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História Paralyzed World - Our funeral - História escrita por mii-riggsdixon - Spirit Fanfics e Histórias
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História Paralyzed World - Our funeral


Escrita por: mii-riggsdixon

Capítulo 45 - Our funeral


Fanfic / Fanfiction Paralyzed World - Our funeral

Nem tudo é o que parece ser...

Rick abriu a tampa e eu desci as escadas com cuidado sendo seguida por Michonne, já que ele havia nos passado em sua frente. Assim que meus pés tocaram o chão, olhei para as pessoas que lá estavam reunidos para se abrigarem. Eles realmente haviam conseguido e estavam bem. Rick desceu começando a caminhar pelo túnel e eu o seguia me sentindo muito melhor por saberem que tinham vindo para cá. Fiz uma cara estranha ao ver Dwight por aqui e me senti ainda mais confusa ao perceber a maneira que todos eles me olhavam. Rosita negou com a cabeça para mim e quando me virei dei de cara com um homem sentado no chão com algumas latas de comida em sua volta.

Música: Like a funeral – Erik Jonasson

Franzi o cenho me perguntando quem diabos era esse cara e virei meu rosto assim que ouvi uma voz conhecida me chamando.

-Eu o trouxe aqui. –Carl falou e eu sorri para ele sem mostrar os dentes mesmo notando que havia algo de errado com o mesmo. Sua pele estava pálida e o seu cabelo chegava a estar molhado de suor, mostrando o seu cansaço físico e a respiração descompensada já há algum tempo. -Então foi aí que aconteceu. –ele me olhou levantando sua camisa e minhas vistas embaçaram ao ver uma mordida em seu abdômen escondida por uma bandagem suja de sangue. Minhas pernas fraquejaram de imediato e eu caí de joelhos em sua frente enquanto o choque e o desespero tomavam conta de mim. Eu podia sentir todo o meu corpo tremendo e eu franzi o cenho tentando processar o que estava acontecendo nesse exato momento. Eu torci com todas as minhas forças para que isso fosse apenas um pesadelo, eu torci desejando que eu não estivesse aqui para ver isso e que eu não tivesse que aceitar o fato de que eu teria que viver sem ele. Era tão doloroso e sufocante que eu não consegui me mexer enquanto alguns flashbacks voltavam na minha cabeça. Flashbacks que me faziam ficar confusa não sabendo diferenciar todos os momentos com este que acontecia agora, porque parecia que eles nunca haviam existido.

Isso não podia ser real.

-Desculpa, me desculpa meu amor. –ele disse com uma voz de choro ao ver o meu estado e eu soltei um suspiro doloroso antes de começar a chorar assentindo com a cabeça.

-Você tinha me prometido, seu idiota. –eu disse aos prantos quando consegui processar algo para falar. -Tinha prometido que não me deixaria aqui sozinha. –eu encostei minha testa em seu ombro ainda não acreditando que eu estava o perdendo para sempre dessa vez. Não era nenhuma brincadeira, nem um mal entendido. Mas eu queria que fosse, céus como eu queria.

-Por favor... Não me faça eu me sentir pior do que eu já estou. –ele sussurrou mexendo no meu cabelo solto que estava tombado para o lado devido à posição que eu me encontrava. -Foi um acidente e aconteceu o que tinha que acontecer. Não pense que foi culpa do Siddiq, ele tentou me ajudar, mas aconteceu. –eu o ouvi em silencio e ele olhou para Rick que estava um pouco em choque atrás de mim e para Michonne que chorava não tanto quanto eu. -Sinto muito pai...  –ele falou cansado. -Mas está tudo bem, de verdade.

-Carl... –Rick começou se aproximando e segurando a mão que Carl tinha livre. -Eu não sei o que dizer...

-Então não diga nada, vai ser melhor assim. –ele pediu e me olhou já que eu me mantinha na mesma posição entrando em uma espécie de choque que eu não conseguia sair. Não estava bem. Nada estava bem, pois eu me sentia morrendo por dentro ao ver a pessoa que foi a minha ultima esperança morrendo aos poucos bem de frente para mim nesse ambiente que parecia estar acontecendo um funeral. -Noora...

-Não comece com uma despedida, Carl Grimes. –eu falei levantando minha cabeça e o olhando para que ele parasse. Nós fizemos uma cara de choro no mesmo instante e eu o beijei negando com a cabeça como se isso fosse algo para que me fizesse acordar nesse exato segundo. -Por favor... Se esse for o final de nós dois juntos, me leve junto com você... –eu pedi e ele negou imediatamente. -Não me deixa aqui, eu não quero ficar. –eu sussurrei e funguei para que eu conseguisse respirar. Eu o encarei tentando memorizar seu rosto e engoli em seco sentindo minha garganta começando a doer. -Você mentiu para mim. –falei soluçando.

-Não diga isso, Noora... Eu não tenho uma escolha, mas você sim. –ele falou e eu ouvi o soluço de Rosita não muito longe de nós. -Você sabe que foi a melhor coisa que aconteceu comigo e o fato de eu morrer sabendo que eu fui amado por você está tudo bem para mim... –Carl segurou o meu rosto e eu o olhei sabendo que era uma das ultimas vezes mesmo eu não querendo. -Eu queria muito que não tivesse acontecido. Queria ter mantido a minha promessa, mas... Deus quis que as coisas fossem assim. –eu neguei repetidamente e funguei começando a perder o ritmo da minha respiração que já estava acelerada. -Quero ter a certeza de que não fará nenhuma burrada, Hale... Eu te peço isso. Por favor, não faça nada que possa machucar a você mesma...  –ele me encarou e eu fechei meus olhos com força para tentar acordar mais uma vez do que parecia estar sendo um pesadelo. -Pode cumprir isso? –eu assenti notando os olhares das pessoas que estavam por perto. -Se o objetivo do apocalipse era ter me feito encontrar você, posso dizer que foi o melhor fim do mundo que eu pude ter. –ele sussurrou e eu funguei o beijando.

-Eu não consigo ficar aqui e ver isso, desculpem... –Tara disse saindo andando para longe de todos nós. Uma bomba explodiu e o túnel tremeu nos fazendo levar um susto. Eu me sentei no chão preocupada e solucei por não conseguir parar de chorar.

-Eu... –Rick começou um pouco confuso não sabendo por onde começar. -Eu não... Como?

-Pai, está tudo bem. –Carl disse o olhando. -Tem que estar... E eu não sabia se vocês voltariam antes, mas, apenas por segurança eu quis me despedir. –ele continuou pegando algumas cartas no bolso de sua calça jeans e outra bomba explodiu me fazendo fechar os olhos com força implorando para que eles parassem logo.

-Não... São eles. –Rick falou negando com a cabeça não querendo acreditar nem por um minuto que o filho estava morrendo e ninguém podia fazer algo. -São eles. Isso não foi... –eu o olhei vendo as lagrimas presas em seus olhos e Michonne se abaixou perto de nós.

-Carl... –ela o chamou.

-Não. –Rick disse incrédulo. -Não!

-Pai, eu fui mordido. –Carl falou e ao olhá-lo eu percebi o quanto doía vê-lo dessa maneira. -Eu estava trazendo alguém de volta. Ele é o cara que vimos no posto de gasolina. Não foram os salvadores, apenas aconteceu... Fui mordido. –eu comecei a tremer e olhei para os outros nos encarando e querendo chorar. Me entreolhei com Daryl que estava segurando Judith no colo e então voltei a olhar para Carl ao meu lado. Quando outra explosão aconteceu, eu fechei meus olhos mais uma vez, mas os abri ao ouvi-lo ele tossindo sem parar. -Como dói... –ele disse com dificuldade e eu respirei fundo para que eu me controlasse e pudesse tentar ajudá-lo.

-Deite-se, vai te ajudar. –eu disse me ajoelhando perto dele. Rick me ajudou e eu passei a mão em seu cabelo o afastando de seu rosto pálido, com olheiras roxas fundas e suor. -Está melhor? –perguntei o vendo fechar os olhos e assentir.

-Sim. Obrigado. –ele respondeu.

-Eu consegui isto. –Siddiq disse se levantando e vindo na nossa direção. Eu o olhei já parando de chorar e as lagrimas que estavam presas nos meus olhos terminaram de escorrer. -São antiinflamatórios sem esteróides que não precisam de receita. Vão... Vão ajudar a abaixar a febre dele. Ajudou os meus pais. Por favor, os aceite... –ele falou me estendendo o saquinho para que eu o pegasse. -Seu namorado... Devia tomá-los. –eu me levantei puxando o saco de sua mão e agarrei a garrafinha de água jogada no chão.

-Você é medico? –perguntei.

-Fui medico residente. –ele respondeu se sentando de volta perto de nós.

-E o seu nome é Siddiq? –perguntei o olhando e ele assentiu com a cabeça. -Você sabia que ele era medico? –perguntei a Carl que me olhou e me fez notar o seu olho começando a ficar avermelhado. -Por isso o trouxe para cá?

-Ele não ia conseguir sozinho... –Carl respondeu quando eu me sentei ao seu lado novamente o fazendo tomar o remédio. -Ele precisava de nós... Por isso. –uma bomba explodiu bem a cima de nós e Rick se colocou em cima de Carl assim que alguns pedaços do teto iriam cair sobre ele. O garoto começou a tossir sem parar se engasgando e o meu corpo voltou a tremer não me deixando mover um músculo. Eu não conseguia me acostumar com a idéia mesmo que minutos começassem a passar. E saber que ele iria morrer me fazia desejar a morte para mim também porque eu não queria mais ficar aqui sem ele. Eu estava sentido medo, medo de passar por coisas aqui e não tê-lo por perto para dizer tudo ficaria bem e que eu só tinha que esperar. Eu não teria ninguém realmente ao meu lado porque a pessoa que era a minha dupla estava indo embora para sempre.

-Dê água para ele. –Michonne disse e eu abaixei a cabeça chorando me sentindo paralisada. -Noora! –ela gritou comigo me fazendo levar um susto e eu estendi a garrafa em sua direção. Os olhei o ajudando e quando virei minha cabeça para o lado vendo Dwight, travei o maxilar indo em sua direção apressadamente.

-FAÇA-OS PARAR AGORA! –eu gritei o agarrando pela camiseta e o empurrando contra a parede o mais forte que eu conseguia. -FAÇA! ELE ESTÁ PIORANDO!

-Eu não posso... –ele disse calmamente.

-Pode sim! Você é um deles, vão ouvir você! –eu falei e Rosita veio na minha direção colocando sua mão por cima do meu ombro. Eu a olhei voltando a ter uma crise de choro por eu estar desesperada e ela respirou fundo olhando para Dwight. -Ele está muito mal...

-Você disse que Hilltop está seguro? –ela perguntou e ele assentiu com a cabeça. -Precisamos levar todos para lá. Poderíamos levar o Carl para lá...

-Eles acham que vocês escaparam pelo bosque. –Dwight disse. -Estão procurando por vocês.

-Eles nos viram indo para o oeste, então não vamos por lá. –Tara falou voltando a se pronunciar.

-O melhor a fazer é ficarem aqui até irem embora. –ele continuou tentando nos convencer.

-Não... Se nos acharem estamos mortos. –Daryl disse balançando a garotinha loira que não entendia nada do que estava acontecendo. -Estamos indo embora.

-Noora... Onde ela está? –eu ouvi Carl perguntando e fui até ele enquanto eles continuavam a conversa. -Noora, não vai embora... Não me deixa aqui...  –eu me ajoelhei ao seu lado e segurei o seu rosto fazendo um carinho nele.

-Eu estou aqui. –eu disse. -Não vou a lugar nenhum. –ele engoliu em seco assentindo e segurou a minha mão com força.

-Você devia estar descansando. –ele falou.

-Eu não estou cansada. –respondi.

-É. Você parece ótima. –ele disse ironicamente e eu sorri para ele sem mostrar os dentes. -Isso tem que parar Noora... Não era para ser assim. Eu sei que pode ser melhor. –curvei meu corpo sobre o seu e colei nossas bocas enquanto Rick se mantinha segurando a outra mão dele apenas nos olhando. Os barulhos de certos caminhões se afastando começaram e eu olhei para o teto sabendo que eles estavam indo embora finalmente. Daryl se aproximou com Judith e a entregou para Michonne que havia se levantado e andava de um lado para o outro.

-Eu vou ir dar uma olhada. –ele disse e saiu andando quando Rick assentiu, mas parou no meio do caminho de repente. Ele voltou encostando no meu ombro e eu o olhei o vendo assentir para mim. Imitei o gesto o vendo desaparecer no túnel e respirei fundo olhando para Carl. Havia ficado apenas eu, Siddiq e ele já que Rick e Michonne foram ate os outros para falar sobre o que acontecia. O garoto engoliu em seco lutando para se manter acordado e eu apertei sua mão o fazendo me olhar.

-Queria que tivéssemos mais tempo juntos. –ele falou ofegante e eu assenti apenas o ouvindo assim como Siddiq. -Que fossemos algo parecido com o que o Glenn e a Maggie foram e que chegássemos a ter filhos um dia. –eu sorri sem mostrar os dentes ao imaginar a cena. -Já sonhei com eles... Eles seriam parecidos comigo só que com o seu temperamento e o seu senso de humor. E seriamos bons pais para eles, Noora... Sempre os protegendo de tudo. –ele respirou com dificuldade e as lagrimas escorreram pelo meu rosto por saber que isso não iria acontecer nunca. -Você seria a melhor mãe para os meus filhos e então fugiríamos de todos e viveríamos pelo resto da vida em uma casa do lago perto de Atlanta. Com hambúrgueres iguais ao que você disse aquela vez, mas teríamos que lutar para os encontrarmos. –eu ri fraco e assenti. -Deus, como eu queria que isso acontecesse... Eu queria muito.

-Irei pensar nesse sonho todos os dias... –eu disse a ele. -Pode ter certeza disso, meu amor. –ele sorriu assentindo e eu olhei Michonne e Rick voltando.

-Eles foram embora. –ela disse e eu passei a respirar mais aliviada. -Podemos levar todos para Hilltop. Podemos levar o Carl para lá.

-Carl? Não. –eu falei negando.

-O Daryl pode pegar um carro... –ela falou me olhando.

-Ele não vai conseguir. –eu a cortei. -Ele não pode sair daqui e eu vou ficar com ele.

-Noora... –ela começou.

-Ele não pode ir, Michonne! –eu disse brava. -E eu tenho que ficar.

-Então vamos ficar os três. –Rick disse se sentando perto de mim novamente. -Você... Pode levar a Judith? –ele perguntou ao Daryl que a segurava de volta como forma de ajudar. -Ela precisa estar lá. Se algo acontecer com ela... –ele começou a chorar e eu abaixei a cabeça soltando um soluço por vê-lo assim. Ninguém merecia passar por isso.

-Eu a levo. –ele disse antes que Rick continuasse. -Eu a levarei e a protegerei. Pode contar comigo.

-Eu quero me despedir dela. –Carl falou e eu me aproximei para ajudá-lo a se sentar. Tara nos olhou de braços cruzados e ela se entreolhou comigo.

-Irá para Hilltop depois? –ela perguntou e eu fiz um gesto rápido com a cabeça.

-Diga a Maggie para não se preocupar. –eu disse e me sentei ao lado de Carl na maca. Rick me entregou Judith quando eu estendi meus braços e a coloquei sentada em cima das minhas pernas e de frente para ele. Carl segurou sua mãozinha e ela nos olhou com atenção como se perguntasse o motivo de estarmos tão tristes.

-Comporte-se, tudo bem? –ele pediu a ela. -Pelo papai, pela Noora e pela Michonne. Você tem que honrá-lo e sempre faça o que ele pedir, mas nem sempre. Às vezes os filhos precisam ensinar coisas aos pais. –ele pegou o chapéu ao seu lado e o segurou se esforçando para continuar puxando o ar. -Isso era do papai antes de ser meu. E agora é seu... Eu não sei, mas só de tê-lo me fazia sentir perto do nosso pai. Fazia eu me sentir forte como ele, me ajudava. Talvez ajude você também...  –revezei o olhar entre os dois e mordi minhas bochechas com força sabendo que os próximos momentos seriam ainda piores do que esse. Tudo seria pior do que agora. -Antes de a mamãe morrer, ela me disse que eu venceria esse mundo... Eu não venci. –Rick respirou fundo segurando o choro ao ouvir isso e eu percebi quando minhas vistas voltaram a ficar embaçadas. - Mas você vai. Eu sei que vai. –Judith começou a chorar e Daryl a pegou do meu colo junto com o chapéu para que o levasse. Ele olhou para Carl e assentiu para o mesmo.

-Essas pessoas... Você salvou todas elas, cara. –ele disse. -Foi você... –Carl sorriu para ele e o caipira me olhou. -Vejo você em Hilltop, Hale? –eu o olhei com atenção e por um momento houve silencio por eu estar pensando no que responder. -Noora?

-Ela vai para Hilltop. –Rick disse e eu apenas fiz um gesto com a cabeça para confirmar. Eles saíram andando e Siddiq se aproximou se abaixando de frente para nós dois enquanto eu passava a olhar um ponto fixo sem piscar nenhuma vez.

-Você estava me ajudando... –ele começou. -A honrar a minha mãe...

-Não apenas a sua. –Carl respondeu. -A minha também.

-Você me trouxe aqui. Me deu uma chance. –Siddiq falou e eu o olhei. -Eu sei que nunca vou poder repagar você. Mas irei honrá-lo mostrando ao seu pessoal, aos seus amigos, família e a sua namorada que o que você fez não foi em vão. Que importou. Que significou algo. Por que significou... –ele disse com uma voz de choro. -Então é isso que eu vou fazer. Vou honrar você, Carl. –eu olhei para o garoto que assentiu com uma cara de choro antes de estender sua mão para um cumprimento.

-Parabéns... –ele falou. -Está preso conosco agora. –o cara assentiu com a cabeça e se levantou saindo andando. Carl quis se deitar novamente apoiando sua cabeça no meu colo e eu passei a mão em seu cabelo molhado enquanto lagrimas escorriam por seus olhos um pouco apagados e avermelhado. Tombei meu corpo o beijando brevemente e segurei a sua mão.

-Está doendo muito? –eu perguntei e ele fez um gesto com a cabeça. -Então... Quer que eu vá procurar por algum remédio mais forte? Para que melhore um pouco pelo menos...

-Vocês irão precisar deles. –ele respondeu no momento que Michonne e Rick se abaixaram perto de nós. -Eu só quero que fique aqui comigo.

-Eu vou ficar. –eu disse e ele me olhou.

-Noora, não quero que fique triste depois disso. –Carl sussurrou apertando minha mão. -Ou zangada... –eu engoli em seco e ele respirou fundo. -Vai ter que continuar sendo forte. Pelo meu pai... Por Judith, por Michonne, pela Maggie... E por você mesma. –minhas vistas embaçaram e eu assenti com a cabeça sentindo a mão de Rick sendo depositada em cima do meu ombro. Carl esticou sua mão e segurou meu rosto limpando com o polegar a lagrima que escorreu pela minha bochecha. -Não carregue isso... Não essa parte. Você é o meu amor... –eu assenti sorrindo para ele e funguei.

-Você também é o meu. –eu disse e a lamparina se apagou deixando o túnel um lugar escuro. Eu não sabia se esse foi sinal de que seria assim que a minha vida ficaria sem ele, mas Rick fez um barulho com a boca atraindo nossa atenção.

-Preciso da ajuda de vocês... –ele pediu.

**

Nós entramos na igreja carbonizada depois de ter visto o cenário horrível o qual Alexandria se encontrava. Muitas casas pegavam fogo e o tempo gelado nos fez passar um frio no caminho até aqui. Pensei que não iríamos conseguir. Carl mal agüentava se mover e grande parte do seu peso tombava em cima de todos nós. O deitamos no chão com cuidado e eu segurei sua cabeça para que ela não batesse contra o piso de madeira. Eu sentia o meu estomago doer devido a tudo que estava acontecendo e uma dor no corpo surgia não sei da onde.

-Obrigado... –ele falou abrindo os olhos. -Por me trazerem aqui.

-Sinto muito... Não queria que você ficasse lá. –Rick se pronunciou e eu me levantei olhando pela janela para ver se havia algum zumbi perambulando perto daqui.

-Não por me trazerem até aqui... –ele continuou. -Por me fazerem eu me tornar quem eu sou. –os olhei vendo Michonne e Rick chorando e cruzei meus braços tentando não derrubar mais nenhuma lagrima. Eu não estava suportando mais a dor no meu coração tomando conta de cada parte de mim.  -Na prisão, quando fomos atacados, havia um menino... Um pouco mais velho que eu. Ele tinha uma arma e estava tentando largá-la e eu... Atirei nele. –caminhei até lá me sentando perto deles e Michonne estendeu sua mão para mim para que eu a segurasse. -Ele ia se render e eu só... Atirei nele. E eu penso nisso. No que fiz a ele e como foi tão fácil apenas matá-lo...

-Carl... –Rick disse negando com a cabeça. -Não... Não. Tudo que teve que fazer, você era só... Era só um garoto.

-E você viu... O que aconteceu. –Carl disse. -Como ficou fácil. Por isso você mudou, por isso trouxe todas aquelas pessoas de Woodbury. Você as trouxe e nós vivemos juntos. Éramos inimigos, mas você largou a sua arma para que eu pudesse mudar. –franzi o cenho com o que ele dizia e o olhei com atenção. -Para que eu pudesse ser quem eu sou agora. O que você fez aquela época... Ter parado de lutar, foi o certo. –Rick piscou algumas vezes deixando as lagrimas escorrerem e Carl me olhou. -Não são todos os salvadores que são ruins... Vocês sabem que há gente boa no meio deles e que estão apenas com medo... Não posso pedir para que aceitem o Negan depois de tudo que ele fez, mas façam algo para que a luta acabe do jeito certo.

-Não posso ser quem eu era. –Rick falou o olhando. -É diferente agora.

-Não podem matar todos eles, pai. –Carl falou. -Tem de haver algo depois. Para vocês, e para eles. Eu sei que ainda não podem visualizar como as coisas serão, mas eu posso... –ele fechou os olhos brevemente e respirou fundo para continuar.

Música: Already Gone –Sleeping at last

-Você está mais velho, está com uma barba toda grisalha e Michonne está feliz. Noora está diferente, seu cabelo bate nos ombros e ela entra sorrindo com Judith que já está crescida. –fiz uma cara de choro e abaixei a cabeça tentando imaginar as coisas que ele dizia. -Alexandria está maior. Tem casas novas, plantações, e pessoas trabalhando... Todos vivendo e ajudando os outros a viverem. Se você voltar a ser quem era... É assim que poderia ser. Poderia. –eu olhei para os outros e Rick se aproximou.

-Carl... Foi tudo por você. –ele disse. -Desde o começo. Em Atlanta, na fazenda, tudo o que eu fiz foi por você. Depois, na prisão, foi por você e pela Judith. Ainda é, e vai ser. Nada vai mudar isso.

-Quero isso para vocês, pai. –Carl sussurrou.

-Eu vou realizar, eu prometo. –Rick falou o olhando. -Eu sinto muito... Eu sinto muito por não ter protegido você. O trabalho de um pai é proteger o filho...

-Amar... É apenas amar. –Carl falou e abaixou seu braço colocando sua mão por cima da pistola enfiada em seu coldre.

-Não... Não! –eu disse começando a chorar do nada.

-Deveria ser alguém que você ama... Se lembra? –ele perguntou me olhando. -Por favor? Não quero que sejam eles... –eu neguei com a cabeça e funguei quando ele voltou a olhar para Rick e Michonne. -Eu não quero que fiquem aqui... Quero que vão embora, por favor, vocês tem que ter a ultima lembrança boa de mim. –ele pediu começando a chorar.

-Não... Nós não vamos deixar você. –Rick falou.

-Pai, é a ultima coisa que eu te peço. –ele respondeu. -Quero a Noora aqui porque preciso dela para isso...

-Carl teremos que te... –Michonne começou. -Ela não pode fazer sozinha...

-Quero que ela faça. –ele pediu e eu o olhei não acreditando nisso. -Será que podem fazer isso por mim? Está doendo ainda mais ter que olhar para vocês dessa maneira, não quero que me vejam quando eu não estiver mais aqui... –eles se entreolharam e Rick me olhou respirando fundo e assentindo. -Vocês têm que fazer isso... Deixar apenas eu e ela... –eu respirei fundo chorando descontroladamente e Michonne assentiu o abraçando. -Amo muito vocês...

-Também amo muito você. –ela disse o abraçando pela ultima vez. Carl olhou para Rick que soluçava sem parar e apertou sua mão.

-Amo você, pai... –ele falou aos prantos e eu fechei meus olhos com força.

-Eu amo você, Carl. –Rick disse o abraçando fortemente. -Eu amo muito você. Irei realizar o que pediu. –ele assentiu com a cabeça e eles se levantaram me olhando. Fiz uma cara de choro engolindo com dificuldade. -Pode fazer isso por nós? –eu assenti rapidamente não conseguindo falar mais nada.

-E-eu fa-ço. –eu falei e eles assentiram. Os dois nos olharam pela ultima vez e então passaram pela porta indo embora.

Pov’s Maggie Greene

O portão de Hilltop foi aberto e eu, Enid e Noah caminhamos até lá para ver o que havia acontecido por não termos nenhuma resposta já há algum tempo. Olhei Daryl entrando com Judith no colo com Tara e Rosita ao seu lado e passei meus olhos pelo grupo me perguntando onde Noora estava. Eu não havia a visto em lugar nenhum. Carol passou por nós correndo para ir até lá e eu me aproximei com cautela vendo todos parecendo abatidos. Daryl negou com a cabeça para nós e eu o meu coração começou a acelerar por não saber o que tinha acontecido.

-Onde ela está? –eu perguntei cortando o silencio.

-O Carl está morto. –ele disse e minhas vistas embaçaram de imediato. O encarei sem acreditar e olhei para Enid ao meu lado. Ela e Noah estavam cobrindo suas bocas com as mãos se mantendo estáticos e eu fiz uma cara de choro sentindo o meu corpo começando a tremer.

-Como? –eu perguntei. -Foram eles? Como a Noora está, cadê ela?!

-Foi mordido. –Rosita respondeu. -E ela está péssima, ele era a ultima esperança que ela tinha. –eu assenti soltando um soluço e neguei brevemente encarando o céu e ouvindo choros começando a se tornarem audíveis a cada segundo que se passava.

Pov’s Noora Hale

Eu peguei a pistola estendida por Carl e me ajoelhei ao seu lado alguns minutos depois que eu me certifiquei de que Rick e Michonne haviam partido. O garoto me olhou segurando minha mão com força e eu destravei a arma criando coragem para que eu fizesse isso.

-Estou pronto se você estiver... –ele disse e eu o olhei.

-Nunca estive pronta para perder você. –eu falei. -Queria que o sonho que você me contou no túnel pudesse ser real meu amor. –ele sorriu de lado e assentiu.

-Espero que nos vejamos novamente, Hale. –eu fiz um gesto com a cabeça deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. -Espero mesmo. –eu me curvei o beijando por alguns segundos e me separei o encarando bem de perto.

-Continue tendo bons sonhos, Grimes... Prometo amar você para sempre. –ele sorriu e fechou seus olhos quando eu encostei a arma em sua cabeça. Segurei o seu rosto e coloquei meu dedo sobre o gatilho pronta para terminar com isso. Por mim e por ele. Desci minha mão livre para o seu pescoço e fiz um carinho fechando meus olhos com força.

-Faça. –ele pediu e minha mão começou a tremer freneticamente. Enrolei meu dedo em cima do gatilho e então abri meus olhos fazendo uma cara estranha. Abaixei a arma e então ele me olhou. -O que foi?

-Tem algo de errado com você... –eu sussurrei.

-O que é?


Notas Finais


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