P.O.V S/n
Meu queixo caiu quando vi Jeon Jungkook Thierry atravessando o portão da minha vila sendo perseguido por uma boa quantidade de meninas. E para não acabar a surpresa, Taehyung e Callie estão ao seu lado. Eu não consegui acreditar no que estava acontecendo. Quer dizer, por que ele está aqui? O que quer? E por que veio justo no dia da festa da minha irmã, ainda mais com seu irmão e minha amiga?
Todos os três estão vestidos formalmente, não tanto quanto se vestem para uma festa no palácio, mas estão muito bem arrumados e elegantes. Callie usava um vestido longo, liso, cor creme e um casaco curto, minimamente mais escuro que o vestido, cobrindo dos seus ombros até o meio de suas costas. Seu cabelo castanho-claro estava solto, descendo onduladamente até um pouco a cima da cintura. Já Taehyung vestia um sobretudo branco, com botões dourados brilhantes. Eu não me surpreenderia se fossem de ouro. A calça de tecido pesado, de cor preta, impossibilita que o príncipe mais novo sinta qualquer ventinho frio. Só a roupa completa de Tae devia ser mais cara que a minha casa.
E por último, Jungkook. O príncipe herdeiro de Dália que estava parado no meio do irmão e da criada para dar atenção à algumas crianças, mulheres e adolescentes. Assim como seu irmão, ele vestia um sobretudo, porém azul marinho com detalhes em dourado, como os botões. É muito comum ver Jungkook vestindo as cores do reino, ele fica bem com elas. Diferente de Tae, seu casaco que vai até o meio de suas cochas está aberto, revelando seu moletom preto de gola alta que escondia todo o seu pescoço. Fiquei pensando o que estava por baixo daquela gola. Será que o príncipe e sua princesa já começaram a se conhecer de verdade?
Tirei o pensamento da cabeça assim que meu pai passou por mim berrando.
— Ok! Ok! Já chega! — gritou ele, andando até a multidão. — Os príncipes precisam de ar! É uma festa para todos curtirem, eles também são convidados e merecem curtir um pouco a nossa festa!
CONVIDADOS?!
Disparei o olhar para minha mãe, que agora sorria sem graça para mim.
— Não me diga que essa era a condição de Katie, Mãe! — falei, andando até ela em passos rápidos.
— Depois falamos sobre isso, Mal. Vá curtir a festa.
— Como vou curtir a festa com aquele garoto aqui, mãe?! — berrei sabendo que ninguém ouviria já que estão todos ocupados demais enchendo o saco dos príncipes.
— Minha filha, a Kati—
— Vocês não podiam pensar um pouco em mim? Só um pouquinho? Sabem como estou em relação a tudo. Está tudo muito recente e logo quando eu estava conseguindo me distrair dele, vocês o trazem aqui!
— Não levante a voz para mim, S/n — mandou em uma calma medonha, e eu me calei. — É aniversário da sua irmã. Ponto final. — Eu tinha muito mais para falar, mas com certeza minha mãe me espancaria na frente de todos, então apenas dei as costas e saí.
Antes que eu pudesse entrar em casa e me trancar no quarto até a festa acabar, ouvi uma voz feminina familiar demais me gritar. Olhei para trás e vi Callie correndo na minha direção. Atrás dela, estavam Jungkook e Taehyung me encarando. Tae estava sorrindo, mas Jungkook estava tão sério que parecia ter visto um fantasma. Seu olhar desceu por meu corpo, então voltou ao meu rosto.
O vestido. O vestido que ele me deu.
Eu escolhi este vestido sabendo que ninguém me viu com ele, então, a única pessoa que já o viu em mim, apareceu. E pior, a pessoa que o comprou.
Talvez ele estivesse orgulhoso ao me ver vestida desde jeito. Talvez esteja achando que o usei por saudades dos velhos tempos ou apenas que eu não tenho outro melhor.
Quer saber? Não me importo com o que esteja pensando. Não vai fazer diferença.
— Mel! Céus! — ela pulou em mim, me abraçando com força. Não retribui. Não conseguia.
O olhar de Jungkook sobre mim me dava arrepios.
Peguei a mão da minha amiga e a puxei para dentro de casa, então fechei a porta.
— Então essa é a sua casa? — perguntou, empolgada. Não respondi, apenas continuei a puxando até meu quarto.
— O que fazem aqui? — foi a minha única pergunta após fechar a porta do quarto. O sorriso da garota sumiu.
— Como assim?
— Não é uma pergunta tão difícil, Callie — ela me olhou quieta por um tempo.
— Sua... sua irmã nos convidou. Ela mandou uma carta para Jungkook convidando nós três — explicou, com a voz baixa.
Fiquei a encarando. Respirei três vezes, e na terceira, fui para cima dela, a abraçando com tanta força que senti sua respiração falhar. Ela retribuiu na mesma hora, e começamos uma gargalhada juntas.
— Senti saudades! — disse eu.
— Meu Deus, eu também! Está tão linda! Tão linda! — repetiu, e eu ri ainda mais. — Sei que não queria ver Jungkook tão cedo, Mel, mas ele foi o primeiro da lista da sua irmã de acordo com a carta que ela nos mandou.
— Eu não sabia disso. Minha família está proibida de falar o nome dele — deixei um riso fraco sair.
— Também não podemos falar o seu. Quer dizer, não somos proibidos nem nada, só não falamos pois sabemos que Jungkook não vai gostar — seu sorriso diminuiu para algo mais singelo. — Sabe, fico pensando que se ele fica mal quando falamos sobre você, é por que ainda sente. — Aquilo tocou em mim. De fato, faz sentido, mas eu não me importo. Não posso me importar com isso. Temos vidas diferentes agora, e assim permanecerá.
— Você não teve notícias de Hollie e Kevin, teve? — perguntei sentando na minha cama, ela fez o mesmo, e suspirou apreensiva.
— Tive sim — disse, e foi o suficiente para eu me exaltar.
— Diga! O que sabe?! — perguntei ansiosa, e subi na cama de joelhos.
— Sabe, os príncipes confiam muito em mim agora. Meio que eu ocupei o seu lugar e o de Hollie, então é para mim que eles contam algumas coisas.
— Prossiga, Callie — pedi, impaciente.
— Foi Tae quem me contou. Estamos mais próximos do que nunca agora e—
— Callie. Direto ao ponto.
— Está bem, está bem — ela deu uma pausa para respirar, então começou: — Jungkook pagou o tratamento inteiro deles. Ele mandou Dylan leva-los para um hospital em Begônia, que é o que ele mais confia. Assim que os dois estavam cem por cento, Jungkook lhes deu uma ótima casa mobilhada no centro da cidade. Eles já se mudaram. Os dois, principalmente Kevin, tem dinheiro o bastante do salário para se sustentarem sem trabalho por muito, muito tempo, ainda mais que em Begônia é tudo muito barato. Eles não poderiam estar melhor, Mel — garantiu.
Eu estava de boca aberta. Não podia acreditar que Jungkook fez tudo isso por meu irmão e Hollie. Meu coração se acelerou em felicidade e alivio.
— Se ele fez isso tudo por eles, por que não pôde negar as punições? — Callie suspirou.
— Mel, mesmo que Jungkook soubesse que eles não eram os culpados, não havia provas. Ele pode ser o futuro rei de Dália ou o rei do mundo, mas deve ser justo. E você tem que agradecer pelo que ele fez, havia punições muito piores para os dois, incluindo a morte.
De fato. Claramente Jungkook fez de tudo o que pôde para aliviar a situação de Kevin e Hollie. Eu não sei porque não entendi isso antes, eu estava tão tomada por ódio e tristeza que nem parei para pensar que o que Jungkook havia feito, foi o certo, na verdade. Mas isso não importa agora, ele está de casamento marcado daqui a alguns dias, e mesmo que não estivesse, não poderíamos continuar juntos.
Céus, são realidades e destinos completamente diferentes, como um dia eu pude pensar em ficar com ele?
— Eu não fazia ideia...
— Achou mesmo que Jungkook, aquele Jungkook que você conhece, poderia deixar uma pessoa naquelas condições sabendo que não merecem? — não respondi, não era preciso. — Mel, você tem que entender que—
— Eu entendi, Cal, e sou extremamente grata por ele.
— Então deve agradecer pessoalmente.
— Como?!
Só me faltava essa.
— Não terá outra oportunidade, Mel.
— Graças a Deus por isso. Acha que quero olhar na cara daquele homem?
— Depois do que te falei, não há motivos para não querer olhar — disse, e deu uma pausa, esperando eu falar alguma coisa. Então quando ela percebeu que eu não falaria nada, continuou: — Sabe que ele te ama, Mel.
— Isso não faz diferença na nossa vida, Callie — respondi, firme.
— Como pode não fazer?! Vocês se amam!
— E daí? Isso faz com que ele desista do trono para ficar comigo? Faz com que eu crie um interesse repentino de virar rainha? Faz com que Jackson mude as coisas e aceite uma costureira adolescente ferrada sentar naquele trono e comandar alguma coisa?! — exclamei. Callie me olhava assustada. — Me diz no que diferença faz nos amarmos, Callie — ela continuou quieta. — Foi o que eu pensei. Então tira essa ideia da cabeça. Tudo que aconteceu entre nós um dia, ficou no passado e se tornou lembrança e saudade, do tipo que te faz sofrer se continuar pensando.
Ela abaixou o olhar para as mãos, como se estivesse extremamente decepcionada com o que eu disse. Mas eu não queria ficar sem falar com a minha amiga sabendo que não a verei mais, então eu devia inventar algum assunto para conversarmos. Mas o que...?
— Callie — chamei, e ela me olhou. — Diga-me mais sobre sua relação com Tae!
[...]
Já eram oito e meia da noite quando eu e Callie saímos de casa para ir cantar parabéns para Katie. Nós ficamos literalmente a festa inteira dentro de casa conversando. Não havia nada para fazermos lá fora, então ficar em casa foi a melhor opção.
Após discutirmos sobre eu e Jungkook, Callie me deu detalhes sobre seu relacionamento com o príncipe mais novo. E eu amei cada coisa que ela falava.
Minha amiga disse que eles já tinham se beijado algumas diversas vezes, e eu me choquei com isso, não imaginava que eles já tinham esse contato a tanto tempo. Ela falou que tudo começou no Baile de Ano Novo, quando Tae a chamou para dançar então lhe mostrou uma parte secreta do palácio. Me choquei com isso também. E desde então, eles têm ficado juntos demais, nunca passaram de beijos e acaricias, para o meu alivio. Ela disse também que o rei não se importa muito com quem o filho mais novo vá casar, já que isso não influência no futuro do reino, o que os deixa bem mais aliviados para terem qualquer tipo de relacionamento.
Eu fiquei muito feliz pelos dois, eles merecem cada gota de felicidade que estão vivendo.
Não vi onde Jungkook e Tae estavam quando descemos para cantar parabéns para minha irmã. Eu não quis ter ao menos o trabalho de procura-lo, então exibi o meu melhor sorriso e cantei para minha irmã, batendo palmas animadas. Onde quer que ele esteja, se estiver me olhando, tem de pensar que estou muito feliz aqui. Tiramos fotos em família com a maior cara de felicidade do mundo. Talvez apenas o meu sorriso seja forçado, mas não liguei para isso, acabou que sorri de verdade quando vi o brilho de felicidade nos olhos da minha irmã.
Assim que todos foram indo embora, deixei meus pais e meus irmãos irem descansar já que eu não os ajudei durante a festa.
Eram nove horas quando a vila estava completamente vazia e eu comecei a arrumar as coisas da decoração. Eu não fazia ideia de onde Callie havia se metido ou se já tivesse ido embora sem me avisar. Pensei em mandar uma carta amanhã para saber porque ela sumiu. Apenas a família de Jimin veio para a festa, o próprio Jimin não pôde vir pois teve de trabalhar até tarde. Admito que fiquei chateada por não vê-lo.
— Mel? — travei. A voz que eu tanto queria evitar chegou aos meus ouvidos novamente.
Então eles não foram embora.
— Oi, Jungkook — disse eu, normalmente.
— Tudo bem? — Estaria melhor se você não estivesse aqui.
— Tudo sim, e você? — perguntei enquanto guardava a comida que sobrou em potes.
— Estou bem — disse, claramente sem graça. — Sabe, fico feliz que esteja bem. Quer dizer, não pude deixar de perceber você tão animada enquanto cantava parabéns para sua irmã.
— É, eu estou feliz em ter voltado — eu não olhei uma vez sequer para ele. Jungkook ficou quieto, então continuei. — E como está no palácio?
— Tudo nos conformes de acordo com os planos do meu pai.
— Certo...
— E... aquele guarda? Park Jimin. Ele não veio? — revirei os olhos.
— Não — respondi firme.
— Vocês estão bem? — sua voz era calma e delicada demais para uma pergunta tão intrometida.
— Por que quer saber? — finalmente me virei para si, o encarando. Ele ficou quieto por um tempo.
— Quero que esteja tudo nos conformes de acordo com o meu plano.
— E qual é o seu plano? — semicerrei os olhos.
— Te ver feliz mesmo que não esteja comigo — abri a boca para responder o que eu achava que seria uma resposta ridícula, mas, como sempre, Jungkook não estava pensando só em si mesmo.
Eu não sabia o que responder, apenas continuei encarando aqueles olhos negros, profundos e sinceros. Fechei os olhos por um tempo, e continuei arrumando as coisas. Andei até um poste de luz e comecei a tirar alguns enfeites pendurados em cordas amarradas de poste em poste.
— E como está a princesa?
— Bem...
— Só isso? — Xinguei Jimin mentalmente quando tive que pular para tentar pegar um enfeite pendurado alto demais.
— É que nós... — deu uma pausa, então ele se meteu na minha frente e pegou aquele enfeite sem dificuldade alguma.
Perto demais.
— Nós quase não nos falamos — disse, me entregando o enfeite, sem se afastar.
— Obrigada — agradeci baixinho. Ele sorriu.
Céus, não sorria. Não tão perto de mim.
— Mas — continuei — vocês vão se casar daqui a alguns dias. Não deveriam estar mais próximos? — perguntei, me afastando e pegando os outros enfeites. Ele foi para outra corda que era ligada do poste da casa vizinha até outro poste da casa da frente, então foi me ajudando a tirar as coisas.
— Deveríamos, mas não tenho tempo para isso agora. Tenho muita coisa para estudar.
Isso nunca foi desculpa quando era eu quem estava naquele palácio.
— Você estuda todos os dias da sua vida, vai dizer que não pode tirar apenas um para dar atenção à sua noiva? — insisti, e ele riu. — Do que está rindo?
— Sua insistência. E seu jeito tão simples de me fazer rir.
— Você ri à toa — afirmei, o que não era bem uma verdade. Jungkook era sério até demais no dia a dia.
— Só com você.
— Não sei por que, não sou engraçada.
— Para mim é.
— Por que? — me virei, e me assustei ao ver que ele estava bem na minha frente, cheio de enfeites e luzinhas nas mãos.
— Porque eu nunca conheci alguém como você — engoli em seco, então peguei as coisas das suas mãos e dei as costas depressa, indo deixar tudo ao lado da mesa do bolo.
Como ele consegue me deixar tão nervosa?
— Sua noiva e seu pai sabem que estão aqui?
— Minha noiva sim, meu pai não.
— Como sabe que ela não pode contar para ele?
— Minha mãe a proibiu de fazer isso — apenas mais um ato incrível da rainha Darla.
— E você sabe onde Callie e Tae foram?
— Devem estar namorando em algum canto — deixei uma risadinha baixa escapar.
— Ele não veio falar comigo.
— É claro, vocês duas ficaram enfurnadas dentro de casa a festa inteira — olhei para o portão da vila, onde Tae e Callie vinham juntos.
Corri até o príncipe e pulei nos seus braços. Tae me girou, tirando meus pés do chão, me abraçando com força.
— Onde estavam?! — perguntei após ele me botar no chão.
— Aí você já está querendo saber demais — não pude deixar de rir com seu tom malicioso.
— Credo — disse eu, e ele riu.
— É muito bom ver você de novo e poder conhecer Bromélia e sua vila. Apenas Jungkook já havia vindo aqui — disse, então lembrei da primeira vez que eu e o herdeiro nos vimos, quando ele me trouxe até a porta da minha casa. — Bom, está tarde, daqui a pouco são dez horas e o caminho para casa é longo. Devemos ir.
— Oh, sim, claro. Querem levar alguma coisa?
— É melhor não — respondeu Tae. — Meu pai não sabe que estamos aqui, qualquer coisa pode ser usada contra nós na forca.
— Céus, Taehyung! — disse Callie, em reprovação, enquanto eu gargalhava da resposta ridícula do príncipe.
— Desculpe, desculpe! — pediu, rindo. — Bem, é melhor irmos. Jungkook é perfeito cavalgando, mas um péssimo motorista. — Ri ainda mais, então olhei o herdeiro. Ele revirava os olhos, porem quando nossos olhares se encontraram e ele me viu rindo, acabou que um sorriso lindo abriu seu rosto. — Tchau, Mel. Espero poder te ver outras vezes — disse o príncipe, vindo me abraçar novamente.
— Eu também espero, Mel. Precisamos trocar cartas — falou Callie, vindo me abraçar assim que Tae se afastou.
— Sim, mandaremos cartas — disse, o mais novo, então eles foram andando de mãos dadas.
— Adeus, Mel — foi a vez de Jungkook se despedir, sem abraços ou aperto de mão. Eu até diria que é melhor assim se não tivesse lembrado de algo que Callie dissera mais cedo para mim.
— Jungkook! Espera — ele parou na mesma hora e se virou para mim, então eu corri até ele. Preciso falar uma última coisa com você.
— É claro. Me esperem no carro, já vou! — disse ele para o casal.
Os dois fizeram caras maliciosas e passaram a andar mais rápido para a saída da vila.
— Pode falar — disse ele, com a voz leve.
— É que... eu...
— Você...
— Eu fiquei sabendo... quer dizer, Callie me disse o que fez por meu irmão e Hollie. Eu... — ele sorriu — eu gostaria de agradecer.
— Então agradeça — revirei os olhos coma audácia do garoto.
— Deixe de ser ridículo.
— Você mesma disse que gostaria de agradecer.
— Quer saber? Esquece, você não fez mais do que a sua obrigação — bufei e lhe dei as costas. Ele começou a gargalhar, até que, de repente, apareceu na minha frente.
— Espera. Não precisa ser tão rápida — cruzei os braços. — Está bem, me desculpe. Pode terminar de falar. — Suspirei e contei até cinco mentalmente.
— Obrigada. Obrigada por tudo que fez por eles, de verdade — agradeci, sem graça. Seu sorriso exibido se transformou em um sorriso calmo e singelo.
— Eu não fiz isso por você. Estava brincando quando pedi para me agradecer. — Claro que estava.
— Mesmo assim. Sou muito grata por tudo — ele passou a me encarar nos olhos, o que me deixou arrepiada.
— Eu também sou grato por tudo que me fez — mesmo sem tirar os olhos dos seus, consegui ver sua mão se levantar para me tocar, mas ela se abaixou, hesitante.
Queria que me tocasse. Queria que essas mãos grandes e fortes me apertassem e tocassem todo o meu corpo novamente. Mas não podem.
— Então... adeus — falei. Ele sorriu sem graça, ou decepcionado.
— Adeus, Mel — ele enfiou as mãos nos bolsos do sobretudo e me deu as costas, saindo.
Eu não podia evitar as lágrimas que se formavam nos meus olhos enquanto aquele homem se afastava mais e mais. Eu não queria deixa-lo ir, mas devia.
Mas eu posso pelo menos me despedir direito.
— Jungkook! — ele parou e se virou para mim, então corri até ele em passo desesperados e pulei no seu pescoço, o abraçando forte.
Ele não hesitou um segundo em me retribuir. Agarrou minha cintura e me tirou do chão, me colocando de volta em seguida.
Eu me sentia tão leve nos seus braços, tão bem, mas ao mesmo tempo tão mal por saber que não o terei de novo. Escondi meu rosto na curva do seu pescoço e me permiti cheirá-lo. Típico cheiro de Jungkook. Do meu Jungkook.
— Eu não podia deixa-lo ir sem um abraço.
— Agradeço imensamente por pensar assim — sorri, fazendo o máximo para deixar as lágrimas nos olhos.
— Jungkook?
— Eu.
— Posso te dizer uma coisa? Mesmo que seja completamente irrelevante agora e talvez estrague o nosso futuro? — perguntei, acariciando seu cabelo.
— É claro. Qualquer coisa — disse, e eu contei até três antes de dizer.
— Eu amo você.
CONTINUA??????????
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