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História Paint it Black - Vamos jogar um jogo! - História escrita por MonkeyD7 - Spirit Fanfics e Histórias
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História Paint it Black - Vamos jogar um jogo!


Escrita por: MonkeyD7

Capítulo 14 - Vamos jogar um jogo!


Jason me puxou para fora da sala, longe da visão de nosso suspeito. Antes que eu pudesse me virar, ele me  me encostou na parede, com a mão espalmada em meu peito   .

- Você não vai atirar, ou bater nele ouviu?- Sussurrou nervoso.

- Você tem noção de que ele pode realmente saber de algo e que não vai nos dizer nada, até concordarmos em lhe dar um advogado, ou até fazer um acordo!? Acha que esse desgraçado merece qualquer uma dessas opções!?- Retruquei também sussurrando entredentes.

- Que se foda! Se você ferir ele vai arriscar a merda do seu emprego, a sua carreira, a sua...

- Foda-se a merda do meu emprego e da minha carreira de bosta!

- Annabeth você não está raciocinando!

- Se eu estivesse raciocinando teria uma bala cravada na testa dele agora!

Ele respirou fundo me soltando.

- Você tem um minuto para recobrar o juízo e entrar naquela sala.

Dito isso deu as costas e voltou para dentro.

Fiquei parada, no mesmo lugar com a arma ainda nas mãos. Passei a mão nos cabelos, respirando fundo.

Onde eu estava com a cabeça afinal?

Entrei na sala atrás dele e fechei a porta. Sem olhar para Jason, sentei ao seu lado. Retirei do bolso, o plástico com o pedaço queimado da identidade que havia achado e joguei em cima da mesa.

- Eu não vou fazer cerimônias. Eu quero saber quem é você, e o que estava fazendo na casa hoje a noite.

O homem ainda sonolento esboçou um sorriso cínico. Cruzou as mãos algemadas em cima da mesa, e se inclinou para a frente.

- E eu já disse: não falo nada sem um advogado.

Jason trincou a mandíbula.

Eu ri.

E ri.

Gargalhei na verdade. Uma risada insana, carregada de ódio e sarcasmo que assustou tanto os dois quanto à mim.

- Certo.- Disse enxugando as lágrimas que haviam saído dessa crise de riso. - É o seguinte, vamos fazer uma brincadeira agora. Ela se chama...- Batuquei na mesa para fingir o rufar   de tambores.- Roleta russa!

Jason me encarou de olhos arregalados. O homem pareceu confuso, como se tentasse assimilar o que eu havia dito.

Eu realmente havia perdido o juízo, surtado ou qualquer que fosse o nome para isso.

Ergui uma sobrancelha.

- Não entendeu? Certo, vou explicar. Ela funciona assim: eu vou retirar cinco balas do meu 38 agora - Desencaixei o tambor de meu revólver e assim o fiz. - Aí eu vou rodar o tambor - Voltei a encaixá-lo com um estalo e rodei três vezes. Me levantei e fui para o seu lado. Apontei para o seu órgão genital. - E eu vou apertar o gatilho, até você falar. Você tem cinco chances. Ou não - Ri de novo.- Não faço idéia de onde a bala está agora. Pode ser o primeiro tiro, o segundo, o último - Dei de ombros.-   Uma bala pode causar muito estrago. - Sorri afetuosa.

Jason olhava de mim para ele de boca aberta e ele fazia o mesmo. Os olhos estavam arregalados, a boca ligeiramente aberta.

- Você não faria isso...

Apertei o gatilho. A arma estalou.

Ele deu um pulo gritando, mas não conseguiu se afastar muito já que estava algemado.

- VOCÊ É LOUCA!?

- ANNABETH VOCÊ NÃO...

- Ainda temos mais quatro, vamos tentar de novo: Qual o seu nome?

Ele ainda me encarava de olhos arregalados tentando fechar as pernas e proteger a sua virilidade.

- Nada? Uma pena - Apertei de novo. Estalo.

- TÁ BEM, EU FALO. MAIS QUE DROGA MULHER. PHILL. MEU NOME É PHILL EVANS!

Phill Evans? Franzi as sobrancelhas.

- Mas esse é o nome do médico que havia se mudado, que a mãe de   Elizabeth... - Murmurei.- Não, você está mentindo. - Apontei a arma para sua cabeça dessa vez.

- ANNABETH PELO AMOR DOS DEUSES...

Ignorei Jason. Apertei de novo. Estalo.

- Por favor abaixa a arma - Phill ergueu as mãos em rendição, o máximo que as algemas curtas permitiam. - Eu vou falar, mas por favor abaixa a arma.

Eu juro que ele estava quase chorando.

Sorri. Ótimo.

Ele suspirou aliviado quando abaixei a arma.

- Anote cada palavra dele Jason.

Ainda perplexo, ele fez o que eu mandei. Posicionou o bloco de notas e a caneta, e se concentrou aguardando.

- E você - Olhei para Phill - Ainda tem mais uma chance de dizer a verdade. Não me faça atirar, porque pelos deuses, eu não estou nem aí se vou te machucar.

Ele pareceu concordar que eu estava falando sério, e que ninguém poderia me impedir de realmente torturá-lo ali. Respirou fundo antes de começar.

- Há quase duas semanas um cara me procurou no 4chan...

- 4chan?

- Um site na deep web, lá rola todo tipo de coisa: tráfico de armas, de drogas, de pessoas, matadores de aluguel...

- E qual a sua profissão nisso?- Perguntei enojada.

- Olha eu nunca matei ninguém tá legal? Nem trafiquei ou algo assim. Eu era mais como um fazedor de favores se é que você me entende. As pessoas entravam em contato, me davam um trabalho e pronto negócio fechado.

"Ninguém se conhece de verdade nesses fóruns, bom para você entrar neles você tem que se proteger muito, virtualmente. Então não faço idéia de quem seja o cara. Ele me respondia pelo nickname de, killdreams99. Mas enfim..."

"Certo dia ele me mandou uma mensagem" Fez uma pausa para retomar o fôlego. "E disse que precisava de uns desses favores que eu costumava fazer  sabe. Disse que era simples. Eu só precisaria andar por um bairro de jaleco, bater em algumas portas da vizinhança com algo de comer e me  apresentar como Phill Evans. Dizer que era médico, e que havia me mudado à pouco tempo. Ele me ofereceu 50 mil dólares. Eu disse que trabalhava se metade fosse entregue antes e metade depois, então na manhã seguinte estava na minha porta um pacote com   metade da grana em dinheiro vivo."

"Fiz o que ele mandou. E depois de dois dias a mesma quantia apareceu na minha porta. Achei que o serviço havia terminado, mas ele me contatou de novo. Pediu para que eu entrasse em uma casa e me livrasse de uns documentos que estavam ali. E foi o que fiz hoje a noite. Eu receberia mais 10 mil  pelo serviço de hoje."

Quando terminou de falar ficou em silêncio, como que aguardando um veredicto. Jason escrevia freneticamente,  os óculos quase caindo de seu nariz.

Franzi o cenho.

- O que não entendo é porque deu seu nome verdadeiro. Porque não um vulgo, algo que não pudéssemos identificar ou deixar pistas.

- Eu não tenho passagem pela Polícia. Seria mais seguro do que inventar um nome falso - Deu de ombros- ou não.

É, ou não.

- A identidade que você queimou hoje à noite - Apontei para o plástico na mesa. - Qual o nome e a foto que estavam ali?

Ele meneoou a cabeça.

- Eu não vi o nome. Estava escuro, você mesma viu a casa. Eu não ia me arriscar acendendo a luz ou algo do tipo. 

- Se você se lembrar de uma letra que seja, já amenizaria 1% da vontade que eu estou de meter uma bala na sua cabeça.

Deixei o silêncio cair, para ele assimilar a gravidade da coisa.

Ele franziu o cenho.

- Acho que era D. Ou A. Eu não lembro ok!? Poderia ser David, e o sobrenome algo com...

Apontei a arma para sua cabeça e apertei de novo, fazendo o estalo soar muito próximo de seus olhos.

- DAVID WILLON! ERA ESSE NOME, DAVID WILLON. BRANCO, CABELOS PRETOS UNS TRINTA ANOS AGORA PELO AMOR DE DEUS PARA DE ATIRAR ESSA COISA EU VOU...

- Simples rápido e fácil, lembrou até a fisionomia do cara. - Sacudi a cabeça - Nada como o bom e velho medo para refrescar nossa memória não é Phill?

Ele balbuciou algo ininteligível.

- Esse cara que procuramos Phill, violentou e matou uma criança de 6 anos. Tem idéia da gravidade disso?

Seus olhos saltaram de novo. Suas mãos tremiam.

- Eu... Não fiz nada! Eu não sabia!- Balbuciou.

- Mas você estava num fórum nas profundezas da Internet, onde pessoas vendem esse tipo de serviço. Você foi cúmplice Phill.  

Arrastei a cadeira me levantando, e segui para a porta. Jason fechou o bloco de notas, e me seguiu.

Quando estava saindo, Phill gritou.

- Eu não sabia! Eu tenho filhos! Como saberia que ele faria algo assim!? Eu nem o conheço!

Soltei uma risada fraca.

- Tarde demais Phill.  O sangue dela está nas suas mãos.

E sem dizer mais nada me retirei, e deixei ali um homem na qual sentença alguma faria mais efeito do que saber que mesmo indiretamente, teve participação na morte brutal de uma criança.

Não existe maior prisão do que a sua própria mente.



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