handporn.net
História Permita-se - Conselhos entre pesadelos - História escrita por DennyHope - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. Permita-se >
  3. Conselhos entre pesadelos

História Permita-se - Conselhos entre pesadelos


Escrita por: DennyHope

Notas do Autor


OLÁÁÁHHH MEU POVO!

Acho que voltei cedo... Só acho mesmo hehehe

Como estão? Espero que bem!

Quero agradecer por cada comentário e favorito que deixaram aqui hehehe

Mas chega de enrolação, talvez vocês nem cheguem a ler isso aqui ashuashuashua

Boa leitura!

Capítulo 10 - Conselhos entre pesadelos


Fanfic / Fanfiction Permita-se - Conselhos entre pesadelos

Era sábado.

 

O dia ao contrário do anterior resolveu começar com o sol brilhando forte e ventando muito para não deixar o calor tomar de conta. As pessoas aproveitavam o final de semana para saírem, fazerem compras, exercícios e também reunirem-se com os familiares em casa. O dia simplesmente tinha amanhecido para não deixar ninguém ficar acomodado. Bom, era pra ser assim, mas infelizmente, não funcionava dessa forma para Renjun.

 

Não tinha aula e nem iria trabalhar aquele dia, então desde que acordou mais cedo, tudo que fez foi tomar seu café da manhã e voltar para seu quarto, deitando-se novamente em sua cama onde ainda se encontrava e não estava disposto a sair tão cedo.

 

Renjun estava deitado com os pés para a cabeceira da cama e apoiava sua cabeça em seus braços, enquanto observava seu bobinho nadando para lá e para cá. Assim como as pessoas naquele dia até seu peixinho estava agitado. Depois que ele tinha comido horrores como sempre fazia ― Renjun se perguntava como ainda tinha espaço pra caber tanta comida ― o peixinho resolveu nadar entre as algas e fuçar nas pedrinhas coloridas fazendo assim, o glitter que soltava das pedras e que se acumulava no fundo do aquário subir deixando a água brilhosa.

 

― Aproveita enquanto pode, porque hoje mesmo eu vou limpar seu aquário, porquinho. ― avisou vendo seu bobinho fazendo a festa enquanto achava coisas novas por conta do aquário estar sujo.

 

Suspirou dando um pequeno sorriso. Só seu bobinho mesmo para fazê-lo dar um sorriso naquela manhã. Renjun acordou sentindo-se tão pra baixo que pensou estar doente. Quase não comeu nada, fazendo sua mãe o questionar se estava tudo bem. Também tinha que estudar, mas sua coragem para abrir os livros estava abaixo de zero. Tinha que limpar seu quarto, limpar o aquário ― esse que dava o maior trabalho ― ajudar sua mãe na cozinha, e mais tarde ajudar seu pai com as novas plantas que trouxe para colocar no quintal. Se fechasse os olhos e se concentrasse, podia ouvir o som da máquina de cortar grama, provavelmente o mesmo já tinha começado o trabalho.

 

Mas Renjun não queria fazer nada. Talvez se não fosse o instinto e necessidade de respirar, com certeza já estava morto.

 

Noite passada tinha sonhado com Jeno. Não lembrava exatamente o que era, mas sabia que tinha sido com ele. Inclusive, o garoto ainda não tinha saído de seus pensamentos. A primeira coisa que veio em sua mente quando abriu os olhos foi ele, e Renjun logo soube que seria torturado o dia todo com a lembrança do beijo.

 

Suspirou mais uma vez frustrado. Estava tão nervoso na hora, com tantos pensamentos passando por sua cabeça que nem conseguiu se concentrar em sentir direito os lábios dele contra os seus. E agora parando pra pensar direito sobre o beijo, Renjun repassava tudo lentamente em sua mente e fechava os olhos, demorando-se mais quando seus lábios se tocaram e buscou querer sentir tudo novamente e até novas sensações que não sentiu durante.

 

― Ah... Por quê...? ― resmungou com um bico formando em seus lábios.

 

Não deveria ter se afastado! Não deveria ter deixado o medo do passado atrapalhar aquele momento especial. Como foi idiota! Ainda mais idiota por ter inventado desculpas para Jeno. Tinha certeza que ele ficou magoado.

 

― Não quero voltar pra escola tão cedo... ― resmungou novamente.

 

Levou um pequeno susto quando ouviu seu celular vibrar perto dos travesseiros. Bufou irritado por ter que sair daquela posição confortável. Sentou-se de supetão sentindo sua cabeça dar uma volta e pegou o aparelho debaixo do travesseiro, vendo que era uma chamada de vídeo de Chenle.

 

Voltou a deitar-se de bruços e atendeu vendo o amigo aparecer deitado na mesma posição que a sua. Chenle sorriu enquanto acenava.

 

Oiii Ren... ― mas logo se interrompeu e desmanchou o sorriso. ― Nossa, que cara é essa, está doente? ― perguntou preocupado.

 

― Não sei... ― respondeu sem vontade.

 

Pra mim você parece doente! Está pálido... Meu Deus, meu amigo está se tornando um vampiro! ― dramatizou o amigo. Renjun suspirou.

 

― Deixa de ser exagerado! Só não estou disposto. Minha vontade é de não sair tão cedo dessa cama. ― disse Renjun e Chenle o olhou com uma expressão fechada.

 

Por isso você está assim! Sério Renjun, se eu estivesse aí, você iria sair todos os dias! ― avisou e Renjun revirou os olhos por saber que era pura verdade.

 

― Eu saio todos os dias. Não sei se você esqueceu, mas eu estudo e trabalho. ― lembrou.

 

Não estou falando sobre isso, quero dizer sair pra se divertir. ― explicou.

 

― Não tenho vontade, não tenho ninguém pra sair, não sei me divertir e não gosto de lugares com muitas pessoas. ― disse com um bico.

 

Você é um chato, sabia? Te vejo daqui a dez anos morando sozinho, trabalhando em casa, solteiro e com quarenta e cinco gatos. ― provocou Chenle.

 

― Não parece tão ruim... ― disse Renjun fazendo Chenle bufar irritado.

 

Por falar em trabalho, como está sendo trabalhar na cafeteria? Você já contou para seus pais? ― perguntou curioso.

 

― Não é tão ruim, às vezes cansativo, mas nada que não seja impossível de aguentar. Até aprendi a fazer café com outras misturas. ― disse sorrindo.

 

Renjun agradecia mentalmente pelo senhor Lee ser uma pessoa muito paciente, pois conseguia ser a pessoa mais desastrosa enquanto separava com uma colher o leite para acrescentar no café, ou quando tinha que fazer corações e outros desenhos sobre o cappuccino.

 

Renjun, você precisa contar logo. Quanto mais a mentira se estender mais difícil vai ficar pra eles entender. ― aconselhou Chenle.

 

― Eu vou contar logo, afinal eles pensam que eu passei a semana toda estudando na casa do Jeno para as provas. ― comentou. Realmente não podia mais mentir, mesmo que quisesse.

 

Quem é Jeno? ― perguntou Chenle com uma sobrancelha arqueada.

 

Renjun ficou um pouco surpreso pela pergunta feita de repente pelo amigo. Desviou os olhos pensando um pouco.

 

― Um colega de um colega meu. ― disse.

 

Sério? Pois me parece ser mais próximo. Você até ficou nervoso quando falei o nome dele! ― alfinetou com um sorriso no canto dos lábios.

 

― Talvez ele seja... ― disse mais para si mesmo do que para o amigo. ― E o Jisung... ― mal deu tempo de falar o nome do garoto e Chenle começou a rir alto, assustando Renjun por ter sido tão de repente e por ele estar fazendo de forma forçada enquanto olhava rapidamente para o lado.

 

Ah, é engraçado mesmo. ― disse colocando o indicador sobre os lábios e virando um pouco a câmera de lado mostrando mais ao fundo um garoto loiro sentado de costas na escrivaninha.

 

Renjun arregalou os olhos e Chenle agora mordia os dedos, controlando o sorriso envergonhado que queria aparecer.

 

― É o Jisung? ― perguntou baixo e Chenle assentiu.

 

Estamos fazendo um trabalho. ― explicou usando um tom baixo.

 

― Parece que você está se saindo bem. ― disse Renjun sorrindo.

 

Me aguarde meu querido Renjun, porque não vai demorar muito para mim te apresentar ele como meu namorado. ― sussurrou Chenle totalmente convicto do que tinha falado.

 

― Você poderia me apresentar ele agora. ― sugeriu Renjun. Estava morrendo de curiosidade pra ver o garoto por quem seu amigo estava caído de amores.

 

Eu não sei... Jisung é um pouco tímido. ― disse Chenle pensativo e olhando para trás.

 

― Ah, por favor, Chenle, só um pouquinho. ― pediu Renjun.

 

Tudo bem, eu vou tentar. ― disse revirando os olhos e levantando da cama.

 

Chenle seguiu calmamente até o loirinho sentado de cabeça baixa enquanto escrevia algo. Parou do lado dele e posicionou o celular para que Renjun o visse.

 

Jisung, tenho um amigo querendo te conhecer. ― Chenle usou seu coreano quebrado com o loirinho que o olhou confuso.

 

Renjun segurou a risada quando viu o rosto do garoto olhar assustado para a tela do celular e logo sair correndo na velocidade da luz fugindo da câmera. Chenle ainda o seguiu pedindo para ele dizer um oi rapidinho, mas o loirinho era bem resistente e sempre virava o rosto negando o pedido de Chenle ― esse que tentava o filmar de todos os jeitos, mas Jisung sempre colocava a mão no meio ou usava um travesseiro. Até que os dois desataram em uma discussão onde não sabiam se falavam em coreano ou mandarim.

 

Chenle logo desistiu e voltou para a cama se jogando na mesma e negando com a cabeça.

 

Eu falei que ele era tímido. ― avisou Chenle.

 

― Ele é fofo. ― comentou ainda sorrindo.

 

E muito lindo. ― complementou sussurrando e verificando também se Jisung tinha voltado para o lugar. ― Ele saiu. ― disse voltando a prestar atenção em Renjun.

 

― Vocês são bem diferentes, mas ficam bonitos juntos. ― comentou Renjun e Chenle abriu um sorriso empolgado.

 

Quer dizer que eu ganhei o apoio do meu melhor amigo? ― perguntou.

 

― Você sempre terá meu apoio. ― disse.

 

Renjun ficou pensativo por alguns segundos. Assim como Chenle, também sentia a necessidade de contar para ele sobre o que tinha acontecido. Não tinha uma relação tão aberta sobre sentimentos com seus pais, e também não se sentia seguro em compartilhar sobre isso com Haechan, o único em que era mais próximo naquele grupo.

 

Chenle era o único que poderia conversar e parecia que ele realmente tinha o dom para ligar quando precisava de algum apoio.

 

O que foi? ― perguntou o outro.

 

― É que... A-aconteceu uma coisa... ― começou meio sem jeito usando o indicador para fazer desenhos imaginários na cama.

 

Fala logo Renjun, você sabe que sofro de ansiedade! ― disse Chenle irritado.

 

― É sobre o Jeno. ― disse fazendo uma careta e Chenle arqueou as sobrancelhas.

 

Eu sabia que tinha algo de estranho quando você disse o nome dele. ― comentou desconfiado. ― Você gosta dele? ― soltou a pergunta e Renjun abriu a boca sem saber por onde começar.

 

― Eu não sei muito bem como aconteceu, mas a gente se beijou. ― disse fechando os olhos esperando pela reação do outro.

 

Chenle soltou um grito agudo, mas logo tapou a boca olhando em direção à porta e verificando se não tinha chamado atenção.

 

Renjun! ― disse alegre sorrindo para o amigo. ― Isso é muito bom! Quer dizer que você está gostando dele. ― concluiu.

 

― Eu não sei se gosto dele, também não sei se quero gostar dele. ― disse.

 

Como não? ― perguntou.

 

― Sei lá! Acho que não tenho confiança o bastante para entrar em um relacionamento, de novo... ― disse pensativo.

 

De novo o meu...! ― interrompeu-se olhando para trás. ― É o Jisung. ― avisou levantando da cama e seguindo para outro lugar onde Renjun logo reconheceu se tratar do banheiro. ― Cu! Aquilo jamais deve ser mencionado como relacionamento, namoro, amizade ou qualquer outra coisa que envolva afeto!

 

― Ainda não consigo esquecer. Quando nos beijamos, todas as lembranças vieram como uma enxurrada, como se para me fazer lembrar o que tinha acontecido da última vez. ― disse soltando um suspiro cansado.

 

Acho que entendo. Deve ser uma forma que sua mente encontrou para se defender e evitar que possa acontecer de novo. Mas eu quero que você lembre que nem todos são como o Sicheng.

 

Renjun sorriu triste. Chenle era tão mais novo que ele, mas falava como se soubesse de tudo. Era nesses momentos que percebia o quanto seu amigo amadurecia cada vez mais. Na verdade o que tinha acontecido consigo serviu para os dois amadurecerem mais rápido.

 

Chenle antes era tão sem noção, ao ponto de fazer coisas sem se importar com as consequências. Já Renjun era tão inocente que, não sabia se haveria consequências nas coisas que fazia, pois ainda acreditava que nada de ruim podia lhe acontecer como nos casos de novelas que assistia.

 

Mas sabia que ainda tinha pessoas que pensavam da mesma forma como ele pensava há dois anos. Em sua mente as coisas ruins só aconteciam com os outros e não consigo. Se acomodar e pensar sempre ser o telespectador vendo as desgraças acontecerem na vida dos outros era errado e de certa forma inocente, pois os leva a estarem despreparados para caso acontecesse uma em suas vidas.

 

Renjun sempre pensou ser um telespectador, e quando finalmente acordou para a realidade percebeu ele próprio estar sendo vítima daquilo que era acostumado ouvir, ler e assistir.

 

Acho que seria bom você voltar a tentar confiar novamente. Da uma chance para o Jeno ser pelo menos o seu amigo. ― aconselhou Chenle vendo Renjun muito pensativo.

 

― Acho que ele quer ser mais que um amigo... ― disse e Chenle sorriu.

 

Não precisa ter medo. Você vai saber a hora de se afastar ou se aproximar quando chegar o momento. ― Chenle disse confiante. Renjun arqueou uma sobrancelha.

 

― Agora você vai virar meu psicólogo? ― perguntou brincando.

 

Quem sabe? ― disse brincando fingindo estar pensativo.

 

Logo os dois garotos caíram na risada. Em seguida outra voz aveludada foi ouvida ao fundo fazendo Chenle virar-se. O mesmo resmungou algo concordando e logo voltou sua atenção para Renjun.

 

É o Jisung. Está reclamando que ele está fazendo todo o trabalho enquanto estou aqui falando com você. ― disse sorrindo.

 

― É melhor você o ajudar a fazer o trabalho, ou ele não vai querer nunca mais fazer nada com você. ― avisou Renjun e Chenle arregalou os olhos.

 

Essa não! Ainda precisamos nos beijar também. ― disse baixo e Renjun o olhou incrédulo. Não era bem aquilo que ele tinha insinuado, mas era melhor deixar pra lá.

 

Despediram-se fazendo um pouco de drama e logo Renjun voltou a estar deitado novamente na mesma posição de antes, enquanto tinha os olhos fechados e refletia sobre tudo que Chenle lhe disse. Não demorou muito e já estava dormindo.

 

A garrafa de bebida em cima da mesinha de vidro balançava de um lado para o outro na visão de Renjun. O mesmo não conseguia ler o nome na embalagem, quase nem conseguia mais identificar o formato da própria garrafa, apenas piscava devagar acompanhando as ondulações que ela sofria.

 

Mas o que Renjun realmente não sabia ali, não era o nome ou o formato da garrafa, e sim que ela continuava parada no mesmo lugar.

 

Forçou os braços no encosto da poltrona em que estava sentado para tentar se levantar, mas até aquele pequeno esforço parecia impossível de se fazer. Renjun não entendia por que estava se sentindo tão mal.

 

Conseguindo se levantar da poltrona logo caiu quando seus joelhos fraquejaram. Sua cabeça pesou e Renjun olhou para o teto do quarto onde estava vendo tudo girar o deixando enjoado.

 

― Si-sicheng... ― sussurrou com medo.

 

O teto do quarto girava cada vez mais e parecia que o lustre cairia a qualquer momento sobre si. Fechou os olhos com força quando viu todo o teto inclinar em sua direção e preparou-se para quando o mesmo desabasse sobre si.

 

Acordou sobressaltado com mãos o balançando pelos ombros. Renjun abriu os olhos vendo sua mãe o olhando preocupada. A mesma o ajudou a sentar-se na cama e logo tratou de normalizar sua respiração que estava desregulada.

 

― Teve um pesadelo? ― perguntou ela enquanto afastava sua franja molhada.

 

Renjun assentiu e ela suspirou em compreensão. Não era como se sua mãe nunca tivesse lidado com seus pesadelos. A mesma já tinha passado noites em claro apenas vigiando o filho dormir e preparada para acalmá-lo quando ele tivesse outro.

 

― Tudo bem, se recomponha. ― disse ela acariciando seu rosto. ― Não precisa se preocupar filho, você está melhorando. ― tranquilizou sorrindo. ― Acho que Seul está te fazendo bem, pois já faz dois meses que não teve mais pesadelos.

 

Aquilo era verdade. De certo que se mudar o afastou de seus medos reais, e mesmo que tivesse constantemente pesadelos no começo, com o passar dos meses os mesmos foram diminuindo dando alívio para a mente cansada de Renjun. Aquele pesadelo que tinha acabado de ter foi mais uma de suas muitas lembranças que sua mente trouxe de volta. Renjun acreditava ter sido por causa da conversa que teve com Chenle, onde mais uma vez comentaram sobre aquele assunto.

 

― Não comente com o pai. ― pediu e sua mãe concordou.

 

― Certo, agora desça para almoçarmos. ― disse indo até a porta e logo saindo.

 

Renjun suspirou caminhando até o banheiro para lavar o rosto suado. Seu pai era o único que não reagia bem sobre aquele assunto. Por ainda ter raiva e não se conformar com o que tinha acontecido, e por sua culpa ― mesmo que eles insistissem em falar que não era sua ― seu pai foi demitido e tiveram que se mudar.

 

O dia mal tinha começado e Renjun já estava prestes a surtar.

 

...

 

 

Era o único que se mantinha em silêncio, apenas ouvindo seus pais conversarem. Seu pai contava empolgado tudo que planejava em fazer na reforma do quintal e sua mãe brigava com ele pelo mesmo não se preocupar em estar sujando a casa com os sapatos sujos de terra.

 

Renjun não queria os atrapalhar, pois fazia tempo que não os via mais tendo aquelas conversas divertidas.

 

― Então filho, preparado para a semana de provas? ― seu pai perguntou empolgado.

 

― Acho que sim... ― respondeu incerto.

 

― Como assim? Você não passou a semana toda estudando com o Jeno? ― sua mãe perguntou confusa.

 

― Quem é Jeno? ― perguntou seu pai curioso.

 

Renjun abriu a boca não sabendo qual pergunta responder primeiro. E também surpreso por pela segunda vez alguém o perguntar quem era Jeno. Claro, seu pai não estava presente quando o mesmo foi ali durante a noite e sua mãe ter praticamente obrigado o garoto a tomar um chazinho.

 

― Jeno é um amigo muito educado de Renjun. Nosso filho passou a semana toda estudando à tarde na casa dele. ― contou sua mãe.

 

Renjun engoliu em seco vendo seu pai ficar sério e o lançar um olhar que conhecia muito bem.

 

― Como você deixa nosso filho frequentar a casa de um desconhecido? ― perguntou visivelmente irritado.

 

― O Jeno não é desconhecido. Ele já veio aqui, pena que você não estava aqui e sabe-se lá onde estava. ― alfinetou sua mãe.

 

Renjun suspirou cansado já prevendo em como aquele almoço terminaria.

 

― Eu estava fora procurando trabalho. ― disse seu pai.

 

― Tarde da noite? ― perguntou sua mãe.

 

― Então esse garoto veio aqui tarde da noite? ― perguntou ele indignado.

 

― Não estou falando do Jeno, estou falando de você! ― disse ela já ficando irritada também.

 

Renjun já não comia mais, apenas se mantinha de cabeça baixa pensando se contava logo que não estava estudando e sim trabalhando, ou se saia logo dali e voltava para seu quarto.

 

― Não venha querer me culpar de algo, pois a culpa vai ser sua se acontecer novamente algo de ruim com nosso filho já que você não cuida dele.

 

― Ao contrário de você eu passo o dia todo trabalhando e ainda faço o impossível pra cuidar melhor do meu filho!

 

― Nosso filho! ― lembrou ele irritado.

 

― Vocês podem me ouvir agora? ― perguntou Renjun olhando de sua mãe para seu pai.

 

― O que foi filho? ― perguntou sua mãe.

 

― Pai, o Jeno não tem culpa de nada, e ele é uma boa pessoa. ― disse para ele que ainda o olhava duvidoso.

 

― Como você tem certeza disso? ― perguntou ele. Renjun não sabia, mas tinha a impressão que Jeno não era uma pessoa ruim. Tanto que se ele fosse, Renjun já saberia.

 

― Eu apenas sei. ― disse firme. Seu pai suspirou pronto para voltar a discordar. ― E eu não passei a semana toda estudando na casa dele. ― começou fazendo sua mãe se inclinar para ouvir melhor e seu pai franzir o cenho.

 

― Como assim filho? Onde você estava? ― questionou sua mãe.

 

― Eu... ― hesitou por uns segundos. ― Eu estou trabalhando. ― falou sentindo um peso sair de suas costas.

 

― Quê? ― perguntou sua mãe claramente muito surpresa.

 

― Eu consegui um emprego de meio-período em uma cafeteria. ― explicou fazendo seu pai levantar-se da cadeira.

 

― Por que não nos disse isso antes? ― perguntou ele.

 

― Porque eu já sabia como vocês ficariam. ― disse e era exatamente daquela forma.

 

― Filho, mas você não precisa trabalhar isso vai atrapalhar você nos estudos... ― falava sua mãe ainda confusa.

 

― Como ousam dar um emprego para uma criança? ― perguntava seu pai irritado. Renjun também se levantou.

 

― Eu não sou mais uma criança. E esse emprego não é ruim e nem vai me atrapalhar nos meus estudos. ― explicou em tão firme. ― Além de que estamos precisando de dinheiro.

 

― Por isso meu bebê parecia tão cansado esses dias. ― comentou sua mãe com uma expressão chorosa. ― Meu Deus, eu sou uma péssima mãe fazendo meu filho trabalhar.

 

― Mãe! ― disse Renjun indignado. Parecia que nenhum dos dois estava o ouvindo.

 

― Amanhã mesmo você vai pedir para sair! ― disse seu pai.

 

― Eu não vou sair! Eu gosto da cafeteria. ― disse.

 

― Você vai me desobedecer? ― perguntou seu pai o olhando sério.

 

― Pai eu quero ajudar! Será que você não percebe como me sinto mal vendo a mamãe trabalhar até ficar doente? E ver você sair todos os dias em busca de emprego e não conseguir nada? ― perguntou sentindo as lágrimas descerem por seu rosto.

 

― ISSO É TUDO CULPA SUA! ― gritou sua mãe enquanto chorava também. ― Até seu filho consegue arrumar um emprego primeiro que você! Eu me casei com um imprestável!

 

― E VOCÊ ACHA QUE EU ESTOU DESEMPREGADO PORQUE QUERO? ― gritou ele também.

 

Renjun sentindo os soluços subirem por sua garganta, saiu dali a passos firmes indo para seu quarto. Ouviu seus pais lhe chamarem, mas não deu atenção. Não queria ouvir mais nada.

 

Trancou a porta do quarto e jogou-se em sua cama agarrando um travesseiro para abafar os soluços que não paravam. Era horrível ouvir seus pais brigarem, um culpando o outro por estarem naquela situação, sendo que o culpado de tudo era ele.

 

O sentimento de impotência o deixava agoniado por não conseguir fazer nada para os dois pararem com as discussões. Tudo para eles era motivo para brigar e isso só o fazia pensar cada vez mais que não demoraria em receber a notícia de que estarão se separando.

 

Isso seria mais um pesadelo real para Renjun. Só em imaginar aquilo o deixava sem chão e com uma vontade enorme de chorar sem parar.

 

Fechou os olhos com força tentando se livrar dos pensamentos que o torturavam.

 

...

 

 

Após ter terminado de limpar o aquário de seu bobinho, Renjun pegou o outro recipiente de vidro menor em que sempre o colocava quando limpava e devolveu o peixinho para sua casa agora finalmente limpa.

 

Sorriu vendo seu bobinho estranhar o ambiente limpo. Claro, pra quem gostava de sujeira teria que aguentar mais alguns dias até se acostumar com tudo limpo.

 

― Meu Deus, eu tenho um porquinho e não um peixe. ― comentou vendo o peixinho já começar a fuçar nas pedrinhas.

 

Suspirou pegando todas as coisas que tinha usado para limpar o aquário as levando para o banheiro. Limpar aquele aquário foi como se tivesse sido uma terapia para se distrair de toda a discursão que teve com seus pais. Sua mãe ainda chegou a bater em sua porta pedindo para conversar, mas Renjun se recusou dizendo que queria ficar sozinho por enquanto.

 

Agradeceu mentalmente por nenhum dos dois insistir em tentar conversar. Se tinha uma coisa que gostava muito em seus pais era que eles sabiam respeitar seu espaço quando pedia.

 

Voltando para o quarto ouviu seu celular vibrar em cima da escrivaninha o assustando por causa da tremedeira na madeira. Com uma mão sobre o coração e um bico emburrado nos lábios pegou o mesmo vendo se tratar de uma mensagem ― mensagem essa que logo fez seu coração acelerar ainda mais do que já estava quando viu de quem se tratava.

 

Oi, espero que não esteja com raiva de mim.

Sei que não trabalha hoje, então se você não estiver ocupado com alguma outra coisa, gostaria que me encontrasse no park perto de sua casa.

Tem alguém especial que gostaria que conhecesse claro se você quiser.

Vou te esperar.

 

 

Renjun releu a mensagem várias vezes só pra ter certeza de que não estava tendo uma ilusão. Tudo que conseguia fazer naquele momento era se perguntar quem era que Jeno queria lhe apresentar.

 


Notas Finais


TAMMTAAMMM!

Foi isso meu povo, novamente chegamos a mais um final de um capítulo!

Opa, Renjun voltou a ter pesadelos, é isso?

Chenle chegando e trazendo o Jisung junto também ashuashuashua
Na vida eu sou o Chenle hehehe

Meu povo o que vocês estão achando?
Venham me dizer aqui nos coments sim?

Espero que tenham gostado!
Até o próximo!
XOXO


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...