Fez um coque bem preso no cabelo, tudo para esconder a coisa horrorosa que tinha ficado por conta da cola. Sakura não tinha como saber qual dos dois pestinhas tinha colocado aquilo no seu reparador de pontas, então, caso não descobrisse, os dois pagariam.
Não tocou no assunto durante o café da manhã, deixou as crianças na escola e foi direto para o salão, onde cortou os cabelos na altura do ombro. Sasuke teria um troço quando visse, pois gostava da esposa com os cabelos longos.
Mas Sakura tirou a prova dos nove assim que foi buscar as crianças na escola, quando os três entraram no carro ela percebeu que a reação de Saya a incriminava, pois ela se mostrou tão indiferente quanto na vez em que sua madrasta apareceu com os cabelos rosados. Por sua vez, Saito e Sarada se mostraram surpresos e o garoto olhou para a irmã mais velha com indignação, sinal claro de que Saya foi a culpada por ter colocado cola no reparador de pontas.
"Ela não perde por esperar..." - Pensou a rosada.
- Mamãe, seu cabelo era tão lindo, por que cortou ? - Sarada perguntou quase com lágrimas nos olhos.
- Ah, eu quis mudar o visual - Sakura deu de ombros, como se realmente tivesse cortado o cabelo por vontade própria e não por ter se sentido obrigada a fazer isso.
- Combinou com você, mas eu gostava mais dele grande - Disse Saito.
Saya permaneceu calada, pois Sakura, assim como no dia da tinta rosa, parecia estar feliz com a mudança, sendo que a intenção era de que ela ficasse louca.
[...]
- O que você fez ? - Saito praticamente acusou sua irmã mais velha quando Sakura foi se arrumar para voltar ao trabalho.
- Está falando de que ? - A ruiva retrucou indiferente, sem sequer desviar os olhos da televisão.
- Tenho certeza de que você aprontou de novo contra o cabelo da Sakura - O moreno se sentou no sofá da sala, ao lado de Saya - De manhã ela estava com um coque bem preso e agora aparece de cabelo curto... Tem dedo seu nessa história.
- Quer dizer que a culpa é minha se ela decidiu mudar o corte de cabelo ? - Bufou - Vai pentear macaco, Saito !
- O pior é que ela pode achar que eu também tive participação nisso e quando o papai chegar vai ser um sermão daqueles !
- Deixa de ser fresco, Saito, eu tenho certeza de que ela não vai falar nada pro papai.
- Assim espero.
Saito sabia que seria difícil acreditarem que ele não teve nada a ver com a história após o episódio das baratas, mas Sakura, conhecendo os enteados, sabia que o garoto não tinha feito nada dessa vez.
[...]
- Irmãozão... - Sarada falou com a voz manhosa após entrar no quarto de Saito - Brinca comigo ?
- Sarada - O moreno, que estava estudando, virou-se para a sua irmãzinha e sentiu até pena da carinha de cachorrinho abandonado que ela fazia - Eu tô estudando.
- Você usa óculos ? - A pequenina questionou curiosa, afinal, nunca tinha visto seu irmão usando óculos.
- Só pra ler.
- Você fica muito fofinho de óculos, sabia ? - Saito riu do comentário da irmã e sorriu abertamente para ela - Não dá pra estudar mais tarde ? Eu queria tanto brincar com você...
Ele se lembrou das palavras de Sakura, dizendo que não queria os enteados perto de Sarada. Saito gosta muito de Sarada, era difícil ficar longe da pequenina.
Bem, Sakura não estava em casa mesmo...
- Tá bom, você venceu - Saito tirou o óculos e guardou na caixinha antes de se levantar da cadeira e pegar a irmãzinha no colo - Vamos brincar, baixinha !
A pequena Uchiha esboçou um largo sorriso por Saito ter aceitado brincar com ela. O rapazinho apenas avisou para Guren que estava descendo e foi junto com Sarada para o parquinho do prédio, onde os dois brincaram juntos até não aguentarem mais.
Quando os dois voltaram para a cobertura, Saya estava sentada no chão da sala enquanto mexia no notebook que estava sobre a mesinha de centro.
- Ai credo, vocês dois estão fedendo ! - Saya reclamou quando os dois passaram juntos pela sala. Saito e Sarada estavam bastante suados.
- A gente estava brincando - Sarada explicou.
- Sarada, não chegue perto da minha cama antes de tomar um belo de um banho - Saya falou enquanto ainda digitava algum trabalho da escola.
- Vamos deitar na sua cama e fazer cabaninha com a sua coberta - Saito provocou.
- Eu arranco isso que você chama de pênis antes mesmo de você usá-lo, Saito - A ruiva vociferou entre dentes e o moreno engoliu em seco.
- O que é pênis ? E por que você não usou, Saito ? - Sarada perguntou na maior inocência do mundo, fazendo com que Saito ficasse roxo como uma beringela enquanto que Saya chorava de rir.
- É tão bonitinho ver uma criancinha inocente - Saya soluçava de tanto rir, pois jamais imaginou que Sarada fosse fazer tal pergunta, sem falar que a cara do Saito era o melhor de tudo.
- A Saya só fala besteira, não liga pra ela, Sarada - O Uchiha falou enquanto tentava voltar para a sua cor natural - Vamos lá falar com a Guren e pedir pra ela te dar um banho, porque você está bem sujinha - Virou-se para a irmã mais velha e lançou um olhar mortal para ela - Você precisa ter mais cuidado com o que fala perto de crianças, sua doida !
Saito conseguiu contornar o assunto, mas rezava para que Sarada não fosse fazer a bendita pergunta para Sakura.
[...]
Sakura chegou mais cedo do trabalho naquele dia, então resolveu fazer um jantar bem gostoso.
Estava concentrada enquanto cortava batatas para fritar quando Saito apareceu na cozinha para beber um pouco de água, então ela resolveu tentar conversar com o garoto.
- Saito, quer vir me ajudar ? - Indagou sorridente quando o garoto já estava colocando o copo na pia.
Saito ainda estava magoado com a madrasta, mas o melhor a fazer, pelo menos enquanto Sasuke estivesse fora de casa, seria tentar manter a paz e não implicar ou aprontar de jeito nenhum.
- Tudo bem, precisa de ajuda em que ?
- Pode terminar de cortar as batatas pra mim ?
- Claro que posso - E então Saito passou a cortar as batatas enquanto Sakura foi fazer o arroz - Vai fazer batata frita ? - Ele questionou visivelmente interessado nas batatas.
- Vou sim, você gosta ?
- Quem não gosta ?
- É verdade - Falou risonha após colocar o alho amassado na panela de inox - Acho que batata frita é como lasanha e pizza, todo mundo gosta.
- Pra uma médica, você até que come bastante besteira, heim...
- Ah, de vez em quando não faz mal. O problema é comer todo dia, aí sim faz mal.
Da cozinha, Sakura e Saito puderam ouvir o barulho da televisão da sala. Saya já não estava mais lá, então Sarada resolveu assistir Frozen pela milionésima vez.
- Ela não enjoa desse filme ? - O garoto perguntou.
- Não - A rosada suspirou pesadamente - Mas é apenas fase, logo passa. Eu espero...
- A Saya também era assim, mas com o filme da Cinderela. Eu não aguentava mais ouvir aquela musiquinha da fada madrinha.
- Imagino - Sakura caiu na gargalhada - E você, nunca teve nenhum filme favorito ?
- Tive, eu gostava de assistir O rei leão, mas eu era todo besta e deixava a Saya mandar em mim - Explicou - Daí só assistia quando ela não estava assistindo. Mas, se eu estivesse assistindo e ela quisesse ver algum filme, simplesmente mudava sem nem pedir.
- Poxa vida, e você não fazia nada ?
- Não, ela era maior do que eu. Nossa, aquilo me dava mais raiva do que quando ela pegava os meus bonecos pra serem príncipes das bonecas dela.
- Eu fazia isso com um primo meu - Ela contou com um sorriso nostálgico - Ele ficava com raiva quando ia na minha casa e eu pegava os bonecos dele para serem príncipes.
- Pois é, a Saya fazia isso e ainda ficava com raiva quando eu enterrava alguma boneca dela.
- Você enterrava as bonecas dela ? - Sakura perguntou surpresa e com vontade de rir. Saito, por mais que tenha sido uma criança bem calma, ainda assim era um garoto.
- Ora, os meus bonecos tinham que matar alguém - O moreno não segurou o riso - Se eles podiam ser príncipes das bonecas da Saya, então elas também podiam ser vítimas dos meus bonecos. Temos que ser justos.
- Não quero nem imaginar as confusões - Após colocar o óleo pra esquentar, Sakura pegou as batatas já cortadas e colocou na panela - Eu me lembro de que a Saya era bastante geniosa e você era mais tranquilo.
-Ah, mas a gente já aprontou bastante... Lembro que, quando a gente brigava, a mamãe dizia que ia nos amarrar abraçados um no outro até pararmos de brigar e fazermos as pazes. Teve uma vez que ela realmente nos fez ficar abraçados por quase meia hora, tudo isso porque a gente estava brigando - Saito riu com a lembrança, mas logo a expressão no seu rosto ficou triste - Ou então, quando ela via que estávamos muito quietos, sempre dizia "Eu sei que estão aprontando, é melhor nem começar, ou então vou trancar cada um num quarto.", lembro também de quando a Saya e eu estávamos fazendo alguma coisa que era óbvio que não daria certo, daí a mamãe falava "Se machucar vão apanhar os dois, porque eu tô falando pra não fazer"... - Ele sorriu sem humor, sentiu um nó na garganta e logo algumas lágrimas começaram a cair - Daí nós sempre acabávamos machucados e íamos chorar escondidos, com medo da mamãe ver e falar "Eu avisei"... E era sempre a mesma coisa, nós não aprendíamos e acho que o papai e a mamãe quase ficaram loucos - Percebendo que estava chorando com a lembrança da mãe, Saito enxugou as lágrimas - Desculpa...
- Tudo bem, você não precisa se desculpar - Comovida, a rosada se aproximou do garoto e se abaixou na altura dele - Entendo que você sente falta da sua mãe. É normal chorar quando a saudade aperta.
- O pior de tudo é conviver com o fato de que ela não volta mais.
- Eu sei que é difícil, acredite, eu sei - Sakura puxou o garoto para um abraço - Você vai superar, a dor vai sarar e só restarão lembranças boas.
Saito não conseguia compreender como Sakura podia ser tão boazinha, visto que tinha dito para Sasuke mandá-lo junto com Saya para um colégio interno.
Talvez Saya estivesse certa, talvez Saito fosse ingênuo demais e confiasse muito rápido nas pessoas, por esse motivo sempre acabaria se decepcionando.
- Eu vou pro meu quarto - Saito falou assim que Sakura separou o abraço.
A rosada ficou confusa, pois Saito às vezes parecia estar de bem com ela e às vezes parecia estar com raiva. Enfim, talvez fosse só a "aborrecência" se aproximando, sem falar que ele ficou abalado com as lembranças de Karin.
[...]
Após o jantar, Saya tomou seu banho e foi se preparar para dormir. Após vestir seu pijama e passar hidratante no corpo, pegou o de rosto para passar também. Enquanto passava o hidratante na face, a Uchiha notou algo diferente no cheiro do hidratante, sem falar que ele estava grudento...
- Isso é cola ? - Ela arregalou os olhos negros ao ver, diante do espelho, que o hidratante estava colando em seu rosto - Que diabos é isso ? Saito, você me paga ! - Sussurrou raivosa, se segurando para não gritar e acordar a garotinha que já dormia no quarto.
A ruiva foi correndo até a sala, onde Saito assistia Os vingadores, para poder tirar satisfação. Ela estava certa de que seu irmão era o culpado.
- Que susto ! - Saito levou a mão até o peito quando viu a sua irmã na sala, olhando furiosa para ele e com o rosto cheio de cola - Que meleca é essa na sua cara ? Só aquele troço verde não basta não ?
- Sonso ! - Bufou - Você colocou cola no meu hidratante, pensa que eu não sei ?
- Pra que diabos eu iria perder o meu tempo fazendo isso ? - Retrucou e voltou a olhar para a televisão, ignorando sua irmã - Agora fica quieta, o Thor e o Homem de ferro vão brigar e eu gosto dessa parte.
- Não mente pra mim ! - A ruiva desligou a televisão, fazendo Saito ficar possesso de raiva - Tenho certeza de que a Sarada não foi, então só pode ter sido você !
- Está enganada, Saya - Sakura surgiu na sala, atraindo a atenção dos dois Uchiha para si. Ela estava séria, com os braços cruzados em frente ao corpo e olhava para os dois como se quisesse repreendê-los - Não foi o Saito quem colocou cola no seu hidratante, fui eu.
- Por que você fez isso ? - Saya estava boquiaberta, realmente não acreditava que sua madrasta fosse ter uma atitude tão infantil.
- Ora, eu também quero saber o motivo da tinta rosa no meu creme, do talco no meu secador, da pimenta na minha pasta de dente e da cola no meu reparador de pontas - Virou-se para Saito - Ah, claro, e das baratas na minha cama.
- Desculpa... - Saito respondeu cabisbaixo e Saya sentiu seu sangue ferver ao ver o irmão abaixar a cabeça para Sakura.
- Quais são as provas que você tem ? - Saya questionou.
- Garota, eu não nasci ontem - Respondeu - Não sei se vocês têm alguma coisa contra mim ou não, mas agora, o melhor a fazer é esquecer nossas diferenças, pois estamos todos morando juntos - Sakura falou num tom severo e as crianças apenas escutaram de boca fechada - Pode ter sido uma atitude infantil como as atitudes que vocês tomaram, mas eu só quero mostrar que, se vocês sabem brincar, eu também sei, então é melhor finalizar o jogo por aqui !
- Só estava esperando o papai se ausentar pra colocar as asinhas de fora, né, Sakura ?! - Saya balançou a cabeça em sinal negativo enquanto encarava a madrasta com os olhos semicerrados. Estava realmente indignada.
- Está errada, Saya - A rosada respondeu, ainda mantendo o tom de voz mais sério - Se o Sasuke ainda não deu uma bela surra em vocês dois foi porque eu não deixei, foi porque eu defendi vocês ! Agora, se essa palhaçada continuar, eu vou dar apoio para ele castigá-los. Vamos começar do zero agora e fingir que nada aconteceu e vamos tentar nos dar bem, ok ? - Os dois assentiram - Ótimo. Então nada de gracinhas, ou eu não vou mais intervir quando o Sasuke quiser castigá-los.
- Tudo bem, Sakura - Disse Saito - Não acho que você esteja errada.
- Tudo bem então... - Saya se deu por vencida - Vamos dar uma trégua e tentar viver em paz.
Sério mesmo que Saya aceitou tudo numa boa, mesmo após ter passado cola no rosto ? Talvez um milagre estivesse acontecendo, mas, ainda assim, tanto Sakura quanto Saito pensaram que era melhor ficar de olho nela.
Mesmo lembrando do que ouviu, Saito não queria confusão. Tentaria viver em paz com sua madrasta, até porque, se ele começasse a aprontar com ela, aí sim Sasuke teria motivos para mandá-lo para um colégio interno. Então era melhor não dar motivos.
- Ótimo - Sakura sorriu - Agora vão dormir, amanhã tem aula.
- Ah, mas eu tava assistindo Os vingadores... - Reclamou o garoto.
- Saito, já tá tarde - Respondeu a rosada - Amanhã você vai ficar com sono na aula. Esse filme passa sempre, você pode ver outro dia ou pode gravar pra ver depois, mas agora é hora de dormir.
- Tá bom... - Ele murmurou e foi para o quarto mesmo estando sem sono. Saya também foi dormir assim que Sakura mandou.
[...]
- Você fez o que ? - Ino quase berrou, esquecendo-se por um instante que estava num hospital, quando Sakura lhe contou o que aprontou com a entrada - Sakura, não sei se foi a idéia mais brilhante ou mais idiota que uma pessoa já teve.
- Foi infantil, eu sei... - A rosada soltou um longo suspiro. Ela e a amiga caminhavam juntas até os consultórios - Mas, acho que se eu apenas falasse com eles, provavelmente não daria jeito. Eu acabei devolvendo quase que na mesma moeda quando vi que tinha cola no vidro do meu reparador de pontas.
- Amiga, seu cabelo ficou belíssimo desse jeito, mas ainda assim eu teria dado uns tapas nesse projeto de cascavel - As amigas entraram juntas no elevador. Sakura revirou os olhos e não conteve a risada diante do comentário da loira.
- Ino, você acha que tudo se resolve com violência.
- Nem tudo, mas dá uma surra neles com galho de goiabeira pra ver se não resolve a tua situação.
- Não quero ser presa - Sakura retrucou enquanto as duas saíam do elevador para irem até seus respectivos consultórios localizados no segundo andar do hospital.
- Eles é que tem que ser presos - Disse Ino - Passa no Pet Shop e compra coleira e focinheira.
- Ino, eles não são animais - A rosada caiu na gargalhada. Ino realmente é uma sem noção - Coitado do Inojin.
- Ah, mas eu tenho moral com o meu filho. Eu mando e ele obedece e é assim que tem que ser. Não sei por que diabos hoje em dia os filhos mandam nos pais ! Mas lá em casa é diferente, o Inojin dança conforme a minha música !
- Ah, mas com um filho que é seu é uma coisa, com filhos dos outros é algo completamente diferente. A Sarada me respeita e me obedece, mas o Saito e a Saya não são meus filhos.
- Amiga... - A Yamanaka suspirou pesadamente, escorando-se na porta do seu consultório - Quantas vezes eu preciso te dizer que os diabinhos não têm mais mãe ? Eles são filhos do seu marido, moram no apartamento de vocês, então você pode sim dar uma bronca neles de vez em quando.
- Conversei com os dois ontem, pois eu já estava de saco cheio dessas criancices. Sei que tive uma atitude infantil, mas também quis mostrar que se eles quiserem brincar, estou disposta a entrar na brincadeira, mas eu só entro pra ganhar ! - Ino arregalou os olhos, surpresa diante da atitude da amiga que sempre foi a paciência em forma de gente. Também pudera, é pediatra - Eles aceitaram colocar nossas diferenças de e lado e viver em paz. A Saya propôs uma trégua e o Saito me deu razão, acho que vamos começar a viver melhor juntos.
- Amiga, isso é ótimo, mas fica alerta - Ino abriu a porta do seu consultório, mas ainda disse umas palavras para a amiga antes de entrar - Não confia neles, Sakura. Abre o olho.
É claro que Sakura sabia que não devia confiar totalmente nos dois, mas agora que eles concordaram em deixar as diferenças de lado, ela tentaria se aproximar e ir ganhando a confiança de ambos aos poucos.
[...]
- Você viu como foi só o papai sair que ela já quis mandar em nós ? - Saya conversava com Saito sobre o acontecimento da noite anterior durante o intervalo das aulas - Tá vendo como ela já está deixando a máscara cair ?
- Não tiro a razão dela - Saito comentou enquanto devorava um pacote de batatas fritas - A Sakura já devia estar de saco cheio, por isso explodiu daquela forma.
- Nossa, como meu irmãozinho é bonzinho - A ruiva fez uma cara de nojo - Ela só queria uma oportunidade. Aquela naja deve estar pensando que vai assumir o papel da nossa mãe.
- Assumir o papel de mãe é uma coisa, querer tomar o lugar da mãe é outra coisa completamente diferente - Explicou - Por exemplo, ela é casada com o nosso pai e estamos morando todos juntos agora, então pode ser que ela assuma o papel de mãe, mas nunca vai tomar o lugar da nossa mãe. Entendeu ?
- Claro, entendi que você só quer um motivo pra começar a chamar a Sakura de mamãe.
- Não dá pra conversar com você - Bufou - E eu pensei que você tivesse proposto uma trégua.
- Parar de aprontar com ela é uma coisa, gostar dela é outra ! - Fez uma cara de brava quando tentou roubar uma batata frita do irmão e percebeu que ele tinha acabado de comer a última - Enfim, e eu também vou precisar de um favor dela, então não podemos estar de mal uma com a outra.
- Favor ? - O moreno arqueou a sobrancelha.
- Vai ter uma festa no sábado, na casa de um rapaz do terceiro ano e ele me convidou - A ruiva falou toda empolgada.
- Você é uma anta ! - Saito embolou o pacote vazio de batatas, mirou no cesto de lixo, jogou e acertou em cheio - Eu sou demais, não preciso nem levantar pra jogar alguma coisa no lixeiro.
- Quanta maturidade - Ironizou - Enfim, o fato é que eu quero muito ir nessa festa e preciso que alguém me leve. Tirei a sorte grande de o papai estar viajando no dia, então vai estar de boa pra Sakura me levar.
- Saya, nessas festas têm bebida, às vezes rola até droga e sempre acaba com um monte de gente transando.
- Quem vê assim até pensa que você anda em festa !
- Não precisa ir pra saber, sua desmiolada ! E quem te garante que a Sakura vai concordar ?
- Primeiro, ela quer nos conquistar - Saya foi enumerando nos dedos - Segundo, o papai não tá em casa. Terceiro, eu posso omitir algumas coisinhas sobre a festa. Quarto, eu te enforco se você fizer a cabeça dela pra não me deixar ir.
- Você faz o que você quiser - Deu de ombros - Mas é feio você usar a Sakura pra conseguir o que quer, vê se não vai aprontar de novo depois dessa festa.
- Saito, meu ingênuo irmãozinho, eu vou ser uma mocinha comportada a partir de agora - Ela fez uma voz infantil e sorriu docemente - Vou esperar um deslize dela pra provar quem é a vilã da história, vou apenas dar corda pra Sakura se enforcar.
- Eu só espero que você não acabe se enforcando.
- Pode deixar, eu sei o que tô fazendo.
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