“ Determinação “
Os olhos azuis agora fitavam seus juízes, o nervosismo mesmo que inexpressivo era aparente nas mãos agora úmidas de suor, seu coração palpitava e sua mente agora era invadida por um turbilhão de informações desconexas.
- Yamanaka Sama quando conheceu Sabaku no Gaara? – Questionou o ancião, ela ponderou algum tempo.
- O conheci no nosso exame Chūnnin... Mas não houve contato. – Disse a loira por fim.
- Pretendia de alguma forma seduzir o Kazekage quando chegou em missão há doze anos atrás? – Inqueriu o homem.
- Não senhor. – Disse a mesma de forma calma.
- Mesmo assim teve um caso com seu superior e decidiu que seria uma boa forma de aplicar um golpe! – Disse outro dos velhos de forma presunçosa.
- Nunca tive intenção alguma de golpe ou do gênero... Eu não tive um caso com Sabaku no Gaara, Eu me casei e tive um filho... Eu o fiz porque o amava. – Disse a loira convicta.
- Amor... Um bom argumento para justificar uma quebra dos protocolos. – Disse outro dos anciãos. – Mesmo assim você fugiu e escondeu que carregava o filho de um Kage.
- Eu protegi meu filho... Mais o que sabe sobre amor de uma mãe senhor? – Disse a loira. – Todos esses anos... Eu pensei que chegaria o momento que contaria a verdade... Mas só de pensar que isso colocaria a vida do meu menino em risco, eu temi.
- Temeu sabendo que Suna protegeria um herdeiro? – Disse um dos homens. – Creio que tenha utilizado como desculpa para fugir com outro.
- Eu fui sequestrada, torturada, e quase morta... A única desculpa é de um comitê que está tentando tirar meu filho de mim. – Disse a loira de forma fria.
- Primeira testemunha a depor... Sabaku no Gaara, Quinto Kazekage de Suna. – Disse um dos guardas, o ruivo se levantou e sentou-se no banco de testemunha, Logo o guarda veio com um grande pergaminho. – Coloque a mão direita sobre o pergaminho. – Assim o ruivo fez. – Jura dizer a verdade e somente a verdade em nome de sua Nação, pelas leis constituintes?
-Eu, Sabaku no Gaara, Juro em nome de Sunagakure. – Disse o ruivo, o guarda se afastou.
- Kazekage Sama, diga-nos como Yamanaka Sama o seduziu. – Disse um dos velhos.
- Seduzir? – O cenho do ruivo franziu. – Não houve sedução por parte de Ino, quando ela chegou estava nos alojamentos aliados, A princípio eu não sabia que viria uma mulher... Mais ela estava lá. – Ele suspirou. – Aquela não foi a primeira vez que a vi, em um conselho pós guerra ainda quando Tsunade Senju era a Hokage eu fui a Konoha, e a vi a primeira vez... Ela estava frente a floricultura que ainda estava aos destroços, eu me encantei com sua beleza. – Ele pensou por um momento. – Quando vi que o ninja médico era nada menos que aquela mulher... Eu fiz de tudo para tê-la sobre os meus olhos, para que nenhum outro homem pudesse de alguma forma olha-la com desejo, eu pensei sobre tudo o que poderia ser feito, a remanejei para uma pousada... Queria estar longe de olhares curiosos, eu a seduzi, fui um canalha em ter tirado a pureza dela, mas não me arrependo... A ligação carnal deu início a sentimentos inexplicáveis, eu passei a ama-la e em uma tentativa falha de que o conselho de Suna a aceitasse eu a pedi em casamento. – Ele encarou a loira no banco ainda apreensiva. – Nós casamos no Oasis da família, Assinamos os papéis... passamos dois dias em lua de mel, quando retornamos o caso dos assassinatos de mulheres loiras havia se agravado, Temari estava ferida e havia perdido a criança que esperava... Com o desespero por minha irmã eu simplesmente negligenciei a segurança daquela que jurei proteger... E então ela foi levada de mim. – Ele pensou por um tempo. – Passei noventa dias no deserto a sua procura, temendo pelo pior, quando retornei após esse período descobri que havia voltado a Konoha e se casado... Meu mundo caiu, por mais que eu quisesse ir a Konoha e a trazer de volta, saber que estava grávida de outro corroeu minha alma. – Ele olhou o garoto sentado com os lábios crispados. – Quando fomos em Konoha para o exame Chūnnin, e vi Inojin a primeira vez não tive dúvidas... Ele era meu filho.
- Em nenhum momento passou por sua cabeça que a mesma poderia estar interessada nas riquezas de Suna? – Questionou um dos velhos.
- Ino jamais teve interesse em qualquer que fosse as riquezas de Suna. – Disse o ruivo.
- Pelo que consta no inventário há uma joia de família que não está mais entre as outras. – Disse um dos velhos. – A turmalina Oásis.
- O anel de noivado de minha mãe, deixado em testamento a sua primeira nora. – Disse o ruivo. – O anel ainda está com Ino... Não se trata de uma joia de Suna e sim um item de família, Assim como a diadema de Temari, Os braceletes de Kankūro... Eram joias de nossa mãe, chega ser irrelevante esse tipo de pergunta.
- Sabia que ela possuía um caso com outro homem? – Questionou o ancião.
- Não havia caso algum, antes considerei a hipótese... Mas a mesma foi descartada. – Disse o ruivo com convicção. – Os dois estavam juntos por conveniência para a segurança da criança.
- Acredita que ela possa ter alguma ligação com a resistência e tudo isso seja parte de um plano. – Questionou um dos homens.
- Porque teria alguma relação? – Questionou o ruivo.
- O garoto é o próximo na linha de sucessão, se acontecer algo consigo o título de Kazekage e automaticamente passado ao seu primogênito. – Disse o homem. – Essa criança no poder da resistência seria um grande perigo.
- Porque ela o criaria em Konoha? Morando ao lado de minha irmã e meu cunhado. – O ruivo franziu o cenho. – Sabendo que Suna é aliada a Konoha, e o atual Hokage meu amigo íntimo... Não tem lógica, estamos falando de uma mulher íntegra, curou tantos soldados de Suna quanto Konoha, ajudou no desenvolvimento da estufa de nossa nação, treinou e capacitou nossa kunoichis, Suna se tornou um dos maiores produtores de remédios... E tudo isso por uma única kunoichi, o único erro de Yamanaka Ino foi ter se envolvido comigo.
- Está dispensado Kazekage Sama. – Disse o homem, logo o velho analisou os papéis, a líder do Clã Yamanaka fora chamada onde fora feita algumas perguntas e logo fora dispensada, alguns médicos do hospital de Suna na época, alguns funcionários da casa, todos os depoimentos em defesa da loira, outros em total desaprovação. – Próxima testemunha... Nara Temari. – Disse o velho, a loira se levantou, o guarda trouxe o pergaminho.
- Jura dizer a verdade e somente a verdade em nome de Sunagakure? – Questionou o homem.
- Eu, Temari Nara juro em nome de Sunagakure. – Disse a mesma se sentando.
- Temari Sama como conheceu a réu? – Questionou o homem.
- A conheci quando foi designada a cuidar dos pacientes de Suna, na verdade já havia ouvido falar sobre seu nome por meio de meu marido, mas não associei que fosse uma mulher. – Disse a mesma. – Sempre foi uma boa amiga e muito íntegra, quando me casei com Shikamaru ainda aqui em Suna, Fiquei grávida, ela fez todo o meu pré natal. – Temari encarou a loira com ternura. – Já sabia que ela e meu irmão estavam namorando, todavia não imaginava que seria problema de forma alguma... Jamais imaginei pessoa melhor para estar ao lado dele. – Ela suspirou. – Quando os atentados começaram se tornou um grande problema... Muitas mulheres foram mortas, quando fui atacada, o recado era claro queriam atingir Gaara... Infelizmente eu perdi meu bebê naquele dia. – Disse a loira com lágrimas nos olhos. – Após isso Ino sumiu... Quando fui para Konoha ainda não havia notícias alguma sobre ela.
- Não desconfiou que ela carregava o filho do Kazekage? – Questionou o homem.
- Quando Ino retornou a Konoha, as notícias foram dadas por Sai, Que ela estava debilitada... Então ninguém a viu durante a gravidez, com exceção de Sakura. – Disse a loira então mostrando uma resma de papeis. – Esse é o prontuário que Sakura Uchiha fez na época, diz o seguinte, três costelas quebradas, desidratação, anemia, hematomas e hemorragia interna. – Ela disse lendo. – Há algumas fotos neste prontuário, se o comitê assim desejar ver... nenhuma delas me parece ser uma grávida saudável, muito magra, cabelos curtos, muitos curativos. – Disse ela entregando os papéis ao guarda que entregou aos velhos do comitê que analisaram atentamente as informações. – Por mais que no início da vida de Inojin ele me parecesse familiar, creio que o fato de conseguir executar os jutsus de Sai retirou o resto de desconfiança que tinha, mas pelo que Shikamaru me falou esse tipo de jutsu é ensinado, assim como clones das sombras e etc... Foi o que mascarou durante boa parte do tempo, Mas o que desencadeou ele ter controle sobre a areia foi a presença de Gaara em Konoha. – Disse a loira. – Se Gaara não tivesse vindo a Konoha para o exame Chūnnin ele jamais tivesse despertado, eles possuem a mesma energia de chakra.
- Está dispensada Temari Sama. – Disse o homem e ela se levantou. – Próxima testemunha Sabaku no Kankūro.
O moreno logo se aproximou sentando se na cadeira da testemunha, o rosto agora sem resquícios da pintura de batalha, agora podia ver suas feições, o olhar era duro e sua expressão se assemelhava muito a Rasa, logo o guarda se aproximou com pergaminho afim de atestar juramento, e o mesmo se sentou logo encarando a loira.
- Diga-nos Sabaku Sama, como era sua relação com a réu. – Perguntou o velho.
- A princípio a achava muito bobinha e ingênua, agora vejo exatamente que de boba não tem nada. – Disse o homem, ele ponderou por um tempo. – Ela se aproximou de meu irmão de forma despretensiosa, Gaara mesmo como um Kazekage na época era muito novo... Talvez não entendesse que ela o estava usando.
- Protesto, meu irmão não pode simplesmente alegar que fosse um incapaz sendo que liderei Suna dês dos meus dezesseis. – Disse o ruivo de forma firme.
- Protesto aceito Kazekage.- Disse o conselheiro. – Afim de quê Yamanaka Sama se envolveria com o Kazekage, Sabaku Sama?
- Poder, fama, dinheiro talvez... O que ela era senão uma simples florista? Sakura Uchiha pode muito bem ter forjado esses laudos médicos... Já que eram tão amigas. – Disse o homem por fim. – Em Konoha era apenas mais uma ninja médica muito abaixo dos feitos de Sakura Haruno, Uma mera florista de um clã antigo... Aqui ela seria esposa de um Kage, o que torna muito apropriado.
- Então você atesta que Yamanaka Ino queria se tornar primeira dama? – Questionou o velho em um sorriso zombeteiro.
- Protesto... Esse tipo de alegação é errônea. – Disse o ruivo se levantando do banco. – Fere a integridade da acusada.
- Protesto negado Kazekage. – Disse um dos velhos, o ruivo voltou a se sentar fuzilando o irmão mais velho com o olhar.
- Creio que seja uma aproveitadora. – Disse o mais velho com frieza, Inojin se levantou com o olhar furioso.
- MENTIROSO! – Esbravejou o menino loiro, Seu corpo retesado mostrava a fúria, assim como o chão que começava a tremer, O garoto encarou o velho conselheiro, seus olhos verdes agora dando lugar a orbes brancas, assim como os olhos do velho, o loiro espalmou as mãos sobre a mesa e o velho fez o mesmo. – MINHA MÃE É INOCENTE. – Gritou o menino em sintonia com a voz do velho.
- O que está acontecendo? – Questionou um dos velhos, a areia começava a dançar a volta do garoto.
- ONDE ESTA A JUSTIÇA DE VOCÊS? – Questionou novamente o garoto. – MINHA MÃE NÃO FEZ NADA DISSO.... VOCÊS ESTÃO MENTINDO. – A voz do garoto entrava em sintonia com a voz do velho. – MINHA MÃE ME CRIOU COM AMOR, E SE ESCONDEU TUDO ISSO FOI PARA ME PROTEGER COMO TEM FEITO A VIDA INTEIRA.
- Acalme o garoto Gaara! – Ralhou Kankūro no banco das testemunhas, o ruivo tocou o braço do loiro de forma suave.
- VOCÊS ESTÃO TENTANDO INCRIMINAR MINHA MÃE! – Gritou ele.
- Onegai Inojin, se acalme. – O rosto do loiro se virou o encarando, assim como o rosto do velho.
- Você jurou que protegeria minha mãe Kazekage, você me deu sua palavra! – Disse o garoto, agora ele podia ver o rosto do garoto contorcido de fúria.
- Confie em mim, Inojin. – Disse o mesmo com os olhos amenos, segurou-lhe a mão com delicadeza dando um leve aperto, logo os olhos outrora brancos agora davam lugar aos olhos verdes do pequeno loiro, o velho logo caiu com a cara sobre o tampo da mesa, e respirava com dificuldade, os demais conselheiros se olhavam entre si e sussurravam palavras desconexas. – EU AINDA SOU O KAZEKAGE DE SUNA, NÃO ADMITIREI TAL TRATAMENTO A MÃE DE MEU FILHO... SE NÃO POSSUIREM NENHUM TIPO DE PROVA CONCRETA, PEÇO PARA QUE TENHAM UM VEREDICTO FINAL E JUSTO. – Bradou o ruivo, Os homens se entreolharam, Baki deu um singelo sorriso.
- Estou impressionado. – Disse Baki de uma forma divertida. - Jamais imaginei que ele pudesse executar um jutsu desse sem sequer mover as mãos. – Ele suspirou encarando a loira. – Temos uma mistura genuína entre controle mental e força física... Você criou um Shinobi único Ino Sama.
- Meu filho não é uma arma. – Disse a loira de forma seria, suas mãos agora apertava entre si mostrando os nós dos dedos brancos em puro nervosismo. – Não deixarei que o transformem em uma, assim como fizeram com Gaara.
- Longe disso, Seu filho é o legado de nosso Kazekage. – Disse o homem. – Você não é nem um pouco diferente de Karura Sama, assim como ela você mostrou bravura em defender seu filho e daria sua vida por ele se assim fosse preciso, protegeu o legado de Suna... Vejo em você a coragem de Sabaku no Karura. – Ele deu um sorriso. – Se todos neste conselho estiverem de acordo, declaro Yamanaka Ino inocente de todas as acusações.
- As investigações sobre o atentado de doze anos ainda irá presidir. – Disse um dos velhos.
- Pode ser chamada a depor novamente se necessário. – Disse outro velho.
- E Suna a reconhece como esposa legítima de Sabaku no Gaara, e mãe de seu primogênito sucessor direto. – Disse outro dos conselheiros.
- Visto de toda essa situação o Conselho de Suna declara então Ino Yamanaka inocente. – Disse o homem por fim, a loira suspirou aliviada baixando a cabeça. – Declaro encerrada a corte.
O pequeno loiro se levantou correndo em direção a loira e a abraçando, ela envolveu os braços ao redor do menino, ele agora podia ver os olhos da mulher marejados de lágrimas.
- Okaasan, eu fiquei com medo... – Disse o mesmo ainda com o rosto contra as vestes da mulher.
- Está tudo bem agora querido... tudo bem. – Sussurrou ela lhe beijando o topo da cabeça, o garoto logo desfez o abraço, o ruivo se aproximou com Shinki ao seu encalço.
- Ino... – Chamou ele a loira o encarou por algum tempo ainda estática, os olhos azuis agora eram tomados de gratidão enquanto os verdes de puro alívio, os braços do ruivo a envolveram em um abraço, onde o queixo dele repousou na curvatura do pescoço da mesma, ela se permitiu ser abraçada também o envolvendo em seus braços, Ainda que o julgamento tenha sido encerrado depois de quase três horas, ela se sentia exausta.
Sabia que logo seria chamada para uma nova corte, mas se sentia enfim livre do peso de ser afastada de seu filho... E mais uma vez seu coração palpitou, sabia que Gaara não detinha poder absoluto principalmente quando o conselho de Suna intervinha, por mais que tivesse a última palavra, neste caso ele era apenas uma testemunha atuando em sua defesa.
- Arigatou Gaara... Por ter me defendido. – Disse ela em um sussurro, ele afagou os fios loiros.
- Prometi que lhe protegeria... Sempre. – Disse ele em um sussurro a soltando, Shinki encarou a demonstração de afeto entre ambos, por mais que ele gostasse de Ino... Ele se sentia depreciado, como se tivesse sobrando nessa história.
O garoto então viu Inojin, Shinki engoliu seco, tentou conter o choro eminente, por mais que ele tivesse os cabelos loiros, Inojin era parecido demais com seu pai... Ele era de fato filho de Gaara, tinha o sangue de Gaara, O chakra de Gaara, até mesmo os olhos de Gaara... Shinki sentia inveja, porque ele não era filho de Gaara como Inojin era.
- Filho... Vamos? – Ele sentiu o toque sobre sua cabeça, a mão pesada de Gaara, o garoto encarou os olhos de seu pai, o ruivo franziu o cenho em preocupação, logo se abaixando lhe tocando o rosto. – Shinki, o que houve? Sente dor?
O rosto do menino era tomado de emoção, os olhos agora vermelhos tentavam segurar as lágrimas, enquanto o lábio tremia em apreensão... Porque ele ainda se preocupava consigo? ele tinha agora uma esposa e um filho de verdade, já não era necessário.
- Você ainda me quer? – Perguntou trêmulo, Sua voz em um sussurro entrecortado.
- Que pergunta é essa Shinki? – Questionou o ruivo com a expressão confusa, ele abraçou o garoto sentindo a tensão sobre o pequeno corpo. – Não diga besteiras, eu o amo, você é meu filho e sempre vai ser. – Sentiu as lágrimas do mesmo lhe molhar o peito, ele lhe afagou os cabelos, logo encarando-lhe. – Pense que ganhou um irmão e talvez uma mãe, jamais pense que deixarei de te amar... – Ele tocou o indicador sobre o peito do mesmo, ele sentia o dedo contornando em pequenos traços, ele reconhecia aquele desenho.
- Amor... – Sussurrou o garoto, o ruivo o tranquilizou com o olhar.
- Amor... – Disse o ruivo, logo se levantando, o garoto lhe segurou a mão limpando o rosto com a outra, se sentia novamente como uma criança pequena, nas suas primeiras lembranças, Gaara dando banho nele enquanto fazia uma bagunça, brincando com ele com os diversos brinquedos mesmo que cansado após um dia de trabalho, o carregando nos ombros pela vila em suas folgas, quantas vezes leu uma história e acabou dormindo consigo no colo, ou até como ficava sem dormir quando adoecia... Gaara era pra si o verdadeiro significado do amor.
O ruivo agora segurava a mão de Shinki, jamais passou por sua cabeça que ele se sentia assim em relação a tudo, mesmo que agora as coisas mudassem, principalmente sobre a relação de ele ter um filho de sangue.
- Vamos? – Perguntou o ruivo, o garoto assentiu com a cabeça, e assim eles caminharam para fora, a loira ao seu lado demonstrava alívio, Inojin estava logo atrás da loira lhe segurando o tecido da roupa exatamente como uma criança pequena, do lado de fora a população e alguns repórteres estavam a espera de uma declaração.
- Kazekage Sama, o que fará agora que Yamanaka Sama é inocente? – Questionou um dos repórteres.
- Kazekage Sama, quando será apresentado oficialmente seu filho a nação? – Questionou outro.
- Kazekage Sama, terá alguma festa sobre o casamento? – Questionou outro, a multidão de fechava e com ela diversos disparos de flash.
- Kazekage Sama, tem a possibilidade de haver outros filhos de desconhecimento público? – Questionou outro mais atrevido.
- Que tipo de pergunta é essa? – Retrucou o ruivo. – Onegai, se acalmem. – Ele respirou fundo. – Eu e Ino apenas viveremos, acredito na inocência de minha esposa, a apresentação de Inojin será feita em breve, no momento tem algumas documentações que precisam de alteração... Sobre uma festa de casamento não vejo a necessidade, a menos que Ino o queira, mas já somos casados. – Ele olhou para o repórter que havia feito a pergunta inconveniente. – Não há possibilidade de outros filhos.
- Yamanaka Sama... – Uma voz chamou ao fundo, ela podia ver agora alguns homens vindo a si, um em específico lhe chamou a atenção, andava com uma bengala e vinha com um sorriso singelo no rosto, uns atrás de si traziam flores. – Estamos aqui... Seus pacientes, quando soubemos do julgamento viemos todos lhe dar apoio. – Disse o homem. – Salvou nossas vidas. – A loira conteve a emoção, os homens começaram a distribuir as flores enchendo rapidamente seus braços, logo iam se ajoelhando em reverência. – Kami nos devolveu a vida por suas mãos, se hoje podemos estar com nossa família, se tivemos filhos, se pudemos conhecer e amar outras pessoas, foi porque nos salvou... E não há pessoa melhor para estar ao lado de nosso Kazekage. – E se levantaram, a loira agora mostrava um sorriso contente em meio aos olhos azuis marejados, os homens se levantaram.
- Eu não sei o que dizer neste momento... Estou tão emocionada. – disse a loira limpando os olhos com a manga do kimono. – Fico feliz em saber que estão todos bem, clamei a kami pela segurança e bem estar de todos, estou tão feliz.
- Yamanaka Sama, como será agora que é aceita como esposa legítima do Kazekage de Suna? – Questionou um dos repórteres.
- Jurei que amaria, respeitaria Gaara, Suna faz parte do que ele é, então eu juro amar e respeitar Suna que agora é meu lar e parte de mim. – Disse a loira.
- Como será agora com seu filho na linha de sucessão? – Perguntou outro repórter.
- Inojin ainda é uma criança... Esse tipo de pressão não deveria ser jogada nos ombros dele desta forma. – Disse a loira por fim, Inojin permanecia atrás da loira segurando firme o tecido do kimono, como se escondesse.
- Onegai, meus filhos estão cansados... Foi um julgamento longo. – Disse o ruivo por fim. – Darei todas as declarações necessárias, neste momento só precisamos de descanso. – Disse e logo fez sinal para que os guardas abrissem caminho, o caminho até a mansão Sabaku fora longo, entre esse longo caminho eram acompanhados das fotos e as vozes, assim que chegaram os portões foram fechados, ali na sala Temari se sentou em uma poltrona, enquanto os demais membros do Clã Yamanaka se sentavam nos sofás ali dispostos.
- Eu irei pedir para que arrumem os quartos para a estadia de vocês aqui. – Disse o ruivo. – Com licença. – E assim saiu em direção a cozinha.
- Garotos tomem banho e descansem, logo chamarei para comerem algo. – Disse a loira aos dois garotos que assentiram e logo subiram. – Irei ver como Gaara está, me dêem um minuto por favor.
E assim a loira foi em direção a cozinha, onde viu o ruivo conversando com a governanta, ela podia ouvir a voz do ruivo em um tom calmo, mas mesmo assim repreendendo a pobre mulher.
- Eu não imaginei que iriam dormir em quartos separados Kazekage Sama, por isso tomei a liberdade de colocar as coisas da senhora Ino em seu quarto. – Disse a senhora ainda desconcertada. – Principalmente após a entrevista... Achei que seria apropriado um casal dormir junto, após tudo o que se passou.
- Gaara? – Chamou a loira, o ruivo virou-se.
- Houve um pequeno problema, Megumi colocou suas coisas em meu quarto, mas já estou pedindo para que retire. – Disse o ruivo de forma exasperada.
- Está tudo bem Megumi, não precisa retirar... Gaara podemos conversar? – Perguntou a loira.
- Eu irei com as outras empregadas arrumar os quartos Kazekage Sama, com sua licença. – E assim se retirou fechando a porta, a loira se aproximou.
- Gaara... Sobre o quarto, não precisava repreender Megumi. – Disse a loira. – Talvez seja bom, ela só acha o que todos acham... Que somos um casal... Feliz.
- Ino, não lhe quero colocar em situação alguma. – Disse o ruivo. - Creio que não será confortável para si.
- Não somos mais adolescentes Gaara. – Disse a loira. – Passei doze anos dormindo ao lado de um homem onde sequer nós tocávamos, com você não será diferente.
- A situação é diferente, e você sabe disso. – Ele sussurrou se aproximando, a poucos centímetros de si, os olhos verdes a encararam.
- O que é diferente? – Questionou a loira o encarando.
- A diferença é que eu te amo. – Ele disse com firmeza. – Em segundo algum de minha vida deixei de te amar... – Ele lhe deu as costas, ela mordeu o lábio. – Você não precisa me amar Ino, mas só quero que saiba. – E assim ele saiu da cozinha, ela encarou as costas do mesmo com um nó na garganta, os olhos dele ficaram em sua mente e ela sabia.
“ Ele estava despedaçado. “
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