O garoto chegava no apartamento, subindo as escadas cansado, os dias na Ordem não estavam sendo nada fáceis.
Olivier foi recrutado, junto com Amelie, logo após os acontecimentos em Tipora, o que o fazia se lembrar diariamente de tudo que passou naquela ilha.
— Oli! O jantar 'tá pronto, você vem? — gritou Amelie, da cozinha, ainda com a roupa especial que a Ordem lhe deu, por conta dos rituais de energia.
— Daqui a pouco, vou só falar um pouco com o Milo, ele gosta de saber sobre meu dia — disse Olivier, bocejando, mal vendo a irmã apoiada na porta entre a cozinha e o hall, olhando para ele, preocupada.
O novo quarto de Olivier não era nada como os da mansão, e ele agradecia mentalmente por isso. Cada vela que via lhe causava uma sensação ruim, uma vontade imensa de chorar, por isso fez questão de se "isolar" numa vida mais tecnológica.
Entrando no quarto, iluminado apenas pelas luzes externas, Olivier logo ouviu uma voz, antes mesmo de poder fechar a porta.
— Oli! Que saudade! — falou o garoto, o abraçando forte. — Como foi lá?! Eles foram legais? Tinham muitas pessoas novas? Você gostou?!
— Eu gostei, as pessoas lá eram gentis — disse Olivier, o abraçando forte de volta, sentindo um frio gostoso invadir seu corpo, indo se deitar na cama. — E como foi seu dia?
— Foi legal! — respondeu Milo, planando por cima do outro, o olhando de cima. — Eu fiquei mexendo nas suas luzes de colorir, acho que quebrei um dos copos na cozinha, sem querer, mas eu limpei tudo antes da sua mãe ver, então tudo bem! — comentou, sorrindo largamente, fazendo o outro repetir o ato.
— Queria que você estivesse aqui…
— Para de ser bobo, Oli! Eu tô bem aqui!
— Mas eu-
— Não, Oli, eu estou aqui! Nada vai me impedir de ficar do seu lado, eu prometo! — falou Milo, segurando a mão do outro, deixando seu braço erguido para cima. — Eu nunca vou te deixar…
— Eu te amo... — falou Olivier, sentindo uma lágrima cortar sua bochecha, e uma brisa gelada a secar com carinho.
— Eu também te amo, Oli. Muito mesmo — disse Milo, deixando um beijo terno na mão do garoto.
— Eu também te amo, maninho... — murmurou Amelie, baixo, vendo o garoto rir sozinho, com uma das mãos erguidas para cima e as cortinas abertas, deixando o frio entrar.
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