Izuna olhava frustado para a tela do celular, já fazia meia hora que ligava para Tobirama, dando intervalos de poucos minutos. Formou um biquinho e franziu a testa, fazendo um careta. Caiu deitado na cama e ficou assim. Os cabelos espalhados pelo colchão, a expressão decepcionada e o celular na mão.
Porque ele não atendia? Ele esqueceu? Ou acabou com aquilo sem nem avisar ao Uchiha? Bufou, não tinha feito aquele trabalho todo por nada. Assim que chegou do trabalho, tinha ido direto ao banheiro e demorou num bom banho. Até fez hidratação no cabelo, coisa que faz normalmente a cada mês, e já era a segunda vez que fazia naquele. Vestia somente um roupão, que iria ser trocado por uma roupa decente quando ligasse para ele, mas ele nunca atendia.
Gemeu decepcionado e agarrou um dos travesseiros, esfregando o rosto e querendo que fosse o peito do Senju no lugar. Ligou o celular novamente e foi direto no contato dele. Suas esperanças estavam morrendo, contudo, se ele não atendesse ou não vinhesse hoje, iria tirar umas belas satisfações depois. Apertou no botão de ligar e já pôde ouvir o toque repetitivo enquanto o colocava próximo a orelha.
Depois de um tempo tocando e nada de atender, o moreno estalou a língua, pronto para desligar e seguir a noite com o vinho que tinha no armário. Isso até o outro lado da ligação atender. Se sentou num pulo, colando o celular a orelha novamente e já começando a falar.
— Tobirama?!
— Izuna? — não era a voz dele, e sim a de Hashirama — Izuna!
— Oi?!
— Preciso que venha ao hospital central! — iria falar algo, porém, foi interrompido
— Por quê? — perguntou, a preocupação começando a o rondar — Hashirama?
— O Tobirama está aqui.
Nesse momento sentiu a aflição que antes era menor, dobrar.
— O quê?! Por quê?
— Só venha, Izuna! — e desligou
Izuna estava atordoado. Olhava para a tela do contato do albino tentando raciocinar de forma correta. Assim que voltou a realidade, engoliu em seco e seguiu até seu guarda-roupas, pegando qualquer roupa e colocando sem se importar em bagunçar o cabelo impecável.
Ainda estava emburrado por não ter a noite que queria, todavia, a preocupação com Tobirama foi muito mais predominante e o fez esquecer por um belo tempo sobre isso. Se o Senju mais velho tinha atendido naquele tom, era porque o estado do albino não deveria estar legal, ou até mesmo de outro alguém. No entanto, faria mais sentido sendo o Senju.
Nem se dava conta enquanto entrava no carro, indo em direção ao hospital central.
×××
Estava saindo do automóvel, olhando intrigado e confuso a faixada do hospital e bateu a porta do veículo, a fechando e seguindo para dentro do grande edifício. Tinha somente algumas pessoas aqui e ali, mas não se preocupou com isso e foi logo até a atendente.
— Licença... — começou a chamando, envergonhado
Parecia uma criança tímida indo falar algo para uma pessoa que não conhece. Contudo, a atendente foi simpática assim que o viu. Tinha cabelos ondulados e castanhos amarrados para trás e somente alguns fios na frente, olhos escuros e uma expressão agradável.
— Como posso ajudá-lo, senhor?
— Eu queria saber se tem algum Tobirama Senju aqui, ou um Hashirama Senju.
— Hum... — ela pegou algumas folhas que tinha em cima do balcão e deu um sorriso, lhe olhando em seguida — Sim, tem um Tobirama Senju aqui. Veio fazer visita?
— Isso mesmo.
— Qual seu nome, querido? — perguntou, pegando outra folha dessa vez
— Izuna Uchiha.
— Nossa, dois Senju's e dois Uchiha's no mesmo lugar. — comentou
— É meio complicado. — disse com um meio sorriso
— Entendo — ela terminou de anotar seus dados e apontou para um dos corredores — É a sala 106, é à esquerda, pode ir que você acha.
— Muito obrigada. — agradeceu, já começando a caminhar
— Boa noite. — ela falou e devolveu o cumprimento
Deu umas passadinhas rápidas vendo algumas pessoas esperando do lado de fora das salas. Seus olhos passavam rapidamente pelas placas, a ansiedade o devorando. Assim que viu o número 106, não hesitou em parar em frente à porta e bater na mesma, entrando depois de alguns segundos.
A visão o entorpeceu por alguns segundos e acabou ficando encostado na porta e ao depois de um tempo a fechou, encarando Tobirama e os outros dois incrédulo. Ficou agitado quando o viu assim.
O Senju mais novo lhe olhava surpreso, talvez porque não o esperava ali. Os outros dois os olhavam normalmente, porém, o Uchiha podia sentir a leve preocupação no olhar de Hashirama. O albino estava deitado, a cabeça enfaixada assim como o tórax e o braço direito estava com um enorme pedaço de gesso. A roupa de hospital o deixava mais casual.
— Izuna? — falou hesitante
— O que aconteceu com você? — perguntou com uma clara preocupação e surpresa ao vê-lo daquele jeito, se aproximando rapidamente e fechando a porta atrás de si
Tinha razão em se preocupar, no final de tudo.
Na hora que ele iria abrir a boca, a porta atrás deles abriu novamente e por ela passou um homem que utilizava uma jaqueta branca, óculos redondos e cabelos longos e albinos amarrado para baixo, em suas mãos uma prancheta. Ele os olhou analítico, todavia, sorriu logo depois.
— Mais uma visita, Tobirama? — ele perguntou descontraído — Parece que é famoso por estas bandas.
Ninguém o respondeu e ele olhou o moreno menor antes de indicar uma cadeira com a mão.
— Não quer sentar?
Izuna assentiu hesitante e sentou, esperando alguma coisa além do silêncio. O médico olhou a prancheta e arrumando os óculos, antes de direcionar a atenção para o homem na maca.
— É um homem resistente, Tobirama — ele disse — Por mais de seu braço tenha quebrado, ele não irá nescessitar de cirurgia. Seis de suas costelas sofreram pequenas fraturas, mas nada que não se recupere rápido. E tirando isso, um corte na cabeça.
O maior suspirou aliviado e Madara fechou os olhos. O Uchiha mais novo ficou mais relaxado também, entretanto, ainda não entendia muita coisa do que estava acontecendo naquele ambiente que cheirava a remédio.
O médico, que descobriu que se chamava Kabuto Yakushi, comentou mais detalhadamente sobre os machucados, mas não prestou atenção. Não entenderia nada do que dizia de qualquer forma. Também prestou atenção a um celular todo rachado na das bancadas. Provavelmente o de Tobirama.
— Bem, eu diria que daqui à uma semana poderá ficar em casa de repouso. Mas não faça nada brusco senão terá de voltar aqui novamente — passou os olhos finos pelos outros do recinto — Cuidem dele o quando puderem, tudo bem?
Os três assentiram e foi aí que Kabuto se despediu, saindo tão silenciosamente como quando entrou. E no meio tempo que ele falava, o moreno menor percebeu alguns curativos no rosto de Hashirama, contudo, como o albino disse, não aparentava ter nada grave. Pelo menos não no nível do próprio Senju mais novo.
Falando nele, o olhou novamente e se deparou com as orbes avermelhadas observando a si também.
— O seu cabelo está mais bonito. — ele comentou e sorriu quando a pessoa a quem se dirigiu corou
— Obrigada... — disse envergonhado
Se perguntou se ele percebeu a leve diferença no cabelo ou só falou por falar.
— É sério — o Uchiha mais velho falou agora, lhes chamando a atenção — que estão flertando sendo que eu estou aqui?
Os dois coraram e o albino só deu de ombros.
— Não estamos flertando. — o mais baixo tentou explicar nervoso
— Vamos, Maddy. — o Senju mais velho disse enquanto se levantava sorrindo malicioso e puxou o namorado pelo braço — Vamos deixar os pombinhos à sós.
Tanto Madara como Tobirama reviraram os olhos e Izuna abaixou o olhar. Somente quando ouviu a porta fechar é que olhou o Senju ainda na cama. Este suspirou e tentou arranjar uma posição mais confortável.
— Eu sei, eu sei. — ele falou — Lhe devo várias explicações. — suspirou — Vamos do começo...
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