História Our love - andrew garfield - 007

Alisha Porto

Alguns dias haviam se passado desde o meu passeio com Andrew, e a gente se aproximava cada vez mais. Fazíamos tudo junto, íamos almoçar, descansar, conversar, fazíamos piada um com o outro... parecíamos amigos de longa data, mas não nos conhecíamos há nem um mês, certamente meus irmãos surtariam ao saber quem é meu novo amigo.

O dia de hoje antecedia o dia em que Andrew e Tobey gravariam a primeira vez, eu estava tão animada, parte de mim pulava de alegria ao pensar como aquilo seria. Fiz de tudo para não me atrasar, e realmente não me atrasei! Os meninos (Tom, Andrew e Tobey), estavam passando o texto e acenaram logo que me viram.

Fiquei ali esperando eles terminarem para levá-los a última prova de traje. Assim que terminaram, o preparador me deu um "joinha" e me aproximei deles. 

— Preciso do Tobey e Andrew pra fazerem a prova dos trajes. — falei e eles assentiram.

— E eu? — Tom se manifestou.

— Meu amor, você veste aquele traje quase todo dia. Já está bem explícito que em você cabe perfeitamente. — falei e lhe lancei um sorriso.

— Saudades de quando você me dava atenção, Allie. — ele cruzou os braços e fingiu chateação.

— Eu concordo com ele. — Zendaya apareceu do nada como aquelas mães super protetoras. — É Andrew pra cá, Andrew pra lá... Na verdade, é mais tem Andrew, agora é And.

— Ainda bem que não estou nesta confusão. — Maguire levantou os braços e riu. 

— Sabe, o santo bateu... — Andrew me abraçou de lado todo brincalhão, e todos rimos.

— Realmente, não tem como competir com o Andrew. — disse Zendaya.

— Ah, Tom, no final das gravações eu quero te levar em um lugar, vou te mostrar uma coisinha. — falei e ele já me olhou todo curioso.

— Eu posso saber do que se trata?

— Sinto muito, mas não! Só no dia. — dei uma risadinha. — Preciso ir, beijos, vejo vocês mais tarde.

— Não vai almoçar com a gente? — Zendaya perguntou.

— Vou com o And hoje. Amanhã eu vou com vocês!

— Essa química absurda de vocês que me faz não ficar com ciúmes. — Zendaya riu. 

— Está vendo? Temos uma química absurda... — Andrew disse assim que nos afastamos deles. 

— Eles tem razão, tenho ficado muito tempo com você. Eu preciso dá atenção a eles um pouco. — dei um sorriso sincero.

— Não é legal ficar muito tempo comigo?

— É claro que é, mas eu também sou amiga deles. E acabei deixando eles de lado um pouquinho...

— Eu estava brincando. — ele riu. — Está tudo bem. Eu também brigaria por um tempo com uma pessoa incrível como você.

— Obrigada pelo elogio, And. Mesmo! — o abracei assim que chegamos na porta da sala de figurinos, e ele retribuiu o mesmo. 

Em seguida entramos na sala, Tobey já tinha colocado o traje, e o mesmo estava perfeito e não precisava de mais ajustes. Depois foi a vez de Andrew, e estava tudo certo... era só esperar a hora e o momento de usá-la.

••

O dia tinha sido bastante corrido, fizemos todo um esquema de segurança para que no dia seguinte não ocorresse vazamentos ou algo do tipo. Já não bastasse as fotos vazadas de Jamie nos sets com o novo figurino do Electro.

Já era tarde da noite, eu tinha que dormir, mas antes estava revisando o roteiro para o dia seguinte. Estava na minha cama, digitando e alterando algumas coisas no meu computador... até que meu Facetime foi acionado. 

Andrew Garfiel is calling

Uma hora dessas poderia ser extremamente importante. Então imediatamente, eu atendi. And parecia suado, e estremamente cansado.

— Oi, And. Aconteceu algo? — perguntei preocupada.

— Eu não estou conseguindo me concentrar, Allie. Eu sinto que vou fracassar novamente, eu sinto que vou decepcionar a todos. — ele disse com a voz um tanto chorosa. — Eu saí pra correr, pra tentar relaxar, mas eu não consegui.

— Você quer vir aqui? A gente pode conversar.

— Posso mesmo? Sei que está tarde da noite, mas eu sei que posso contar com você.

— Pode vir, eu estou te esperando. — sorri, e ele deu um sorrisinho.

Desliguei a chamada, e guardei meu computador. Permaneci de pijama mesmo, apenas coloquei o casaco que Andrew tinha me dado. Quinze minutos depois, escutei batidinhas na minha porta. Corri imediatamente para abrir, e ali estava Andrew, parecia desolado.

— Obrigado, obrigado por me receber aqui, Allie. — ele me abraçou apertado assim que me viu, e deixou a porta de casa bater.

— Vem, vamos lá pro quarto. Estou aqui pra te consolar, está bem? — ele assentiu.

Tranquei a porta do apartamento, e segui com And até meu quarto, sentei-me de um lado da cama, ele sentou do outro... em pouco minutos ele me abraçou e encostou a sua cabeça em meu peito, e eu lhe afaguei fazendo-lhe cafuné. Foram longos minutos em silêncio, apenas escutando o choro baixinho de Andrew e sentindo ele molhar a camisa do meu pijama com suas lágrimas.

— Andrew... sabe porque você conseguiu transformar o seu Peter em meu Aranha favorito? — suspirei, e ele ajeitou-se pra me encarar. — Porque você conseguiu trazer uma sensibilidade ao Peter Parker, você mostrou um Peter totalmente diferente e aquilo me encantou. São pessoas como eu que sentem falta de você nas telas sendo o amigão da vizinhança.

— Eu sei, Allie. E eu agradeço esse seu carinho. Mas eu ainda tenho essa insegurança, eu recebi tantas críticas. O segundo filme foi um fracasso... eu não sei se consigo entregar coisa melhor. Eu aceitei fazer essa participação por amar o personagem, mas ele também me causou dor.

— And, tem um monte de gente te esperando. É a sua hora de brilhar de novo... e outra, sua vida não é resumida em apenas o Spiderman. Seus outros personagens também são incríveis, olha, você foi até indicado ao Oscars já, e isso é incrível! Poucos conseguem se desprender de um personagem como você se desprendeu do Peter Parker, você é um ator de primeira, e está vivendo a melhor fase da sua carreira. Eu acredito em você, Andrew, eu acredito que você pode superar esse medo, você pode ir além nessa participação. Faça todos pedirem por mais, faça se encantarem por você de novo... dê o além do seu melhor. Você pode, e você consegue. Eu não vou sair de perto de você... eu prometo.

— Obrigado, mais uma vez. — ele me abraçou desajeitado. — Deve ser coisa da minha cabeça, e espero que não atrapalhe em nada amanhã. — ele suspirou. — Você é uma amiga incrível, Allie. Eu tenho sorte de ter te conhecido.

— Não, eu que tenho sorte de ter conhecido você. De verdade, a minha vida ganhou um significado a mais só por ter a sua amizade. E eu estarei aqui por você sempre que precisar, eu te prometo.

— Vai comigo na estreia de Tick... Tick... BOOM? Eu posso levar uma pessoa, bom, eu não tenho ninguém para levar. E acho que você iria gostar de ir... vai ser em três meses, e se não quiser ir tudo bem.

— Eu vou... Estarei lá na primeira fileira te aplaudindo de pé. Vai ser o maior apoio moral que vai receber neste dia.

— Obrigado, mais uma vez. — ele sorriu, e se jogou na cama. — Posso fazer mais um pedido? Essa você pode dizer não se quiser... Eu posso dormir aqui essa noite? Não quero voltar pro apartamento... não quero ficar sozinho.

— Tudo bem. — sorri. — Vou buscar um cobertor para você.

Me levantei, peguei um cobertor para ele, e joguei para o mesmo que estava na cama. Tirei o casaco que estava vestindo, e quando virei-me para Andrew novamente, ele estava me encarando e disfarçou o olhar quando eu virei. Senti minhas bochechas queimarem. Desliguei a luz do quarto, e deitei ao seu lado, em total silêncio.

— Se quiser, eu posso dormir no chão de novo, eu não...

— Não... — o interrompi. — Pode ficar aí. Deite no meu peito, você precisa do meu afago hoje.

Senti ele se mexer na cama, e segundo depois sua cabeça estava encostada em meu peito. Suspirei, e comecei a lhe fazer cafuné, não falamos mais nada, apenas senti quando ele adormeceu, e eu seguida fiz o mesmo.