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— Jimin, você está bem?
Eu assinto e faço um sinal de não, dizendo para ele seguir a viagem. Ele fecha a janela, e acho que vai realmente embora, mais Jungkook só estaciona. Sai do carro e começa a examinar o meu.
— que merda— diz. — pegou as informações do carro do cara?
— não, não aconteceu nada com o carro dele.— furtivamente, seco as bochechas com o braço.— foi culpa minha.
— você tem serviço de reboque?
Eu faço que sim.
— já ligou para lá?
— não. Mas tem alguém vindo.
Jungkook se senta ao meu lado.
— há quanto tempo você está sentada aqui, chorando sozinho?
Eu viro a cabeça e seco o rosto do novo.
— não estou chorando.
Jungkook e eu éramos amigos bem antes de ele ser Jeon, quanto ainda era só Jk. Éramos do mesmo grupo no fundamental. Os garotos eram Jeon Jungkook, Kim NamJoon, Min Yoongi, conhecido com Suga. As garotas eram Rosé, Jisso, que morava no mesmo quarteirão que eu, e, às vezes, Jennie. Quando éramos crianças, Rosé morava à duas quadras da minha casa. É engraçado como boa parte da infância depende da proximidade. Como a escolha da minha melhor amiga está diretamente relacionada com aproximadade das casas, como a pessoa que se senta ao meu lado na aula de música. Depende do quanto seus nomes estão próximos da chamada. Era uma questão mais relacionada a sorte do que qualquer outra coisa. No oitavo ano, Rosé se mudou para o outro bairro e continuamos amigos. Ela sempre nos visitava, mas alguma coisa estava diferente. Quando chegou o ensino médio Rosé mudou. Ela ainda era amiga dos garotos, mas o grupo acabou. Jisso e eu continuamos amigas até ela se mudar no ano passado. Eu fiquei, mas sempre havia alguma coisa um pouco humilhante no início, como se fossemos as duas fatias que sobraram do pão, e nos formássemos um sanduíche seco.
Não somos mais amigos. Rosé e eu, Jungkook e eu, e é por isso que é tão estranho ficar sentada ao lado dele no meio-fio, como antigamente.
— tenho que ir.
Eu fungo.
--- para onde você estava indo?
---Para casa da Rosé.
---- então é melhor ir logo--- digo--- Rosé vai ficar furiosa se você se atrasar.
Jungkook debocha, mas se levantar bem rápido. Eu me pergunto como é ter tanto poder sobre alguém. Acho que não quero isso; é muita responsabilidade teu coração de uma pessoa nas mãos. Ele está entrando no carro quando, como se tivesse acabado de lembrar, se vira e pergunta:
---- quer que eu ligue para o reboque?
---- não, tudo bem --- respondo --- mas obrigada mesmo por ter parado. Foi muito legal da sua parte.
Jungkook sorri. Eu me lembro disso em Jungkook, do quanto ele gosta de ser elogiado.
--- Está se sentindo melhor?
Eu assinto. Estou mesmo.
--- que bom ---- diz ele.
Ele tem a expressão de um garoto bonito de outra época. Poderia ter sido um belo soldado da primeira guerra Mundial, bonito o bastante para uma garota esperar por ele durante anos, tão lindo que ela seria capaz de esperar para sempre. Ele poderia estar usando uma jaqueta vermelha do time da escola, e e dirigindo um Corvette com a capota abaixada, uma das mãos no volante e, indo buscar namorada para ir à discoteca. A beleza natural dele de perto parece ter saído de um filme asiático antigo. Tem alguma coisa nele que as garotas adoram. Ele é coreano, na verdade, descendente, pois sua bisavó era coreana, e o resto da família continuou crescendo como origem americana. Ele foi o único da família dele a ser coreano após a morte da bisavó dele.
Meu primeiro beijo foi com ele. É estranho pensar nisso agora. Parece que foi há uma eternidade, mas tem só quatro anos. Jeon Jungkook pode estar namorando com a garota agora, mas sei que ele é pansexual.
Tae chegou um minuto depois de, quando estou mandando uma mensagem de texto para Jennie, avisando que não vou poder conseguir chegar ao shopping. Eu estou de pé. Falei para ele que demorou e ele me disse que eu errei o número que no caso era 8.901, e não o que eu falei. Fomos para casa e decidimos não contar nada para Hobi. No caminho, conversamos sobre o término do namoro deles, e Tae parece gostar ainda do meu irmão, mas ele disse que quando Hobi decide uma coisa, ele não volta atrás. Concordei com ele, até porque é verdade. No meio da nossa conversa, decidimos que não vamos nos afastar, não é só por causa do namoro deles ter acabado que vamos parar de sermos melhores amigos. Vamos continuar com a nossa amizade de sempre, ele vai para nossa casa, comemos e assistimos juntos quando ele quiser, e ponto final.
Ao chegar em casa, me preparei mentalmente para contar tudo ao meu pai. Quando ele chegou, eu contei para ele. Ele não ficou furioso, no fim das contas. Fiz todo o discurso da notícia boa/ruim e ele fez suspiro e disse:
---- O importante é você estar bem.
O carro precisa de uma peça especial que vamos ter que importar de avião de Indiana, ou Idaho, não consigo lembrar. Enquanto isso, vou dividir o carro com meu pai, irei pegar o ônibus para a escola, ou vou pedir carona para Tae, o que já era meu plano. Mais tarde de noite, eu e Yonsei estavamos assistindo tevê, até que Hobi liga de vídeo. Eu grito para papai vir rápido. Ficamos ficamos sentados no sofá passando o telefone entre nós para falarmos com ela. Yonsei quase contou para ele o que aconteceu, mas disse que é um problema que já está sendo resolvido.
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