Teddy esfregava as suas mãos com força. A sensação não passava e a sua agonia somente aumentava. Seu coração batia rápido com era o enorme peso que estaca contra o seu peito, o sufocando. Ao fechar os olhos, ele via o corpo de Severus Snape se apagando, morrendo aos poucos engasgado pelo próprio sangue. Conseguia visualizar perfeitamente o corpo de Doholov caindo sob os degraus de mármore. Assistia lentamente a cabeça de Greyback sair do próprio corpo e seus joelhos caírem sobre o chão do grande salão. Respirar se tornava cada vez mais difícil. Se lembrava dos gritos de Aurora e Hermione na Mansão Malfoy...Ele não aguentava mais.
-Teddy, querido, os convidados já estão chegando. Está pronto? -Ouviu a sua mãe bater na porta.
-Já...Já estou indo. -Disse com a voz falha. Olhou novamente para as suas mãos, as vendo sem a gosma rubra as cobrindo. O sangue havia desaparecido como se nunca tivesse estado lá. Em vez disso, suas mãos pareciam estar ásperas e cortadas de tanto ele esfregá-las. Ele engoliu seco. Precisava falar com os outros...Eles...Eles entenderiam, certo?
Olhou para o seu reflexo e fez a sua metamorfose mudar o seu rosto. Suas olheiras desapareceram e a magreza doentia fugira de seu rosto. Ele abriu um grande sorriso. Era o aniversário de sua irmãzinha, ele não podia se permitir estragar aquele dia...Talvez nenhum mais. A guerra havia acabado, ele melhoraria em algum momento.
Não é?
Abriu a porta do banheiro e pegou um casaco quadriculado na cama, pondo por cima de sua camiseta preta. Olhando mais uma vez pro espelho, fez seus cabelos saírem daquele tom acinzentando e triste, se tornando azul com as raízes esverdeadas. E saiu de seu quarto, descendo para a sala.
-Ei Colorido. -Jorge bagunçou seus cabelos assim que ele chegou.
-Ei Jred, Forge. Como está indo a loja? - Teddy perguntou na hora, não deixando que eles perguntassem sobre ele.
-Muito bem. Estamos produzindo cada vez mais e vendendo muito...Produzimos mais doces relacionados à guerra do que gostaríamos, mas ficamos felizes em ajudar. -Fred tirou do bolso de sua calça, verde, um pacote de doces. Havia o desenho dos gêmeos se abraçando.
-Que fofo. -Teddy pegou e analisou. -Dean que desenhou?
-Ele mesmo, o contratamos para ser o nosso designer. -Disse Jorge.
-Legal. E para que serve? -Perguntou Teddy curioso.
-É para afastar pesadelos traumáticos. Tem a mesma fórmula que a poção sem sonhos, mas ela não faz o indivíduo dormir imediatamente e permite que ele ainda possa sonhar.Consultamos a Madame Pomfrey e o Professor Slughorn, ambos aprovaram e disse que não tem efeitos negativos. -Jorge disse animado.
-Eu acho que devemos vender com restrições de qualquer forma, corremos o risco dos consumidores ficarem dependentes. -Disse Fred. Jorge revirou os olhos, como se não concordasse.
-Eu tenho uma ideia. -Os gêmeos se viraram para ele. -Por que eu não sirvo como cobaia, garotos? -Perguntou Teddy.
-Você está tendo problemas com pesadelos ou efeitos traumáticos? -Jorge pareceu ficar preocupado.
-Não! Claro que não, só alguns pesadelos bobos. Mas poderíamos testar se causa dependência. O que acham? -Teddy sorri.
Os gêmeos se entreolharam.-Vocês já me usaram antes. E acabaram de dizer que Pomfrey aprovou o doce, não é como se eu fosse adoecer por causa dele.
-Eu acho que você está certo...-Jorge disse inseguro. -Nós já testamos tecnicamente.
-Não por um longo período de tempo.-Fred completou.
-É a chance. -Teddy cruzou os braços.
-Precisamos pensar, Cores. -Fred disse e a lareira explodiu, saindo dela Hermione, com os cabelos presos em um coque bagunçado. -Nos falamos depois...-E o ruivo foi até ela, a beijando.
Teddy e Jorge riram ao vê-la tão feliz só pela presença de Mione. Os dois se afastaram um pouco do casal, dando a eles espaço.
-Vamos comprar as nossas próprias casas separadas esse ano. -Informou Jorge sorrindo tranquilo.
-Isso parece bom, mas, você sente jogado para o lado de alguma forma? -Perguntou Teddy pegando um copo de firewhisky que estava na mesa de centro em uma bandeja de metal.
-Nan, eu e Angelina estamos bem também. Acho que é a hora de vivermos as nossas próprias vidas. Somos gêmeos, mas não clones. Ainda vamos nos ver todo mágico dia na loja. -Jorge deu de ombros. -Estou feliz com isso. -Ele riu.- E ele ansioso. Toda hora pensa em contar para Hermione para que ela possa o ajudar com a compra e decoração. Tenho a sensação que logo ela se mudará para lá.
-Já viram algumas? -Perguntou Teddy.
-Algumas, mas...Acho que vou construir algo perto da Toca. Sabe? Para não deixar a mamãe sozinha. Ron provavelmente vai se mudar para a Mansão Parkinson quando noivar e Gina deve comprar uma casa para viver com a Luna assim que conseguir renda para isso. Fred concorda comigo, mas estamos com dificuldade para comprar um terreno perto o suficiente e sem gnomos. -Disse Jorge. Teddy ri.
-A Toca sempre foi infestada deles. -Teddy disse e Jorge sorriu triste.
-Papai era muito mole com eles...Os achava engraçados. -Jorge suspirou e Teddy colocou uma mão no ombro dele. -Está tudo bem...Tem dias e dias, sabe? Eu fico esperando receber uma visita dele nas quartas-feiras. É o nosso dia mais fraco e normalmente usávamos para almoçar com ele. Tomávamos um café e...Conversamos sobre a vida, ouvíamos os casos dele do trabalho e como a mamãe estava.
Teddy não havia estado lá quando Arthur morrera...Era uma das muitas mortes que o quinteto se culpava. O "e se" sempre corria por suas mentes. Cruel, era a palavra certa. Como que um homem tão bom como Arthur Weasley poderia morrer? O homem de cabelos ralos, alaranjados e sorriso tranquilo. Eram tantas coisas que o faziam lembrar dele. Sendo uma torradeira trouxa ou mesmo as escadas rolantes daquele lugar que Harry havia os levada, o tal de cinema.
Cruel. A sua garganta secou e ele sentiu vontade de chorar, mas aguentou. Não hoje.
-Jorge. Eu sei que de onde ele está, ele nos protege com a sua magia e sorri. Provavelmente ele admira cada invenção que vocês criam. -Teddy disse e Jorge assentiu.
-Obrigado, Teddy. -Disse Jorge e o ruivo se afastou, indo falar com Neville. Teddy sorriu, guardando os doces em seu bolso que os gêmeos esqueceram que ainda estava com ele.
Ele continuou a andar, bebericando o seu copo de whisky.
-Edward. -Kingsley acenou com o próprio copo. -Adorei o artigo que me enviou, está extremamente bem escrito. Já mandei analisarem e colocarem em um arquivo com o seu nome.
-Obrigado, ministro. -Teddy agradeceu.
-Pode me chamar de Quentin, Edward. -Kingsley disse e se sentou no sofá, conversando com Sirius, que acenou para ele. Evan estava encostado no ombro de Sirius, parecendo escutar a conversa. Esse era outro que Teddy tinha orgulho e pena. O jornalista tivera a laringe cortada por Bellatrix e nunca mais poderia falar, e com certeza aquilo deixava Evan extremamente triste, assim como Sirius que sentia a falta dos conselhos de seu marido.
Teddy continuou indo para a varanda, onde viu seus amigos.
-Precisamos falar com ele, Ron. Teddy não está bem. -Disse Harry, sem o ver. Teddy sorriu e sentou ao lado dele.
-Sabe que bastava me chamar, não é? -Teddy fez careta.
-Desculpa, Teddy, mas sabe que eu me assustei ontem. -Disse Harry sorriu. -E eu só estava explicando o que houve pro Ron, não falo as suas costas, sabe disso.
-Prefere falar na minha cara. -Teddy devolveu o sorriso.
-Agora, sério, o que houve em Hogwarts?-Perguntou Ron.
-Eu tive que tirar o corpo de Snape de dentro da Casa dos Gritos...Eu não sabia que reagiria como reagi. Foi só isso. -Disse Teddy bebendo.
-Não foi “só” isso. Você estava chorando muito e tremendo, Teddy...Não é a primeira vez que te vejo daquele jeito. -Harry suspirou pegando o copo do amigo e dando um gole no whisky. -Sabe que podemos te ajudar, não é?
Teddy assentiu.
-Eu acho que tem algo errado comigo. -Teddy disse.
-Como assim?-Ron perguntou.
Aurora saiu de dentro da casa com garrafas de cerveja amanteigada na mão. Ela se sentou no meio deles.
-Aurora, você tem conseguido dormir?-Teddy perguntou.
-Não muito, especialmente se eu estiver na minha própria cama, por isso ando fugindo por quarto do Harry ou dormindo no chão...-Disse Aurora.
-Chão?-Perguntou Teddy confuso.
-Eu me acostumei a dormir no chão da minha cela, acho. É difícil me sentir confortável na cama. Melhora quando estou com o Haz. -Aurora sorriu, Harry devolveu o sorriso, segurando o rosto dela e a beijou.
Ron aproveitou para pegar duas das garrafas e abrir para ele e Teddy. E o garoto riu, brindando com o ruivo.
-E você, Harry?-Teddy chutou o mais velho.
-Também fico melhor com a Aurora, sendo sincero. Tenho sonhado muito com os corpos...Hagrid especialmente. -Harry suspirou.
-Também tenho tido pesadelos. Pansy acha que pode ser trauma e que deveríamos falar com curandeiros. Ela vai em um, mas acho muito caro. -Disse Ron.
-Estão falando de quê?-Hermione apareceu com Pansy.
-Curandeiros e pesadelos. -Aurora respondeu.
-Todos deveriam fazer terapia. -Pansy disse enquanto se sentavam. -Vivo dizendo isso.
-Eu to indo em um psicólogo trouxa, ele tem um filho bruxo, então me entende bastante. -Disse Hermione.
-Hun. Interessante. -Harry diz e olha para Aurora.
-Preciso pensar. -Aurora suspirou e bebeu sua cerveja. -Mas Teddy, por que a pergunta?
-Eu estou tendo pesadelos acordado. Vejo sangue nas minhas mãos e revejo as cenas na minha cabeça...É desesperador. Eu sinto falta de ar e tontura também. -Teddy disse.
-Neville e Draco me falaram que tiveram a mesma coisa. -Harry disse.
-Você precisa de terapia, Teddy. -Hermione disse.
-Meus pais não tem dinheiro para isso. -Teddy abaixou o rosto. -E nem tempo para se preocupar.
-Sabe que tia Dora vai te bater se te ouvir falando isso, certo?-Harry perguntou.
-Eu e o meu pai pagaríamos, Teddy. Com saúde não se brinca.-Disse Aurora.
-Ou até mesmo eu. -Harry deu de ombros.
-Não me peçam nada. Eu assumi uma família falida. -Pansy disse e os outros riram.
-As multas foram caras?-Perguntou Ron.
-Não tanto quanto eu esperava que o Ministério pedisse. Tecnicamente são os meus pais que estão pagando e eu não ligo, é o justo por todos os danos que causaram. -Disse Pansy.
-O Dray disse que o pai dele está até que bem em Azkaban e os seus?-Perguntou Teddy.
-Não os visitei e nem pretendo. Espero que morram. -Pansy disse séria.
Os cinco se mexeram desconfortáveis, mas não disseram nada.
-Foi mal. -Pansy se desculpou.
-Pessoal, é a hora do parabéns. -Disse Neville da porta. Ao lado dele estava Draco com a sua bengala.
-Vem, Harry! É a nossa afilhada!-Aurora se levantou animada.
-Sabe que ela não vai lembrar de nada dessa festa, certo?-Perguntou Harry enquanto era puxado pela garota.
-Cale a boca!-Aurora disse ainda sorrindo.
XxX
Quando Remus deu o primeiro pedaço para Teddy, o garoto começou a sentir dor em seu peito. Ele não merecia. Ele era um mal filho. Ele havia matado bruxos e bruxas.
Teddy abraçou o seu pai com força, tentando afastar aquele sentimento horrível que tomava a sua mente. Ele não era o melhor irmão do mundo. Ele era um assassino.
XxX
Mais tarde, enquanto os adultos conversavam na parte interna da casa, Teddy voltara para a varanda. Seus amigos conversavam sobre bobagens. Ele ria, feliz. Era bom estar com eles e esquecer as coisas, parecia que...Tudo ficava mais leve ao lado deles.
-Teddy...Posso falar com você?-Pediu Rolf.
-Claro. -Ele sorriu e levantou.
Eles andaram para um canto da varanda, se sentando no parapeito. A mão de Rolf estava na sua, lhe dando carinho. Teddy encostou a cabeça no ombro dele e beijou seu pescoço. Como o amava. Rolf sorriu e se virou, o beijando.
-Edward. Eu te amo, sabia?-Rolf perguntou.
-Eu também te amo. -Teddy disse. Era uma das poucas certezas que ele tinha.
Rolf suspirou e afastou seu rosto do dele.
-Teddy, você pensa em voltar para Hogwarts?-Perguntou.
-Claro! -Teddy sorriu. -Kingsley me perguntou se eu não gostaria de pular, mas acho que não vou querer. Tem muita coisa que preciso aprender antes de trabalhar no Ministério e quero...Aproveitar a escola uma última vez.
-Mas...Necessariamente precisa ser Hogwarts? -Perguntou Rolf.
O sorriso de Teddy vacilou.
-O que você quer dizer? Claro que seria Hogwarts. Onde mais?-Perguntou Teddy confuso.
-Eu vou me mudar...Meu avô me chamou para morar com ele em Nova York. Vou terminar meus estudo em Ilvermorny. -Disse Rolf.
-O-O quê?-Teddy não conseguiu evitar o tom de medo e traição em sua voz.
-Teddy!-Rolf pegou a mão dele novamente. -Eu estou te chamando para estudar lá, comigo. Não é tão ruim.
-É do outro lado do mundo, Rolf. Eu não posso me mudar...-Disse Teddy.
-E vai estudar em Hogwarts?-Rolf questiona. -Teddy, você está sofrendo. Eu sei que está...-Ele suspirou. -Eu vi como você está, Teddy. Sua transformação caí quando você dorme...Hogwarts só vai te fazer piorar. E eu lembro do que você me disse.
-Não sabemos se Hogwarts vai me fazer ficar pior, pode ser o contrário. -Teddy se encolheu.
-Edward, eu tenho certeza disso. É onde tudo aconteceu...Pense nisso, por favor. -Rolf pulou do parapeito. -Eu sei que é doloroso e horrível, mas...É a nossa chance de recomeçar e esquecer parte de tudo que vivemos lá. Você não precisa continuar se torturando...
-Eu vou pensar. -Disse Teddy baixo. Rolf sorriu e ajeitou seu óculos.
-Sei que vai tomar a decisão certa!-Rolf se segurou no parapeito e o puxou para um selinho.
Teddy olhou para o jardim escuro e sentiu suas lágrimas caindo. O que ele ia fazer?
XxX
Remus e Dora se sentaram ao lado de Teddy, encostados no berço. Peggy dormia nos braços de seu irmão, que a olhava com carinho e lágrimas em seus olhos. O Lupin mais velho notava as olheiras embaixo dos olhos do menino, que parecia não ter ganhado nenhum peso desde da guerra.
-O que houve, Edward? -Remus perguntou, pegando Peggy com cuidado.
-Não tenho conseguido dormir...-Teddy disse sem se mover.
-Tem vindo para cá toda noite? É por isso que a Peggy não tem chorado? -Dora questionou.
-Tenho dormido na minha forma animaga aqui e cuidado dela...Ela me faz me sentir seguro. -Teddy disse fazendo carinho no rosto da bebezinha.
Peggy era uma bebê de cabelos loirinhos curtos, mas não ralos, e bochechas gordinhas. Ela ainda estava aprendendo a andar completamente e dizia alguns sons que pareciam palavras, mas nada demais. Sua primeira magia acidental havia sido aos seis meses, quando fizera a porta se fechar, impedindo Teddy de sair do quarto dela e parar de brincar com ela.
-Seguro? -Dora questionou ajeitando os cabelos de seu filho. Como que não percebeu como os cabelos do menino estavam acinzentados e tristes?
-Com ela...Eu sei que estou bem, que tudo está bem...Minha cabeça para um pouco. Eu fico em paz. -Teddy disse.
Remus tirou a bebê dos braços do seu filho, não achando que ela estava segura ali. Teddy não parecia bem e não era bom para ela dormir no colo de alguém, poderia se acostumar mal ou se machucar. Ele a colocou no berço e depois voltou a se sentar no tapete.
-É por causa do que aconteceu na guerra? -Questionou ele.
-Em parte...Eu escutei a conversa de vocês, aliás. -Disse Teddy e o casal arregalou os olhos. -A da festa e a de agora.
-Sinto muito, deveríamos ter chamado para vocês ao invés de falar em suas costas. -Disse Dora.
-Vocês só estão preocupados. -Teddy sorriu fraco e pegou a mão dos dois. -Harry e Aurora pensam em voltar para Hogwarts, Hermione também...Mas...Eu não sei.
-Vai ficar com o cargo que Kingsley está te oferecendo? -Remus perguntou.
-Não...Não é por isso...-Teddy mordeu seus lábios. -Rolf vai se mudar.
-Para onde? -Perguntou Dora.
-Nova York. Ele vai ajudar o avô com as criaturas e estudar Ilevermorny...Ele me convidou para ir com ele. -Teddy disse soltando as mãos de seus pais e colocando em seus joelhos, os abraçando.
-Estados Unidos...É longe, Teddy. -Dora engoliu seco.
-Eu sei...Rolfie disse que é uma chance de recomeçarmos e esquecer um pouco do que aconteceu. Ele acha que voltar para Hogwarts vá nos fazer...-Ele respirou fundo. -Me fazer mal.
-E o que você acha? -Remus perguntou aflito.
-Que ele é um filho da puta egoísta. -Teddy disse secando seu rosto. Dora segurou a risada e Remus negou com a cabeça. -Eu não quero ir...Mas...Eu não quero perdê-lo.
-Por que você não quer ir? -Dora perguntou pegando a mão de seu filho.
-Eu ficaria longe de vocês e da Peggy, mais do que eu já vou ficar indo para Hogwarts. Eu sei que a tia Minnie deixou que voltássemos para casa nos fins de semana, mas...-Ele olhou pro berço. -Não quero perder nada da vida dela.
Remus sorriu e passou um braço pelos ombros de Teddy.
-Eu também não...-Remus beijou a testa dele. -Você precisa conversar com Rolf e explicar o que você quer. Por que ele acha que Hogwarts vai te fazer mal?
Teddy abaixou os olhos.
-Edward. -Dora chamou.
-Ele sabe o que eu vejo...Toda vez que eu olho para as minhas mãos...Eu vejo sangue. O sangue de Doholov, dos comensais, de Fenrir...De Snape. -Disse Teddy e a sua voz vai ficando cada vez mais fraca. -Eu matei pessoas...E não importa quanto digam que não eram inocentes, continuam sendo vidas que eu tirei e não me arrependo. Eu sonho...Todas as noites com o que teria acontecido se eu não tivesse chegado naquela escada a tempo.
-Teddy...-Remus o apertou contra si.
-Eu...Eu perderia vocês...Eu e Peggy estaríamos sozinhos pelo resto das nossas vidas...Mas como que eu posso por a vida de alguém acima de outra? Doholov ainda era uma pessoa. -Teddy disse.
-Teddy...-Dora se ajoelhou na frente do filho e segurou o rosto dele.- Você não é um assassino, meu amor, você está longe de ser.
-Eu sou...-Teddy parecia não escutar.
-Teddy, olhe para nós. -Pediu Remus e o garoto esfregou seu rosto mais uma vez. Então, ele fixou os olhos nos de Remus. -Você nos salvou, isso que importa. Você salvou inocentes, bruxos sem varinha e que estavam sendo caçados, que morreriam se vocês não tivessem lutado por eles. Eu sei que parece horrível, mas estávamos em guerra, foi legítima defesa. Você estava protegendo eu e a sua mãe, estava protegendo todos aqueles que precisavam de você.
-Talvez Rolf esteja certo...Hogwarts pode te fazer piorar. -Dora suspirou e assentiu consigo mesma. -Você não precisa ir para nenhum lugar se não quiser, Teddy. Kinsgley acha que você já está aprovado e te quer trabalhando com ele.
-Mas eu quero estudar...Existe muita coisa da política, legislação, do direito bruxo que eu não sei e os professores de Hogwarts podem me ensinar. E eu quero ter aulas com o papai e jogar quadribol. -Teddy disse. Remus sorriu.
-Vamos pensar, ok? Você não precisa decidir nada hoje. -Remus suspirou. -Vamos dormir?
-Eu não consigo. -Teddy engoliu seco, temendo seus próprios pensamentos.
-Claro que consegue. Estaremos com você....Eu também tenho pesadelos e o seu pai também. Que tal nos protegermos juntos?-Dora perguntou, carinhosa. Teddy sorriu e assentiu devagar.
Eles se levantaram e foram pro quarto principal, descansar.
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