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História Our Destiny - Na estrada com a loira maluca - História escrita por MomoByul - Spirit Fanfics e Histórias
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História Our Destiny - Na estrada com a loira maluca


Escrita por: MomoByul

Notas do Autor


Annyeong~

Dia de atualização como prometi a vcs desde o início da fic

Não tenho mto oq dizer aqui, esse cap é mais pra vcs entenderem a infância da Chae/o desenvolvimento da relação das duas/e tem coisinhas entrelinhas q só lá na frente vão ser explicadas

Enfim, BoA leitura e desculpem qualquer erro

Capítulo 7 - Na estrada com a loira maluca


Flashback on

Gwangju... Oh lugarzinho quente da bubônica, sô... Por aqui geralmente nos períodos mais quentes do ano as crianças se juntavam na rua e faziam uma espécie de banho em conjunto. Meu vizinho, senhor Seo, pegava uma enorme mangueira e deixava à disposição da molecada que se esbaldava brincando de guerra de água, balões d'água, enfim, era aquela macacada toda que só criança sabe fazer. Enquanto aquela meninada toda brincava lá fora para espantar o calor eu, Son Azarada Chaeyoung, estava entocada em uma sala de treinos construída pelo meu pai, praticando artes marciais com ele.

- Vamos lá, Chaeyoung, a melhor defesa é um bom ataque... Surpreenda seu inimigo. - meu pai me incentivava enquanto eu, impossivelmente, tentava imobilizá-lo em um tatame.

- Ah, pai... Isso não é fácil não. Já viu seu tamanho para o meu? Sem falar que eu pareço mais uma lagartixa desnutrida que tem o pulmão de uma senhora de 100 anos. - eu reclamava, parando por alguns segundos para tomar ar.

- Tenha foco, minha filha. Obstáculos foram feitos para serem superados. - ele me alcançava, puxando minhas mãos para que eu voltasse para a posição correta - Quanto mais disser a si mesma que não consegue, mais estará voltada ao fracasso. Seja positiva e seu corpo e mente te acompanharão.

- Pai, me diz uma coisa aqui: Por que só eu tenho que aprender essa chatice toda de artes marciais e aquelas outras coisas que toda vez que o senhor tem uma licença do exército teima em me fazer praticar? Sou a única garota entre seus três filhos, sem falar que sou a mais nova... Só tenho 10 anos. - questionei me esgueirando de seus braços ágeis.

- Pra te manter em segurança. - ele me seguia pela sala, passando pelos aparelhos.

- Mas os outros também podem correr perigo, são uns mocorongos abestalhados. - eu fazia cobrinha pela local, com vontade de rir da cena de meu pai andando atrás de mim, eu fazia de tudo para ele não me alcançar, passando por debaixo de uma mesa com materiais de musculação.

- Por que quer saber disso agora, meu tigrinho? - perguntou tentando me encurralar por debaixo, porém não contava com minha astúcia de escorregar para o lado antes que ele me alcançasse, correndo para detrás do sofá, já sendo seguida por ele.

- Porque não vejo motivos para eu ter que me matar treinando isso. - ele parou por um instante me encarando pensativo - Vou acabar virando a quarta pantera, versão baixinha muito louca.

- Filha... Eu amo você e não quero que nada te aconteça. - explicou com sinceridade, porém aquilo não era o bastante, parecia que tinha mais uma coisinha ali que ele não queria me contar - Hey... Não confia mais no seu velho?

- Não... Você é chato e me obriga a ficar mofando aqui dentro feito um pão em decomposição. - ralhei fazendo bico, ele riu da minha cara se aproximando sorrateiramente.

- Sou chato?

- É sim... Muito chato. Parece um filme de cachorro que fala.

- Ah, é? Então deixa eu mostrar quem é chato. - dito isso ele me agarrou de repente, colocando-me em seu ombro enquanto eu me debatia para descer. Quando chegou no tatame, meu pai me deitou no chão, prendendo meu corpo com as pernas enquanto prendia minhas mãos com uma da suas - Agora vai receber seu castigo por afrontar seu superior.

- O senhor não se atreveria. - eu disse quando ele posicionou sua mão solta no meu abdômen, já adivinhando o que viria em seguida.

- Me impeça. - ele desafiou, me encarando com uma cara divertida. Nem esperou alguma reação minha e começou a me encher de cócegas.

- Não... Para, pai... Isso é uma covardia. - dizia tentando me soltar, já toda encolhida.

- Só vou parar se retirar o que disse.

- Não vou retirar nada... Son Chaeyoung nunca volta atrás no que diz.

- Ah, então Son Chaeyoung vai morrer de cócegas. - brincou intensificando suas cócegas que já estavam me dando nó nas tripas de tanto dar risada. Ele me acompanhava gargalhando da minha expressão de desespero para me soltar e, apesar do meu orgulho, não queria enfartar de rir.

- Tudo bem, tudo bem... Eu retiro o que eu disse.

- Retira o que? - ele caçoou aproximando seu ouvido, mas sem parar com sua tortura.

- Que você é chato, pai... Você é demais, o melhor pai do mundo, um Homer Simpson. Agora me deixa respirar de novo. - ele sorriu me soltando. Me levantei pra sair correndo, porém ele alcançou meu braço me puxando de volta, para que ficasse de joelhos a sua frente e agora tinha uma expressão séria no rosto.

- Chaeyoung, filha... Quero que guarde uma coisa com você. - eu o encarei atenta, confusa contudo - Lembre-se sempre que apesar das coisas parecerem terríveis e confusas, eu sempre te amei e que tudo que faço é para seu bem.

- Não encana, pai. Eu disse aquilo pro senhor me liberar pra ir correr na rua com o pessoal.

- Eu sei que entende, filha, mas terá um dia que o que você acredita será posto à prova e nunca esqueça do que te ensinei, tanto nas habilidades quanto na incrível pessoa que você se tornou. - aquilo me soou muito estranho, mas o meu pai sempre foi minha base de tudo e não seria agora que iria desconfiar dele.

- Tranquilo, senhor Son cabeça de vento... Confio em você. - o tranquilizei afagando seus cabelos tão negros quantos os meus, o fazendo sorrir - Bate aqui. - ele bateu em minha pequena não e nós nos levantamos.

- Bom, agora que nós já estamos conversados, meu tigrinho, eu... - tentou me enrolar para me pegar de surpresa, porém fui mais rápida e me desvencilhei de seus braços, subindo em suas costas, dando-lhe uma gravata, enquanto envolvia sua cintura com minhas cambitas de galinha d’angola.

- Vamos lá, pai, a melhor defesa é um bom ataque... Surpreenda seu inimigo. - repeti sua frase, fazendo-o sorrir por um instante, batendo em meu braço para que soltasse seu pescoço.

- Muito bem, filha... Aprendeu direitinho, mas não mata o papai. - eu sorri lhe soltando - No entanto ainda não aprendeu uma coisa.

- O que? - perguntei curiosa vendo-o dar seu famoso sorriso sapeca.

- Você nunca me supera na surpresa. - dito isso, me envolveu em suas pernas, caindo por cima de mim, imobilizando meu corpo completamente.

- Pai, você é um saco...

Nós passamos o restante do dia daquele jeito, treinando e dando gargalhadas das palhaçadas do meu pai. Ele era demais, sempre estava do meu lado em tudo que eu fazia, em tudo que eu escolhia e em tudo que eu inventava... Foi o único que não me julgou quando me assumi lésbica com 16 anos, apenas me olhou fundo nos olhos e disse: "Nosso coração é a maior arma contra o que nos impede de viver, siga-o e a felicidade te alcança". Como eu aprendi com ele! E se estou assim foi porque acabei me fechando para tudo, pois minha muralha foi derrubada quando tiraram meu pai de mim e pode certeza que sua morte não seria em vão, nem que eu morra tentando.

Flashback off

Acordei sobressalta, me assustando com alguma coisa que fez o carro dar um pequeno salto.

- O que você atropelou, sua barbeira? - indaguei me ajeitando no banco do passageiro, estava cansada e não sei o que me deu na cabeça pra deixar a maluca dirigir.

- Foi um buraco, Chaeyoung... Cala a boca e volta a dormir.

- Você poderia ser mais doce as vezes, sabia? Parece um limão de tão azeda. - rebati bocejando profundamente em seguida. Ela apenas me olhou indiferente - E acho bom encontramos um lugar pra dormir logo, porque sei que tanto você quanto eu estamos caindo de sono e não vou querer testar a gravidade quando a Kristen começar a dar mortais na estrada.

- Não, eu aguento. Quanto mais cedo encontramos o outro chip, mais cedo nós nos livramos disso tudo. - disse séria, me fazendo revirar os olhos.

- Mas acho que não dá pra achar esses benditos chips no além, que é o lugar para onde vamos, se não DESCANSARMOS E TERMOS UMA BOA NOITE DE SONO. - aumentei o tom da voz para ver se aquela doida colocava aquilo na cabeça.

- Ainda não acho uma boa ideia.

- Mas eu sim... Vamos fazer uma votação: Quem quer que paremos para descansar em algum lugar? - ela me encarou confusa - Eu e meus braços que vão te arrastar nem que seja a força, senhorita, e saiba que sou maluca o bastante para fazer.

- Tudo bem. - bufou vencida pelo cansaço. O que? Sou muito foda, cara - Aonde quer que eu pare?

- Pode ser naquele motel ali.

- Motel? Ah, não... Prefiro dormir no carro.

- No carro não é confortável, minha daminha, e creio que não vai querer amassar esse seu corpinho. - do tipo UAU - Dentro desse carro, que é lindo e maravilhoso, mas não pra dormir.

- Mas logo em um motel? - indagou incrédula, fazendo careta.

- E qual o problema? - disse tranquilamente - O que foi, está com medo de dormir sozinha ou que você não resista e me agarre? - caçoei recebendo aquele olhar que se pegasse matava.

- Eu te odeio!

- É recíproco, agora estaciona aí, Britney Spears. - Mina só deu aquela velha bufada de quando eu a venço e estacionou Kristen um pouco mais a frente. Depois que descemos comecei a checar todas as portas do carro, enquanto Mina se dirigia ao porta malas, retirando uma mala dele - Como isso foi parar aí?

- Você foi embora tão rápido daquela rodoviária que não tive tempo de pegar minha mala. - deu de ombros, seguindo para o Motel.

- Eu, hein... Mulher maluca. - murmurei, pegando minha mochila para emergências, que continha algumas peças de roupas dentro, que acabei juntando com as roupas que comprei no shopping naquela loja incrível para meu velho novo estilo.

Adentramos o local, deveras estranho, e seguimos para pedir um quarto, ou dois de preferência.

- Com licença. - chamei a mulher que estava de costas para nós.

- Pois não? - a recepcionista perguntou, dando uma demorada reparada em mim e aquilo me deu um certo medo - No que posso ser útil?

- Queremos um quarto. - pedi intrigada com a recepcionista, que deu um sorriso safado para Mina e eu.

- Uhm... Lua de mel ou só curtição?

- O que? Ela e eu... Eca! - fiz cara de nojo para Mina que me encarou com os braços cruzados e a boca entreaberta.

- Ha ha ha... Você é tão engraçada, Chaeyoung. - ironizou com o cenho franzido - Não... Não estamos juntas, só queremos passar a noite aqui, em quartos separados, de preferência.

- Sinto muito, mas só temos um quarto vago... Se quiserem passar a noite aqui vão ter que dividir. - a mulher sorriu maliciosa.

- Por mim tudo bem. - eu disse dando de ombros puxando o dinheiro do bolso e entregando para a mulher estranha na minha frente que não parava de me encarar, tava me agoniando isso já. Mina pareceu não ter gostado da ideia, mas eu tava pouco me lixando pra aquela loira pancada, queria mesmo era dormir.

- Está aqui a chave. O quarto de vocês é o 16, fica seguindo aquele corredor, virando à direita. - eu agradeci, rumando para o lugar apontado pela mulher - Divirtam-se. Ah, se quiserem uma massagem, sou ótima com as mãos.

- Tudo bem, tentarei não esquecer. - de trancar bem a porta, isso sim. Eu, hein? É cada doido que me aparece.

Paramos em frente à porta de número 16, coloquei a chave na fechadura, tendo um pouco de trabalho para abrir, porém entramos.

- É, não é nenhuma suíte presidencial, mas se tem uma cama... Pra mim é o paraíso. - comentei me jogando na mesma, quase quebrando a coluna quando afundei nela - Já deve estar gasta de tanto que balançam nela.

- Que nojo! - Mina fez careta e eu quase me acabo de rir dela.

- Bom, deixa eu dar um pulo no banheiro pra tomar uma ducha antes de dormir... Inté, moça. - me levantei da cama, pegando meu pijama na minha mochila, rumando para o banheiro.

- Tudo bem, enquanto você toma banho, vou procurar algo para comer.

- Tem camisinha de sabores na cômoda... É só escolher. - brinquei, fazendo-a dar aquela virada de pescoço quase que parecida com a da menina do exorcista.

- Chaeyoung, você é um saco! - ela gritou arremessando seu salto na minha direção e se eu não entrasse rápido para o banheiro, teria ficado parecida como um unicórnio com ele encravado na testa.

Depois de rir disso tudo, procurei uma toalha limpa por ali e graças ao pai encontrei. Me despi entrando para debaixo do chuveiro, para tomar aquele banho quentinho e...

- PUTA QUE PARIU, QUE ÁGUA GELADA! - urrei pulando para longe da água, me encolhendo toda - Misericórdia, nem pinguim aguenta isso... Ui. - me arrepiei toda, mas não tinha jeito, precisava urgentemente de um banho, ainda tinha resquícios da confusão de mais cedo - Vai lá, Chaeyoung... É isso ou ficar fedida. E é um, dois e vai. - fiquei debaixo do chuveiro novamente, praguejando todo nome feio já inventado pelo ser humano e simpatizantes de planetas vizinhos – nada me tira da cabeça que existem seres em outros planetas, só nunca entraram em contato com a gente, porque sabem que os seres humanos são nada mais que uns macacos pregos com menos pelos, mas abafa o caso.

Depois de quase virar um picolé, me empacotei toda com meu pijama, que era composto por uma blusa comprida com um zumbi estampado e um boy-short branco. Quando sai do banheiro encontrei Mina sentada na cama, terminando de comer algo... Parecia uma barra de chocolate ou de cereal, sei lá, só sei que era deveras sexy a forma que ela comia... Acho que preciso de outro banho gelado hehe.

- Poxa! Você demorou... Já ia lá pra ver se tinha morrido. - comentou levantando-se, amassando a embalagem que tinha em mãos, indo para sua mala na procura de algo por lá.

- Uhm, se queria me ver pelada era só pedir. - provoquei, dando um sorriso sapeca só pra deixar ela com raiva e fiquei feliz quando funcionou, porque suas bochechas ficaram vermelhas e pude jurar ter visto sair fumaça de seus ouvidos.

- Não vou nem comentar uma coisa dessas... Vê se me erra, Chaeyoung. - isso só serviu para eu rir mais, deixando-a emburrada... Adorava isso! Então ela me ignorou, continuando sua busca incessante por algo na mala, fazendo uma cara nada boa por não achar o que procurava - Droga!

- Que foi, acabou a maquiagem ou o absorvente?

- Chaeyoung! - repreendeu quase gritando. Eu levantei as mãos em sinal de rendição, mas aquele mau humor todo só significava uma TPM das bravas.

- Foi mal! Então, o que foi?

- Não estou achando minha roupa de dormir.

- Então dorme pelada, tá fazendo calor mesmo. - essa brincadeira quase me custa um olho, por conta de um objeto não identificado que quase acerta minha cara - Tudo bem, já parei... Se quiser pode usar uma das minhas blusas compridas... Estão cheirosinhas e são confortáveis pra dormir. - ofereci, ela pareceu não gostar no início, mas acabou aceitando. Fui até minha mochila e tirei de lá a mais comprida que tinha, Mina era um pouco mais alta que eu, então teria que achar uma que não ficasse muito curta. Era uma dos Beatles... Gostava de dormir com estilo.

Mina, sem dizer nada, entrou no banheiro e por lá ficou um tempo. Tratei de desligar a luz, deixando apenas a do abajur acesa. Ajeitei as cobertas da cama para me jogar nelas logo em seguida, me aninhando aos lençóis. Fiquei encarando o teto por um tempo, contando as rachaduras para me entreter, pareciam aqueles mapas de tesouro pirata, enfim, tava entediada. Uma meia hora depois ouço a porta se abrir lentamente e Mina colocar apenas a cabeça pra fora, já tava achando que ela tinha ficado congelada debaixo daquele chuveiro, que só tinha o modo Antártida nele, ou tinha entalado no vaso... Até que seria uma cena hilária. Eu apenas a olhei de canto de olho.

- Vamos dormir na mesma cama? - ela perguntou ainda sem sair do banheiro.

- Olha... Se quiser o chão é todo seu, porque eu não vou dormir em algo duro tendo uma cama confortável e grande bastante para nós duas. Então, sinta-se a vontade. - disse naturalmente, me ajeitando na cama para que ela se deitasse, caso quisesse. Ela me encarou entortando a boca, mordendo o lábio em seguida, que eu já havia percebido que fazia isso quando pensava.

- Tudo bem, mas apaga a luz.

- E como vai chegar até aqui no escuro?

- Ah, então fecha os olhos.

- Hey, não vou caçoar de você com a minha blusa. - talvez só um pouquinho, eu não resisto.

- Mesmo assim... Fecha os olhos. - ordenou agoniada.

- Tudo bem, já fechei. - mentira, só fingi, tinha que ver como ela estava.

- Okay... Já estou indo. - ela anunciou saindo do banheiro e... Santa mãe de Deus... o que é isso, papai? Eu tinha morrido e ido direto para o paraíso e um anjo vinha na minha direção... Nunca aquela camisa tinha ficado tão bem em alguém, ui. Só faltou os Beatles começarem a cantar: I wanna hold your haaannd, I wanna hold your hand… E outras coisas mais. Acho que essa é a deixa pra fechar os olhos antes que ela perceba minha concentração nas suas pernas, não é mesmo? Vamos lá, fecha os olhos... Fecha seus idiotas. Anda logo seus traíras, ela vai notar... Pronto! Fechei com tanta força que quase digo um "oi" para meu cérebro.

Senti ela se movimentar ao meu lado, apagando a luz do abajur e rapidamente cobriu-se puxando um pouco as cobertas para o seu lado. Fiquei em silêncio processando tudo que tinha acontecido até aquele momento e por mais que aquilo me intrigasse, eu precisava de uma boa noite de sono... E como precisava.

***

Acordei no dia seguinte sentido uma luminosidade tocando meu rosto, indicando que o dia já havia chegado. Mas não era só a luminosidade que havia me acordado não, senti algo diferente naquele momento... Um cheiro maravilhoso de jasmim adentrava minhas narinas e meus braços envoltos a algo macio. Quando abri os olhos, os arregalei logo em seguida, pois percebi que estava de conchinha com a loira maluca e o pior: Ela estava com seu braço segurando o meu. Me bateu aquele desespero do tipo que o coração fica dançando break no peito e se ela já era afetada comigo normalmente, o que faria se acordasse abraçada a mim? Não que eu esteja reclamando nem nada, mas POXA VIDA! Tentei mil formas de tirar meu braço dela, mas não consegui pela força que ela me segurava, então deixei que o caldo entornasse mesmo... To nem aí mais. 

Então ela começou a acordar e lá se foi eu rezar para todo o tipo de santo que eu conhecia. Acho que demorou um tempo para ela perceber que estava agarrada a meu braço, pois virou-se me encarando e ficou um tempo assim. Resolvi brincar um pouco.

- Confortável?

- Por que está me abraçando? - perguntou incrédula, me dando aquela pontada de raiva matinal que só eu tinha: A Chaerábica.

- Se não notou é você que está me segurando. - expus em um touché magnífico. Ela olhou para meu braço por baixo do seu, em que a mesma estava agarrada com tanta força, e soltou bruscamente, pulando da cama.

- Nunca mais faça isso de novo.

- Fazer o que? Você me agarra e a culpa é minha? Ah, vai se catar, sua maluca bipolar. - ralhei, me ajeitando deitar novamente.

- Não me chama de maluca.

- Mas você é, minha mãe me ensinou a não mentir.

- Me chama de maluca de novo que você vai se arrepender. - alertou colocando as mãos na cintura e franzindo o cenho. Hey... Essa pose é nova! Parecia assustadora, mas eu gostava de tirar ela do sério. Então resolvi me arriscar.

- MA-LU-CA... Maluca. - disse lentamente, saboreando cada reação dela a cada sílaba dita. De repente sua expressão mudou para uma mais sombria, no entanto eu me mantive sorrindo. Ela veio andando como um foguete na minha direção e eu apenas observava com um semblante provocativo, segurou a colcha da cama e puxou com toda a força que tinha em sua direção, fazendo eu me estatelar no chão com tudo - Aí, isso doeu! O que te deu, Mina?! Brincadeira sem graça.

- Você não disse que eu sou maluca? - devolveu com seu sorrisinho irônico que eu mais odiava e se entocou no banheiro.

- Odeio essa doida. - eu reclamei massageando minhas costas doloridas que bateram com tudo no chão, me deitando novamente.

Mina ficou uns minutos no banheiro enquanto eu voltava a dormir. Quando saiu de lá, começou a mexer no aparelho que utilizava os chips para rastrear os outros e ficou nisso quase meia hora, ficando zangada depois.

- Mas que droga! Não me diz que essa droga inventou de quebrar agora?! - dizia enquanto batia no aparelho contra a mesinha do quarto.

- Vai com calma ai, princesa guerreira, o que já está te afetando agora?

- Acho que o aparelho de rastreamento dos chips quebrou. - explicou e mesmo eu não querendo, tive que levantar para dar uma olhada - Isso tem que voltar a funcionar, caso contrário nunca acharemos os outros.

- Ei, tenha calma, okay? Me deixa ver isso aqui.

- Não, você não sabe manusear ele, vai que termina de quebrar?

- Queridinha... Estudo engenharia em uma das melhores universidades de ciência e tecnologia da Coreia e sou uma das melhores de lá. Sem contar que essa que vus fala elaborou o rastreador que encontrou você em Busan. Então se consigo achar uma loira terrorista, meio abilolada do juízo, no meio do caus que é Busan, acho que também consigo consertar esse trequinho que seu pai inventou. - peguei o objeto da mão dela que apenas me encarou em silêncio - Vai por mim... Entendo de trecos. - ela apenas deu um sorriso forçado e ficou me observando analisar o rastreador.

O aparelho possuía muitos comandos numéricos de um alto nível, mas estavam em desordem, me fazendo bater muita cabeça pra decifrar. Sem falar que ele estava dando apagões de segundos em segundos, daí mais um problema, pois poderia ser a placa mãe que tivesse danificada e se essa danada sofrer qualquer curto... Já era.

- Então, Chaeyoung, acha que consegue consertar?

- Com as ferramentas e materiais certos sim. - expliquei organizando as peças que eu tirava do aparelho, colocando-as em ordem para saber como botar de volta depois - Algumas coisas eu tenho no carro, já outras precisam ser compradas com uma certa urgência.

- Tudo bem, eu vou dar uma olhada em algumas lojas de eletro por aí e vejo se consigo as peças.

- Se quiser eu vou, porque conheço mais as peças que serão utilizadas.

- Acho melhor você ficar adiantando o que puder enquanto vou comprá-las. Quanto mais rápido você consertar melhor. Só me faça à lista.

- Okay. - dei de ombros, no fim ela tinha razão mesmo. Listei tudo que ela deveria comprar e a acompanhei até Kristen para pegar as ferramentas e materiais que poderia usar no conserto. 

Doeu meu coração deixar que a loira fosse na minha menina, mas pelo menos assim chegaria mais rápido. Passei pela mulher estranha da recepção para pedir que me arrumasse algo pra comer, preciso me alimentar qualquer hora mesmo. Quase expulsei a doida do meu quarto depois que ela me trouxe a comida e tentou lamber minha orelha, passando chocolate por ela. Não disse que eu só atraio gente pirada?

Pois bem, comecei rapidamente com meu serviço árduo para tentar consertar aquele aparelho tão intrigante quanto quem o fez e quem o guardada. Tive que soldar algumas partes soltas de total importância e retirar algumas que estavam danificadas, me perguntando como foi que aquela maluca desmantelou aquilo.

Depois que já tinha feito tudo que podia, faltando apenas o que Mina foi comprar – e que estava demorado mais que o necessário – resolvi ligar para a Dahyun. Certo que estávamos em uma missão importante, mas não podia deixar minha melhor amiga sem notícias. Vai que ela chama a polícia e lasca tudo de uma vez? Se bem que quem iria procurar por mim mesmo? O Mo? Coitado do meu gato.

Peguei o telefone da cômoda e espremi a cabeça para lembrar do número da minha amiga branquela que tinha um problema sério de autoestima. Deu dois toques e ela atendeu:

- Alô? Quem fala?

- Sou eu.

- Eu quem?

- Lindsay Lohan, quem mais acha que seria, seu tofu estragado?

- CHAEYOUNG, SUA VADIA MISERÁVEL. COMO É QUE VOCÊ SOME DESSE JEITO SEM ME DAR NOTÍCIAS E... - tive que afastar o telefone do ouvido de tanto que ela gritava me xingando de tudo que é nome feio, em vários idiomas e dialetos não existentes, aqueles que só aparecem quando você tá muito puto de raiva mesmo.

Foi então que ela deu uma pausa e não sei se foi pra recuperar o fôlego, tomar uma água, lembrar de mais palavrões ou tinha cansado de me xingar, porém ao invés disso escutei soluços de um choro intenso dela, que me doeu de verdade, apesar de tudo Dahyun era minha melhor amiga e não queria vê-la daquela forma.

- Hey, você está chorando?

- Como acha que eu estou me sentindo, sua desmiolada? Onde você está? Está bem? Te sequestraram? Me...

- Calma aí, Dahyun da pomerânia... Eu estou bem, só que tive que fazer uma viagem de emergência por uma coisa grave que me aconteceu. - expliquei calmamente, tentando passar segurança a ela.

- Que emergência? Chaeyoung, me conta logo o que está acontecendo, senão eu juro que explodo agora mesmo. - ela ameaçou, me fazendo fechar os olhos com força por saber que teria que contar tudo a ela, caso contrário a coisa ia embaçar de vez.

- Tudo bem Dahyun, eu vou te contar tudo, mas vai ter que prometer que não vai surtar. - ela consentiu - Lembra da garota maluca de quem falei? Pois é, ela... - contei tudo, detalhe por detalhe, até da minha noite com a Sana que não tinha nada a ver com a situação, porém saiu - Agora entende o porquê de ser tão importante que eu me ausente? - ela ficou calada uns instantes até perguntar:

- Então você transou com a Sana?

- Caramba, Dahyun. Sério, de tudo que eu te contei, foi só isso que assimilou? - indaguei incrédula e ela riu nem sei porquê - E agora está rindo de mim. Valeu!

- Não, Chaeyoung, me desculpe, mas que é engraçado é... Uma nerd feito você com uma gata feito a Sana. Nunca imaginaria isso.

- Pois saiba que ela usou e abusou dessa nerd aqui a noite toda e ainda queria mais.

- Me poupe dos detalhes. - eu tinha certeza que ela tinha feito cara de nojo, mas eu sorri maliciosa lembrando-me de tudo - Então você está bem com tudo isso, digo, aceita essa jornada suicida que nem sabe se é verdade?

- Eu tento não pensar, Dahyun, só me concentro em lutar pelo meu pai... Devo isso a ele. - senti aquela pontada ruim de novo no coração, era inútil, sempre sentia isso quando me lembrava dele.

- Então tenha cuidado, Chaeyoung... Sei lá, pelo o que você me falou dessa garota, acho bom ficar sempre em alerta com ela... Tome cuidado, okay?

- Okay. - por isso eu adorava aquela maluquinha, Dahyun sempre foi uma irmã pra mim. 

Ela que me acolheu quando eu cheguei em Seoul meio sem rumo. É chata as vezes, mas quem não tem um amigo chato que você ama, porque sempre te protege e te incentiva com suas loucuras e ainda te dá a maior bronca se aprontar?

- Obrigada, Dahyun... Fica bem e cuida do Mo pra mim, por favor.

- Cuido sim e o que faço com Sana? Ela me perguntou muito sobre você nesses últimos dias. Sem falar que agora entendo o porquê dela querer te matar quando se encontrarem de novo. - pronto, mais um que quer me matar... Me leva, Jeová!

- Sei lá, inventa alguma coisa. Diz que eu viajei a trabalho, que eu fui pra guerra, abduzida por Oompa Loompas... Sei lá, usa sua imaginação que depois eu me entendo com ela. - eu rezava.

- Okay, então... Fica bem, viu?

- Vou tentar e você também. - ela consentiu, desligando em seguida - Pronto, um problema a menos.

Terminada minha ligação para Dahyun, Mina ainda não tinha dado sinal de vida, então resolvi dar jeito em outro problema... Minha asma. 

Quando eu era criança tinha ataques horríveis e só vivia no hospital, tendo que me adaptar a uma bombinha para não morrer sufocada. Foi então que a médica que cuidava de mim sugeriu a meus pais que me fizessem praticar algum exercício, pois por meio deles ajudava a controlar meu fôlego, diminuindo minhas crises de asma. Assim, fui quase forçada a praticar quase todo tipo de esporte já inventado pelo homem, sem falar dos exercícios, alongamentos, enfim, a tortura toda. Com o tempo, depois que eu sai do Gwangju, acabei me desleixando com isso, me tornando meio sedentária, fazendo também que eu voltasse às crises horríveis novamente. Então agora aqui estou eu, apenas de calcinha e sutiã, em um quarto de motel caindo aos pedaços, fazendo exercícios para voltar com minha concentração no controle do meu fôlego de novo e saiba que não é nada fácil voltar a isso, por mais que me ajude.

Depois de quase uma hora nisso ouço a porta abrir, anunciando a chegada de Mina que ficou paralisada ali mesmo me encarando fazendo abdominais.

- O que você está fazendo, Chaeyoung? - perguntou saindo do transe que se encontrava.

- Balé, não vê?

- Me refiro o porquê de estar fazendo isso aí, ao invés de estar tentando consertar o rastreador. - falou, dando a volta por mim para depositar as coisas na mesa.

- Olha, minha pancada tão querida, só que não, nessa sua demora dava pra eu consertar uns trinta aparelhos desses, cinco Kristen’s, oito telefones, fazer um concerto de piano, dançar break na rua, me casar com um mendigo, me divorciar, casar com ele de novo, ainda ter uns quinze filhos e montar um circo com eles que ia se chamar: Tomara que não chova e nem vente. Porque não teria dinheiro para o teto do circo porque esperei você demais. - finalizei sem entender o que tinha falado, mas tava valendo de qualquer forma.

- Tu é meio doidinha, sabia? - Mina disse, me fazendo sem querer sorrir.

- Mas quem não é hoje em dia? - nós duas caímos na gargalhada feito duas doidas, acho que foi a primeira vez que fiz ela rir - Comprou tudo?

- Comprei, toma. - ela espalhou todas as peças pela mesa e lá fui eu terminar, porém não demorou nem meia hora, era pouca coisa.

- E agora é só colocar isso aqui e... Pronto. Agora é só ligar. - ela deu um meio sorriso, apertando o botão de iniciar do aparelho que deu alguns bipes e funcionou perfeitamente.

Mina comemorou atônita e até me abraçou, fazendo careta em seguida por eu estar suada e por ter me abraçado. Estou começando a achar que ela também sente a "coisa estranha" quando me toca.

Eu entreguei o chip a ela, que o colocou no aparelho e aguardamos por sua busca de alguns segundos pela localização do próximo. O localizador deu alguns bipes, parando em um ponto que indicava o próximo lugar que teríamos que ir.

- Não acredito. - Mina expôs inquieta.

- O que foi, Mina? Para onde nós vamos dessa vez?


Notas Finais


Hmm parece q até a Dahyun tem um pé atrás com a Mina mesmo sem nem conhecer ela! Pq todo mundo não gosta da Mina, tadinha gente ela é azeda mas não é pra tanto

Vish Sana quer matar a Chaeyoung tadinha a coitada nem tem culpa kkkkkkk agr é esperar pra ver oq acontece

Oq vcs acham q rola na próxima cidade? A Mina pareceu não curtir mto com quem tá o próximo chip... comentem aí!!

Até o próximo capítulo meus amorecos

Chu~


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