-O que vocês têm na cabeça?! –Glenn perguntou e eu abaixei o olhar antes de me entreolhar com Carl que estava sentado ao meu lado com uma expressão bem parecida com a minha. -Camisinhas só na evitam filhos, mas também doenças... Foram muito irresponsáveis e eu estou chocado com você Noora... E com você também Carl. Deviam ter seguido a psicologia reversa do “podem transar”. –revirei meus olhos e me encostei no sofá antes de me entreolhar com Maggie que estava sentada na poltrona enquanto o coreano andava de um lado para o outro. Não foi muito legal a parte em que eles abriram a porta do quarto procurando por Carl e encontrou nós dois juntos indevidamente.
-Está se confundindo meu querido. O fim do mundo não foi isso acontecer, pelo amor de Deus né? –eu falei me pronunciando pela primeira vez, já cansada de o ouvir falando na minha cabeça sem parar.
-Não é o fim do mundo? –ele perguntou colocando as mãos na cintura e olhando para sua esposa como se pedisse ajuda para arranjar argumentos. Isso estava muito parecido com uma conversa entre pais e filhos e Glenn parecia estar disposto a fazer esse papel agora. -Está planejando ser mãe agora? –revirei meus olhos mais uma vez quando ele me olhou. Aposto que ninguém fez esse drama todo quando ele e Maggie fizeram isso pela primeira vez. Carl me olhou e assim que nossos olhares se cruzaram, eu o vi sorrindo de lado discretamente. Eu imitei o gesto encarando Maggie em seguida.
-O que? Eu vou ficar grávida agora, é isso? –perguntei e Carl tossiu arregalando os olhos como se isso fosse uma possibilidade que ele preferia não pensar agora.
-Não, não vai. –ela falou calmamente e sorrindo sem mostrar os dentes. -Tiveram sorte de termos remédios que impeçam isso. Mas não vacilem novamente, quando isso for acontecer de novo, se protejam. –eu dei de ombros assentindo. Tudo teria sido muito melhor se eles não tivessem aparecido. Chegava até ser envergonhoso.
-Qual a chance disso chegar nos ouvidos do meu pai? –Carl perguntou. -É constrangedor. Já esta sendo o bastante com vocês. –eu assenti concordando e os olhei esperando pela resposta.
-Eu não vi nada acontecendo e não saí do posto de vigia sul... –Glenn falou e eu sorri de lado para ele. Ele respirou fundo parecendo ter cumprido o seu papel e deu um sorrisinho para mim. Ele piscou me fazendo imitar o gesto antes de negar com a cabeça e sair andando fechando a porta da casa atrás de si. Maggie revisou o olhar entre eu e Carl e sorriu para nós dois.
-Eu acho que formam um belo casal se querem saber... –ela comentou e Carl sorriu de lado assentindo com a cabeça. Um choro ecoou no andar de cima e ele se levantou para caminhar até a Judith que havia acordado de seu sono vespertino.
-Eu também acho... –ele comentou antes de subir as escadas em passos rápidos. Eu me encostei no sofá com um sorriso no meu rosto e Maggie voltou a me olhar.
-Eu ainda não acredito que isso aconteceu. –ela falou iniciando a conversa e quando nós duas nos olhamos começando a rir. Eu passei a mão no rosto ainda não crendo nisso e soltei um suspiro.
-Glenn falou como se fosse meu pai. –eu falei me levantando. -Eu realmente estava contando os segundos para essa conversa acabar. –eu andei pela sala respirando fundo e ri fraco. -Glenn sabe muito bem como tornar as coisas embaraçosas.
-Sabe sim. –ela disse cortando o riso.
**
-Eu ainda acho que seu pai vai acabar sabendo. –eu falei andando na floresta atrás de Carl enquanto os nossos sapatos esmagavam as folhas secas esparramadas pelo chão. -Então é melhor tocar no assunto com ele. Sério, não vou agüentar indiretas dele e do caipira durando o jantar.
-Por que eu tenho que tocar no assunto? –ele perguntou se virando para mim e me olhando brevemente. Dei de ombros e ri fraco antes de dar uma olhada em volta.
-Porque o pai é seu, não meu. –falei. -Essa é a vantagem de ser órfã. Não tenho que dar satisfações para ninguém. –pulei o tronco de uma arvore e o olhei. -Meu pai tornaria a sua vida um inferno se quer saber. Ele sempre foi muito protetor comigo e com as minhas irmãs então... Quando Jessica apareceu em casa dizendo estar namorando, eu pensei que ele sofreria um ataque. –ele segurou o riso e eu sorri para ele enquanto algumas lembranças deles voltavam na minha cabeça. Nós continuamos andando e assim que avistei um envelope azul no chão, eu me abaixei o pegando. -Olha só isso. –eu mostrei para ele e ele olhou tentando adivinhar o que seria aquilo.
-Diz alguma coisa? –ele perguntou.
-Não... A chuva apagou o escrito. Está tudo manchado. –respondi e o olhei. -Esse bilhete não parece ser tão velho. O papel quase não está desgastado. –ele fez um barulho com a boca mostrando que estava me ouvindo enquanto olhava em volta atento a qualquer som. -Quer dizer, não sabemos o que estava escrito, mas essa pessoa queria dizer algo. –continuei. -Sabe o que significa?
-Não faço ideia. –ele respondeu e eu dei de ombros. Nós continuamos a andar e paramos para olhar um esquilo preso em uma arvore com uma flecha que provavelmente foi capturado por uma armadilha do caipira. Franzi o cenho me perguntando o porquê o animal ainda estava preso e arquei uma sobrancelha. -Será que os animais conversam? –ele perguntou e eu soltei o barulho de um riso não entendendo muito bem o porquê dessa pergunta. -Eles devem se sentir sozinhos.
-Bom, os humanos também se sentem assim. –eu respondi. -Agora... Porque que viemos aqui mesmo? O lado de fora chega a ser mais entediante que o lado de dentro...
-Viemos porque somos adolescentes. –ele respondeu. -E adolescentes fazem coisas escondido.
-Somos praticamente adultos. –consertei. -Adolescentes soa muito infantil... –nós ouvimos alguns passos se arrastando perto de nós e eu franzi o cenho olhando em volta assim como ele. Avistei a zumbi andando pela mata e Carl pegou sua arma a destravando. -Melhor voltarmos, não? Pode vir um grupo deles a qualquer momento, e então estamos ferrados.
-Viu quem é? –ele sussurrou e eu franzi o cenho tentando reconhecer a pessoa atrás daquela aparência cinza e nojenta. -É a Sra. Hastings... Não a vimos desde que a horda entrou em Alexandria. –ele me olhou enquanto eu esperava o mesmo continuar. -Não podemos deixá-la. –ele saiu andando indo atrás dela e eu o segui rapidamente me perguntando o que estava acontecendo. A zumbi se virou em nossa direção assim que nos ouviu e eu fiz uma careta ao ver a grande marca de mordida em seu pescoço. -Hey venha...
-Que merda você está fazendo? Mate-a. –eu falei vendo o corpo se arrastando na nossa direção com os braços esticados prontos para nos alcançar.
-Se afasta. –ele pediu dando alguns passos para trás também.
-Carl, isso não tem graça. Zumbis não são brinquedos! –eu falei o encarando. -Ela devia estar morta...
-Eu sei que não são brinquedos! –ele respondeu e me puxou enquanto eu ouvia os gemidos incessantes do cadáver ambulante.
-Vamos matá-la logo de uma vez. Qual o problema? –eu falei e ele me olhou com o cenho franzido.
-Isso não é burrice. –ele retrucou. -Eu sei o que eu estou fazendo.
-Tem razão, burrice é vir aqui fora sem precisar. –eu respondi indiferente. -Aquelas pessoas ainda podem estar por ai esperando por uma brecha nossa e aqui estamos... Guiando uma zumbi no meio do nada. –eu olhei para o lado a vendo próxima o suficiente e então ele a empurrou no chão antes que a mesma me alcançasse. Ela caiu sentada e eu segurei o cabo da minha faca caso eu precisasse usá-la em algum momento.
-Não podemos matá-la Noora... Não a gente. –ele disse me encarando.
-Por que não? –eu perguntei.
-Por que... –ele começou e olhou para todos os cantos antes de focar o seu olhar em mim. -Porque deve ser alguém que a ame. Alguém que realmente a conhecia... –eu abaixei o olhar e depois revezei entre ele e a zumbi. -Eu faria por você. –ele falou e eu o encarei engolindo em seco ao ouvir isso. -Faria pelo meu pai. Pela Michonne. Pela Maggie... Eu faria. –ele continuou e eu assenti por fim enquanto suas palavras rodavam na minha cabeça. Carl tinha razão ao pensar assim. Eu iria querer isso também. Iria que alguém que me amasse o suficiente para colocar o fim em mim. A coisa mais triste do mundo deve ser você morrer, mas mesmo assim continuar na terra tendo capacidade o suficiente para arrancar outra vida.
-Eu também faria por você... –eu disse e ele assentiu com a cabeça. -Vamos procurar alguém.
**
Quando chegamos em casa, nós subimos as escadas disfarçadamente ao ver Rick e Michonne conversando na sala. Fomos até o quarto de Judith, e eu me sentei na cadeira reclinável enquanto ele olhava a mesma brincando no berço com alguns brinquedos a sua volta. Eu me encostei e abracei minhas pernas enquanto eu o olhava começando a brincar com a irmã. Ela riu de alguma coisa que ele fez e eu sorri de lado antes de encará-lo por um tempo, ainda pensando nas coisas que ele me disse hoje mais cedo na floresta.
-Carl... –eu o chamei e ele me olhou esperando eu continuar. -Faria aquilo por mim mesmo? –eu perguntei e ele me analisou enquanto assentia com sua cabeça.
-Eu faria Noora... –respondeu e eu sorri assentindo também. -Mas não vai acontecer com você. Não vou deixar que isso aconteça, tudo bem? –ele perguntou.
-Tudo. Também não vou deixar acontecer com você. Vamos cuidar um do outro. –ele sorriu para mim e nós ouvimos algumas risadas no corredor se seguindo para o quarto de Rick. Franzi o cenho assim que ouvi a voz do mesmo com a Michonne e olhei para Carl de olhos arregalados enquanto eu não acreditava no que estava acontecendo do outro lado da porta.
-Eles estão se pegando? –eu perguntei incrédula. -Não sabia que faziam isso, apesar de ter um clima bem na cara entre esses dois. –ele fez uma cara estranha tentando ouvir mais alguma coisa e eu ri fraco mal crendo. Era estranho pensar neles fazendo aquilo. –Okay... Melhor eu ir para casa... Antes que o Aaron venha me buscar e acabe ouvindo algo. –eu me levantei indo até ele e o beijei brevemente antes de abrir um sorriso ao ver que ele ria e negava com a cabeça.
-Você é péssima. –ele comentou e eu dei de ombros.
-Eu amo você sabia? –perguntei. -E quando quiser fazer alguma coisa diferente comigo... Me avise. –eu pisquei para ele e o mesmo revirou os olhos. Eu ri saindo do quarto assim que me despedi de Judith e caminhei pelo corredor calmamente pronta para ir tirar um cochilo nessas camas que eram muito boas por sinal.
-Noora... –Carl me chamou da porta do quarto e eu me virei para olhá-lo. -Acho que podemos... –ele começou, mas fez uma cara estranha de repente. Eu o encarei não entendendo e ele fez um sinal para que eu ficasse em silencio o que acabou fazendo o meu coração dar um pulo e bater em disparada. Olhei para trás me assustando por vê-lo pegando sua arma e então ele passou na minha frente indo até as escadas na minha frente. Eu o segui preocupada e então ao ver o homem sentado nos degraus, me mantive atrás do corpo de Carl ate pegar a minha arma presa no coldre. O cara tinha cabelos cumpridos e parecia analisar um quadro com muita atenção, sem se preocupar de alguém achá-lo aqui dentro. -O que diabos está fazendo na nossa casa? –Carl perguntou em um tom sério quando destravamos a arma na mira da cabeça do homem no mesmo momento.
-Estou sentado na escada, olhando esse quadro, esperando os seus pais terminarem de fazer o que estão fazendo. –ele respondeu e eu e Carl nos entreolhamos confusos por causa da palavra “pais”. O homem de olhos claros se virou para gente e abriu um sorriso bonito. -Oi, eu me chamo Paulo Rovia, mas meus amigos me chamam de Jesus.
-Carl, Noora... –Rick falou um pouco sem graça quando apareceu correndo com Michonne atrás de si enquanto terminava de abotoar sua calça. Daryl, Abraham, Maggie e Glenn apareceram correndo no inicio da escada e todos se encararam não entendendo absolutamente nada do que acontecia. Eles apontaram suas armas para o homem que ergueu os braços despreocupadamente e Michonne terminou de abotoar sua camisa entreaberta.
-Está tudo bem... Ele disse que quer conversar. –ela se pronunciou e eu encarei o homem séria não sabendo se ele era confiável o suficiente para eu abaixar a minha arma. Ao notar que ele não poderia nem sequer tentar alguma coisa, eu abaixei o objeto e assenti.
-É... Bem vindo á Alexandria, J.C. –eu falei.
**
Eu estava sentada na cadeira da ponta da mesa de jantar de braços cruzados enquanto os outros se sentavam e se espalhavam pela sala para poderem ouvir também o que o homem tinha para falar. Enid se sentou perto de Noah e quando nos entreolhamos, ela simulou um sorrisinho para mim. Fiz um aceno com a cabeça para ela e olhei para Carl que colocou a arma em cima da mesa e cruzou os braços enquanto o cara o olhava e sorria. Ele sabia que qualquer coisa que tentasse seria morto em segundos, e eu seria uma das pessoas que não hesitaria em puxar a minha arma para matá-lo.
-Como você escapou afinal hein? Você não estava preso? –eu perguntei o encarando e ele me olhou normalmente dando de ombros como se tivesse sido a coisa mais fácil do mundo escapar.
-Um guarda não pode cobrir duas saídas. Ou as janelas do terceiro andar. Nós se desatam e cadeados são abertos. A entropia vem da ordem, certo? –eu franzi o cenho desconfiada querendo saber o quão esperto ele conseguia ser. Cerrei meus olhos o analisando e dei de ombros.
-Certo. –eu disse e ele me encarou por alguns segundos antes de voltar sua atenção para Rick que estava sentado ao seu lado, também com sua arma por perto. Carl olhou Michonne e ela virou de costas para ele com vergonha do que provavelmente aconteceu entre ela e Rick. Eu segurei uma risada, mas logo voltei para a minha cara de séria sabendo que eu não podia abaixar a guarda com esse cara aqui perto.
-Eu dei uma olhada no arsenal de vocês. Não vejo algo parecido há muito tempo. Estão bem equipados, mas seus mantimentos estão escassos. –Jesus disse e eu me ajeitei na cadeira percebendo que Daryl segurava uma arma que não era sua crossbow. Apoiei meus braços em cima da mesa balançando minhas pernas e quando Carl me olhou, neguei com a cabeça. Eu não gostava da ideia desse cara saber muito sobre a gente sendo que nem sabíamos de onde ele era. -Bem escassos para a quantidade de pessoas que tem aqui. 54?
-Mais do que isso. –Maggie respondeu sentada ao lado do Glenn o que deixou o cara em silencio por um tempo enquanto ele parecia analisar sua situação.
-Agradeço ao cookie. Parabéns á chefe. –ele continuou e eu revirei os olhos ao vê-lo forçando amizade.
-Ela não esta aqui. –Daryl respondeu um pouco ríspido enquanto dava alguns passos pela casa também desconfiado.
-Nós começamos com o pé esquerdo, mas estamos do mesmo lado. –Jesus falou. -O lado dos vivos. –ele disse tentando amenizar o clima de tensão por todos estarem o encarando como se fosse um pedaço de carne no meio de dezenas de lobos.
-Olha só meu querido, ser engraçado não é com você. –eu falei me encostando na cadeira. Ele me olhou rindo fraco e deu de ombros.
-Cada um com suas armas não é mesmo? –ele perguntou e olhou para Rick soltando um suspiro. - Vocês tinham todas as razões para me deixarem lá naquele lugar. Mas não me deixaram. –ele falou. -Sou de um lugar muito parecido com esse. Parte do meu trabalho é achar outras colônias para negociar. Roubei o caminhão porque minha comunidade precisava e vocês dois cheiravam a encrenca. Eu estava errado. Vocês são boas pessoas. E esse é um lugar bom. Acho que nossas comunidades podem se ajudar.
-Vocês têm comida? –Glenn perguntou. Acho que essa era a nossa preocupação principal por saber que os mantimentos na dispensa estavam começando a ficarem escassos.
-Começamos a criar gado. Procuramos comida, plantamos. Tudo, de tomate ao sorgo.
-Diga por que devemos acreditar em você... –Rick falou o olhando e tentando descobrir qual era a do cara.
-Eu te mostro... Se formos de carro, voltarão para casa em um dia. –Jesus falou e eu olhei para Rick. -E poderão ver quem somos e o que temos a oferecer. –nosso grupo se entreolhou ao ouvir isso porque sabíamos muito bem que tudo poderia ser uma armadilha que acabaria com todos mortos no final. Eu abaixei o olhar e voltei a encarar o homem sentado do outro lado da mesa.
-Espera. –eu disse e eles me olharam se perguntando o que eu falaria dessa vez. -Você disse que esta procurando por mais colônias certo? –perguntei. -Então já comercializaram com outros grupos é isso? –eles voltaram a olhar para Jesus o esperando responder.
-Bom Noora... O seu mundo esta prestes a ficar bem maior. –ele falou com um sorriso no rosto.
**
Quando Rick decidiu que iríamos até a comunidade de Jesus, todos começaram a trabalha pegando as coisas necessárias para levar na viagem. Eu estava de braços cruzados olhando o trailer sendo abastecido enquanto o cara parecia encantado com Judith que estava no colo do irmão perto da casa.
Carl entregou Judith para Tara que ficaria por aqui com Rosita, já que a mesma ainda estava de cama na enfermaria. Ela ainda não havia acordado devido aos remédios que Denise deu a ela para abaixar a dor, mas já sabíamos que ela estava fora de perigo, o que não demorou muito tempo para o Abraham voltar a viver o seu romancezinho secreto com a Sasha.
Carl foi ate os galões de gasolina ainda abertos perto do trailer e começou a fechá-los enquanto eu estava parada no mesmo lugar apenas observando.
-Não sei o que achar desse cara... –comentei e ele ergueu a cabeça na minha direção. -Ele parece ser meio tonto, mas... –dei de ombros. -Não sei. O que acha?
-Bom... Eu também não tenho certeza, mas... Se ele falou a verdade pode ser o começo de tudo. –eu assenti querendo acreditar nessa parte. Rick saiu da casa e veio em nossa direção em passos calmos.
-Vou ver se a Maggie precisa de algo. –comentei para sair de perto dos dois para deixá-los conversar sobre o que havia acontecido entre ele e Michonne. Me aproximei de Daryl, Abraham, Glenn e Maggie que estavam atentos olhando um mapa e me apoiei no veiculo.
-E então? Também não foi com a cara dele? –o ruivo perguntou e eu o olhei com um sorriso no rosto.
-Se ele estiver armando alguma coisa, eu vou chutar ele ate o mesmo morrer... –comentei e ele riu fazendo um high-five comigo. Daryl nos encarou e cerrou os olhos.
-Desde quando são amigos? –ele perguntou a nós dois.
-Desde que ela pensou a mesma coisa que eu nesse exato momento, cara. –Abraham falou e nós rimos. -Agora... Vamos comer asfalto pessoal! Não gosto de atrasos! –ele gritou batendo algumas palmas. Eu olhei para Carl novamente com sua irmã no colo e gesticulei com as mãos obviamente não sabendo que ele iria querer dar uma “despedida”.
-O que esta fazendo idiota? Vamos... –eu falei indo até ele.
-Não, eu não vou. –ele respondeu. -Acho que um garoto com a cara estourada não causaria uma boa impressão. –ele disse calmamente e eu o olhei por um tempo.
-Noora! Você vem?! –Noah perguntou colocando a cabeça para fora da janela do trailer. Eu o olhei assentindo e voltei a olhar para Carl.
-Obrigada... –eu disse ironicamente. -Me fará ficar menos preocupada com você aqui. Porque ai nenhuma garota que tiver lá vai saber que você existe. –comentei e ele soltou o barulho de um riso antes de negar com a cabeça.
-Toma cuidado. –ele falou e eu assenti. Eu segurei seu rosto com um sorriso e colei nossas bocas.
-Vamos deixar você para trás! –Daryl gritou e eu ergui o meu dedo do meio para ele sem me separar do beijo. Eu e Carl rimos fraco e nos separamos.
-Te vejo mais tarde. –ele assentiu e eu pisquei para ele antes de entrar no trailer e fechar a porta atrás de mim.
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