Fortaleza dos Paladinos, 05:21.
Yinga caminha de um lado para o outro em seu quarto, Koga e Pip estão na porta, a olhando andar como uma alma penada.
—Será que estão bem? Já está amanhecendo e não mandaram notícias...
—Ur... Pelo amor de IO, Ying, eles estão bem, não tem motivo pra ficar se preocupando. — Koga responde, já impaciente com a movimentação da jovem.
—Eu sei mas... E se o Magistrado os encontrar? E se o abissal que atacou eles voltar? Eles devem estar péssimos agora.
A quilômetros dali, o grupo segue caminho... Ou tenta.
—Anda Davi! Vamos! — Alysson tenta puxar seu parceiro pelo pé, que se prende com todas as forças a um tronco de árvore.
—EU NÃO VOU SAIR SEM TOMAR CAFÉ!!!
Lucas, Maeve e Michelle observam a situação, impacientes para partirem logo duma vez.
—Eles sempre fazem isso? — Pergunta a elfa, já irritada com a situação.
—Quase sempre... Da ultima vez tivemos que bater nele até desmair pra poder seguir viagem... — O cavaleiro responde, nem um pouco surpreso com a cena a sua frente.
—Eu não vou perder meu tempo com essa idiotice, não uma segunda vez! — Comenta a meio felina.
Alysson continua se esforçando para puxar Davi, mas ainda assim, ele não queria se soltar.
—A cidade não tá longe! Só umas horinhas e tu para pra comer! Anda logo!!!
Michelle suspira, e uma idéia vem em sua mente.
—Posso fazer algo pra comermos! — Ela diz com um sorriso no rosto e cheia de convicção.
Lucas e Maeve encaram a suporte por alguns segundos, estranhando a idéia.
—Não é duvidando de tu prima... Mas a única coisa que eu me lembro de tu fazer era misturar Nescau com leite em pó e ir comer escondido... — O cavaleiro arqueia uma das sombrancelhas, descrente.
—Puff, enquanto você ficou na mordomia com a Resistência, eu me adaptei pra viver neste lugar! Conheci espécies, temperos e varias outras coisas!
—Então oque sugere, senhora chifruda? — Lucas cruza seus braços e olha ironicamente pra sua prima.
—Sei que tu estudou alguns animais daqui e sabe muito bem oque podemos comer ou não. — Michelle sorri, encarando seu primo de volta e cruzando os braços. – Vamos precisar de peixes demônio!
Que? — Alysson, Davi e Maeve se sentem perdidos naquela conversa.
—Tu tem certeza que tem desses por aqui? — Comenta o cavaleiro.
—Sim! Estamos numa região quente do Reino, onde eles vivem! E lembra quando tu me enfrentou hoje mais cedo? Então! No rio onde caimos tinham vários deles! — A elfa responde sorridente.
—Então como é que vai ser? — O garoto já sabe oque está por vir, o fazendo abrir um sorriso em seu rosto.
—Isso mesmo que você está pensando parceiro! — A jovem sorri de volta, a situação fica curiosa para os outros 3 membros da equipe
Fortaleza do Magistrado, Salão de Reuniões, 05:35.
Karne e Kayser se encontram junto a Lex e Viktor, tratando de assustos importantes, mesmo assim, o cavaleiro negro não parecia muito interessado na conversa, é como se apenas seu corpo está na quele momento.
(—Seris... Porque ela paralizou o fluxo do espaço tempo...? Nada nesse reino é capaz de a segurar além de um Lightdarin, então porque ela fez isso sabendo que somos imunes...)
—Magistrado Kayser? — Lex chama a atenção do cavaleiro negro. O mesmo parece ter ouvido mas não dá a menor atenção ao juiz.
—Não se preocupem, ele tem ficado assim desde que Seris fugiu... Além de que ele nunca foi muito paciente e estamos lidando com muitas coisas de uma só vez. Viktor, gostaria de saber como estão os esforços no "recrutamento" de Kinessa? — Karne põem suas mãos sobre a mesa, tentando parecer calmo.
—Strix está fazendo o possível para convencer sua antiga aluna a voltar, mas ela parece que não se importa muito e não está muito convencida! — O soldado responde com seu forte sotaque russo.
—Já estou sem idéias de como combater a rebeldia dessa mulher... Lex, você tem uma boa notícia para me dar, sim? — A expressão de Karne demonatra o quão pressionado ele está se sentindo com tudo oque está acontecendo.
—As forças do Tribunal Exterior estão fazendo o possível para buscar informações da suposta fugitiva, enquanto minhas buscas por Androxus continuam sem muito resultado, recentemente não tenho tido nenhum sinal de sua presença a um bom tempo, infelizmente.
Kayser se levanta, parecendo pertubado.
—Tenho que me retirar... Te virá nessa ai Karne, tenho mais oque fazer! — Diz o cavaleiro das trevas, mais irritado que de costume, deixando os presentes assustados.
Voltando ao grupo, Maeve, Davi e Alysson estão sentados no chão, ao redor do que parece ser uma fogueira ainda não acessa, um barulho de risadas é ouvido ao longe, são Lucas e Michelle, molhados e carregando alguns peixes de porte grandes, escamas azuis e com chifres cinzas em suas cabeças, o cavaleiro carrega 4 enquanto a assassina, 2.
—Ha! Peguei mais que tu! — O garoto responde com um sorriso no rosto.
—Do que adianta ter pego o dobro do que peguei, sendo que estão nessas condições? — Michelle sorri sarcasticamente, comparando a situação dos pescados.
Ambos os dois da garota possuem apenas um corte na sua região dorsal, feito por ela com suas lâminas para portar os peixes, enquanto os do cavaleiro estão com suas barrigas estraçalhadas, ou até mesmo quase cortados no meio.
Lucas permanece alguns segundos em silêncio, mas logo responde seu prima, com um tanto de raiva em seu tom de voz.
—Só cozinha logo samerda tá... — E sai batendo os pés no chão com força.
Michelle disfarça o riso e pega os peixes para tratar a carne.
Vários minutos se passam, a garota remove delicadamente as entranhas dos animais, utiliza suas laminas delicadamente para remover as escamas, corta o pescado em postas, enquanto prepara, Maeve, Alysson e Davi assistem a jovem cozinheira preparar a comida. Após tratado, ela joga a carne num recipiente de metal negro, pequeno e com agua dentro, acende a fogueira.
—E agora, um pouquinho de sal de terra! — Ela pega um pequeno saco de couro que está preso em seu cinzo e pega um pouco duma substancia semelhante a sal, que ela salpica na receita. — Tharam! Peixe demônio cozido a moda da Mi-chan! Lucas, tá pronto!
—Obrigado, mas passo a oferta, a armadura me tira a necessidade de comer... Só se apressem ai, temos que partir logo! — O cavaleiro está recostado numa árvore com os braços cruzados. — E vamos logo... Eu tô com um mal pressentimento...
Michelle suspira, conformada.
—Ele deu esse reverteri denovo... Puff... Tá, vamos comer!
Enquanto os outros comiam a refeição, Lucas observa fixamente as árvores... O rapaz tem um péssimo pressentimento.
—Michelle, isso aqui tá muito bom! — Davi elogia, de boca cheia.
—Hehe! Valeu! Eu e o cabeçudo ali sempre tivemos uma afinidade com cozinha, me surpreende que ele nunca tentou preparar nada pra vocês, sempre que pode ele faz algo. — A garota diz deixando sua tigela de lado e pondo as mãos sobre as pernas cruzadas.
—Nhaaa... Desde que a gente chegou aqui ele só se preocupa em manter geral vivo e arranjar respostas pra gente. — Alysson responde, deixando sua vazilha quase vazia no chão.
—Deixa eu adivinhar, ele tomou a liderança sem nem perguntar pra vocês... — Michelle pergunta com um olhar e um sorriso irônico no rosto.
Os três afirmam com a cabeça, e a garota levemente ri.
—Já imaginava, ele tem dessas, gosta de tentar tomar a frente da situação, mesmo que não concordem, ele sempre quer tomar as rédeas da situação e evitar problemas...
—Ele não tem feito isso muito bem. — Maeve se pronuncia. — Nada contra o seu primo mas quase morremos varias vezes por causa das escolhas dele.
Os 4 são tomados por um silêncio desconcertante, Michelle suspira e fecha seus olhos, balançando a cabeça levemente para os lados, demonstrando uma certa negação a afirmação da rosada.
—Bem... Ele segue a intuição dele, se acabou mal foi por consequência de algo que foi feito...
Lucas descide interromper a conversa.
—Já deu da hora do lanchinho de vocês, acho que já passou da hora de seguirmos viagem!
—Calma vai! Deixa eu só terminar de co... — Davi é interrompido no momento em que uma bala quase atinge suas mãos e atinge a tigela, a derrubando da mão dele. — Ahhhh!
—Eu sábia que estavamos sendo espionados... É um franco atirador... — O cavaleiro leva sua mão até o cabo de Darorin. — Maeve e Alysson, peguem Spirit e se mandem daqui, nossa próxima parada é na cidade de Estirez, não estamos muito longe, eu, Davi e Michelle conseguimos uma distração!
Os dois se levantam rapidamente, o bombardeio abre suas asas e levanta voo, sumindo entre a copa das árvores, a assasina, rapidamente dispara em sua máxima velocidade, se afastando do pequeno acampamento.
—Lucas, porque que a gente não fugiu? — Davi pergunta, inseguro e prevendo outro disparo.
—Porque sinto que isso é coisa do Magistrado, e eu já tô de saco cheio deles! Hora de mostrar quem é que manda! — Ainda segurando o cabo de Darorin, ele adentra o bosque, Michelle e Davi o seguem a dentro.
O clima está tenso, não faziam ideia do que os havia atacado, ou era oque parecia.
—Strix... — Uma sugestão lançada ao vento pelo cavaleiro que volta seu olhar friamente ao redor de toda aquele verde.
—Odeio ter que admitir, mas concordo, não é qualquer franco atirador que consegue ficar tão escondido e não... – Um som ensurdecedor interrompe Michelle, mas a assasina, de forma sobrehumana, se move e bloqueia o tiro com uma das suas lâminas, impressionando os garotos.
—Acho que agora tenho toda certeza de quem estamos enfrentando!
Outro som estrondoso de disparo corta pelo silêncio da floresta, acertando de raspão o braço da assasina, deixando um corte.
—Grr... É o Strix! Isso foi só um tiro de aviso! — Ela diz se ajoelhando e levando uma das mãos acima do ferimento.
—Davi! Escudo! Agora! — Lucas grita para seu amigo, o próximo tiro poderia ser fatal para qualquer um ali.
O eletromancer afirma com a cabeça e levanta uma barreira estática.
—E agora? — Davi pergunta se abaixando junto ao cavaleiro.
—Acho que sei de onde veio o tiro, o som do disparo pode ter revelado a posição dele, vou tentar chegar nele com meu teleporte, tu fica aqui e tenta chamar a atenção dele, e Michelle, o ferimento é superficial, mas é melhor você ficar aqui pra evitar infecções de algum verme ou inseto no meio da floresta.
—Puff, esse cortizinho não é nada! — A palma da mão da elfa emana uma luz verde, que ao entrar em contato com a ferida, a cura. — Pronto! Eu vou com você! Sou suporte mas tenho agilidade de flanco!
Ei! E porque eu tenho que ficar aqui?! — Davi não curtiu muito a idéia de ficar ali sozinho.
—Olha o seu temanho e a sua armadura, se for mesmo o Strix, ele vai te ver chegando fácil fácil! Por isso preciso que tu chame a atenção dele! — Lucas explica, levantando cuidadosamente sua cabeça sobre a relva na qual se escondiam, tentando ver algo.
O cavaleiro respira fundo, e se teleporta, desaparecendo na frente de seus amigos, a assasina levanta seu olhar em direção ao topo, e após tomar coragem, pula até a árvore mais próxima, sumindo na vegetação.
Davi apenas observa, e respira fundo.
–Tá, mas e agora? — O eletromancer se levanta lentamente, mesmo com a proteção do escudo, ele ainda está inseguro de levantar e receber outro "tiro de aviso".
Michelle pula rapidamente entre os galhos mais altos das árvores, se jogando de um para outro, mantendo seus olhos abertos para qualquer movimentação em meio a vegetação.
(—Ele não deve estar tão loge assim, ninguém consegue disparar a uma distância tão grande...) — Perdida nos pensamentos, Michelle nem percebe que está sendo observada... Através da lente de um rifle de precisão.
O atirador, camuflado em meio ao verde a a escuridão da floresta, observa a jovem friamente, com o dedo sobre o gatilho, esperando o momento certo para atirar. A figura misteriosa respira fundo, e se prepara para atirar, mas...
—AHA!!!! — Davi surge da vegetação, assustando o atirador, que dispara em falso, acertando de raspão o chifre de Michelle.
—Wow! Oque foi isso!?!? — A garota reage espantada.
Rapidamente o atirador some, sem mais nem menos, é como se tivesse desaparecido.
—Mas que poha foi essa!? — Lucas se teleporta um pouco atrás de Davi e caminha até ele. — Eu tava pra acertar aquele cara!
O cavaleiro tem sua reclamação interrompida por sua prima que se lança da árvore, próxima aos dois.
—Pode se acalmando ai, por mais que tenha atrapalhado, acho que ele me salvou. — Michelle aponta para o arranhão profundo que a bala fez em seu chifre. — Pra ter errado o tiro no meu chifre, com certeza ele tava mirando na minha cabeça.
—Ha! Viu ai! Salvei a vida da sua prima! Você devia agradecer! — Davi pertuba seu amigo, que responde da melhor forma possível. Um cascudo. — Ai!
—Primeiro, tu não salvou intencionalmente, segundo, ele ainda tá assolta, e ter ficado invisível quando você apareceu, só reforça minha teoria de que é o Strix.
—Agora precisamos ficar atentos, ele pode vir de qualquer lugar e acertar a gente, é capaz até de ele estar aqui, agora, mirando pra um de nós. Então, silêncio! — Michelle interrompe, falando o mais baixo possível.
Os três permanecem em silêncio, parados, mas a iniciativa vem justo de Lucas, que mais uma vez se teleporta, sem dar nenhuma satisfação a ninguém, deixando seu amigo e sua prima lá. A mesma, suspira, não parecendo muito surpresa, e pula novamente em direção a uma das árvores, sumindo entre os galhos e folha, e mais uma vez, deixando Davi sozinho novamente.
Ele simplesmente suspira e volta a caminhar, buscando algum sinal de Strix, o som de passos ou barulho de algum galho quebrado, mas nenhum sinal.
Já a uma boa distância, Lucas está posicionado sobre um dos galhos, olhando lentamente de um lado para o outro, atento a qualquer movimentação estranha.
—Você já não acha objetos numa mesa, quem dirá alguém camuflado! — Darorin pertuba seu portador, tirando a sua concentração.
—Gostaria que não ficasse me distraindo tanto, já estamos perdendo muito tempo aqui.
—Pelo menos ganhamos tempo para Alysson e Maeve escaparem! — A espada responde.
—Já devem ter chegado em Estirez... — O rapaz comenta.
—Do jeito que isso aqui tá demorando, com certeza já chegaram. — A lâmina tenta fazer graça mas a atenção dos dois logo é tomada por algo se movendo.
Michelle pula de uma árvore para outra até perceber o seu primo a observando. Ela então para e tenta se comunicar por meio de sinais mas...
—Ela tá fazendo jutsu? — Lucas pergunta.
—Me parece libras... — Darorin opina.
—Tu sabe libras?
—Não, só tô supondo mesmo.
O rosto de Michelle demonstra que ela já percebeu que nenhum dos dois está a entendendo, então ela simplesmente aponta para baixo, aponta para seus próprios olhos e faz um sinal de negação com o dedo.
—Que?
—Acho que ela tá tentando dizer que não é pra olharmos pra baixo, mas porque...? — Darorin analisa, e tenta entender a mensagem, mas logo percebe oque Michelle quer dizer. — Ele tá lá em baixo, não... Olha...
—Espera... O atirador?
—Sim, provavelmente está bem abaixo da gente, se não olharmos, talvez não note que a gente sabe dele. — Darorin responde.
Lucas então olha para sua prima e afirma com a cabeça, a mesma então imita uma arma com sua mão e aponta para Lucas logo em seguida.
—Ele tá mirando na gente... — O garoto sussurra. — Por isso ela está se comunicando por sinais.
Michelle lentamente desvia seu olhar lentamente para baixo, puxando uma de suas lâminas e se preparando para atacar o franco atirador. Ela respira, fecha os olhos... E se lança com toda a força, seu primo apenas observa, aquilo foi tão inesperado que o mesmo se assustou. O tempo parecia mais lento para a assasina, era o momento, prestes a atingir o alvo, o franco atirador some, como se fosse o vento, fazendo atingir o chão em cheio.
—Ai... — Resmunga, se apoiando pelo braço esquerdo e levantando sua visão, procurando pelo atirador.
—Merda... — Lucas levemente leva uma de suas mãos até o cabo de Darorin. Oque aconteceria é obviamente previsível.
Michelle se ajoelha, prestes a levantar mas nesse momento, algo a chama atenção.
—Nem pense em se mover. — Uma voz masculina, sombria, vem por de trás da jovem, a sua reação é apenas frazir a testa e agir como se já esperasse por isso.
—Strix... Estou certa...?
—Isso, vejo que me conhece... Lhe parabenizo por ter sido um dos unicos alvos a chegar tão perto de mim antes de ser morto. — O atirador responde segurando firme sua pistola de apoio com uma das mãos.
—Porcaria! — Lucas se prepara para avançar mas é impedido por Darorin.
—Espera seu mongol! Se pularmos ele provavelmente vai executar ela, temos que pensar em algo!
O garoto apenas suspira mas mantem sua mão firm no cabo de sua arma, já Michelle parecia calma demais para alguém na sua situação, é como se ela já tivesse um plano B para fugir daquela situação.
—Bem... Tenho uma pergunta... Qual motivo pra você ter sido enviado pra executar a gente?
—Não possuo permição para dizer porque vim.
—Ah! Não é como se a gente fosse sair espalhando por ai depois de ter sido mortos por você. — Ela responde de forma tranquila. — Vai, por favorzinho!
—Hump... — Strix lentamente passa seu dedo pelo gatilho da arma e respira fundo — Fui mandado pelo Magistrado para executar 3 alvos em específico. Você não era um deles, mas se envolveu em minha missão, e para mim, um trabalho não pode ter pontas soltas.
—Entendo entendo... — Michelle revira os olhos e suspira. — Você só está fazendo seu trabalho a mando de uns canalhas...
—Não se sinta mal, você pelo menos me deu uma boa caçada.
—Puff... Não me sinto nem um pouco.
De forma inesperada, um laço feito de energia se lança em direção a Strix, o amarrando e fazendo soltar a arma no processo.
—Urg! Oque?! — A ave fantasma se espanta, ele não havia abaixado sua guarda e não ouviu nenhum movimento dentre as folhas e galhos.
—Tá de brincanagem... — Lucas assiste a cena surpreso.
Michelle se levanta, pega a pistola do chão e se vira pra Strix, o encarando.
—Nada pessoal... Mas quero respostas de verdade... — Ele diz, olhando seriamente nos olhos do atirador.
Davi então sai dentre os arbustos e árvores, segurando o chicote que mantem Strix preso.
—Eai, fui bem? — O garoto pergunta com um sorriso besta no rosto.
—Laço a braba grandalhão! — Michelle responde com um sorriso confiante mas volta a olhar para Strix. — Tá legal... É melhor você nós explicar tudinho, parte, por, parte!
—Você acha mesmo que irei me sentir ameaçado por uma criança apontando uma arma para mim? Sou um soldado experiente, já passei por interrogatórios e torturas das mais difíceis, ou você é ingênua o bastantes para achar mesmo que apontar uma arma⁰ para minha cabeça vai me fazer falar uma informação dessa importância. — Strix responde de forma tranquila.
—Então a gente tenta de outro jeito! — Davi levemente puxa o chicote, apertando mais ainda o atirador.
—He! Sem sucesso. — Ele responde tranquilamente.
—Ahh maldito! Vamos ver então! — O garoto começa a eletrizar seus braços, prestes a conduzir energia, mas é impedido por um grito de Michelle.
—Epa! Ele ainda é um humano normal, uma descarga eletrica das pesadas pode matar ele! E vocês já mataram um campeão! Não vamos aumentar a lista sem nem saber oque vai acontecer do outro lado!
Strix parece confuso com as frases da garota, mas logo se desinteressa no assunto. Mas os três logos são surpreendidos por Lucas que salta próximo a eles.
—Soltem o coroa.
—Que?! — Michelle e Davi perguntam espantados.
—Ficaram surdos? Eu mandei soltar! — Ele repete.
—Ah! Nem vem! Depois de tod... — Davi tenta retrucar mas logo é interrompido.
—Eu pensei que você tivesse cérebro e noção militar o bastante pra saber que alguém com o tempo de serviço e experiência que o Strix tem, não iria ceder pra um trio de adolescentes. — O cavaleiro responde, encarando o eletromancer.
Michelle permanece em silêncio e suspira, encarando o garoto e sinalizando com o olhar de que ele deveria soltar o franco atirador. Davi, mesmo relutante, revira o olhar e desfaz o laço elétrico.
—Hurg... — Strix estica levemente seus braços. — Melhor do que aquele apert...
Mas logo é interrompido por Lucas, o qual aponta Darorin para sua nuca.
—Vamos fazer as coisas do "meu" jeito. — Ao terminar de falar, ele afasta a espada e anda para ficar frente a frente com a Ave Fantasma.
Sua prima e seu amigo apenas observam, curiosos porém igualmente nervosos com oque aconteceria.
—Que tal acalmarmos os animos... E termos um dialogo calmo e pacífico? — O cavaleiro diz enquanto lentamente guarda sua espada nas costas.
Aquilo deixa a dupla espantados, pelo tempo que já passaram com Lucas, esperavam o completo oposto vindo dele. Até mesmo Strix suspeita a abordagem.
—Oque você está tentando? — O atirador pergunta, com um olhar cortante e sombrio, o qual é levemente ocultado pela sombra de seu capuz.
—Tirar informações de você de uma forma que ninguém se prejudique. — O garoto remove o elmo, e lentamente, aquele material escuro que cobre seu rosto se desfaz, revelando sua face. — Agora você vê que não tô tentando te intimidar... A menos que eu seja mais feio sem do que com capacete e aquela parada preta na minha cara.
—Puff... — Strix revira os olhos, a situação começa a lhe parecer desconfortável.
—Talvez não funcione mas precisamos que você nos diga quem te mandou aqui, já sabemos que é a serviço do Magistrado, mas preciso saber de qual líder e porque...?
—Porque eu deveria te dizer? Isso me causaria problemas. — A ave fantasma pergunta de forma fria.
—Porque somos apenas guerreiros que se perderam e agora querem voltar para casa, não queremos nenhuma guerra com o governo nem nada... Não queremos nos envolver nesta questão de Magistrado e Resistência. — O rapaz responde tranquilamente, a determinação em seu olhar é facilmente visível.
—Ainda não vejo como me beneficio nessa história.
—De fato, nem mesmo eu vejo como você pode sair ganhando, e sei que provavelmente não vai ser muito legal se tu chegar lá sem a confirmação das mortes... Então olha, só precisa dizer que não achou os alvos! — O garoto diz desviando o olhar, aquela solução parece idiota até mesmo para ele.
Strix o encara fixamente, não diz uma plavra mas seu rosto diz tudo, "isso é alguma piada com a minha cara?"
—Confia em mim, eu tenho noção de como tá a situação do Magistrado, eles vão engolir essa fácil. — O garoto lança um olhar confiante para o atirador, que se convencê pelo fato do jovem, estranhamente, ter um conhecimento a mais sobre a atual situação de seus superiores.
—Fui enviado por Magistrado Clint, ele não especificou porque, mas ele os quer mortos por algum motivo, já participei de inumeros combates contra a resistência, não lembro de nenhum dos 4. — Strix retruca para o rapaz, com uma expressão calma em seu rosto.
—Magistrado Clint... — O garoto passa para uma expressão mais séria, virando um pouco o seu olhar. — Certo então, obrigado.
—Já tem oque querem, agora, me deixem em paz! — O atirador responde.
—Sim, podemos... — Ele abre um sorriso sarcástico e chuta as armas de Strix para dentro do mato. — Isso é pra garantir que você não vai tentar nos "apunhalar" pelas costas.
Lucas equipa seu capacete novamente e caminha até Michelle e Davi, pondo a mão em seus ombros.
—Até mais Strix! Espero que a gente possa se ver denovo sem set numa situação dessas! — Instantaneamente os 3 se teleportam, deixando o atirador sozinho.
Strix apenas suspira e olha para onde as armas foram jogadas.
—Meu problema vai ser fazer todo esse caminho de volta... Gr...
Enquanto isso, já nas entradas da cidade de Estirez, Alysson caminha de um lado para o outro, de braços cruzados.
—Você deveria se acalmar, as pessoas estão estranhando a gente. — Maeve comenta acariciando Spirit.
—Não dá, eu quero saber oque aconteceu, tô preocupado!
—Ahhh! Então quer dizer que o frio Alysson se preocupa com seus companheiros, seus camaradas! — Maeve reforça seu sotaque e faz um sorriso sarcástico.
—Ah é?! Até parece que você não tá preocupada com Lucas! — O bombardeiro aponta para ela.
—Eh!?!? E-eu? E a-aquele fracassado? He? Nun-nunca! Tá d-doido? — O rosto da rosada fica... Literalmente rosa.
Alysson cruza os braços, confiante, aquela batalha ele com certeza ganhará, mas sua atenção logo é chamada por algo se aproximando não tão longe.
—E falando neles...
Lucas, Michelle e Davi acenam a um certa distância onde já é visível, agora é apenas esperar a equipe se reunir e confirmar a informação de Anne.
Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.
Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.