Apesar de querer distância, Giyuu precisava admitir que Obanai era um homem muito educado e que estava tentando se aproximar sem ser invasivo demais. Logo o ômega acabou cedendo a um convite para uma caminhada depois do almoço no jardim. Apesar de não dizer muitas palavras para Obanai, Giyuu conheceu um pouco daquele alfa com olhos tão exóticos, porém seu coração já pertencia à outra pessoa. Após isso, alguns dias tinham passado e o que todos aguardavam e o que Giyuu mais temia aconteceu: finalmente entrou em seu primeiro cio. Agora ele era um ômega formado, que poderia gerar muitos herdeiros e pronto para se casar com seu prometido. Com isso, os preparativos para o casamento estavam a todo vapor.
O cio duraria sete dias, por isso todos estavam fazendo tudo às pressas para que o casamento e a lua de mel fossem perfeitos. Causava ânsia em Tomioka só de pensar que aquela noite se entregaria a um desconhecido e dali poderia sair um herdeiro. Giyuu estava se sentindo péssimo tanto fisicamente quanto psicologicamente por não conseguir esquecer Tanjiro. O alfa não deixava seus pensamentos por mais que tentasse esquecê-lo, conseguia enxergar até nos mínimos detalhes algo que o lembrasse do Kamado. Era insuportável, a saudade doía muito.
Alguns dias antes do fatídico período fértil, o príncipe experimentou uma das piores sensações na vida. Seu humor oscilava muito e precisou ficar de cama por conta de uma febre alta, mas o que mais sentia era tristeza, então chorou compulsivamente. Por conta disso ficou trancado em seus aposentos, pois seus feromônios estavam descontrolados demais e afetariam os demais alfas do castelo. Ouviu inúmeras vezes para ser cuidadoso e se preservar para o seu prometido, pois os outros alfas não conseguiriam controlar seus instintos. Além disso, Tomioka sentia uma necessidade extrema de acabar com essa sensação desesperadora de encontrar um alfa para se satisfazer. Contudo, ele não queria se render ao instinto.
Tomioka precisava sentir um pouco de ar para acalmar os nervos, então contrariando os conselhos dos servos ômegas tomou a decisão de ir ao jardim respirar um pouco. Que mal faria isso? Apesar de ser discreto, ele podia sentir seu odor descontrolado afetando ao longe alguns guardas alfas, que pareciam confusos sem entender de onde vinha o cheiro adocicado de sândalo.
Chegou ao jardim e sentou-se em um banquinho, os cravos vermelhos logo o fizeram recordar dos fios ruivos de Tanjiro. Giyuu suspirou pesadamente em melancolia e sentindo a quentura desconfortante causada pelo cio aumentando gradativamente. Ele só queria sumir, que tudo pudesse voltar como era há um mês atrás, onde era um pouco mais feliz. Queria ler mais um romance para o alfa gentil que tinha conhecido e sentir aquele cabelo carmesim entre seus dedos.
Ele suava frio e se abraçou em uma tentativa inútil de melhorar a sensação ruim, mas após alguns minutos sentindo a brisa refrescante e observando a lua cheia e brilhante surgindo entre as nuvens no horizonte, já estava se sentindo bem melhor. Porém um som baixo e insistente chamou a atenção do ômega, que tentou ignorar, mas o incomodou ao ponto de suspirar pesadamente e tomar a decisão de ir checar.
Notou que o som vinha detrás de alguns arbustos altos um pouco mais adentro do jardim que mais parecia ser um labirinto. O som era discreto e foi aumentando conforme se aproximava. Tomioka afastou algumas folhas e flores para conseguir ver o que estava por detrás. Se não fosse uma pessoa mais contida teria soltado um grito de surpresa e espanto, porém apenas seus olhos se arregalaram e levou as mãos a boca em choque. Afinal, ele não esperava encontrar aquilo.
Giyuu não era ingênuo e sabia que algo acontecia por debaixo dos panos, pois sempre foi desconfiado e não conseguia confiar em palavras vazias. No entanto, mesmo assim, ele esperava qualquer outra coisa, até alguns esquilos e coelhos que eram tão comuns por ali ou guardas fazendo o que não deveriam. Tudo! Menos seu prometido, Obanai Rengoku, um alfa que logo se tornaria rei de uma nação, em um momento tão íntimo com outro alfa, sua guarda pessoal Mitsuri Kanroji.
O ômega viu beijos intensos, botões desabotoados, peles expostas, toques indecentes por dentro de suas roupas e muito envolvimento no que faziam. Era algo que Giyuu nunca tinha visto — apenas lido em contos eróticos que sequer eram de seu gosto —, por isso não conseguiu evitar de ficar chocado e vidrado naquela cena inesperada. Um alfa com outro alfa? Aquilo, por si só, seria motivo suficiente para ser deserdado e se tornar uma vergonha para a família. Giyuu percebeu que deveria sair antes que notassem sua presença, mas assim que deu passos para trás se distanciando, acabou pisando em galhos e chamando a atenção do casal de alfas.
— Príncipe Giyuu!? — Obanai se pronunciou o encarando assustado, seu rosto estava tão pálido e incrédulo que parecia que todo o sangue da pele havia evaporado. Já a garota ao seu lado parecia tão chocada quanto, mas tentou esconder seu corpo desnudo atrás do príncipe alfa. — Permita-me explicar.
Tomioka não queria ouvir desculpas esfarrapadas, ele tratou de dar as costas e sumir o mais rápido que conseguiu. Obanai deu uma última olhada no rosto pálido e olhos esmeraldinos em pânico de Mitsuri, como se pedisse permissão para ir atrás do ômega. O alfa tentou alcançá-lo enquanto abotoava sua camisa, mas Giyuu já estava muito longe. Rapidamente, o ômega chegou à porta de seu quarto e a trancou com as mãos trêmulas, se afastou dela assim que viu a sombra de Obanai por debaixo da porta.
— Abra a porta, por favor. — Suplicou o alfa batendo na porta, mas não obteve resposta.
Depois de minutos esperando uma resposta e temendo que fizesse muito barulho, pareceu que Obanai havia desistido e se retirou com um suspiro pesado. Há uma altura dessas os alfas deveriam achar que estava tudo perdido, arruinado e que o príncipe alfa seria deserdado. A única opção era conseguir conversar com o príncipe de Nagi quando tivesse oportunidade. Ainda em pé e estático, Giyuu “despertou” e se sentou no sofá da janela, se cobriu e ficou olhando a lua cheia ser coberta por nuvens. Pensamentos confusos passavam por sua cabeça sobre futuro e sentimentos reprimidos no coração. Ainda estava absorvendo a cena que viu, ainda estava superando ter escolhido o dever invés do amor.
Tomioka observou apático o sol adentrando o quarto pela fresta da janela, pois o resto da noite foi um tormento. Não conseguiu dormir direito com os pensamentos, frustrações e o desconforto do cio. Continuou nesse estado mesmo quando os servos ômegas adentraram o quarto para preparar seu banho matinal. Ele entrou na banheira quentinha e com cheiro de flores, que ajudava muito a se aliviar. Deixou-se afundar na água, fazer bolhas de sabão e relaxar um pouco para chegar a uma conclusão: Obanai Rengoku amava outra pessoa, assim como ele, e não parecia que iria se distanciar da guarda pessoal, visto que eles eram muito próximos. Giyuu não queria viver uma vida infeliz, precisava de alegria e sabia exatamente onde encontrar. Em quem encontrar. Tanjiro Kamado.
Giyuu queria ver Tanjiro outra vez, era quase que uma necessidade. Logo ele iria embora do seu próprio reino para morar em um lugar estranho, com pessoas estranhas, com um marido estranho que amava a garota de cabelo rosa. Tomioka queria se permitir mais. Ele saiu da banheira, viu que seu café da manhã estava impecável em cima da cama, porém não tocou em nada. O ômega se enxugou, se arrumou e saiu do quarto com destino certo: o local de encontro com Tanjiro. A passos apressados, andou pelos longos corredores com a pretensão de sair pelo local menos movimentado. Assim que estava próximo da saída daquela gaiola de ouro, encontrou Makomo passeando pelo corredor com seu vestido bufante cor de rosa, uma flor vermelha e uma carta nas mãos, que assim que ela o avistou tratou de esconder.
— O quê? — Ela exclamou surpresa. — Meu senhor, o que está fazendo fora do quarto? Um alfa pode se descontrolar.
— Eu só preciso sair um pouco. — Ele passou por ela, mas a garota segurou seu pulso.
— Você… vai vê-lo? — perguntou preocupada.
Giyuu não virou para fitá-la.
— Sim.
A Urokodaki afrouxou os dedos deixando-o livre para seguir sem demais questionamentos. Giyuu não disse mais nada, seguiu adiante esperançoso para ver aquele sorriso amável que tanto o cativava. A ômega observou com um quê de preocupação ele se distanciar até sumir. A garota desejava muito a felicidade do príncipe e se ver aquele alfa significava deixá-lo feliz, então ela deixaria Giyuu ir. Makomo encarou a carta em suas mãos com um olhar tristonho, pois talvez o amor de Tomioka pelo plebeu fosse como o seu por Sabito: impossível, mas verdadeiro. Entendia muito bem aquele sentimento.
Apressadamente, o príncipe chegou ao local suando frio e ofegante. Ele viu Tanjiro sentado no chão com a cesta de carvão ao lado e um olhar vazio para nada em especial. Assim que ele ouviu a chegada abrupta de Giyuu, os olhos azulados e rubros se encontraram magneticamente.
— Giyuu? — Tanjiro se pôs de pé de supetão, em um misto de sentimentos: surpresa, descrença no que seus próprios olhos viam e felicidade.
Giyuu deixou de lado seu jeito contido e distante, correndo até o menor para abraçá-lo fortemente. Agora tinha, literalmente, seu mundo em seus braços; não pretendia soltá-lo nunca mais — não enquanto fosse para sempre. O choque dos corpos, o toque, o cheiro, foram tão intensos quanto um choque elétrico. Eles se separaram após longos minutos; seus corações pulsando acelerados no peito e, com lágrimas nos cantinhos dos olhos, eles se encararam emocionados, para logo depois darem um beijo desejoso e demorado para matar a saudade que sentiam um do outro. Após o ósculo, com olhos fechados e entre sorrisos de felicidade, encostaram uma testa na outra, sentindo as respirações ofegantes e o cheiro reconfortante que exalavam.
— Você veio aqui todos os dias? — perguntou o príncipe quebrando o silêncio.
Tanjiro, com as bochechas levemente coradas e fazendo uma carícia suave no rosto delicado do ômega, fitou Giyuu nos olhos com um olhar confiante.
— Claro que sim, sempre estarei aqui te esperando.
— Quero ficar com você pra sempre — afirmou Giyuu seguro de si e com um sorriso radiante, o que fez Tanjiro ficar surpreso e corado.
— Você é tão lindo sorrindo — elogiou o ruivo. As bochechas de Giyuu ficaram levemente rubras, quase imperceptível, mas Tanjiro notou e as achou adoráveis.
— Obrigado… — agradeceu baixinho. — Quero deixar tudo pra trás.
— Isso quer dizer...? — As palavras falharam só de pensar na possibilidade deles dois ficarem juntos, do sentimento ser recíproco. — Você quer fugir comigo?
— Sim, não quero mais voltar — respondeu o príncipe ainda mais confiante. — Os últimos dias foram difíceis, eu percebi que quero ficar ao seu lado independentemente das dificuldades.
— O que aconte… — Tanjiro começou a perguntar, mas sentiu algo estranho, como uma pontada forte no interior do seu âmago. Logo percebeu que o cheiro do príncipe estava muito mais forte que o normal, chegava a inebriar de tantos feromônios e fragância doce de sândalo. — Você está no cio? — perguntou Tanjiro um tanto preocupado e incomodado, podia sentir a temperatura do seu corpo aumentando.
— Estou — respondeu após dar um longo suspiro. Giyuu percebeu que Tanjiro não parecia bem, pois estava respirando com certa dificuldade. — Tudo bem?
— Ah, sim, está tudo bem. — Tanjiro não era um bom mentiroso, por isso foi fácil para Giyuu entender que havia algo errado, talvez seu cio afetando o ruivo. — Você tem certeza disso? Eu… tô muito feliz, mas quero saber se não irá se arrepender. — Ele coçou a nuca desconcertado, estava inseguro, afinal.
— Tanjiro… — Giyuu tocou o rosto do Kamado carinhosamente para que ele olhasse para si. — Eu nunca tive tanta certeza na minha vida. Eu quero ser seu e quero que você seja meu.
— Então seremos um do outro. — O alfa tocou a mão do príncipe, entrelaçando seus dedos. — Vamos para outro lugar.
Juntos atravessaram a floresta por uma estrada estreita. Foi pouco tempo de caminhada e Giyuu não se importou para onde Tanjiro estava o levando, pois estava viajando em pensamentos e bobo demais por estar finalmente ao lado dele. Por finalmente se sentir bem e ser ele mesmo.
— Chegamos — anunciou o Kamado. Giyuu desviou sua atenção do menor para observar o local.
Era uma cabana de madeira simples e modesta, com a cobertura de palha seca, um pequeno pomar em frente e uma plantação de batata. A casa era mal cuidada devido ao tempo, mas simpática e parecia muito acolhedora.
— Essa é a minha casa — revelou o ruivo envergonhado. — Vamos entrar, vou arrumar minhas coisas para a gente fugir.
Emudecido, Giyuu concordou com um balançar rápido de cabeça e entraram na casa que era tão simples por dentro como era por fora. O que o príncipe reconheceu como a sala, era apenas um lugar com alguns banquinhos de madeira mal talhados, uma mesa pequena e rústica para refeições e uma lareira preta de tanta fuligem.
— Minha mãe e irmã vão chegar só à noite — contou Tanjiro. Ele parecia muito desconfortável por ter Giyuu ali vendo o quão era humilde. — Queria que você as conhecesse.
Apesar do desconforto e suor frio causadas pelo cio, Tomioka observou tudo atentamente com curiosidade e alegria por descobrir mais uma parte do alfa. Giyuu fitou Tanjiro com um sorriso breve, que estava mais envergonhado do nunca esteve.
— Mal posso esperar para conhecê-las, quero saber mais sobre você. — Tomioka respondeu. Com isso, Tanjiro se sentiu melhor, o constrangimento com sua condição diminuiu um pouco.
— Você vai conhecer minha mãe e Nezuko hoje antes de partirmos, sei que elas vão gostar muito você — disse empolgado e fitando o sorriso belo e tão difícil de se conseguir do príncipe. Contudo esse sentimento de felicidade ia sendo preenchido gradativamente por tontura e calor repentino do seu corpo.
— Elas vão aceitar bem que você vai embora assim de forma tão repentina? — perguntou preocupado.
— Não sei, mas elas vão ter que aceitar se querem me ver feliz. — Da forma como Tanjiro falou parecia ser tão simples. — Eu… vou arrumar minhas malas.
Tanjiro virou-se para ir ao seu quarto, porém Giyuu tocou o ombro do menor antes que ele fosse para longe. Era um toque suave e, mesmo assim, causou uma sensação de urgência inexplicável em ambos.
— Você pode ficar comigo mais um pouco? — pediu suavemente o ômega.
De cabeça baixa, Tanjiro voltou-se de frente para Giyuu. O alfa queria entender o que estava sentindo, aquele calor estranho em seu âmago mais intenso do que qualquer outro. Não era como se o Kamado nunca tivesse entrado no cio, ele já havia entrado algumas vezes inclusive, porém este era diferente, Giyuu havia provocado com seu cheiro floral cítrico inebriante.
— Giyuu… — sussurrou. Inseguro, o Kamado não queria fazer nada que desagradasse o príncipe.
— Olhe pra mim — pediu tocando o queixo do ruivo para erguer seu rosto.
Eles se encararam por alguns segundos. Giyuu admirou os olhos de um tom vibrante carmesim ficando mais escuros. Eles não eram mais tão inocentes assim. Então, Tanjiro deslizou suas mãos calejadas pelo cabelo negro e sedoso do príncipe, puxando o rosto delicado para iniciarem um beijo mais intenso e voraz do que qualquer outro que já tinham dado. Havia luxúria ali, mas também havia muito sentimento.
O beijo era lento e aos poucos ia acendendo as chamas nos dois, fazendo-os cederem aos seus instintos e ao desejo. Tomioka puxou Tanjiro para mais perto do seu corpo, empurrando o alfa até as costas dele se encontrarem contra parede. O Kamado estava livre de pudores, os beijos dele desceram para o pescoço alvo de Giyuu. Sempre quis ver o príncipe com o rosto tão enrubescido e também sempre quis ouvi-lo arfando como estava agora, conforme beijava-o e deixava suas mãos tocarem onde queria tocar no ômega. O calor dos corpos aumentou ainda mais, aquela quantidade de roupa parecia incômoda e desnecessária. Contudo, ele precisava da confirmação.
— Você tem certeza? — perguntou Tanjiro após erguer a cabeça buscando o olhar de consentimento do príncipe distante. — Quer isso mesmo?
— Não me resta dúvidas. — Giyuu foi confiante em sua resposta.
— Então, venha comigo.
Giyuu seguiu Tanjiro sem questionar até o quarto privativo dele. O local era pequeno, havia apenas algumas velas derretidas, que rapidamente o ruivo acendeu, e o que deveria ser uma cama, porém parecia mais um caixote de um tom claro de marrom. Tinha feno no lugar do colchão e alguns lençóis e travesseiros. Tomioka não se importou com a modéstia do lugar, deitou junto com o alfa e surpreendeu-se por ser tão macio.
Entre beijos, mordidas e sorrisos, Tanjiro se posicionou por cima do príncipe, beijando e tocando o corpo maior. Ele retirou o sobretudo que Tomioka usava e depois desabotoou a camisa de cetim fino. Giyuu ficou feliz quando viu o olhar, por vezes tão inocente do Kamado, se encherem de excitação ao visualizar seu peitoral nu. O ômega sentiu um calafrio gostoso, excitante e um incômodo no meio das pernas com o toque do ruivo em sua pele desnuda.
Logo o alfa tirou a própria bata xadrez, revelando o corpo definido, com algumas cicatrizes e bronzeado. Sentiu imediatamente as mãos do príncipe tocando-o no peito e barriga, arranhando com as unhas curtas e descendo até o cós da calça. Tanjiro sentia uma mistura de vergonha e tesão com o toque do príncipe acariciando com certa força sua intimidade já dura.
Voltaram a se beijar intensamente, enquanto as mãos bobas do príncipe alisavam as nádegas do Kamado e entravam na calça o levando ao delírio, sem qualquer hesitação. Tanjiro não deixaria assim, faria Tomioka sentir o mesmo que ele. Seus beijos desceram pelo pescoço, passando para o peito massageando e chupando os mamilos de Giyuu. Esboçou um sorriso jocoso, pois pensou ter ouvido um gemido baixo vindo do ômega. Ele se animou e desceu mais as carícias pelo corpo pálido do maior, deixando rastros de saliva em meio aos chupões e mordiscadas, até chegar na calça para abri-la e tirar a roupa tão incômoda.
Como Tanjiro ficou feliz ao ver Giyuu completamente nu. Como ele queria possuí-lo! Ele admirou todos os detalhes por um breve momento, vendo como a pele do ômega ficava vermelha tão fácil e como ele era tão perfeito aos olhos do Kamado. De imediato, o plebeu envolveu o príncipe com a boca em seu local mais íntimo, lambendo lentamente como se fosse a coisa mais deliciosa que já colocou na boca — e era. Então, Tanjiro fez o clássico movimento de vai e vem enquanto admirava as expressões faciais, que em outras vezes eram tão calmas e inexpressivas, mas que agora se contorciam de prazer em meio a baixos gemidos tímidos.
Giyuu nunca foi tocado daquele jeito, queria que aquela sensação gostosa da boca quente do alfa durasse para sempre. O rosto malicioso de Tanjiro o fitando era irresistível, era perceptível como estava adorando se deliciar com o gosto de Tomioka. Aquilo era demais para o príncipe, ele agarrou os cabelos avermelhados do plebeu para ajudá-lo a intensificar mais os movimentos. Ao sentir a língua passando devagarinho em toda sua extensão, quase que o provocando maliciosamente e ao ser tocado pelos dedos precisos do alfa em sua entrada lubrificada, massageando suavemente e beijando, causando ainda mais prazer; Tomioka sabia, não aguentava mais! Precisava tê-lo dentro de si.
— Eu quero… agora — anunciou Giyuu entre um gemido baixo.
Tanjiro assentiu um pouco nervoso e ansioso demais, pois finalmente seriam um só. Ele tirou sua calça com as mãos trêmulas, desajeitado e posicionou-se em cima de Giyuu, abrindo e segurando as pernas pelas coxas. O alfa deu uma última olhada no meio das pernas, vendo o ômega pulsando e lubrificado. Nunca se sentiu tão excitado em toda sua vida. Tanjiro deitou sobre o corpo maior deixando os rosto próximos para se beijarem intensamente, de forma lenta, sem pressa, para apenas aproveitarem o momento deles. Se separaram com as respirações ofegantes se misturando e olhares luxuriosos. Os dois queriam contato visual durante aquele momento único e tão especial. No entanto, as pernas do príncipe envolveram o quadril do menor e rapidamente inverteu as posições.
— Eu prefiro assim. — disse Giyuu vendo o rosto ruborizado de Tanjiro assentir.
O alfa soltou o longo cabelo negro do outro, deixando os fios caírem perfeitamente sobre o rosto pequeno do príncipe. Com as mãos calejadas, segurou Tomioka pelo quadril, ajudando-o a se encaixar no membro enrijecido e pulsante. Os dois soltaram um gemido com a tão desejada penetração lenta. Tanjiro segurou firme as nádegas que a essa altura já estavam irritadas em vermelhidão devido à força como o Kamado as segurou, e ajudou nos movimentos que, aos poucos, foram ficando cada vez mais rápidos e intensos. Os corpos já estavam suados, as pernas do ômega um pouco cansadas, mas só de ter o Kamado lhe fitando em uma mescla de carinho e desejo, só o fazia querer continuar mais até chegarem ao ápice.
Os fios negros estavam grudando no rosto com o suor, carinhosamente Tanjiro tirou e colocou detrás da orelha. Percebendo como o príncipe estava cansado, Tanjiro sentou-se, abraçando-o e invertendo as posições. Tomou cuidado até em arrumar o travesseiro na cabeça de Giyuu, para voltarem aos movimentos intensos. Nessa posição, Tomioka aproveitou para arranhar as costas e puxar o cabelo carmesim, enquanto gritava sem receio de ser escutado.
Finalmente, ofegantes e cansados Tanjiro chegou ao orgasmo. Contudo, se dedicou mais um pouco ao prazer daquele que amava, para que chegasse ao ápice também. Eles se abraçaram, afagando os cabelos, entre beijos apaixonados, olhares bobos e sorrisos genuínos. Giyuu deitou sua cabeça no peito do alfa e afirmava que nunca tinha sido tão feliz na vida.
— Eu te amo, Giyuu. — Tanjiro disse com olhos ternos.
— Também te amo. — Deram um selinho demorado. — Quero ser marcado por você.
O sorriso de Tanjiro aumentou. Marcar Giyuu significaria que ele se tornaria oficialmente seu ômega, que estariam tão conectados que poderiam sentir os sentimentos um do outro. O mais comum era fazer depois do casamento como uma maneira de oficializar o matrimônio, contudo, eles desejavam fazer isso agora. O plebeu se aproximou do pescoço exposto do príncipe, mostrando as caninos para morder e fazer a marca. Tomioka sentiu o hálito quente contra a região sensível, nunca esteve tão certo de algo na vida.
No entanto, um som estrondoso fez os dois darem um pulo de susto. Os olhos azuis escuros buscaram uma explicação, mas o ruivo também não fazia ideia do que era. Decidido a conferir se não era sua mãe e Nezuko, Tanjiro levantou a procura de suas roupas. Ele não esperava que a porta frágil do quarto fosse arrombada. Os dois olharam assustados para o homem ruivo de trajes finos que havia entrado enraivecido.
— Mas… o quê? — Ele disse incrédulo ao ver seu irmão ômega nu com um alfa que não tinha sequer onde cair morto. Seus olhos fitaram Tanjiro com raiva, Sabito estava prestes a cometer um assassinato. — Seu bastardo despudorado! Tirou a castidade do meu irmão!
Atrás do alfa, Makomo estava encolhida no cantinho da porta. Ao vê-la, Giyuu entendeu como e por que razão o futuro rei estava ali. A ômega sentiu o olhar gélido do outro príncipe e se encolheu ainda mais. Ele pôde vê-la murmurar baixinho “desculpe”, pois estava se sentindo culpada e arrependida demais, porém preocupação a levou fazer o que havia feito.
Sabito partiu para cima de Tanjiro, acertando o rosto com um soco. Giyuu rapidamente interveio no meio da briga, se pondo como uma barreira entre os dois. O irmão mais velho não usaria força contra seu caçula, então limitou-se a bufar de raiva e o olhar com decepção. Já Tanjiro gemia de dor caído no chão logo atrás.
— Não vou deixar você machucá-lo, irmão. — Tomioka disse com uma expressão sombria. — Ou eu nunca mais vou te perdoar.
Sabito olhou com desprezo Tanjiro limpando com o dorso da mão o machucado que ganhou. O primogênito voltou a encarar o irmão, porém suavizou a expressão e soltou um suspiro pesado. Amava seu caçula, afinal.
— Certo, não machuco esse verme se voltar comigo para o castelo. Vamos esconder o que aconteceu aqui pelo bem do reino e torcer para o príncipe Obanai não perceber nada. Você não pensou no povo antes de cometer essa vergonha, nunca pensei que seria tão imprudente — dizia furioso. — Volte comigo.
Tomioka iria protestar, mas pensou bem na situação. De qualquer forma não poderia ficar livre, iriam atrás deles, além de tornar público e envergonhar a família. Perderia o casamento arranjado que seria importantíssimo para todos e a pessoa que amava ao mesmo tempo.
— Me prometa que ele ficará seguro. — O rosto de Giyuu era tão inabalável que nem Sabito poderia negar qualquer coisa.
— Prometo. — A contra gosto, o herdeiro concordou. — Vista-se, isso é uma vergonha.
— Eu irei voltar.
— Mas Giyuu! — Tanjiro gritou em desespero. Tomioka fitou o amado com um aperto no coração. O Kamado se levantou cambaleando, Giyuu se afastou rapidamente para não ser mais doloroso do que já era.
— Preciso fazer isso para seu bem — respondeu triste, olhou para frente e se dirigiu a porta. — Não venha atrás de mim.
Tanjiro se levantou de supetão em desespero e tentou tocá-lo em meio a lágrimas gordas que desciam pela sua bochecha, mas Giyuu já havia saído com Makomo. Ele não queria ter que olhar no rosto do Kamado, pois partiria ainda mais seu coração.
— Se vir atrás dele, eu te mato — ameaçou Sabito. Ele quebrou sua promessa e deu um último golpe no outro alfa que o impossibilitou de ir atrás do ômega. — Que isso sirva de aviso.
O Kamado despencou no chão ajoelhado de dor, com falta de ar e segurando sua barriga. Com a visão embaçada e turva, viu Sabito saindo do cômodo. Tanjiro chorou como nunca antes, deixou-se cair de vez no piso, abraçando o próprio corpo. Como era pequeno e fraco, não podia fazer nada para trazê-lo de volta.
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