Raihan:On
Sabem, meu dia estava correndo bem. Eu estava com os meus amigos, combinamos de nos encontrar com o Ash e os amigos dele e com isso eu poderia conversar com ele.
Mas as coisas mudam. E com coisas, refiro-me àquilo que eu estava vendo. Meus amigos e eu chegamos no pátio onde nos encontraríamos com o Ash e os outros.
Mas chegando lá, vi... vi, aquilo... O Ash, abraçado a uma garota. E a mesma parecia estar se fazendo a ele. E eu não gostei disso. Não, não e não... Não permitiria tal coisa. Fui me aproximando deles e num movimento peguei no braço dele e afastei-o daquela garota.
Em seguida comecei a puxá-lo saindo dali em direção ao banheiro. Podia ouvir os meus amigos gritarem comigo, mas isso agora pouco me importava.
Já a meio do percurso, pude ouvir a voz do Ash. A mesma parecia fraca, mas audível aos meus ouvidos.
Ash: R-Raihan... Estás a magoar-me.
Raihan: Ghrr... - Apertei com mais força e continuei puxando-o.
Ash: Raihan!
Depois de um tempo caminhando, cheguei no banheiro. Adentramos o mesmo, empurrei-o para a frente e fechei a porta atrás de nós.
Ash: O que se passa com você!? - Ele me olhou com um semblante sério o que me fez recuar.
Andei e andei, até que o mesmo ficou encostado à parede e nesse instante, meus braços prenderam-no na mesma, impedindo-o de sair.
Quando o mesmo olhou para cima, juntei os meus lábios aos dele, sentindo aquele sabor tão irresistível. Foi então que aconteceu algo que me despertou interesse... Ele me empurrou.
Ash: Não! - Ele continuava me prendendo, por isso optei por olhar para baixo.
Raihan: Aff, o que você pensa que estava fazendo ali atrás? Deixá-la te tocar daquele jeito. Isso me deixa com tanta...
Ash: Raiva? - Encarei-o de novo - É isso que você sente? Sente raiva da minha amiga de infância?
Raihan: Amiga de infância?
Ash: O nome dela é Serena. Conhecemo-nos quando eu tinha quatro anos. E agora que eu a volto a ver, você meio que aparece do nada e me traz para aqui.
Raihan: Você é tão inocente. Não viu ela a se fazer a você, pois não?
Ash: ...
Raihan: Claro que não. Além do mais... - Aproximo-me do seu ouvido - Você... é... meu...
Senti mais um empurrão, me afastando dele e em seguida vi o mesmo desferir um tapa na minha cara.
Ash: Não ousa me dizer uma coisa dessas! - Falo apontando para ele – Eu não sou seu! Mesmo que eu quisesse, eu não sou!
Raihan: Ok, ok... - Falo passando a mão pela bochecha – Nossa, você bate com muita força.
Ash: ...
Um silêncio ocupou o banheiro o que me deu tempo de recuperar daquele tapa. Além de me ferir fisicamente, também em feriu por dentro.
Ash: Isso é bom, não é?
Raihan: O quê?
Ash: Foi isso que você disse ao Leon, a meio da vossa transa.
Olhei para ele com os olhos arregalados e a boca entreaberta. Nunca pensei que este momento estaria acontecendo e muito menos, nunca pensei que ele fosse saber disso.
Raihan: Como... como é que você sabe disso? Quem te contou?
Nesse instante senti mais um tapa na minha cara. Agora sim, meu orgulho e coração estavam rachados.
Ash: Eu ouvi seu idiota.
Ok, agora acho justo eu estar a levar coça dele. Mas como é que isso é possível? Não havia ninguém. Olhando para o Ash, o mesmo se aproximou da pia, junto do buraco da parede que continha um espelho.
Ash:On
Sabem quando alguém pensa em tacar o foda-se nas conversas? Bom, este é um dos momentos. Foda-se se eu já fiz asneira, pois agora que comecei, mais vale deitar tudo para fora.
Estava frente ao pequeno buraco na parede, o mesmo que tinha o espelho que eu quebrei. Foi aqui... Foi neste banheiro que aconteceu, aquilo tudo.
Ash: Foi aqui, não foi?
Raihan: Ahm?
Ash: Foi aqui que vocês transaram – Afastei-me da pia e fui em direção à cabine onde estava – E foi aqui que eu fiquei ouvindo a cena toda.
Raihan: Ah... Você estava nos espiando!?
Ao ouvir isso, olhei para ele com fogo nos olhos. Como ele ainda tem a ousadia de me botar as culpas?
Ash: Seu idiota! Tá achado que eu sou um pervertido!?
Raihan: ...
Ash: ... - Suspirei e comecei com a explicação - Quarta-feira. Eu estava caminhado pelo passeio, indo de encontro com as meninas – Caminhei até à porta – A meio do caminho, encontrei-me com alguns garotos e eles começaram a me rodear e me empurrar.
Raihan: O que aconteceu a seguir?
Olhei para ele e pude ver o mesmo em olhando com uma cara séria, mas que exalava um pouco de curiosidade. De frente para ele, comecei a caminhar até ao mesmo, contando o resto da história.
Ash: Eu bati num deles e depois ele me bateu. Em seguida fugi dali, com eles atrás de mim. Escondi-me nos arbustos e depois vim para o banheiro. Como estava vazio, escondi-me numa das cabines e desatei a chorar – Ao relembrar isto tudo, minhas lágrimas começaram a descer pelos meus olhos – Depois de um tempo, vocês vieram e começaram... aquela cena.
Raihan: Ash... Eu não queria...
Ash: Não. Não diga que não queria fazer isso, pois suas palavras naquele dia eram completamente o contrário. Eu pude ouvir cada gemido, estocada e sabe se lá mais o quê e isso... Isso estava me matando por dentro.
Já frente a frente com ele, comecei a empurrá-lo repetidas vezes, até que o mesmo se encostou na parede. Colei o meu corpo ao seu e comecei a bater-lhe no peito.
Ash: Eu estava me sentindo um idiota, um inútil! E tudo por causa de você! Mas não podia culpar ninguém! Eu não podia! - Ele agarrou nos meus pulsos e trocou de papeis, me colocando contra a parede e segurando os meus pulsos acima da cabeça.
Raihan: Pare, com isso.
Ash: Depois que vocês saíram, eu saí da cabine e fui na pia. Eu não fazia ideia do que estava acontecendo e por conta disso, parti aquele espelho.
Ele olhou para o espelho e em seguida para mim, e repetiu esse ato mais umas duas vezes.
Raihan: Foi você?
Ash: Sim, fui eu. Mas isso não me interessa – Minhas lágrimas continuaram a descer pelo meu rosto, criando rios de água salgada – Eu... eu ouvi vocês dizerem que seria a última vez. Mas mesmo assim...
Raihan: Aff... - Passei os meus braços pela sua cintura e puxei o seu rosto de encontro ao meu peito – Eu nunca deveria ter feito aquilo. Não vou mentir, foi bom, mas não tanto quando foi com você.
Ash: Você acha que ouvir isso, vai ajudar em alguma coisa?
Raihan: Se entendi bem, você sente algo por mim, não é?
Ao ouvir isso, afastei o meu rosto do seu peito e encarei-o, olhando, para aquele rosto que sorria, mostrando os dentes brancos e aqueles caninos.
Ash: Eu...
Raihan: Tu...
Ash: Esquece isso! - Livrei-me dele e caminhei em direção à porta do banheiro.
Raihan: Ash, por favor... - Peguei no braço dele, mas o mesmo o puxou com brutalidade, se afastando de mim.
Ash: Não me toque! Por favor... fique, fique longe de mim.
Raihan: Você não me pode pedir isso.
Ash: Então, apenas me ignora e não fale comigo. Pelo menos por um tempo.
Raihan: Ash...
Antes que o mesmo acabasse o que ia dizer, eu corri dali para fora, de volta para o meu quarto. Esta conversa, deu-me enjoou. Não me apetecia fazer e nem pensar em nada. No momento, só quero me deitar no conforto da minha cama e do meu melhor amigo.
Quebra de Tempo
Raihan:On
“Argh... Merda!”
É a única coisa que penso, enquanto atiro o que quer que seja contra a parede. Em seguida me deitei na minha cama, abrindo os braços, e encarando o teto do pequeno cômodo onde me encontro.
Peguei na pokébola que tinha no meu bolso e fiquei olhando para a mesma durante um tempo. Do nada comecei a falar com o pequeno objeto nas minhas mãos.
Raihan: Sou um idiota, não é? Pff, pela primeira vez na minha vida, arrependo-me de ter feito algo sem pensar nas consequências.
O silêncio era algo que me fazia relaxar, e estressar ao mesmo tempo. A única coisa que eu podia ouvir, era o vento do lado de fora e parecia que ele falava comigo.
Raihan: Ai, ai... Eu, só gostava de voltar atrás e impedir-me de ter feito aquilo. Agora ele não me volta a falar na cara. E nem sei por quanto tempo é que isso vai durar.
Soltei a minha pokébola e a mesma rolou pela cama e quando caiu no chão, parece que se abriu, liberando o meu Flygon.
Flygon: ...
Raihan: Estavas a ouvir-me a queixar?
Flygon: ...
Raihan: Vou aceitar isso como um sim. Aff, ei Flygon... achas que eu sou um idiota? - Olhei para ele e o mesmo concordou, se deitando ao meu lado.
Flygon: ...
Raihan: Obrigado pela sinceridade. Estava precisando.
Levantei-me da minha cama e peguei na minha pokébola. Em seguida olhei para o meu Pokémon dragão e o mesmo me deu uma ideia.
Raihan: Ah, é isso!
Flygon: ...
Raihan: Flygon, preciso que você esteja pronto para... Bem, quando eu desafiar o Ash para uma batalha. Depois explico-te tudo. Achas que me podes ajudar? – O mesmo voltou a concordar o que me fez sorrir.
Flygon: ...
Raihan: Boa. Agora descansa. Vais precisar.
Abri a pokébola, capturando o Flygon e em seguida deixei-a em cima do móvel. Depois disso, me deitei na minha cama e esperei o sono chegar. A bem dizer, a única coisa em que eu pensava era nele. Naquele treinador baixinho, moreno e com olhos castanhos.
E agora que penso bem, a garota... A tal de Serena. Humm... Eu conheço aqueles atos de hoje de manhã. Ela deve estar apaixonada por ele. Bom, tenho concorrência, e sei que não vou perder.
Além do mais, farei de tudo para que ele seja meu. De pura vontade e por conta própria. E sei que não será mais um erro, assim como a minha ex.
Continua...
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