Alguns dias depois, Nami e Law já haviam resolvido tudo o que precisavam: horários, pagamentos e alguns detalhes sobre como cuidar de Rosi.
A ruiva era constantemente elogiada por Luffy, ele vivia falando que ela era ótima no que fazia e que iria cuidar de Corazón como ninguém! Além de um pingo de ciúmes, Law sentiu que podia confiar na mulher ruiva.
— Olá! Eu sou a Nami! Trafalgar Law, certo? — A ruiva o comprimentou na porta da casa.
— Isso mesmo. É um prazer. — Deu-lhe espaço para entrar e ela o fez.
— O prazer é todo me-... Luffy? — Perguntou ela, surpresa.
— Oe, Nami! Tudo bem? — Falou sorridente segurando Rosi nos braços.
— Estou, mas… O que faz aqui?
— Ah, eu estive cuidado do Corazón enquanto o Tral resolvia as coisas com você, foi meio difícil ir trabalhar e ficar com ele, mas tá tudo bem! — E riu com aquele sorriso largo e que brilhava mais que a luz do dia.
— Entendi, eu acho.
— Bom, Nami, fique à vontade. Eu tenho que ir me arrumar. — Falou Law saindo da sala e subindo as escadas.
A mulher ruiva direcionou sua atenção para o menino no colo de Luffy, indo até eles e sorrindo.
— Rosinante, né?! Meu nome é Nami e vou ser sua nova babá! — Se apresentou com um sorriso.
Rosi apertou um pouco a roupa de Luffy e assentiu. Parece que o seu modo timidez havia se ativado de novo.
— Então, já tomou café da manhã? — Ela perguntou pegando ele no colo e vendo-o negar com a cabeça. — Não? Então vamos lá!
Os três seguiram para a cozinha, Nami procurou alguma coisa para dar de comer ao menino enquanto Luffy brincava com ele na mesa. Enquanto Rosinante se alimentava, Luffy se levantou da mesa e Nami rapidamente o puxou para um canto.
— Ei, Luffy! Me conta isso direito de você estar cuidando do Rosinante. Desde quando você é amigo daquele médico?
— Desde que ele fez minha cirurgia. A gente se encontrou no shopping um tempo depois e eu acabei ficando amigo do Corazón também. Acho que ele confia em mim.
— Hmm, sei… E o que mais? Não vai me dizer que ficou todo esse tempo enfiado na casa do Law sem acontecer nada. — Ela sorriu ladino e Luffy ficou visivelmente vermelho. — Ahá! Eu sabia! — Riu — Estão saindo? Namorando?
— Hmm, não sei dizer… A gente só transa às vezes… O Tral não quer nada sério e eu também não estou interessado…
— Uhum… E por que esse “não estou interessado” pareceu mentira? — Continuou sorrindo sugestivamente.
— N-não é mentira! — Formou um grande bico com a boca e desviou o olhar. —Não estou interessado em ninguém.
— Monkey D. Luffy, te conheço o bastante para saber que está mentindo.
— Somos só amigo-
— Oe, Mugiwara-ya, Pode vir aqui? — Law gritou do outro andar. E, pelo eco, pareceu estar dentro do banheiro.
Luffy olhou para cima e sorriu, dando um tchau para Nami e subindo as escadas correndo.
Nami franziu o cenho e formou um bico, confusa.
Law não havia dito que estava com pressa? Por que…
Ah, claro! Deve ser isso mesmo…
Minutos depois, Law e Luffy se despediram da babá e do menino, entrando no carro do médico e seguindo para o local de trabalho do Monkey.
Law não gostava de barulho, muito menos de manhã, só que era impossível o carro não ficar barulhento com Luffy dentro. Além de ficar escolhendo músicas para tocar, ele não ficava de boca fechada e começava todo o papo aleatório de novo, contudo, Trafalgar não se importava com os barulhos de Luffy e até podia dizer que gostava…
De repente, quando viraram em uma esquina, Luffy parou de falar e encostou a cabeça na janela do carro, prestando atenção na rua. Law achou estranho, mas não quis perguntar, afinal, já estavam quase chegando ao destino.
— Ei, Tral… — Pronunciou, sério. — Você sente algo por mim?
Law arregalou seus olhos por alguns instantes, seu coração passou a bater um pouco mais rápido e suas bochechas ficaram levemente vermelhas. Como ele iria responder aquilo? E por que Luffy queria saber aquilo? Ele tinha interesse? Ou simplesmente queria se certificar que não havia sentimento algum entre eles? Será que era só sexo?
Seus pensamentos surtaram e ele imaginou como seria se respondesse um “sim” ou “não”.
— Ah… Sim?
Luffy arqueou as sobrancelhas finas e olhou para ele.
— Amizade, certo? — Law continuou, sorrindo pequeno.
Luffy voltou sua atenção para a rua e bufou baixinho.
— Entendi.
Ãh? Que clima estranho era aquele?
Luffy parecia chateado, mas por quê?
O cirurgião suspirou e parou de pensar sobre isso.
— Chegamos. — Falou ao parar o carro.
E Luffy, que estava no mundo da lua, levantou a cabeça e sorriu.
Law não teve tempo de dizer mais nada, Luffy segurou a gola de sua roupa e o puxou, dando um beijo nele.
A língua do Monkey se fez presente na boca de Trafalgar, aprofundando mais o beijo. Chupando, lambendo e fazendo tudo que conseguia ali dentro.
A falta de ar veio e eles se afastaram um pouco, respirando pesadamente por alguns segundos e voltaram a beijar novamente, na mesma intensidade.
— M-Mugiwara-ya… Você tem que ir… — Falou - lê-se tentou - o médico entre o beijo.
— Hm... T-Tral… — Luffy gemeu, sem soltar os lábios alheios. — Eu não quero…
De novo esse papo de não querer se despedir? Isso estava ficando estranho demais...
Law se afastou, lambendo os próprios lábios e encarando o outro, sério.
— Tchau.
Luffy suspirou e assentiu com um sorriso pequeno.
— Tchau, Tral! — E saiu do carro, fechando a porta em seguida e caminhando para longe.
Law suspirou, irritado consigo mesmo.
Estava tendo reações estranhas com Luffy, pensando coisas estranhas e fazendo coisas estranhas com ele.
Tudo estava ficando um pouco mais sério… E Law não deixaria que isso continuasse.
°°°
Já fazia alguns dias desde que se encontraram pela última vez, o trabalho dos dois estava exigindo todo seu tempo e disposição. Afinal, salvar vidas não era nada fácil.
Mas Law percebeu que agora havia algo um pouco mais importante do que o trabalho e precisava falar com Luffy sobre. Mandou uma simples mensagem perguntando se Luffy poderia vir conversar com ele em seu horário de almoço, dizendo que precisava falar de algo importante. Pelo mistério do médico, Luffy arqueou as sobrancelhas e não pôde deixar de criar certas expectativas…
Ansioso, com vergonha e animado, foi assim que ele mandou a mensagem dizendo que poderia sim se encontrar com o cirurgião!
Chegada a hora do almoço, Law se direcionou até a entrada do hospital e esperou não por muito tempo já que o Mugiwara apareceu uns 3 minutos depois com aquele sorriso grande e fofo no rosto.
— Tral! Há quanto tempo! Já tava até com saudade.
Oh, isso foi estranho de dizer.
— Oi e… Que bom?
O menor riu e ficou na ponta dos pés para lhe dar um beijo, contudo, Law afastou seu rosto e não deixou que isso acontecesse.
Luffy piscou algumas vezes, surpreso e confuso, soltou uma risada sem graça e para cortar o clima, perguntou:
— Hm… E o que quer conversar? Eu tive que implorar para me deixarem almoçar mais cedo hoje, shishi. — Colocou suas mãos dentro dos bolsos da calça, esperando a resposta.
— Primeiramente, me desculpe. — Riu. — Então, Rosinante vai fazer aniversário daqui a alguns dias. E eu só queria te convidar para passar esse dia com a gente. Sabe, o Rosi gosta muito de você, ele vai ficar feliz se você for também. — Sorriu.
Luffy ficou meio confuso… Law o chamou apenas para dizer isso? Poderia simplesmente mandar uma mensagem… Bom, mas até que era melhor assim. Ele queria vê-lo, de qualquer forma.
— Opa! Mas é claro que vou! Ishishishi! Aonde vamos?! — Perguntou ele, animado.
— Rosi disse que quer ir a uma piscina que abriu faz pouco tempo. O que acha?
— Perfeito! Eu ia sempre que podia com os meus irmãos! Ishishishi, vai ser incrível!
— É, espero que sim. — Afirmou com um sorriso pequeno.
— Então, eu tô com fome e é seu horário de almoço, né? Vamos comer. — Antes de receber uma resposta, Luffy já havia segurado o braço de Law, o levando para qualquer lugar onde tivesse comida.
Chegaram em um restaurante perto dali e sentaram em uma das mesas, estava um pouco cheio e o falatório não cessava de jeito nenhum. Law bufou, odiava lugares barulhentos! Já não bastava ter que trabalhar em um hospital onde era barulhento 24 horas por dia.
Fizeram seu pedido e agora só bastava esperar.
— E então? Vá fazer algum bolo ou sei lá? Eu vou querer comer também!
Law riu.
— Vai sim. Encomendei um bolo para o aniversário, não se preocupe.
— Beleza! — Riu de novo. — Ei, queria perguntar uma coisa.
Law arqueou uma das sobrancelhas, esperando ele prosseguir com sua dúvida, torcendo para que não fosse nada estranho como da outra vez.
— Quando nos conhecemos, você contou que o Corazón falou algo sobre você ter namorada, lembra? Ele sente vontade de ter uma mãe? — Indagou apoiando a cabeça nas mãos.
Ah… Outra pergunta estranha.
— Bom, eu não sei. Ele não fala muito disso, perguntou só uma vez e nunca mais falamos disso. E, mesmo que ele quisesse, eu não seria capaz de dar uma mãe para ele.
— E pai? — Perguntou em um tom brincalhão e com um sorriso.
— Também não.
— Por quê?
— Porque eu já estive em muito relacionamentos, muitos mesmo. Com homens e mulheres. Inclusive, quase me casei uma vez.
Luffy arqueou as sobrancelhas, surpreso e curioso.
— Na época eu estava na faculdade e gastava todo o meu tempo estudando medicina, ela pensou melhor faltando uma semana para o casamento acontecer e acabou desfazendo o noivado dizendo “Se não me dá atenção direito só de estar na faculdade, imagina quando se formar e for um médico?”. Bom, isso é um fato. Eu sou muito ocupado por causa do trabalho, Rosi é a pessoa que mais sabe disso… — Suspirou. — Depois disso, o adotei e foi quando tudo piorou em questão de arrumar um parceiro, pois quando descobriam que eu tinha um filho acabavam se afastando ou me traindo com outro alguém mais “livre”. Não é de todo mal, afinal, não vou ficar com alguém que não gosta do Rosi.
Seus olhos pousaram na expressão séria e meio desanimada de Luffy.
— Mugiwara-ya, desde o começo deixei claro que só queria ir para a cama com você. Me desculpe por dizer isso, mas se quiser parar e ir-
— C-calma, Tral. — Deu uma risadinha baixa. — Eu entendo. Não precisa se preocupar. Em hora alguma… E-em hora alguma eu pensei em ter algo sério com você. Eu gosto do sexo, só isso.
— É. Eu também. — Sorriu.
Luffy observou o sorriso alheio, forçando o seu. Law parecia estar sendo sincero e Luffy não queria forçá-lo a nada. Aliás, por que forçaria? Não sentia nada por ele, também havia sido sincero!
Então… Por que forçou o sorriso?
Minutos depois, os dois já haviam terminado sua refeição e se despediram, sem beijos ou coisas parecidas, apenas com um sorriso e um simples aperto de mão.
Talvez aquele papo tenha os deixado meio distantes um do outro…
Enquanto caminhava de volta para o quartel, Luffy sentiu o celular vibrar em seu bolso, indicando algumas mensagens novas.
Pegou e leu algumas mensagens enviadas por Zoro, onde ele contava animadamente que já haviam desocupado um dos quartos para seu futuro filho. Além de dizer que estavam brigando para decidir se o quarto ia ser pintado de azul ou verde.
Luffy riu e os respondeu dizendo que podiam pintar das duas cores. Resolvendo o problema no qual ele não tinha nada a ver.
Também tinha algumas de Sabo falando que se encontraria com Dragon daqui a alguns dias e perguntando se Luffy gostaria de vê-lo.
A resposta foi rápida e curta: Não.
Suspirou.
Luffy não tinha proximidade alguma com o pai, quase nem lembrava do rosto daquele homem. Era quase um desconhecido.
Bom, não era hora de ficar pensando em seu pai ausente, mas sim sobre o que faria agora em diante… Afinal, a conversa com Law foi bem esclarecedora.
Ele sairia com ele uma última vez por Corazón e depois tentaria se afastar ao máximo.
Aqueles momentos com aquele homem eram bons, mas isso só estava alimentando algo que Luffy nem queria imaginar.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.