História Os Herdeiros dos Marotos em: o Epílogo. - Detenções e Boas Festas.

O vento assobiava pelos corredores. No escuro, era possível escutar suspiros e resmungos de um homem irritado. Era quase meia noite e ele não fazia ideia de como haviam chego naquela situação. O castelo já estava enfeitado para o Natal, pinheiros haviam sido levitados pelos professores para os cantos do castelo, enquanto guirlandas e velinhas estavam nas portas e pilastras. No entanto, o clima não poderia ser pior. Aquele homem sabia que ainda precisaria resolver o que acontecera naquela manhã até o fim da tarde. Quem diria que ele se tornaria o grande pivô para resolver tudo isso?

Vários jovens adultos observavam ele andar para um lado e para outro com um sorriso gentil, sabiam que logo ouviriam bastante dele, mas consideravam aquele homem alto uma das pessoas mais gentis do castelo, então, pouco se preocupavam com a bronca que se seguiria. Estavam cansados, desejavam mais do que tudo seus cobertores quentinhos e travesseiros, só que mereciam as cadeiras de assento desconfortável que estavam sentados.

Olhando para a janela mais próxima da sala do homem irritado, notavam que estava nevando bastante do lado de fora, o que queria dizer que o caminho para os dormitórios teria que ser feito as pressas para evitar um futuro resfriado.

O homem se sentou cansado, na frente deles e suspirou.

-Podem me explicar como que eu vim parar aqui? Por que em uma segunda a noite eu estou aqui e não na minha cama quentinha? -Perguntou ele.

-Bom, professor Moony...-Uma garota de cabelos escuros e ondulados sorriu para ele.

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Mais cedo naquela noite, quando os alunos já haviam sido restringidos naquela sala, a diretora do castelo estava lá:

-Em todos os meus anos de Hogwarts, eu nunca, nunca mesmo....Vi algo tão absurdo com o que aconteceu hoje! -Minerva dizia com incredulidade para os alunos que estavam encolhidos e fazendo careta com a bronca.

-Tenho quase certeza que você já viu algo mais absurdo na minha época de escola, Minnie. -Disse Remus de sua mesa.

-Cale-se, Lupin. -Minerva impediu um sorriso de escapar. -Eles são quase adultos e é você, por ser responsável por eles....Que será responsável da detenção deles de hoje. Precisamos ensiná-los que não é daquela forma que se resolve as coisas.

-Isso é um castigo para mim, não é? -Perguntou ele em um suspiro.

-Tenha certeza que sim. -E ela saiu.

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-Eu não estava me referindo a Minerva me castigando por todos os meus pecados escolares, dos quais, por acaso, eu achava que já havia pagado com as detenções dos gêmeos Weasley.-Remus bufou.

Os jovens riram. Eles eram Harry Potter, Aurora Black, Luna Lovegood, Edward Lupin, Pansy Parkinson, Hermione Granger, Carly Brown e Camilla Lorcan. Normalmente eles não ririam em uma detenção, mas aquele era o professor favorito deles e uma das melhores pessoas que conheciam.

-Agora, me expliquem....O que aconteceu naquele café da manhã? -Perguntou o professor.

-Pai, elas mereceram. -Disse Edward. Remus o olhou sério antes de pegar a sua xícara de chá.

-Comecem. -Disse Remus, bebericando seu chá.

-Tudo começou quando elas falaram mal do Draco e a senhorita Lorcan perguntou...-Harry começou.

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-O que você disse sobre o Draco?-Perguntou Camilla ao lado de Luna.

A maior parte dos estudantes da mesa do oitavo ano olhavam para as duas bruxas, uma sendo grifinória e outra corvinal, sérios. A maioria conhecia Draco e era próxima dele, então, aquelas ofensas para eles eram sem sentido e muito maldosas, pensando no quanto Draco havia sofrido durante a guerra. Elas congelaram aos vê-los ali, com raiva e esperando suas respostas.

-Nada...-A corvinal disse na hora.

-Não. Eu tenho certeza que você disse algo. -Teddy disse.

-E vocês estavam rindo. Vamos, conte-nos, adoraríamos ouvir a piada. -Aurora disse, sorrindo forçado.

-É só que...O Malfoy foi um comensal...E...O Longbottom é um herói de guerra. -Disse a grifinória. Gina cruzou os braços. 

-E ele se acha. -A corvinal disse, tentando ter confiança. -É um absurdo que gentinha como ele esteja nas aulas de medicina bruxa. E não é como se ele fosse ser aprovado. -A grifinória assentiu com a cabeça. -É só ridículo estar na presença dele. Agarrado ao braço do Neville como se fosse normal. Longbottom é herdeiro de uma família da luz, nunca vai se casar com...Ele. -Disse com nojo.

Harry pegou a mão de Aurora, aquele era um discurso que muitas vezes foi dito contra ela e Sirius. 

-Draco não era comensal da morte, nunca foi. Era ele que estava aqui cuidando dos alunos junto a nós durante a guerra. Foi ele que tirou do próprio prato para ter o que dar para os alunos famintos que estavam fugindo dos comensais. Como podem falar algo assim depois de tudo que ele fez?-Luna disse.

-E ser de uma família das trevas não é algo desprezível ou ruim. Oi! -Pansy acenou. -Não é como se o meu nome ou antigas tradições me tornassem um monstro.

-As tradições das trevas pediam sacrifícios humanos...-Disse a grifinória.

-Isso é mentira! Sempre foi. E você sabe disso, as famílias das trevas lutavam pela manutenção de antigas tradições bruxas: comemoração de datas, alimentos, danças e costumes. Comensais da morte matavam por política, porque acreditavam em uma superioridade infantil e imbecil de bruxos puro sangue sob os outros bruxos e trouxas. -Pansy disse.

-Dizer que todos os bruxos descendentes de famílias das trevas são maus e que matavam é ofender, não somente eles, mas as nossas tradições e costumes. Claro, alguns são desatualizados. Nós não precisamos usar penas se os trouxas criaram objetos tão úteis quanto canetas, mas estamos evoluindo aos poucos. -Disse Aurora.

As duas abaixaram a cabeça, contrariadas. Com isso, o grupo se levantou, prontos para irem para as aulas. Já estavam quase chegando a porta, quando as garotas se levantaram.

-Isso não desmente o fato dele ser uma cadela que o Longbottom só está usando por agora. -Disse a grifinória.

Harry foi o primeiro a se virar, lembrando-se muito bem da última vez de quem recebeu aquela ofensa. O grupo se virou em apoio e o salão principal ficou em silêncio. A tensão havia se instalado entre todos ao ecoar daquela frase.

-Nós tentamos se legais, mas já que vocês decidiram não ser...-Carly Brown sorria.

-Harry, se você me dá licença...-Camilla passou por ele.

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-E foi aí que elas ficaram cor de rosa? -Perguntou Remus.

-Não, isso fui eu que fiz. A Camilla jogou um estupefaça nas duas. -Disse Pansy.

-E quando levantaram, elas acharam que seria totalmente racional duelar conosco, o Harry inflou as duas como dois balões. -Disse Teddy.

-Minerva deu bronca, obviamente. Mas a corvinal continuou gritando ofensas pra todo mundo, inclusive chamou o Teddy de aberração e a Luna de louca. -Disse Aurora.

-Foi quando tudo ficou rosa e acho que a Camilla fez a corvinal ficar de cabeça para baixo. -Harry disse.

-Ela não só me ofendeu, dizendo que eu estava me oferecendo pro Michael Corner, como estava xingando os meus amigos. -Disse Camilla séria.

-Isso tudo foi no café da manhã? -Perguntou Remus confuso.

-Oh! Não...-Teddy riu.

-Foi a tarde toda. Depois delas desinflarem na enfarmaria, elas foram atrás de nós nos jardins. A situação só ficou rosa nesse momento. Já era quase o horário do almoço. -Disse Hermione.

-Hermione...E você não fez nada? Não os impediu? -Perguntou Remus.

-Eu?! De forma alguma! Fui eu que as joguei no lago no fim de tudo. -Hermione disse.

-Inacreditável...-Remus suspirou. -Não vou dizer que elas não mereceram. Vocês foram pacientes com elas. Mas pessoal, vocês não podem jogar todo mundo que os ofende no Lago Negro.

O grupo sorriu sem graça, tecnicamente eles poderiam, mas não deviam fazer aquilo.

-Se alguém fizer isso novamente, ofendendo qualquer um de vocês, chamem um professor e ele será detido ou suspenso pelas atitudes. Atacar os outros somente os tornará os errados da história se ela for mal contada. Vocês não podem nunca partir para agressão, somente para se defenderem. -Remus disse.

Eles assentiram fraco, compreendendo.

-Vocês não as machucaram, então eu vou relevar...Menos a senhorita Lorcan. A Madame Pomfrey disse que a senhorita Mazepin se machucou quando caiu no chão, então não quero que ela ache injusto a falta de punições diante isso. -Disse Remus. Camilla suspirou, assentindo.-Só vou pedir para você ajudar a equipe de quadribol da Corvinal nos treinos deles. Ajudar o capitão a guardar o material e essas coisas. Se você tiver que estudar ou outra coisa, eu posso mudar a detenção. -Disse Remus.

-Não! Está ótimo! Eu adoraria ajudar a equipe de quadribol. -Disse Camilla rapidamente, o que fez Remus levantar uma sobrancelha.

Teddy riu.

-O time ou o capitão dele? -Perguntou Teddy, Camilla deu língua para ele.

-Estão liberados da detenção. -Remus se levantou e os alunos suspiraram aliviados, pegando suas bolsas no chão e levantando. -Não quero ouvir Minerva falando de vocês de novo, ehn. Já basta ter que impedir o Simas de explodir o castelo.

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16 de Dezembro de 1999.

Dias haviam se passado desde do incidente das duas garotas. Desde então, ninguém mais falava mal de Draco ou de qualquer outro sonserino que era tratado como herói pelos membros da Armada. Quando Draco voltou do St.Mungus com Neville, no dia seguinte, ele correu para abraçar seus amigos, até mesmo Camilla e Carly, duas pessoas que ele ainda estava conhecendo, agradecendo por terem o defendido. Todos disseram que não era nada de mais, já que tudo que eles disseram era a verdade e o que acreditavam. 

Depois, perguntaram sobre o projeto dele, mas Draco recusava dizer o que exatamente era, só dizendo que era importante e que a partir de agora ele só teria aulas no hospital, do qual ele estava agora até com crachá de estagiário.

Enfim, todos estavam bem e começando a se preparar para descansar.

Hoje, Edward estava nas arquibancadas do campo de quadribol ao lado de Luna. O dia estava um pouco menos frio e as férias de natal haviam se dado início. Logo, Ninfadora, Sirius, Evan, Apollo, Margaret e os Weasleys haviam vindo para Hogwarts passar o Natal com os jovens estudantes. No entanto, apesar do belo café da manhã natalino já ter sido servido no Grande Salão, ele havia preferido acompanhar suas amigas, Luna, para o campo, onde ele poderia ouvir seus conselhos enquanto o time da Corvinal treinava.

Michael Corner, o capitão do time, brigou com sobre a presença dos dois, já que Luna só estava ali esperando o time da Grifinória vir treinar e poderia muito bem contar tudo que vira para a namorada e Teddy jogava para a Lufa lufa. Por isso, os dois estavam proibidos de observar o time treinar enquanto estavam ali.

-Hum...A carta está bonitinha Teddy, mas você o chamou de Charles umas cinco vezes ao longo dela. -Luna passou o papel pro amigo.

-De novo? -Teddy reclamou. -É a quarta carta que eu tenho que reescrever porque esqueço de chamar ele só de Fire.

-Deveria avisar a ele que você já sabe, Teddy. -Luna riu.

-Eu quero fazer uma surpresa, Lua. -Teddy disse pegando outro papel e seu material de escrita.

-Quando que esse garoto vai chegar afinal? -Perguntou Camilla, que estava algumas cadeiras mais embaixo na arquibancada, olhando o time jogar. Ela estava com duas trancinhas e o uniforme do time, pronta para ajudá-los.

-Ele só disse que viria na época do Natal. William disse que teve um problema com as autorizações e por isso eles iriam atrasar. -Teddy suspirou triste. -E como você está com o Corner?

-Bem? -Camilla virou para olhar os amigos. -Ficamos depois do treino arrumando as coisas e ele me acompanha até as escadas do dormitório, mas...Ele não fez nada até agora...Elogiou as minhas trancinhas, mas até o Slughorn fez isso.

-São belas trancinhas. -Luna disse.

-Obrigada, Lua. -Camilla suspirou.

-Hum...Posso testar uma coisa? -Perguntou Teddy.

-Pode...? -Camilla disse em dúvida.

Teddy sorriu e chegou pra frente na cadeira, tocando nos ombros dela.

-Meu Merlin! Camilla! Você está congelando! -Disse ele alto.

Imediatamente, de sua vassoura, Michael parou e os olhou.

-Cams, por que você não pega um suéter na minha mochila? -Ele disse.

Camilla se virou e sorriu, com as bochechas levemente vermelhas.

-Claro...Obrigada, Michael. -Ela disse doce e ele sorriu pra ela, voltando a treinar. Camilla se virou novamente pros dois e Teddy levantou uma sobrancelha.

-Talvez você tenha que fazer alguma coisa, mas eu tenho certeza que ele está afim. -Disse Teddy e ela sorria enquanto mexia em uma de suas trancinhas. -Sorte a sua, o seu pelo menos está perto...-Ele se jogou no encosto da arquibancada, cruzando os braços, emburrado.

Luna riu.

-Acho que você não vai ter que esperar muito mais, Teddy. -Ela disse sorrindo carinhosa.

-E por que acha isso? -Perguntou ele.

-Uau! Olha só isso! -Martha Smith, uma jogadora da Corvinal, disse de repente. 

Então, todos os jogadores olharam para cima, admirados com o que viam sobrevoando os terrenos do castelo e Teddy se levantou correndo, vendo o que vinha nos céus nublados da Escócia. Eram diversos coloridos e chamativos, brilhantes e escamosos. De todos os tipos e categorias, enormes dragões vindos da Romênia e guiados por seus cuidadores, sendo que, no maior dos dragões e mais perigoso, Teddy conseguia ver um pontinho vermelho acenando para Hogwarts.

-Eu preciso ir...-Ele disse sorridente.