—Não acha que tem coisa demais para somente dois dias? — Pergunto já na estação de trem. Não tivemos muito tempo para conversar, eu teria que está lá ainda antes das três para começar direito as investigações. Não tinha almoçado mas depois daria um jeito.
—Talvez, mas agora é tarde para deixar alguma coisa. Minha intenção era passar mais ou menos uma semana por lá mas voltarei para cuidar do meu pai. — Ela responde mexendo no celular. — Nosso trem está chegando, falta... — Escutamos o barulho do trem vindo de longe. — Agora não falta nada.
Sorrio para ela me aproximando lentamente com as mãos em sua nuca. Estava tão linda que eu fiquei até com dó de tocá-la.
—Você é muito linda. — Digo beijando sua testa.
—Eu estou parecendo uma universitária que não dorme direito à semanas e nem come. Eu estou um lixo e você ainda me chama de linda? — Seu sorriso era admirável.
—Para mim você sempre está linda. — Dou de ombros me afastando e pegando nossas malas. Eu falei das coisas dela mas não contei que estava carregando um tanto de cabos, um notebook, uma pasta enorme com dados do sistema. Ser detetive/policial as vezes não era coisa fácil. — Vamos.
Deixo ela entrar primeiro e em seguida entro entregando nossas passagens. Seriam somente quarenta minutos daqui até lá, poderíamos ter ido de carro mas Itachi achou melhor não e o motivo eu desconheço.
—Pronta? — Pergunto me sentando ao seu lado e segurando sua mão.
—Será que as roupas não vão amassar dentro da mala? — Ela pergunta olhando pela janela.
—Acredito que não. Dandara sempre prepara tudo direitinho. — Digo segurando sua mão fria. Parecia nervosa de certo modo. — Está tudo bem? — Sem resposta. Distante eu digo, ela continuava olhando pela janela como se eu não estivesse ali. — Sakura?
—Sim? — Ela se vira assustada.
—Perguntei se está tudo bem mas você não me ouviu. Está longe. — Digo sentindo sua cabeça encostar no meu ombro.
—O que realmente vai acontecer esta noite, Sasuke? — Ela pergunta encostando o nariz na minha bochecha.
—Uma festa, linda. — Digo, olhando para seus olhinhos brilhantes.
—Sabe que não estou falando disso.
—Vai dar tudo certo, Sakura. Nao precisa se preocupar. — Beijo sua testa. — Não está pensando que eu vou sair numa troca de tiros no meio da festa, está? — Sorrio fazendo-a sorrir também.
—Está bem, desculpe. Vou tentar relaxar.
—E eu vou dormir um pouco, estou cansado. — Me ajeito direito na poltrona que estava quentinha.
—Pode usar meu colo se quiser. — Ela diz me puxando para sua coxas macias.
—Obrigada, devia descansar também, está sem dormir faz horas. Temos quarenta minutos. — Fiquei recebendo cafuné até que apaguei, estava exausto e precisaria de muita energia.
Acordo com o barulho das pessoas deixando o trem, vou levantando lentamente para não acordar Sakura de uma vez, estava dormindo docemente com o rosto encostado na janela do trem.
—Sakura? — Chamo em sussurro fazendo ela abrir os olhos como em um filme da Disney.
—Foi tão rápido assim? — Ela esfrega os olhos e ajeita o cabelo no reflexo da janela de vidro.
—Sim, acho que o nosso sono ajudou um pouco. Venha, vamos descer. — Seguro em sua mão e a puxo para perto nos dirigindo até a porta de saída junto com nossas bagagens.
—Tenham um ótimo dia! — Um homem estava na plataforma entregando rosas. Tudo era tão delicado por ali. Ele entrega uma rosa a Sakura que sorri docemente ao receber o simples presente, não pude evitar de sorrir ao ver o sorriso infantil dela. — Qual seu nome, senhorita?
—Sakura. — Ela responde colocando a rosa atrás da orelha.
—Oh! Eu não tenho sakuras, mas tenho rosas! Talvez na próxima vez que voltar terei um buquê especial de sakuras para a senhorita! — O homem sorri e a abraça. A simplicidade e bondade rodeava aquele homem que era possível quase ver uma auréola em sua cabeça.
—Muito obrigada! Tenha um bom dia, senhor! — Sakura se despede do moço e se aproxima de mim, que estava carregando todas as coisas que levamos. — Quer ajuda com o peso ai?
—Pode levar isso. — Entrego o notebook e a pasta para ela. — Vamos para o hotel.
—Não vamos chamar um táxi? — Sakura me acompanha rapidamente quando atravessamos a rua.
—Isso daqui é uma cidade minuscula, linda, o hotel fica somente a três quadras daqui, depois vamos almoçar em um restaurante que é o meu favorito, devo admitir. — Eu conhecia Venezuãn como a palma da minha mão. A primeira vez que tinha pisado naquele lugar foi aos quatorze anos junto com meu pai que ia na grande festa todo ano, depois de um tempo passou a mandar Shisui, com a chegada do meu irmão, ele e agora eu por pedido do meu irmão. Uma causa maior devo dizer, só torcia para que fosse a primeira e última vez.
—Está bem. Isso daqui foi criado só para a festa mesmo? — Sakura pergunta andando cautelosa no chão de pedrinhas.
—Sim, eu acho. Antigamente, segundo o meu irmão era aqui que os Hokages ficavam, um passe até Konoha. — Paro na porta do hotel. — Chegamos. Deixo ela entrar primeiro e depois a sigo parando na recepção.
—É muita linda pelo que eu vi. — Ela continua o assunto enquanto eu fazia nossa ficha.
—Com certeza. — Concordo pegando a chave com a recepcionista loira. — Obrigado. Venha, Sakura.
Subo as escadas rapidamente escutando os de Sakura atrás de mim. Eu precisava ligar para Itachi quando entrasse no quarto, faltava somente cinco horas para o início da festa e eu precisava estar com tudo planejado. Chego no corredor com várias portas brancas e numerações em dourado. Número 34.
—Chegamos, pode abrir por favor? — Entrego a chave para Sakura que abre a porta rapidamente. O quarto era lindo. Um cômodo pequeno com uma cama de casal todo reforçado no branco e no bege, com uma varanda que dava para enxergar todo centro da cidade.
—Aqui é magnífico! — Sakura coloca as coisas encima da cama com o olhar vidrado na varanda. — Acho que vou passar o tempo inteiro elogiando esse lugar! — Sorrio abraçando ela por trás, segurando firme em sua cinturinha fina.
—Um dia teremos tempo de vir aqui para andar a toa, infelizmente de hoje para amanhã não vou ter tempo. — A solto e tiro os sapatos sentando na cama e abrindo o que eu iria precisar.
Sakura se junta a mim sentandeo um pouco mais para trás e se encostando no meu ombro.
—Muito bem... — Abro o notebook e revejo os dados que eu tinha conseguido com Kisame. Era hora de ligar para o meu irmão.
Pego o celular e ligo sendo atendido rapidamente. Uma voz feminina invade meus ouvidos. Dandara.
—Já estamos na delegacia montando os equipamentos para está noite, está com o microfone e a escuta? — A voz macia dela ecoa pelo celular.
—Sim. Temos novidades? — Pergunto puxando Sakura para mais perto de mim.
—Está no quarto 34,certo? — Dandara pergunta me fazendo questionar como ela sabia.
—Estou, como sabe? — Pergunto olhando para Sakura que estava quase adormecendo no meu colo.
—Uma mulher loira te atendeu na portaria, correto? — A cada pergunta eu ficava mais confuso.
—Sim, Dandara. Quer chegar direto ao ponto?!
—Seu nome é Ray. Mãe da Zaya, mulher de Shisui. Zaya estará lá na festa para te dar todo apoio possível, concluímos que será algo perigoso Sasuke, eles andam seguindo os passos da polícia daqui como cachorros e não estaram despreparados, nunca estão. Além do cara com terno vermelho fique atento a qualquer outro que você ver que se pareça com os caras das fotos, principalmente Zabuza, se ele agir ali dentro o objetivo deles com certeza será concluído.
—O que eles realmente querem? — Pergunto ajeitando Sakura na cama que dormia docemente e me levantando indo até a varanda.
—Ainda não sabemos, como pôde ver, coisas de valores são o alvo deles. Sakura está aí? — Escuto barulhos de passos vindo ao fundo.
—Sim, sim. Acabou de dormir. Por quê? — Pergunto olhando as pessoas transitarem pelas calçadas.
—Precisa tomar conta dela e se possível fique o mais longe dela possível, Sasuke. Me entendeu? — A voz de Dandara estava rígida, como eu nunca tinha ouvido.
—É claro. Claro, eu estava pensando nisso desde o começo. —Mentira, eu não queria me desgrudar dela mas com o alerta de Dandara tudo havia ficado mais claro.
—Muito bem, voltando ao começo, vá no banheiro. — Dandara ordena me fazendo passar o olho pelo quarto avistaando logo o cômodo. Corro até lá, um banheiro chique quase todo branco e prata.
—Estou aqui, e agora? — Pergunto olhando para todos os cantos do banheiro.
—Detrás do espelho da pia. — Tiro o espelho segurando o celular com a bochecha e o ombro. Um buraco enorme na parede com um saquinho dentro. Pego o saco lá dentro e sinto duas coisas duras, não era possível. — Encontrou?
Sorrio indignado tirando as duas armas e cartuchos de balas lá de dentro.
—Presentinho meu, de nada. — Dandara era incrível. Não entendo como saiu do rumo policial para ter outras quinhentas profissões. — Zaya deixou ai mais cedo como eu pedi, seu irmão não sabe nem mesmo Shisui sonha que envolvi a mulher dele nisso. Então boquinha de siri que estou envolvida nisso. Acompanhei o caso de perto junto com seu irmão mesmo ele me proibindo de meter a cara nisso por pensar que eu posso estar grávida. — Engulo seco.
—O quê?! Você não era estéril?! — Pergunto olhando bem as armas na minha mão.
—É o que os médicos dizem, mas nunca se sabe. Quando é dentro é três vezes melhor. — Fecho os olhos evitando soltar uma risada. Era péssimo imaginar meu irmão fazendo sexo.
—Bem, fico feliz se for verdade. — Digo me sentando na bancada da pia.
—Eu não, mas fazer o quê. — Dandara não tinha bias experiências com crianças por conta da sua infância. — Bem, como eu disse, estou sabendo mais do caso que seu irmão e o restante. — Uma porta se fecha ao fundo de sua fala. — Agora me escute com atenção: a festa vai acontecer na mansão Calang, pertencente à Obrandi Calang. Ele tem um documento muito importante, avaliado em milhões e milhões escondido em algum das salas dos bocados cômodos que aquele cômodo possui, mas provável no terceiro andar.
—Então os caras estão atrás desse documento? — Pergunto brincando com os pés que quase tocavam o chão.
—Sim. O documento é conhecido com "Pergaminho do primeiro Hokage". Já ouviu falar?
—Sim, eu aprendi sobre ele com a senhora Tsunade, neta do Primeiro mas não sabia que ele era tão importante assim. — Eu era um péssimo aluno mas esse assunto foi o único que eu prestei bastante atenção, me lembro até os dias atuais, Kakashi havia faltado por conta de uma virose e Tsunade foi ficar na nossa sala, ela sempre odiou dar aula então foi falar do seu passado que para falar a verdade, é um tanto triste.
—Pois bem, é isso. O lugar sempre é muito bem protegido, você acha que estará só o cara com o terno vermelho caríssimo para pegar esse pergaminho? Zaya é perita e detetive, vai te ajudar muito nisso. Você acabou de entrar para o maior jogo da sua vida, cunhado. — Suspiro, parecia ser muito mais do que só pegar informações. — Seu irmão está na que você só vai parar esculachar o cara do terno e conseguir o máximo de informação possível mas é agora ou nunca, eu estarei as ordens tanto que estarei no comando da sua escuta, é das coisas aqui, terei uma longa discussão com seu irmão mas é o que terei de fazer. Vamos prender esses caras hoje! — Ela bate em alguma coisa com força, gemendo de dor. — Te ligo mais tarde, agora eu preciso sair do banheiro para não pensarem que estou cagando no banheiro da delegacia. Tchau! — Dandara desliga deixando em risadas, ela é louca.
Coloco o celular de lado e seguro as armas, cada uma em uma mão. O medo começa a me cercar de uma forma incontrolável principalmente pelo fato de que a coisa estava se tornando cada vez mais complicada e Sakura estava envolvida nisso até a cabeça. Iria lá em baixo conversar com Ray para ver o que ela me falava da filha dela. Volto as armas para dentro do saco e de volta para o buraco, tampando com o espelho, seria catastrófico se Sakura as encontrassem.
Saio do quarto e vejo Sakura dormindo abraçada com o travesseiro, ainda estava de tênis e com o celular no bolso. Tinha dito a ela que íamos almoçar mas ela estava com sono e eu precisava falar com meu irmão. — Acabei falando com a Dandara. Tiro o seu celular do bolso e coloco no criado mudo puxando tambem seus tênis e jogando no chão fazendo-a rodar na cama.
—Já volto, linda. — Beijo sua testa e saio fazendo o mínimo de barulho possível.
Passo pelo corredor silencioso e desço as escadas, parece que não havia ninguém ali além de eu, Ray e Sakura. Se Ray ainda estivesse ali. Para a minha surpresa, não estava. Cacete! Paro com as mãos na cintura olhando para sua cadeira que rodava sozinha mostrando que não fazia muito tempo que ela havia saído dali.
—Eu estou bem aqui, rapaz! — Dou um grito e me viro rapidamente com a mão no coração que quase saiu pela boca. — Espero que aquela garota não seja sua namorada pois você tem cara de quem corta para o outro lado. — Ray passa na minha frente e volta para sua cadeira.
—Olha a forma que a senhora apareceu atrás de mim! Queria o quê?! — Digo olhando para ela ainda arrepiado.
—Primeiro que senhora é a sua avó! Segundo, creio que veio por causa da Dandara?!
—Sim, Ray. Ela me falou sobre a Zaya que vai vir me ajudar no caso de hoje. — Me aproximo me sentando na cadeira a sua frente.
—Sim, como meu genro está? — Ela pergunta fugindo totalmente do assunto.
—Está ótimo. — Respondo olhando para o corredor que tinha do lado direito da recepção.
—Bem, Zaya deve estar atrás de um vestido nessas lojas da cidade, falei para ela ir até Dandara mas se recusou disse que se já estava aqui iria ficar por aqui. Vai encontrar com você lá na porta da mansão Calang.
Ray está alta e magra de cabelos loiros muito lisos, uma voz grossa e pele tão lisa que se ela me dissesse que tinha mais de quarenta e cinco anos eu não acreditaria.
—Ah sim... Ela já está por dentro das notícias sobre o caso? — Pergunto olhando para ela que mexia numas fichas de hóspedes.
—Sim, minha filha tem uma curiosidade de matar um bonde de gatos. — Não se chamava bonde mas eu também não sabia o nome então deixei para lá. — Ainda mais com Dandara e os dados fundamentais sobre o caso.
—Interessante. Obrigado, Ray adorei seu cabelo. — Me levanto e vou em direção a saída, a fome bateu então veria se encontrava alguma lanchonete para comprar comida para mim e para Sakura.
—De nada, amei a jaqueta. — Ela sorri e volta a fazer o que estava fazendo. Saio e atravesso a rua olhando para os lados para ver se encontrava algum lugar de comida. Não era muito difícil. "Restaurante bolinho escondido". Reviro os olhos e sorrio, melhor aquele do que nenhum.
Entro e passo o olhar pelo lugar pequeno e fofo com uma senhora da cara de cocô que parou para me encarar por cima do óculos quando entrei.
—Boa tarde! — Sorrio sem graça. — Estão abertos?
—Leu a placa? — A velha aponta para a vidraça com uma placa.
—Não senhora. — Digo me aproximando mais dela.
—Estamos abertos, rapaz. O que deseja? — Ela se levanta e para na minha frente, do outro lado do balcão.
—O que tem para saciar fome? — Pergunto, olhando para a vitrine e vendo só bolos.
—Qual o nome da loja, rapaz? — Ela continuava a me olhar por cima do óculos.
—Bolinho escondido? — Chuto mesmo sabendo.
—Exato. O que vê na vitrine?
—Bolinhos.
—Exato. Qual bolo você vai querer?
Olho bem para a cara dela e não consigo evitar de revirar os olhos.
—Tem cupcake? — Pergunto não os exergando na vitrine.
—Temos bolos. — Estava me estressando com aquela mulher.
—E cupcakes são o que, minha senhora? —Pergunto, fechando os olhos e respirando fundo procurando na minha paciência o que restava dela.
—São cupcakes. Cupcakes são cupcakes, bolos são bolos!
—A senhora não sabe o que é um cupcake? — Dou de ombros olhando para a velha que ainda me olhava por cima do óculos.
—Eu sou japonesa! Minha pele é japonesa! Meu olho é japonês! Minha loja é japonesa! — Ela grita batendo o dedo no balcão. Encosto a testa no balcão fechando os olhos e dando mais uma respirada profunda.
—Temos tortas? — Pergunto em última tentativa.
—Qual o nome da loja, meu rapaz?
—Ah fala sério! Eu quero bolo então! Bolo! Me venda bolo, por favor! — Grito já cansado. — Tem bolo de limão?
—Chun-Lee! Traga bolo de limão pro meu rapaz! — Ela grita. Ufa!
Acabei voltando para o hotel como uma sacola com um bolo de limão minúsculo que não daria nem mesmo para dividir. Entro no quarto e Sakura estava sentada na cama com as duas armas na mão. Droga!
—Quando for esconder alguma coisa de mim tem que ser muito bem escondido, Sasuke. — Ela diz colocando-as encima da cama.
—Não queria que me visse com isso. — Digo fechando a porta e colocando o bolo no cantinho da mesa que estava encostada na parede.
—Você é um policial, Sasuke. Seria normal, mas por que duas?
—Coisa da Dandara. Ela achou importante. Sabe atirar? — Pergunto recebendo um sim com a cabeça. Minha pergunta agora era onde ela aprendeu. Sento ao seu lado lado na cama.
—Onde? — Seguro uma das armas em mãos.
—Nos EUA, paguei um cara para me ensinar. — Sakura responde olhando para mim que olhava para a arma.
—Pois bem, toma. — Coloco a arma na sua mão.
—O quê?! Por quê?! — Ela arregala os olhos.
—Minha missão de hoje à noite, linda, é muito mais do que colher informações. Eu fiquei sabendo de mais coisas que já podem ser consideradas perigosas. — Sakura me escutava atentamente. — Você vai estar comigo e eu sou um cara atrás de bandidos, deu para entender? Não quero que te façam mal nenhum.
Sakura concorda e coloca a arma encimad a cama me beijando.
—Nada pode acontecer com você, eu não me perdoaria. — Digo, com nossos narizes e testas encostados.
—Não vai. — Ela sussurra se afastando. — Eu vou me arrumar, já está na hora. Devia fazer o mesmo. — Sakura se levanta e tira a blusa me mostrando o sutiã branco que destacava seus peitos. Sinto um arrepio nas minhas coxas, não era hora de sentir tesão, Sasuke.
—Se não tivesse apressado faríamos uma pausa. — Falo levantando e agarrando sua cintura. — São tão lindos. — Beijo seus peitos fazendo-a gargalhar.
—Eu vou tomar banho, se prepare para vir depois de mim. — Ela entra no banheiro e fecha a porta no mesmo segundo meu celular toca. Meu irmão.
—Alô?
—Como assim você está de complô com a minha mulher?! — Ele grita me fazendo gargalhar. Dandara aparece ao fundo brigando dizendo para Itachi passar o celular.
—Ela está a um passo de vocês todos nisso, irmão! Eu poderia fazer o quê?
—É claro! Sasuke, Shisui quer matar vocês dois! — Itachi bufa no telefone. Até imaginei as veias subindo na sua testa. — E eu também!
—Vai dar tudo certo! — Dandara grita ao fundo. Não consigo evitar de sorrir.
—Vai dar tudo certo! — Grito também fazendo meu irmão bugar de raiva.
—Está bem! — Ele diz, com voz de latido de cãozinho bravo. Itachi não ficava com raiva, somente batia nas pessoas, meio psicopata mas um amorzinho quando se tratava de mim e principalmente da Dandara. — Já arrume sua escuta, os aparelhos para te ouvir estão ligados.
—Eu preciso tomar banho para me arrumar ainda, Itachi. Daqui uns vinte minutos me ligue de novo. — Digo levantando da cama.
—Então anda, sua anta! — Ele desliga. Doido com doido não dava certo, isso era o caso do meu irmão com Dandara. Jesus!
Bato na porta do banheiro recebendo um "pode entrar!". Abro a porta lentamente e lá estava a mulher dos meus sonhos debaixo d'água, com o corpo ensaboado me olhando.
—Aconteceu alguma coisa? — Ela pergunta passando mão na meio das coxas.
—Não, está tudo certo. Posso tomar banho com você? — Pergunto pegando uma toalha dentro do armário.
—Claro. — Sakura abre os braços e sem mesmo tirar a roupa vou para o meio deles sentindo seu corpo molhado.
****
—Como estou? — Sakura pergunta se olhando no vestido verde escuro brilhante.
—Está maravilhosa, enquanto estou parecendo um... Sei lá o que eu estou parecendo. — Digo me juntando à ela na frente do espelho. — Você é maravilhosa, linda.
Ela se encosta em mim me beijando no rosto.
—Vou calçar meus sapatos e pegar as máscaras. O carro já está chegando? — Sakura abre a mala tirando de lá uma sandália de salto preta.
—Sim, daqui cinco minutos. — Respondo arrumando meu colarinho.
—Está bem... — Ela passa o cabelo por detrás da orelha mostrando o brinco de esmeralda grande. Estava tão linda. — Pode amarrar aqui para mim?
Me ajoelho na frente dela amarrando a sandália.
—Pronto. — Escutamos a buzina lá em baixo. — Venha, eu pego as máscaras.
Abro a porta rapidamente indicando para ela ir saindo que eu já ia. Pego as máscaras e as armas junto com o meu distintivo. Enfio as armas por dentro da calça cobrindo com a camisa bem ajeitada, desço as escadas rapidamente e vou para o carro. Era hora!
—Olá! — Cumprimento o motorista, que me cumprimenta de volta, risonho. Tenho certeza de que não era japonês. — Pro baile, por favor.
—Sim, senhor! — Ele arranca com o carro seguindo para a mansão. Entrego disfarçadamente a arma para Sakura passando as mãos nos meus peitos para ela a colocá-la ali nos seus.
Não demoramos muito para chegar na mansão que já estava com o jardim lotado de gente, a noite caiu rapidamente e a música alta já corria pela cidade inteira.
—Está pronta? — Sakura respira fundo com minha pergunta e segura em minha mão.
—Estou sim, vamos. — Desço do carro e a ajudo descer fechando a porta. Agora era achar Zaya.
Passo o olhar pelas pessoas bem vestidas daquele lugar e nas estátuas de mármore que estavam no jardim, com certeza aquele era um lugar de burgueses safados.
—Deixe eu colocar sua máscara, vira. — Sakura se vira de costas para mim e segura o cabelo me deixando amarrar o acessório.
—Cadê a sua? — Entrego para ela deixando-a amarrar para mim. — Vamos.
Pisamos na calçada da mansão indo em direção a porta de entrada rapidamente. As pessoas nos olhavam de cima a baixo e entravam.
—Nome do senhor e da senhorita? — Um guarda pergunta olhando para a lista de convidados.
—Sakura Haruno. — Sakura responde logo sendo liberada para entrar.
—Vim em nome de Shisui Uchiha. — Respondo olhando para o homem enquanto ele abria a entrada para mim. Sakura estava me esperando com uma mulher loira um pouco maior que Sakura do cabelo enorme igual o de Dandara, o vestido prata com a máscara branca combinando com os sapatos. Eu imaginava quem era.
—Sua mãe me disse que era na entrada. — Digo olhando para Zaya.
—Quanto tempo, Sasuke. Não é assim que se cumprimenta uma alemã. — Ela sorri. Dandara e ela tinham o mesmo estilo só que Dandara era bem mais puxada.
—Sinto muito, moramos na mesma cidade e quase não nos vemos. — Zaya sorri tirando o cabelo ondulado do rosto.
—Eu não sou muito de sair de casa, só em casos de urgência mas Dandara está me enchendo saco por um jantar, te vejo lá. —Sorrio olhando para ver se encontrava meu alvo.
—Dandara e suas festas. Agora vamos falar do que interessa? — Questiono olhando mais uma vez para os lados.
—A dama já sabe de tudo? —Zaya olha para Sakura que cora.
—Sim, ela sabe. — Respondo olhando para ela.
—Não vi ninguém chegar com terno puxado para o vermelho além de você até agora. Vou andar pelo salão para ver o que encontro e você fique de olho nas escadas para os outros andares. — Zaya olha para os corredores do andar de cima. — Qualquer pessoa que subir ou descer que se pareça com as fotos me procure. Entendeu? — Quem havia a colocado à frente da missão.
—Quem te colocou à frente dessa missão? — Pergunto segurando o maxilar.
—Eu sou convocada somente em casos especiais, assim como Dandara então me escute e sairá com sucesso. Agora se espalhem e tome conta da dama. — Zaya se vira mas antes de ir fala para eu tomar cuidado com bebidas alcoólicas. Quem beberia numa missão?!
—Ela é durona. — Sakura comenta olhando Zaya entrar no meio das outras pessoas.
—Ela e Dandara são meia-irmãs sabia? As mães são casadas. — Comento olhando para Sakura. — Sabe aquela mulher da recepção do hotel? Pois bem, é a mãe da Zaya.
—Elas são lindas, uma família e tanto. — Sakura fala olhando para os lados.
—Sim, elas são. — Uma música que me lembra o passado começa a tocar, _We Are young._ As pessoas se amontoam no salão para dançar aquela maravilha de música. Olho para Sakura que olhava para mim e tudo que eu queria saber era o que se passava na sua cabeça.
... Então, vamos levantar uma taça. Porque eu encontrei alguém para me levar para casa." Essa pessoa sempre seria ela. Onde eu estive, por onde eu andasse, essa pessoa sempre seria Sakura Haruno. Todas as palavras em todas as línguas não seriam capazes de descrever o que eu sentia por aquela mulher. Um cara tão emotivo como eu não poderia de deixar água se acumular nos olhos em lembrar da nossa infância. Das vezes em que recebi cartinhas de amor aos oito com sua assinatura e as ignorava, aos doze olhares eram trocados pelos corredores do colégio e eu os ignorei, aos dezesseis, com uma prova que decidiria um futuro que eu não segui eu encontrei a minha felicidade em cabelos rosas que eu nem sei como foram pintados, só sei que a mãe dela não possuía tintura no útero. Em olhos esmeralda encontrei um sentimento tão puro e forte que não pude evitar e foi o mesmo que por um grande deslize pensei ter perdido naquela aeroporto, com várias pessoas me olhando e eu dizendo tudo que eu comseguia tirar do coração e de memórias, minhas melhores memórias que só o seu olhar e aquelas músicas poderiam me trazer. Nunca tinha ido em outro baile depois do que chorei mais do chorei em toda minha vida, vendo a garota da minha vida dizendo que ia partir para outro continente por sete anos. Depois de dezessete anos eu a reencontro, mais linda do que nunca, mais forte do que nunca e com a mesma luz que era só dela e que me tirava do escuro da minha alma. Foram dezesseis anos de dores, festas grandes sem sentido com mulheres e bebidas fortes para eu esquecer um pouco dos meus dias que só me afundavam. Eu precisava de uma mulher daquela na minha vida.
—Já perdemos uma de nossas músicas, está a fim de perder outra? — Acordo dos meus pensamentos com it will rain para completar todas as minhas memórias.
—Não, não vamos. — Seguro em sua mão e a puxo para o centro do salão rodando como loucos e eu nem tinha bebido. — Como se sente? — Pergunto olhando nos seus olhos destacados na máscara.
—Me sinto em relação a quê? — Ela pergunta vidrada em mim também.
—Em relação a música. Em relação a nós. Como se sente? — Minha pergunta a deixa pensativa por segundos e então ela abre um sorriso lindo e largo.
—Me sinto feliz. Muito feliz. — Ela responde me dando borboletas no estômago. — Temos uma história que, por mais que tenha partes horríveis foram fundamentais. Essa música tão velha que chega cansa mas eu não consigo não pensar em você, em cada palavra sua naquele baile, nos seus olhos negros sobre mim, no nosso encontro com os garotos no Ichiraku e da vez que lhe dei injeções. — Sorrio me lembrando daquilo.
—Ainda tenho medo de injeção. — Ela sorri vibrante.
—Azar o seu, pois está com uma médica agora. — Rodamos no salão no meio das pessoas. — Éramos novos demais para entender alguma coisa mas se tinha uma coisa que eu entendia melhor do que ninguém era o amor, meu amor, por você. Com tanta concorrência eu sabia que um dia você seria meu, que você estava destinado à mim e a ser meu por mais que demorasse anos eu sabia que as cartinhas com a caligrafia escrota para disfarçar que não era eu que eram deixadas no seu armário um dia valeriam a pena. Eu congelei meu coração por vários motivos mas você foi sempre será a chama que o mantêm por mais que seja pouco, aquecido. Eu te amo, Sasuke.
A música para e eu olho no fundo dos seus olhos brilhantes. Eu amava aquela mulher e não dava para negar que seria impossível passar um dia sequer longe do seu abraço, da segurança do seu abraço. A beijo quando James Blunt invade o salão. Como numa cena de romance que todos já sabem mas não importa quantos filmes sejam, eles sempre vão pagar para ver.
—Eu também te amo, Sakura e se houver alguma razão para ficarmos longe eu vou agir pela minha emoção, como eu sempre fiz e vou continuar fazendo quando se tratar de você. — Passo seu cabelo por detrás de sua orelha beijando sua testa sendo recompensado com um no queixo.
—Estou com sede. — Ela diz quando nos afastamos.
—Vou pegar uma bebida para a gente, já volto. — Me afasto e sigo para o open bar e ao me aproximar bem quando dou meia-volta. Uma ruiva muito familiar está sentada virando um copo na boca. Karin.
Me aproximo cauteloso e me sento no banco seu lado não deixando de ser notado.
—Não esperava te encontrar tão cedo, Sasuke. — Ela vira mais uma vez na boca o copo que parecia ser de whisky. Estava bêbada, pelo olhar fraco detrás dos meus óculos de sempre.
—Devo dizer o mesmo. — Concordo, fazendo em seguida meu pedido.
—Vi a cena ali, agora a pouco. No fim ela voltou para você. — Karin solta uma risada fraca.
—Seu plano não deu certo, sinto muito pelo seu ego quebrado. — Digo olhando para ela. Estava diferente. O cabelo raspado nas laterais e mais magra, a cara de vadia continuava a mesma.
—Por ora funcionou. Não me diga que dezessete anos é pouca coisa que estará mentindo para si mesmo. Eu consegui causar um belo e quente inferno na sua vida e na dela também. — Karin olha para mim sorrindo sem fé, estava acabada.
—Eu só espero que seu destino não seja o que você acabou de descrever, você é uma desgraçada mas não merece tanto. — Digo pegando meu pedido.
—Se boas ações pagam as más, sinto muito lhe informar mas é para lá que eu irei. — Ela comenta encarando o fundo do copo cheio.
—Sinto muito que pense assim, quem sabe ainda mude seu destino. — Me levanto segurando os copos e olhando para seu rosto caído.
—Fico feliz por você e pela mocréia, só não estrague tudo de novo por uma vadia igual eu. — Karin vira o copo na boca mais uma vez em seguida pede para encherem de novo.
—Se isso foi sincero, devia começar a ter outro pensamento sobre seu destino pós morte daqui para frente, numca é tarde para mudar. Espero nunca mais te ver, Karin.
—Igualmente, Sasuke. — Ela responde dando outro gole no copo recém-enchido.
Dou meu primeiro passo para voltar até Sakura mas não a encontro. Passo o olho pelo salão e não a vejo só encontro Zaya em um dos cantos.
—Viu Sakura? — Pergunto quando chego perto dela.
—Não. Você a deixou sozinha? — Zaya pergunta largando encima de uma mesa o copo que estava bebendo sei lá o que.
—Eu vou só pegar bebida para nós e quando voltei não a encontrei.
A música para e o som alto de um alto falante dói os ouvidos quando ecoa pela grande casa.
—Boa noite, senhora e senhores. A festa foi interrompida para a hora do soninho, espero que aproveitem. — Uma risada maligna é ouvida e então uma fumaça branca surge do teto. Eram eles. Inferno!
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