugh,
(Continue me fazendo rir)
Let's go get high
(Vamos ficar loucos)
The road is long, we carry on
(O caminho é longo e nós continuaremos)
Try to have fun in the meantime
(Tente se divertir nesse meio tempo)
Come and take a walk on the wild side
(Venha e dê um passeio pelo lado selvagem)
Let me kiss you hard in the pouring rain
(Deixe-me te beijar na chuva)
You like your girls insane
(Você gosta de garotas insanas
Choose your last words
(Escolha suas últimas palavras)
This is the last time
(Esta é a última vez)
Cause you and I
(Porque você e eu)
We were born to die
(Nós nascemos para morrer)
Lost but now I am found
(Estava perdida, mas agora eu me encontrei)
I can see but once I was blind
(Eu posso ver, mas já fui cega)
I was so confused as a little child
(Eu era tão confusa quando criança)
Tried to take what I could get
(Tentava levar o que eu conseguia)
Scared that I couldn't find
(Com medo de que eu não conseguiria encontrar)
All the answers honey
(Todas as respostas, querido)
Don't make me sad, don't make me cry
(Não me deixe triste, não me faça chorar)
Sometimes love is not enough
(Às vezes o amor não é suficiente)
And the road gets tough
(Quando o caminho se torna dificil)
I don't know why
(Eu não sei por quê)
Keep making me laugh
(Continue me fazendo rir)
Let's go get high
(Vamos ficar loucos)
The road's long, we carry on
(O caminho é longo e nós continuaremos)
Try to have fun in the meantime
(Tente se divertir nesse meio tempo)
Come and take a walk on the wild side
(Venha e dê um passeio pelo lado selvagem)
Let me kiss you hard in the pouring rain
(Deixe-me te beijar na chuva)
You like your girls insane
(Você gosta de garotas insanas)
Choose your last words,
(Escolha suas últimas palavras)
This is the last time
(Esta é a última vez)
Cause you and I
(Porque você e eu)
We were born to die
(Nós nascemos para morrer)
We were born to die
(Nós nascemos para morrer)
We were born to die
((Nós nascemos para morrer)
Come and take a walk on the wild side
(Venha e dê um passeio pelo lado selvagem)
Let me kiss you hard in the pouring rain
(Deixe-me te beijar na chuva)
You like your girls insane
(Você gosta de garotas insanas)
Don't make me sad, don't make me cry
(Não me deixe triste, não me faça chorar)
Sometimes love is not enough
(Às vezes o amor não é suficiente)
And the road gets tough
(Quando o caminho se torna dificil)
I don't know why
(Eu não sei por quê)
Keep making me laugh,
(Continue me fazendo rir)
Let's go get high
(Vamos ficar loucos)
The road is long, we carry on
(O caminho é longo e nós continuaremos)
Try to have fun in the meantime
(Tente se divertir nesse meio tempo)
Come and take a walk on the wild side
(Venha e dê um passeio pelo lado selvagem)
Let me kiss you hard in the pouring rain
(Deixe-me te beijar na chuva)
You like your girls insane
(Você gosta de garotas insanas)
Choose your last words
(Escolha suas últimas palavras)
This is the last time
(Esta é a última vez)
Cause You and I
(Porque você e eu)
We were born to die
((Nós nascemos para morrer)
We were born to die
(Nós nascemos para morrer)
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