Mizuki Uchiha estava parada em frente a porta do filho junto de seu marido, Tajima Uchiha. Ela virou a cabeça como se perguntasse se ele tinha certeza. O homem somente balançou a cabeça positivamente, fazendo sua esposa suspirar antes de bater na porta três vezes, entrando em seguida.
O quarto estava com a luz acesa, Izuna estava deitado na sua cama com um livro de capa dura e vermelha escura em mãos e quando os pais entraram, fechou-o e deixou de lado olhando os pais com curiosidade. Eles entraram cautelosos no cômodo. A janela fechada impedia algum vento ou brisa de entrar, deixando o local meio abafado.
— Oi, meu amor. — Mizuki disse doce enquanto sentava ao pé da cama, com Tajima a acompanhando — Queríamos saber se você está bem...
— Estou. — respondeu de prontidão
Os progenitores se olharam desconfiados, era óbvio que o filho estava mentindo.
— Izuna, pode se abrir conosco, só queremos conversar.
— Não temos nada a conversar, eu já disse que estou bem. — disse com a voz suave e controlada
O Uchiha mais velho respirou fundo antes de fechar os olhos e os abrir em seguida, devagar, paciente .
— Sabemos o que aconteceu na sua escola. — informou e viu o filho encolher os ombros — Não estamos aqui para te repreender ou algo do tipo, só queremos tentar te ajudar.
O Uchiha mais novo se manteve em silêncio por um tempo, antes de juntar os joelhos e os abraçar com as mãos e braços. Ele sorriu triste, melancólico.
— O boato já se espalhou então?
— Na verdade, ficamos sabendo pelo seu irmão. — o moreno maior disse
— Ele está irado no quarto. — a Uchiha completou — Tomara que não quebre nada.
— Acho isso meio impossível. — riu um pouco em resposta
— É verdade.
Passaram mais um tempo em silêncio. Os pais não queriam invadir o espaço do filho, ele falaria tudo no tempo dele. A morena só faria alguns empurrõezinhos extras.
— Izuna. — chamou o moreno menor, que a olhou de pronto — Você gostava daquele menino? O Tobirama?
Eles nunca trouxeram os amigos para a casa um dos outros, então seus pais nunca os conheceram diretamente. Só pelas palavras dos filhos.
O garoto abaixou a cabeça, já magoado o suficiente.
— Sim. — disse, com pesar
— Oh, meu bem. — a mulher foi para mais perto de Izuna quando seus olhos começaram a brilhar mais, com pequenas lágrimas se acumulando em seus cílios — Isso acontece às vezes, tudo bem errar no amor.
— É, eu sei, só que... — ele deu uma pausa, pensando por um momento, antes de negar com a cabeça — Eu não sei mais. — disse por fim
Eles permaneceram em um novo silêncio, até o Uchiha mais novo quebrá-lo novamente.
— Pai...? — o citado o encarou, confuso
— Sim?
— Você sabe se... Vai dar pra eu ir para Kirigakure morar com os tios, você disse que falaram que me receberiam, não é?
Os dois se assustaram com o novo tópico de assunto. A mãe abriu a boca, meio exasperada e grandemente surpresa, assim como o homem.
— Como assim, querido?
— Olha... — ele saiu de cima da cama e foi até a sua cômoda, abrindo uma das gavetas e tirando de lá um envelope amassado e que já havia sido aberto — Recebi a resposta da universidade deles. — entregou o papel para os pais lerem, vendo o conteúdo da mensagem da constituição — Eu consegui passar. Na verdade, eu consegui passar em mais alguns também. — os pais se olharam apreensivos e ainda surpresos — Eu quero que entendam que não é só por eu ter sido humilhado e ter levado o pior dos foras de toda a história que eu quero ir pra lá. Essa universidade é uma das melhores da província, tem o curso que eu quero seguir e posso me sustentar facilmente lá. Já estava pensando nisso a algum tempo. Os tios podem me ajudar e poderei entrar em uma das top três. — ele disse animado, mas voltou a falar mais formalmente — Também me disseram que posso ficar em um dos dormitórios se eu quiser.
Mizuki sentiu os olhos lacrimejarem e seu pai olhou para o filho com pesar. O moreno mais baixo suspirou, se ajoelhando em frente a Uchiha e acariciando devagar o joelho nu dela.
— Eu não quero me distanciar de vocês, nenhum de vocês. — disse - É só que... Eu teria melhores oportunidades, e além disso, praticamente a cidade inteira está contra mim agora. Mas se vocês não quiserem, eu não vou. Eu também consegui confirmações aqui e-
— Filho. — Tajima o interrompeu, sorrindo pequeno — Siga o que você quiser, siga o caminho que você escolher. Já somos velhos, mas não esquecemos da euforia e curiosidade da juventude. Se quiser ir mesmo para Kiri, não vamos nos opor. Mas só se você tiver certeza.
O garoto ficou surpreso pela resposta do Uchiha mais velho e olhou para a morena, em busca de alguma resposta também. A mulher colocou a mão sobre a sua e sorriu triste, porém, Izuna entendeu e sorriu também. Se levantou e abraçou os dois apertado.
— Obrigado! — disse, tentando segurando o choro
— Não tem nada a que se agradecer, Izuna. — o seu pai disse — Vou ligar para seu tio. Irei organizar sua viagem para essa semana ainda.
×××
— Você soube?
Tobirama não era fofoqueiro, muito menos se interessava na vida dos outros, a sua própria já estava uma merda, então, não deu muita atenção aos dois meninos conversando na mesa de trás, na hora do recreio. Mal conseguia comer, estava levemente enjoado, e sem ânimo nenhum em seu corpo.
— O que foi?
— O Uchiha irá se mudar de cidade.
O Senju parou o qualquer movimento, deixando o sanduíche integral a alguns centímetros da boca, finalmente parando para prestar atenção na conversa
— Hã? Qual deles?
— Uchiha Izuna, o irmão mais novo do Madara.
— Ah, sei, aquele que teve a confusão aqui na esco-
— Ei! — o albino saltou da cadeira, indo em direção a ambos os garotos — Como é?
— Que foi cara?! Estamos no meio do intervalo, e-
O garoto o calou quando o puxou pela gola da camisa para ficar em pé, o assustando com o ato. Seu coração estava pulsando, rápido e incontrolável, o suor começando a escorrer frio.
— O que aconteceu? — perguntou pausadamente — Com detalhes.
— E-eu não sei... — o garoto disse, gaguejando, totalmente medroso — Não muito. Só ouvi que ele vai viajar para Kirigakure hoje mesmo.
— Kirigakure? — repetiu, atordoado, sua visão quase escureceu ali mesmo, mas a adrenalina falou mais alto nas veias — Fica a uns 400 quilômetros daqui.
— Estão dizendo que ele vai pra uma faculdade lá, agora me solta. — tentou sair de perto dele, sem sucesso
— Você disse que era hoje?
— Foi o que eu ouvi.
Tobirama bufou e soltou o garoto, raivoso e se sentindo suar de nervosismo. Pegou a sua mochila, não se importando em deixar o lanche lá mesmo, além dos garotos totalmente assustados.
Seus passos eram pesados até a saída da escola. Estava meio frio, sorte que estava com a sua jaqueta larga costumeira. Olhou para o lado e já dando de cara com seu camaro cinza, um dos privilégios de ser rico. Entrou nele, bantendo a porta com força e ligando os motores rapidamente. Se lembrava de ter levado Izuna para sua casa no dia da formatura nesse mesmo carro. Quis bater em si mesmo e em todo lugar ou objeto por ter essa memória e logo em seguida as do desastre da escola em sua mente naquele momento, mas só ligou em ir correndo logo até a casa dos Uchiha's.
E aí surgiu mais um problema, ele não sabia onde ficava, já que nunca foi lá.
— Porra!
Tirou o celular do bolso, pouco se importando se era perigoso fazer isso enquanto dirigia. Ligou para quem sabia onde a moradia dos Uchiha's ficava, mesmo sabendo que teria de dar uma explicação extensa depois.
— Irmão? — Hashirama indagou do outro lado da linha — O que foi?
Estava preocupado, seu irmão quase nunca ligava para ele, dizia que odiava ligações.
— Não tô com tempo, Hashi. Onde é a casa dos Uchiha's?
— O quê? Por que isso do nada?
— Eu preciso dessa informação rápido, Hahirama. — parou em frente de um dos semáforos da cidade — Agora!
— Ok, ok. Fica na rua Tenji, número 106, perto daquela cabaninha de lámen que a gente ia quando criança.
— Você ainda lembra disso? — perguntou
— Óbvio! Ei, por que perguntou?
— Nada, não se preocupe. — disse rapidamente, não querendo o perturbar — Tchau, e obrigado, Hashirama.
— Tobira-
O Senju mais novo desligou antes que ele perguntasse algo, pisando no acelerador, indo no máximo que podia até a moradia dos Uchiha's.
E Hashirama, como não era burro nem nada, resolveu ir ver com os próprios olhos o que acontecia, saindo de casa ao pegar um casaco enorme de veludo.
×××
Tobirama ofegava, mesmo sem fazer muitos movimentos. O suor frio descendo pela lateral do rosto. O medo de perder Izuna ainda mais crescendo dentro de seu âmago e o deixando a deriva, já chegando na rua Tenji depois de alguns mínimos minutos. Parou o carro perto do meio-fio, estacionando de mal jeito mesmo, e saiu apressado, logo tendo uma visão já era arrebatadora em um nível desesperador.
Izuna se agachava acariciando o cachorro de pelo de tom escuro, agasalhado e com uma maletinha em mãos. Mesmo do final da rua poderia ver as malas bem guardadas num carro vermelho, provavelmente o carro que levaria o Uchiha embora para Kirigakure. Susanno deu um latido para o moreno, que sorriu triste antes de o abraçar fortemente e se levantar. Os pais não estavam presentes, somente Madara, que estava na calçada, de braços cruzados. Talvez não quisessem ver o filho partir, o que era totalmente compreensivo
Ficou parado por alguns segundos, vendo a cena e sentindo a brisa fria bater contra a sua face. Mas voltou a realidade quando os irmãos se abraçaram e o menor abriu a porta do carro em seguida. Começou a andar rapidamente, não queria parecer desesperado, contudo, seu senso ou importância diante disso estava por um fio. Talvez as suas passadas tenham chamado a atenção do Uchiha mais velho, que virou o rosto se deparando com o Senju que parecia prestes a correr até eles. O moreno maior disse alguma coisa ao irmão e o incentivou a entrar logo no carro, e quando ele o fez e o automóvel começou a se mover, Madara finalmente veio na direção oposta da rua, em direção àquele que quebrou o coração de seu irmão.
Ele segurou o albino com uma expressão dura, quando ele tentou passar por si.
— Madara, deixa eu ir. — disse entre-dentes
— Não, você não vai — o Uchiha falou no mesmo tom
O maior continuava olhando para o carro. O desespero tentando o romper a cada centímetro que ele corria para virar a esquina.
— Izuna! — tentou gritar para ele ouvir
E talvez por um milagre ele teria ouvido. Porém, esse milagre não ocorreu, e o carro somente virou para outra rua sem nem deixar sinais.
O chão pareceu romper, tinha uma enorme vontade de voltar ao carro e o seguir até finalmente poder conversar com Izuna, todavia, também sabia que isso poderia ser ruim e perturbador para ele, além de um quase crime. Susanno uivou como se soubesse que um de seus donos ficaria longe por tempos. Era só um cachorrinho, um filhote sem uma de suas defesas.
— Madara!
— Quem você acha que é para vir aqui?! — ele perguntou agora, parecendo perturbado e furioso — Acha que eu não sei ou deixei pra lá o fato de você ter feito o que fez?
— Eu não queria, eu juro que não-
Não teve tempo para completar, já que ele lhe deu um forte soco no abdômen e o fazendo cair. Aquilo doeu muito mais do que deveria doer normalmente, o fazendo se agonizar no chão.
— Tobirama! Madara! — ouviu a voz bonita de seu irmão atrás de si
O moreno olhou para a pessoa que se aproximava, apertando as mãos ao perceber quem era. Ele trincou os dentes e o pegou pela jaqueta, quase rasgando a peça.
— Você encheu minha paciência ao limite, Senju. — ele dizia — Izuna estava desolado, toda vez que eu entrava no quarto dele estava chorando ou dormindo. Você sabe o quanto o machucou? Acho que não, você parece não ter sentimentos e nem se importa com o dos outros, não é?!
— Madara! — ouviu Hashirana o chamar, no entanto, nenhum dos dois virou o rosto para olhá-lo — O que aconteceu?
Madara soltou uma risada fria e torta, o encarando nos olhos com uma fúria gelada, quase triste.
— Pergunte a seu irmãozinho querido. — ele falou — Acho que ele saberia responder muito bem não é, Tobirama? Ou vai ficar calado, achando que tem a razão?!
— Eu nunca disse isso — Tobirama disse, tentando se soltar e sentindo a dor no estômago ficar ainda pior
— Mas parecia ser o que pensava quando humilhou Izuna daquele jeito.
— Eu não queria isso! — ele berrou, assustando o Senju mais velho com sua troca de tom repentino — Eu juro que não queria!
— Se não queria, então porque o fez?! — o Uchiha o jogou no força no chão de forma bruta, o olhando de cima com ódio e decepção
— Eu não tinha escolha... — o Senju mais novo disse baixo agora — Eu não tinha escolha!
— Não, Tobirama. — o moreno menor negou com a cabeça, se recompondo — Todos nós temos uma escolha, sempre. Se você fez ou não a escolha certa, depende do ponto de vista de cada um. — ele observou o outro moreno indo o socorrer, entretanto, não mudou a expressão dura — Não quero nenhum de vocês ao menos passando perto daqui. Eu estou sendo bonzinho agora, mas se eu ver o seu rosto novamente, pode ter certeza que irei o estraçalhar de um jeito que nunca vai esquecer.
E com isso Madara se foi, cuspindo no chão perto de si antes de ir para a sua própria casa, parecendo acabado. Na verdade, todos ali estavam. Quando ele entrou com seu cachorrinho em casa, o maior finalmente se voltou para si de verdade. O albino estava de cabeça baixa, parecendo prestes a chorar e isso desesperou o mais velho; seu irmão quase nunca chorava. Mas sua preocupação com as suas lágrimas foi tirada quando viu a coloração avermelhada na camiseta branca dele. Arregalou os olhos castanhos.
— Isso é sangue?! — perguntou exasperado, pondo a mão ali e ouvindo um grunhido leve do outro — Ele nem te bateu tão forte assim.
— Não é por isso que estou sangrando — Tobirama disse com voz meio falha — Hashirama... Eu tenho que te explicar muitas coisas.
×××
Hashirama o olhava assustado, com um pouco de decepção, talvez.
Estavam em um beco, perto de uma farmácia onde compraram medicamentos para curar ou pelo menos estancar o corte fundo no abdômen do mais novo, que segurava forte contra o corte mal costurado antes de irem definitivamente para um hospital. O Senju mais velho não sabia sobre o que aconteceu na escola, não até agora.
— Tobirama... Por quê? — ele o olhava, pertubado — Por que fazer tudo isso? Independente do que Izuna tenha feito, nada justifica.
— Não irmão, ele não fez nada. — sentiu as lágrimas se acumularem nos cantos dos olhos e os tapou com a mão trêmula e meio suja de sangue — Ele não fez nada...
— Então por quê? Eu nunca ensinei você a fazer isso, você não é assim!
Talvez ele estivesse com raiva, não sabia, mas provavelmente sim — e com razão. Não olhava nada então só podia o decifrar pelo tom de voz.
— Me desculpe, irmão, me desculpe. — disse soluçando baixo
O moreno ficou um tempo em silêncio.
— Não se tem justificativa para isso, Tobirama. Mas pelo menos tenha um motivo. Um ótimo.
Tobirama acenou positivamente e esperou um pouco antes de começar a falar. Sentia uma ânsia que era ocasionada pelo medo, a vergonha e a dor que começava a se espalhar pelo corpo.
— Sabe aquela empregada que você adora? A Tomoko?
— Sei. — ele respondeu sem entender o assunto
— Alguns dias atrás, uma semana, eu não sei, teve uma reunião da empresa na nossa casa. O pai até nos proibiu de ir pra sala para não corrermos o risco de ouvir nada. Eu... Eu acho que ela ouviu demais. Não sei detalhes, mas ela descobriu alguma coisa. Sabe que a empresa é tão corrupta e suja quanto a sociedade. Sim, você sabe muito bem. Ela não conseguiu guardar o segredo só para si, ela acabou contando ao filho.
— E quem é? — o tom expressava que ele estava atordoado, com medo talvez
— O Kento, Kento Higasa.
— Aquele garoto que teve uma briga feia com o Izuna ano passado?
Aquela briga acabou que humilhou um pouco Kento, o fazendo ser rebaixado pela maioria da escola.
— Esse mesmo. — tirou a mão do rosto, deixando a vermelhidão nele aparente — Eu também não sei como, mas Yuno, a sua namorada, nos pegou... Juntos.
— Quem?
Tobirama nunca gostou menos da lerdeza de Hashirama.
— O Izuna.
— Ah, foi mal — ele sorriu sem graça, contudo, não pôde o acompanhar — Então você não é mais virgem?
— Cala boca! — disse corando e ouvindo uma risadinha do irmão, porém, continuou a explicação — Ela conseguiu tirar uma foto, e foi aí que tudo deu errado. Se não fosse por isso não teria provas, então poderíamos dizer que eram apenas boatos. Mas não vou me lamentar agora. Ela contou a Kento, e aparentemente ele guardava rancor de nós, muito rancor. — apertou as mãos juntas — Ele foi confrontar nosso pai. Ele quase expulsou Tomoko, mas ela também era articulosa, ameaçou contar para a cidade os segredos da empresa. Ele também mostrou a foto de mim e Izuna e... Você sabe que ele não aceita esse tipo de relacionamento. — o Senju mais velho por mais que não tivesse a mente tão inteligente ou articulosa quanto a do irmão ou Madara, começou a juntar as peças. — Ele me bateu enquanto você não estava. Disse que eu iria arruinar a empresa, a corromper. — o mais novo riu amargo, com lágrimas escorrendo do queixo — Ele não me deixou muitas marcas, mas em algum momento pareceu que ele se deixou levar pela raiva, pegou uma faca da cozinha e bem... — apontou para o ferimento — Nesse momento eu estava vulnerável, chorava que nem um bebê. Talvez por isso Kento resolveu intervir naquela hora. Ele ainda estava na nossa casa. Ele me deu uma escolha, Hashirama. Eu escolheria Izuna ou a empresa. Não sei porque, talvez pelo olhar do nosso pai. A pressão toda de Kento e de sua mãe... — soluçou — Eu escolhi a empresa. Eu escolhi a empresa e agora, Izuna se foi. Foi para uma cidade que fica a quilômetros daqui, e eu nem sei se um dia ele vai voltar. — só agora sentiu que as lágrimas que engoliu mais cedo voltaram a cair em seu rosto, quando caíram em suas mãos ensanguentadas — Me perdoa Hashirama, me desculpe.
O moreno olhando o sofrimento do albino, não aguentou e o acolheu em um abraço, sentindo as mãos dele agarrarem sua blusa com força.
— Me desculpa, me desculpa...
— Não precisa se desculpar pra mim, Tobirama. — sorriu triste enquanto falava — Eu não sei como você se sente, mas talvez seja algo parecido.
O menor não entendeu naquela hora o que ele quis dizer, mas depois de um ano entendeu, e isso só o fez se sentir mais culpado. O irmão amava Madara, e ele se afastou de ambos por uma péssima decisão sua.
Sua vida ficou uma reviravolta depois disso. 4 anos depois a empresa foi derrubada, não sabia se Tomoko espalhou algum boato que chegou até a polícia, ou algum dos sócios traiu seu pai, contudo, não ligava. Seu pai foi preso, junto dos seus cúmplices. Eles desviavam dinheiro para as próprias contas, o que os rendeu vários anos de cadeia também pelo resto dos crimes que nem deu atenção ao ouvir nos noticiários. Ficaram excassos economicamente, e foi aí que o Uchiha mais velho reapareceu.
Talvez ele tenha ficado com muita pena, ou talvez seu irmão tivesse implorado aos seus pés, porém, ele os ajudou por um tempo até que se sustentassem. Nesse meio eles se aproximaram, se aproximaram até demais. Não sabia detalhes, talvez não quisesse também. Todavia, com certeza ficou muito feliz ao ver o irmão contente de novo, por mais que teve que aturar Madara com ele até hoje, no entanto, não ligava pra isso a muito tempo. Acostumou com sua presença, ele também se acostumou com a sua.
Nunca esqueceu de Izuna, entretanto, começou a deixar o passado ficar no passado, mas aí, ele reapareceu. Reapareceu com força total, e acabou que isso lhe abalou muito. Agora, não tinha nada que os impedisse, e se tivesse iria ultrapassar todos os problemas que aparecessem. Não faria besteira como 7 anos atrás, tomaria as decisões que o fariam feliz.
E seu lugar de felicidade era ao lado de Izuna.
Só esperava que ele quisesse isso também.
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