História Over the moon - Vingança

Algum tempo depois

O pequeno Dylan já conseguia andar e balbuciava algumas palavras. Scott parecia não ligar para o filho, o tempo todo com os olhos esbugalhados e pareciam turvos sempre fitando o nada, o homem se machucava constantemente com socos e arranhões, Amber tentava ignorar a situação em que o marido se encontrava, mas no fundo sabia que não havia mais volta, o belo rapaz que conheceu aos 16 anos de idade se tornou um monstro.

Carrie observava o seu irmãozinho andando de mãos dadas com a mãe e agradeceu por ele estar perto dela, desde que o pai enlouqueceu, a casa se tornou fria, e Scott emanava todo aquele ar gélido, mas o sorriso de Dylan quebrava todo aquele clima pesado, a mãe parecia feliz apenas ao lado do Garotinho. 

O barulho penetrante do despertador ecoa, era hora de levar os remédios para Scott, a garota colocou as três pílulas coloridas na palma da mão, encarando por alguns segundos, o médico disse que iriam acalmar Scott aos poucos, mas ela sabia que era apenas uma maneira de reconfortar a família e que assim que o pai representasse perigo a Dylan, Amber o mandaria para um manicômio onde talvez fosse esquece-lo.

Ela subiu as escadas, o frio era cortante, o cheiro ácido, ainda frações,  mas parecia formar um rastro até o quarto onde o doente se encontravá,  assim como Brian havia descrito.

Carrie segurou maçaneta, girou abrindo a porta vagarosamente, a luz do corredor invadiu o quato escuro, a garota pousou as mãos sobre o peito do pai, a acidez estava mais forte ali. Ela balançou o corpo do homem suavemente.

- Pai... acorde... - Disse baixo

O homem levantou-se repentinamente fazendo a menina se assustar e derrubar as pilulas no chão. 

- Calma pai... sou eu... sua filha - ao ouvir isso Scott se acalmou 

Carrie pegou as pílulas do chão e as entregou ao pai

- A besta não está te seguindo não é? - Disse e depois tomou as pílulas de uma só vez

A garota beijou a testa do pau e se retirou do quarto escuro e frio, se ficasse mais um tempo ali veria em baixô da cama um arco com uma flecha que seria prometida cravar entre os olhos da besta.

Corey, antes forte e corajoso, agora definhando em uma cadeira de rodas, com a perna inutilizada  e o braço destruído, seus pensamentos pousavam sobre a visão de Brian, um garoto tido como morto aparecer no quarto de Carrie e se transformar em uma besta, saber que aquele garoto, o de cabelos compridos e olhos verdes que todos riam e batiam, aquele maldito lobisomem mudou sua vida para sempre, esse pensamento o doía mais do que quando tentava mover o braço, a dor aguda e agonizante não chegava nem perto da dor de ser vencido pelo menino mais estranho da escola, também doía o fato de mesmo sabendo o monstro que Brian era Carrie o preferiu do que ficar com ele, o que ela viu naquela criatura horrenda?

Tentou afastar tais pensamentos, fechou os olhos e tudo voltou, como um sonho

Carrie andando tranquila pela estrada, mal sabendo que o garoto que conhecia desde a infância estava atrás dela, planejando um ataque. Corey sabia que era errado, mas ela era tão tentadora. Com um impulso ele a agarrou por trás,  sob protestos de sua vítima, naquele momento nada mais parecia errado. Ele demorou para perceber um rosnado baixo, ao olhar em volta não viu nada, apenas dois pontos de luz verdes, como luzes de Led. Os dois pontos se aproximaram em um salto, e ele percebeu que era um urso negro, pu talvez um leão negro? A coisa o atacou, a dor foi excruciante, o ruído dos ossos de seu ombro sendo esmagado, a pata do animal esmagava também sua coxa. Elê agradeceu mais tarde por ter desmaiado naquele momento, e não ver mais aquela cena traumatizante.

Quando a mãe de Corey entrou no quarto encontrou o filho depressivo chorano e tremendo no chão, ele balbuciava coisas como: a besta está vindo

Scott fugiu pela janela, seguiu solitário pela estrada, ou melhor, pensando estar solitário, Brian o observava, com seus passos leves e inaudíveis, seguia Scott, tanto para protege-lo quanto para saber onde estava indo, agora era um inimigo  em potencial, o cheiro da insanidade chegava a fazer os olhos do alfa arder.

O homem constantemente se virava pensando ter ouvido algo, mas eram apenas sons produzidos em sua mente. O seu objetivo era o quartel, onde trabalhou durante toda a sua vida.

O homem que era seu general estava em sua frente, com um semblante preocupado

- Estou pronto para voltar ao trabalho senhor - Scott disse batendo continência 

- Filho, não está apto para voltar ao trabalho. - Disse o general com compaixão - acho que nunca mais estará 

Aquelas palavras soaram como socos, e naquele momento ele jurou matar a besta, nem que fosse o último acontecimento de sua vida.