Lori baforou a fumaça do cigarro em um profundo fio, a baforada denunciava o quanto ele prendeu tudo em seus pulmões a fim de saciar sua eterna dependência. Os olhos indo para o céu como quem tentava procurar nos astros um guia para seus pés desorientados.
O garoto estava profundamente preocupado, suas mãos tremiam todas as vezes que lembrava do toque que Toge deu o subornando a sair do quarto e ir para casa descansar. Aquele pequeno e doce garoto... Ah ele enlouquecia a mente de Lori melhor que os dias sem cigarro fariam.
— Vício maldito— Disse descartando a bituca, a mão indo até o maço em busca de mais um cigarro.
— Desse jeito vai acabar com os seus pulmões— Lori olhou para o mais velho, cabelos grisalhos e um jeito carismático que o tirava do sério.
— Como enxerga com esse troço na cara? — Questionou vendo Gojo sorrir de maneira convencida.
— Com minha técnica dos seis olhos— Ele iria explicar para o garoto? Não, mas Lori sequer queria saber mesmo e apenas baforou em direção do mais velho.
— Saquei— Mais um baforar, esse suave— O Toge dormiu?
— Sim— Gojo pensou um pouco antes de questionar o moreno— São amigos?
— Algo assim— Não mentiu, Lori de fato não sabia como descrever a relação. Era de amigos? Parecia que sim, mas ambos queriam algo mais... — Você é o que deles?
— Professor.
— Hum— E se controlando para não pegar mais um cigarro, continuou a observar o céu sem um assunto em mente — A fala amaldiçoada.
— O que tem?
— Ele pode matar alguém usando-a, correto? — Lori engoliu seco vendo o mais velho afirmar de maneira breve, era estranho e um pouco preocupante, não sua segurança, mas a de Toge. Como ele se sentia com um poder como aquele? — E isso já aconteceu?
— Toge já exorcizou diversas maldições— Ele não iria revelar mais do que isso, era aceitável que mantivesse segredo de algo como isso de alguém que a pouco descobriu sobre esse novo mundo.
Em casa Lori apenas encarava o caderno como se ele fosse um demônio, dos piores e que ele não iria conseguir destruir tão facilmente. Ah, no fim aquilo tudo era apenas linhas que deveriam ser coloridas por fórmulas de matemática e respostas exatas, mas o que era tudo isso no emaranhado da mente do rapaz?
Seu celular vibrou, algo totalmente novo para o garoto que poucas vezes recebia mensagens dele. Pegando, notou se tratar do número de Maki com uma foto para que ele fizesse download. Quando abriu, notou ser algo borrado, mas era visível se tratar de Toge acordado.
“Ele não quer dormir” Era a legenda, curta e direta " Quer mandar mensagem para ele? Eu vou ir dormir”. Lori pensou se aquilo era um sonho, jamais imaginaria trocar mensagens com Toge e isso...
“Se isso não te incomodar” Enviou e logo ela ficou offline para depois de alguns segundos enviarem uma foto breve mostrando que Toge havia pegado o telefone.
“Você precisa dormir” O platinado dizia, Lori prontamente enviou uma resposta: Você também e mesmo assim está me mandando mensagens.
“Isso não é a mesma coisa”
“Nem venha com dois pesos e duas medidas, Toge” E com um emoji de olhos revirando, continuou “Estou preocupado com sua saúde”
“Eu vou melhorar logo”
“Dói muito? Quero dizer, quando usa sua fala”
“Depende...”
“Desculpa ter pedido para falar comigo aquela vez” Mandou, as mãos suando frio enquanto seu vício atacava de maneira rigorosa “Eu deveria ser compreensivo e acabei sendo apenas um babaca”
“Não. Você não sabia, Lori” Lori... Mesmo que sua voz não fosse audível, seu nome ali, escrito... “Eu vou tentar dormir, deveria fazer o mesmo”
“Boa noite, Toge” O moreno mandou, as bochechas tão vermelhas quanto fogo “Estarei indo aí te ver amanhã cedinho, então descanse bem”
“Eu vou estar te esperando”
— Merda. Se ao menos soubesse o quanto você meche comigo...
Abrindo a porta seus olhos se focaram na imagem sentada na cama. O cabelo platinado e os lábios marcados pela tatuagem estavam em uma sintonia única que Lori dificilmente poderia descrever, mas era belo e tentador.
— Toge? — O moreno chamou um pouco cansado, não havia dormido quase nada— Desculpa chegar cedo. Trouxe café da manhã.
— Okaka.
— Ah certo. Você também não dormiu, né? — Rindo, o moreno se sentou na ponta da cama já mais familiarizado com as falas de sua paixão secreta— Eu comprei oniguiri e alguns doces.
Vasculhando as sacolas, puxou um dos bolinhos de arroz com sabor salmão entregando para o usuário que não tardou em pegar abrindo a embalagem para logo dar uma bela mordida se maravilhando com os sabores oferecidos por um bom oniguiri de lojinha de conveniência.
Ele mastigava, entre se manter tranquilo e a ânsia por comer mais e mais. Era bom e divertido estar compartilhando coisas simples como essa com Lori, parecia que o tempo parava quando seus olhos de cores opostas e hipnotizantes se focavam nele absorvendo sua alma.
— Atum atum— Toge havia notado a maneira inquieta que o maior o encarava, focado em sua tatuagem do lábio esquerdo.
— Toge... É que... — Tentado, Lori levou o polegar até o canto do lábio esquerdo puxando para longe um grão de arroz preso a sua pele, mas aquilo não era o suficiente, ele queria saber como era tocar aquela área tatuada, explorar ela— Estava sujo... Quero dizer, não é só isso, mas... Eu posso... Tocar sua tatuagem?
O platinado fez que sim e isso foi o suficiente para que Lori avançasse, seus dedos explorando o círculo de um lado e depois do outro, maravilhado com a sensação que a pele quente e a pequena camada de tinta já cicatrizada causavam em seus dedos — Doeu muito?
Toge fez que não, seus lábios se moveram para que o moreno pudesse entender, mas nenhum som saiu.
— Sua língua também é tatuada— Dizia de maneira hipnotizada, aos poucos deixando a vergonha se afundar para dentro do seu subconsciente sem saber o que lhe dava tanta coragem — Posso ver?
Toge abriu os lábios mostrando a língua brevemente antes de fechar, era fofo e sedutor o estado que o jovem platinado ficou com o pedido do maior — Eu te amo— Disse Lori vendo a face pálida se tornar um vermelho puro.
— Toge, eu gosto de você— Suas mãos foram até a face do menor, era tudo ou nada — Você também me ama?
— Salmão— A voz tão fraca e tímida despertou tantas sensações em Lori. Seus dedos afundaram nos fios platinados em busca de seu calor enquanto seu rosto se aproximava cada segundo mais — Salmão.
— Isso é maravilhoso— Lori deslizou as mãos até que elas segurassem o pescoço do menor, os fios platinados deslizando por seus dedos enquanto o respirar se tornava profundo — Espero que me entenda... Você é maravilhoso e estou ficando cada segundo mais louco.
Não precisava dizer mais nada, o silencio se formou quando seus lábios foram selados pelos de Toge. Ele era delicado, mas quente, seu respirar profundo que lhe dava mais vontade de o tomar para si.
O puxando para seu colo, Lori aprofundou o beijo sentindo o corpo menor tremer sobre ele, seus sons maliciosos saiam a cada arfar que o moreno deixava tomar para continuar os beijos incessantes.
— Toge— Sussurrou— Toge eu... Toge... Deixa eu te foder.
E tão bom quanto poderia ocorrer, Lori deu um pulo quando o despertador tocou avisando que deveria se arrumar para ir para a escola, ou nesse caso, enfrentar a realidade e ver Toge.
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