À morte que chega tranquila me observa com pena, abre os braços em um abraço consolador que, ironicamente ou não, pareciam bem mais vivos que os seus.
Envolto ao meu (seu) jardim, meu corpo um pouco gélido aguarda a última hematose do pulmão, que é enraizado por ele; crisântemo, vermelho sangue, mas poderia ser vermelho tristeza. Tristeza essa que me lembra de seu beijo quebrado, e também relembra do motivo de ter cortado em uma noite os fios que deixei crescer por você com tanto cuidado.
Contudo, era apenas uma simpatia que ilude e dá esperanças de ser recompensado por algo tão ingênuo. Ou poderiam ser elas, as sempre-vivas que eternizam pôr fim a realidade amarga e oculta.
Ainda que tenha me livrado de tudo que me lembra de você, até mesmo das fotos secretas de quando descansava sereno em meu sofá, repudio as indefesas – mas também agoniantes – flores que forçam a saída pela garganta, e que me poupam de ter que esperá-lo mais uma vez para dizer o meu último adeus.
Me despeço aqui de você que me mostrou o amor. O amor mais sufocante e cruel já experimentado e para não dizer que te esqueci, deixo de lembrança o sentimento em absinto e jasmim, para que se recorde sempre do amor que empurrou a mim, Akihiko.
O amor que me proporcionou, em forma de maré que puxa o banhista avoado, dolorosamente se encerra aqui.
Não me arrependo de nenhum dos meus pecados, apenas um: Akihiko Kaji.
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