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História Permita-se - Noite turbulenta - História escrita por DennyHope - Spirit Fanfics e Histórias
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História Permita-se - Noite turbulenta


Escrita por: DennyHope

Notas do Autor


HELLOOOO!!
FELIZ HALLOWEEN PRA QUEM CURTE!

Estou só o trapo depois de trabalhar tanto nesse capítulo, e agora posso respirar aliviada por finalmente ter terminado!

Ficou enorme, mas estou satisfeita por estar do jeito que eu queria e ter terminado do jeitinho que planejei!

Obrigada a cada um que favoritou e deixou seu comentário!

Espero que gostem desse hehehe

Boa leitura!

Capítulo 14 - Noite turbulenta


Fanfic / Fanfiction Permita-se - Noite turbulenta

Após a conversa que teve com Jaemin, Renjun seguiu sozinho a procura de Haechan. Seus passos eram incertos e não tinha a menor ideia de onde ir, apenas adentrava ainda mais pela casa ― essa que era bem maior do que imaginava ― e olhava ao redor na esperança de encontrar o garoto.

 

O Jeno é meu.

 

Aquela, de todas as outras, era a frase que mais insistia em se repetir em sua mente. E por mais que Jaemin tenha sido bem claro quando a disse, Renjun ainda não conseguia entender. Teria sido um aviso ou ameaça? Jaemin tinha algum caso com Jeno, ou ele simplesmente gostava dele e queria o conquistar?

 

Talvez fosse aquilo, e assim que o mesmo o viu com Jeno, não teve dúvidas que seria algum tipo de empecilho para ele. Até imaginava o quanto ele deveria estar com raiva de si naquele momento. Mas não tinha culpa, como adivinharia que ele pudesse gostar de Jeno? Como saberia que começaria a ter sentimentos por ele também?

 

Afinal, tinha algum culpado em meio a isso? Seria Jeno, por despertar sentimentos nos dois? Seria Renjun, por ter chegado depois e fazer parte ― mesmo que de uma forma meio incompleta ― daquele grupo de amigos e se aproximar de Jeno, assim consequentemente, atrapalhar Jaemin?

 

Talvez...

 

Mas ainda não queria pensar sobre aquilo, já sabia que não dormiria direito àquela noite, e não tinha porque prolongar ainda mais algo que era muito incerto para si.

 

E, enquanto caminhava em direção ao corredor que dava para os fundos da casa, não conseguiu evitar pensar que realmente era uma pessoa sem sorte. Havia guardado a sete chaves aqueles sentimentos que começavam a aflorar de novo dentro de si. Renjun os conhecia bem, e sabia que mesmo apenas os jogando de canto em algum lugar dentro de si, ainda sim, não podia evitar que eles aumentassem, conforme conhecia um pouco mais sobre Jeno.

 

Tinha noção de que estava gostando dele, e se sentia culpado por ter quebrado mais uma promessa que tinha feito, quando estava dentro daquele avião em direção a Seul. Prometeu que não faria mais amizades, não a ponto de considerar alguém como amigo, e veja só, lá estava Haechan entrando em seu caminho. Também prometeu em meio a lágrimas amargas, que nunca mais se deixaria apaixonar-se por alguém, mas como diz o ditado "querer não é poder", e Renjun estava convivendo com aquilo agora.

 

Parecia ridículo, mas sempre teve medo de encher balão e o mesmo acabar estourando, enquanto o enchia. E da mesma forma, sentia medo de guardar muito daquele sentimento que só crescia, e das consequências que teria, caso não aguentasse mais e explodisse, assim como um balão ridículo.

 

Então, foi por isso que resolveu seguir os conselhos de Chenle. Sabia que ele estava certo, e não poderia passar o resto de sua vida se privando de ter novas amizades ou se apaixonar, mas o medo era tanto que, acabava por tornar-se maior que Renjun. Sua mente o repreendia, pois se lembrava do que já tinha passado, e era instintivo que quisesse ficar longe do que já tinha lhe prejudicado. Aquilo era autoproteção, e como se fosse um campo invisível, de pouco em pouco, o prendia dentro de uma bolha.

 

Por isso, o pensamento de que não tinha sorte ainda se mantinha firme. Quando decidiu se arriscar um pouco, e deixar somente uma brecha para que saísse um mínimo daquele sentimento, Jaemin chegou como vingança pelo o que tinha prometido. Realmente queria ter beijado Jeno e confirmar sobre tudo que estava sentindo, mas parecia que o destino não estava muito a seu favor.

 

Já não tinha mais controle da situação, e era fato de que se tornaria preocupante. Deveria se preparar para quando sua bolha estourasse de vez, e as consequências fossem além do que poderia aguentar.

 

Quando enfim, chegou à área dos fundos, onde se encontrava um enorme jardim, foi que Renjun percebeu que ali era onde ocorria a maior parte da festa. O ar era fresco, e a grama bem cuidada vestia toda a área. Havia também uma piscina grande que chamava bastante atenção, onde a maioria das pessoas se encontrava ao redor. Respirou fundo e desceu alguns degraus, caminhando um pouco acanhado pelo lugar.

 

Ao redor da piscina o piso, assim como por todo o resto da casa, estava limpíssimo mesmo estando em um lugar onde se encontrava água e grama. As árvores mais ao fundo e também, algumas perto da casa, estavam todas iluminadas e o lembrava dos pinheiros de natal.

 

Enquanto caminhava, prestava atenção que a maioria dos jovens estava ali. Uma música mais agitada tocava e alguns deles aproveitavam para dançar. Tinha mesas com bebidas coloridas e outras com petiscos de todos os tipos, assim como doces. Agora entendia porque a maioria dos adultos estavam dentro da casa, com certeza preferiam um lugar mais tranquilo para fumarem seus charutos, beberam suas bebidas alcoólicas e conversarem sobre negócios.

 

Procurou Haechan por ali, mas estava realmente difícil. Se ele não estivesse ali, começaria a pensar que ele poderia estar escondido em algum canto daquela enorme casa. Mas, quando viu Mark e Dahyun perto da piscina, conversando com outras pessoas, suas esperanças de encontrá-lo voltaram.

 

Foi em direção onde o loiro estava e se aproximou somente o suficiente para que ele o visse mesmo que de longe. Quando Mark o viu ali, Renjun o chamou discretamente com a mão, fazendo o loiro arquear uma sobrancelha. Pensou até que ele o ignoraria, quando voltou a conversar com Dahyun, mas não demorou muito o garoto disse algo rapidamente no ouvido dela e foi em sua direção.

 

Quando o mesmo parou em sua frente, Renjun quis o dar as costas e fingir que não o conhecia, quando todos do grupinho que ele conversava se viraram curiosos olhando em sua direção. Claro, quem era ele perto de Mark Lee naquela festa, com certeza não passava de um interesseiro na mente dos outros.

 

― O que foi? ― perguntou ele com o cenho franzido.

 

Renjun desviou os olhos para o loiro em sua frente e não conseguiu evitar prestar atenção no quanto ele estava bonito. Uma coisa que achava interessante e até mesmo engraçada era que Mark intimidava as pessoas por causa de sua beleza. Era somente ele se aproximar, ou até mesmo passar, e obrigatoriamente sua atenção era desviada para ele. E obviamente ele estava ainda mais bonito do que já estava acostumado a vê-lo. A roupa social, mas não tão formal o deixava atraente aos olhos de qualquer um, e notou que, assim que ele chegou seu perfume o inebriou imediatamente.

 

Quando percebeu estar demorando muito para responder, pigarreou, voltando ao foco.

 

― Eu estou procurando Haechan, você o viu por aí? ― perguntou.

 

Mark bufou, enquanto coçava a nuca. Logo seus olhos se direcionaram para o outro lado da piscina.

 

― Acho que ele está por ali. ― disse apontando discretamente com o queixo.

 

― Ah, obrigado. ― agradeceu já se virando para sair dali.

 

― Hey! ― o ouviu chamar, sendo pego de surpresa, quando o mesmo o segurou pelo braço e se aproximou, quase fazendo Renjun arregalar os olhos. ― Não o deixe sozinho.

 

Somente conseguiu assentir para a ordem ou pedido dele, igual uma criança. O loiro logo o soltou e Renjun já caminhava a passos rápidos na direção em que foi informado.

 

Depois de dar a volta na piscina e chegar ao outro lado, saiu daquela área para o gramado e passou por algumas árvores não demorando em encontrar Haechan sentado em um dos bancos de madeira branca que tinham ali. O mesmo assim que o viu, sorriu debochado, enquanto levava a boca o que parecia ser um doce.

 

Renjun caminhou até ele, percebendo que não tinha mais ninguém, além de Haechan por ali. Era uma parte um pouco escondida, e iluminada por alguns pontos de luz que tinham nas árvores e na grama.

 

― Finalmente o plebeu encontrou o outro! ― exclamou ele.

 

Renjun parou ao lado do banco e Haechan afastou os papéis brilhantes dos vários doces que parecia ter comido. O garoto apontou para o lugar vazio ao seu lado e Renjun sentou-se.

 

― Por que está sozinho aqui? ― perguntou curioso.

 

― Digamos que não quero me entrosar com ninguém, mas também não quero ficar por fora de nada, por isso estou aqui, já que tenho uma vista privilegiada. ― respondeu, enquanto colocava os pés em cima do banco e puxava os joelhos os abraçando perto do peito.

 

Renjun ao seu lado, também tinha a mesma vista que Haechan e realmente podia ver tudo que acontecia na área da piscina, principalmente Mark e Dahyun que ficavam bem de frente em sua direção. Renjun olhou de canto para Haechan, vendo o garoto bem concentrado em observar o casal junto ao grupo de amigos conversando.

 

― Pensei que estaria junto de Mark. ― comentou.

 

― Eu? ― apontou o dedo para si próprio, enquanto fazia uma expressão de surpresa. ― Até parece que ficaria entre os noivinhos e ainda mais conversando com aquela corja de cobras.

 

― Você não gosta deles? ― perguntou.

 

― Não, e nem eles de mim. Renjun, por favor, não seja inocente. Aposto que falaram super mau de você quando foi falar com o Mark. ― disse mexendo nos papéis de doces espalhados pelo banco.

 

― O que está procurando? ― tentou mudar de assunto. Falar sobre aquelas pessoas não faria bem para si.

 

― Doces. ― disse.

 

― Você comeu isso tudo? ― perguntou impressionado, mas ao mesmo tempo preocupado de uma dor de barriga o atacar.

 

― Eu sei, é loucura, mas eu estou entediado! Você deveria comer alguns também pra ganhar uns quilinhos, já que é tão magro. ― disse com um bico, ainda revirando os papéis.

 

Renjun sorriu pequeno, negando com a cabeça. Não era magro daquele jeito porque queria. De certo que sempre teve essa descendência a ser magro, mas depois dos problemas que teve na China, ficou um tempo depressivo com tudo que aconteceu, consequentemente o fazendo perder peso, e desde então, nunca mais conseguiu ganhar os três quilos que perdeu apenas a metade de um. E também, mesmo que comesse tudo que tinha de comida ali, não engordaria. Seu corpo parecia ter se acostumado a ter aquela quantidade de massa, o deixando com corpo de garoto de quinze anos. Até Chenle era mais desenvolvido, chegava a ser um pouco frustrante às vezes.

 

― Deve ser bom ser magro. ― o comentário baixo de Haechan fez Renjun o encarar com atenção.

 

― Você não é gordo, Haechan. ― disse sério. O mesmo deu uma risada forçada.

 

― Você não vê essas bochechas de buldogue? Ou essa pança? E essas pernas! ― apontava para as partes do corpo. Renjun o olhou incrédulo. Haechan tinha uma expressão desgostosa, de quem realmente desprezava aquilo. Mas não conseguia entender, já que o garoto era magro também.

 

Mark, Jeno, e até mesmo Jaemin eram mais desenvolvidos que ele, Haechan não deveria se enxergar como se estivesse realmente acima do peso. Se bem que, parando para pensar e analisar percebeu que ele veio emagrecendo, desde o dia em que se falaram pela primeira vez até ali.

 

― É brincadeira! ― exclamou Haechan gargalhando exageradamente, fazendo Renjun franzir o cenho. ― Você tinha que ter se visto, estava totalmente assustado. ― disse debochado. ― É sério. ― continuou, quando percebeu que estava sério.

 

― Que bom, então... ― disse incerto.

 

― Nossa você é muito chato, nem sabe brincar. ― reclamou, enquanto massageava a barriga.

 

― Não gosto de brincar com assuntos sérios, Haechan. ― disse e o garoto revirou os olhos.

 

― Mas pra mim foi engraçado! ― voltou a dizer rindo alto e batendo na própria perna, como se quisesse descontar ali metade da graça que Renjun não via.

 

O observou melhor, vendo a respiração dele ofegante pela risada, o rosto vermelho por ter se esforçado, enquanto ria e os cabelos castanhos levemente avermelhados e bagunçados, enquanto vários papéis de doces estavam espalhados por seu colo.

 

― Você parece que está bêbado. ― comentou. Haechan se aproximou levando o indicador até a frente de seu rosto, e Renjun pôde ver o canto da boca dele suja de chocolate.

 

― Essa é a intenção, mas o Jeno não colabora e deixa o álcool apenas para os velhotes lá dentro. ― disse voltando a rir. ― Queria estar bêbado, fazer loucuras como... Hum, empurrar o Mark dentro daquela piscina, jogar bebida na cara dos amigos dele e beijar Dahyun para o Mark receber o título de corno da festa.

 

Renjun prendeu uma risada com as loucuras que se passava na cabeça de Haechan. Ainda bem que o álcool estava bem longe do alcance dele.

 

― Ain... ― voltou a ficar sério, quando o mesmo reclamou fazendo uma careta.

 

― O que foi? ― perguntou preocupado, o vendo voltar a massagear a barriga.

 

― Estou enjoado... Acho que comi demais. ― disse tossindo um pouco e levantava do banco cambaleando.

 

― Quer que eu te acompanhe até o banheiro? ― perguntou se levantando também.

 

Haechan fez mais uma careta e negou com a cabeça. Renjun naquele momento já tinha seu nível de preocupação lá em cima vendo a qualquer momento Haechan cair ali ou vomitar.

 

― Renjun! ― virou-se para trás quando ouviu seu nome ser chamado. Jeno se aproximava fazendo o retumbar de seu coração tocar dentro de seus ouvidos.

 

― Acho que vou vomitar... ― ouviu Haechan dizer o fazendo desviar sua atenção novamente pra ele.

 

― Haechan eu vou... ― começou, mas foi interrompido.

 

― Eu quero vomitar! ― exclamou passando por si rapidamente e empurrando Jeno para o lado, enquanto gritava um sai da frente, quando também passou por ele, fazendo o mesmo franzir o cenho.

 

Renjun ficou parado ali, indeciso se corria atrás dele ou não. Jeno logo parou em sua frente, também preocupado.

 

― O que ele tem? ― perguntou.

 

― Acho que comeu doce demais. ― disse, enquanto apontava para a quantidade de papéis de doce no banco.

 

― Ele teve abstinência ou coisa do tipo? ― perguntou com o cenho franzido.

 

― Hum? Como assim? ― perguntou confuso.

 

― Ele não gosta de comer esses tipos de coisas calóricas. ― respondeu e Renjun teve certeza que Haechan não estava bem.

 

― Eu vou atrás dele. ― avisou começando a caminhar, e logo Jeno estava o acompanhando.

 

― Vou com você. ― disse. Renjun o olhou receoso.

 

― Tem certeza? Você não tem que dar atenção aos convidados? ― quis saber.

 

― Haechan é meu amigo, e nesse momento é ele quem precisa de mim. ― disse.

 

Renjun apenas assentiu, enquanto saíam da área da piscina. Seu olhar procurou por Mark, quando se lembrou dele pedindo que não deixasse Haechan sozinho. Quando o encontrou, viu que ele parecia saber que algo acontecia, pois sua expressão estava claramente preocupada. Voltou a olhar para Jeno, quando entravam de volta a casa.

 

― Acha que devemos avisar ao Mark? ― perguntou o seguindo.

 

― Não, melhor não o deixarmos preocupado. ― respondeu. Aquilo era inevitável, pois Mark já estava preocupado, agora não sabia se ele sabia o motivo.

 

― Não faço ideia de onde procurar. ― comentou. A casa de Jeno ainda era um grande labirinto para si.

 

― Acho que sei, vem comigo. ― disse pegando em sua mão e o puxando para um corredor à esquerda.

 

Renjun sentia-se nervoso em estar sozinho com ele naquela parte onde não havia ninguém, ainda mais por estarem de mãos dadas. E notou que, ele ainda permanecia com o bracelete no pulso. Um pequeno sorriso apareceu em seus lábios, e fingiu que o motivo de sua alegria ― mesmo com a atual situação de Haechan ― era porque seu presente não correria o risco de ser doado.

 

...

 

 

Quando os dois chegaram ao banheiro, Jeno soltou a mão de Renjun para fechar a porta. O banheiro era pequeno, apenas com duas pias com espelho e duas cabines, onde apenas uma se encontrava com a porta fechada e tendo a descarga acionada naquele momento, indicando que Jeno poderia estar certo sobre Haechan estar ali.

 

― Haechan? ― Renjun o chamou, mas ninguém respondeu. O mesmo olhou para Jeno, pedindo ajuda.

 

Jeno caminhou até a porta da cabine batendo três vezes na mesma com força, chamando pelo garoto também.

 

― Eu sei que está aí. ― disse.

 

― Vão embora! ― ouviram a voz conhecida e Renjun respirou aliviado.

 

― Você está bem? Precisa de alguma coisa? ― perguntou.

 

― Estou bem, parem de drama! ― exclamou suspirando alto. ― Apenas quero ficar sozinho. Não preciso de plateia para me ouvir vomitando aqui.

 

Renjun olhou para Jeno o perguntando sua opinião através do olhar, e o garoto parecendo entender apenas concordou com a cabeça.

 

― Tudo bem. ― disse vendo Jeno passando por si indo até a porta. ― Eu vou ficar esperando você onde estávamos. ― avisou.

 

― E se você não voltar logo, eu venho aqui te buscar. ― Jeno também deixou avisado.

 

― Está bem, está bem, seus chatos! Será que ninguém mais pode vomitar em... ― mas se interrompeu quando começou a tossir como se fosse voltar a vomitar.

 

Renjun permanece ali parado, ouvindo o garoto voltando a vomitar, e sentia vontade de ficar ali com ele, mesmo que começasse a sentir vontade de vomitar também só em ouvir Haechan.

 

― Renjun, vamos. ― chamou Jeno na soleira da porta, o fazendo finalmente sair do banheiro junto dele.

 

Renjun franziu o cenho observando Jeno ir até o final do corredor e abrir a caixinha do interruptor de luzes. O mesmo apagou uma lâmpada, deixando do meio do início do corredor até ali um pouco escuro.

 

― Por que apagou a luz? ― perguntou quando ele voltou.

 

― Assim ninguém vem aqui e Haechan pode ficar em paz. ― explicou.

 

Renjun assente e suspira ainda preocupado. Pelo menos não ouvia mais o garoto vomitando.

 

― Vamos? ― perguntou ele estendendo a mão.

 

Renjun engoliu em seco a observando, e foi então que percebeu ainda existir uma barreira que o impedia de se aproximar de Jeno. O mesmo percebendo sua hesitação se aproximou fazendo Renjun o olhar, enquanto pegava sua mão e a segurava. Renjun desviou seus olhos, com vergonha por suas mãos estarem suadas por causa do nervosismo que nunca o deixava em paz.

 

Jeno deu uma leve risada, enquanto o puxava pelo corredor de volta a área da piscina.

 

...

 

O banco de madeira branca no gramado atrás da área da piscina foi novamente ocupado, daquela vez por Renjun e Jeno. Como tinham planejado, voltaram para o mesmo, enquanto esperavam por Haechan. Renjun não sabia quantos minutos já faziam desde que tinham sentado ali, um ao lado do outro, próximos, mas ao mesmo tempo distantes.

 

Queria acreditar que era por causa de sua preocupação com Haechan que não conseguia falar nada, porém, sabia que no fundo algo o impedia de trocar qualquer palavra com o garoto ao seu lado. O pior era que Jeno também se mantinha calado, e para Renjun, aquilo era bem estranho. Geralmente quando tinham alguma oportunidade de ficarem sozinhos ― sendo que na maioria das vezes era Jeno que planejava ― o garoto sempre iniciava alguma conversa sobre algo que estava curioso.

 

Renjun de vez em quando, olhava para o mesmo discretamente, e o via ora olhando para o bracelete em seu pulso, ou virando o rosto para frente o fazendo desconfiar que ele já estivesse o olhando antes. Já começava a ficar incomodado, e descontava em suas mãos entrelaçadas em seu colo, estralando os dedos com todo tipo de dobramento.

 

O que deixava aquele momento menos constrangedor, era a música tocando e o movimento das pessoas na área da piscina. Pelo menos eram duas distrações que poderia ter e esquecer um pouco que quase tinha beijado Jeno assim que chegou. Mas, uma cena que lhe chamou atenção, foi novamente Jaemin junto à mãe de Jeno, os dois obviamente estavam à procura do garoto, deixando Renjun ainda mais incomodado, por ele estar consigo sem fazer nada, enquanto deveria estar dando atenção aos seus convidados.

 

Olhou novamente para ele, que tinha voltado a olhar para o bracelete. Pensava em tentar o convencer a voltar para a festa, enquanto iria atrás de Haechan, já que ele estava demorando muito. Mas sua curiosidade era muita, e a pergunta que escapou de seus lábios foi totalmente diferente.

 

― Por que olha tanto pra esse bracelete? ― perguntou curioso, e um tanto constrangido, pelo garoto olhar tanto para o que lhe deu de presente.

 

― Na verdade, eu estava lembrando da minha vó. ― respondeu ele, enquanto dava uma rápida risada. Renjun franziu o cenho. ― Se ela visse essa pedra, provavelmente falaria que lembrava os meus olhos.

 

Pronto, foi como se ele tivesse descoberto um dos maiores segredos de Renjun, o fazendo sentir vontade de tossir desesperadamente, por sua garganta de repente ter secado, e seu rosto começado a esquentar.

 

A pedra ônix o lembrar dos olhos dele foi exatamente o motivo que lhe fez comprá-la. E por causa da avó dele, Jeno tinha descoberto.

 

Ainda estático, surtou internamente quando o mesmo o olhou com uma sobrancelha arqueada, e abria um sorriso que só crescia à medida que ele parecia perceber que também pensava o mesmo que sua vó.

 

― Não me diga que aquele papo todo de poder da pedra era só uma desculpa. ― disse ele virando-se totalmente de lado e ficando de frente para si.

 

― Hum... C-como assim? ― se fingiu de desentendido.

 

― Você comprou esse bracelete, pensando também que essa pedra te lembra dos meus olhos? ― perguntou ele.

 

Renjun abriu a boca, pronto para contestar, mas acabou por fechá-la novamente, sem saber o que dizer. No momento, não conseguia fingir e claramente o constrangimento estava estampado em seu rosto o denunciando. Jeno depois de ter certeza que era aquilo, soltou uma risada, se ajeitando no banco, enquanto tentava se controlar.

 

― Para de rir. ― pediu emburrado, vendo que Jeno soltava uma e outra risada. ― O que é tão engraçado? Por acaso o bracelete ficou tão idiota assim pra você? ― perguntou. Só podia ser aquilo, agora Jeno sabia que pensava igual uma avó, não, a avó dele!

 

― Não, ele não é nada idiota. ― respondeu ele o olhando. ― Na verdade, acho que é o mais especial.

 

Agora sim Renjun podia levantar e avisar que iria atrás de Haechan. Tinha quase certeza que aquele frio em seu estômago tinha a capacidade de congelar todo o resto de seu corpo. Engoliu em seco, quando Jeno escorregou seu corpo pelo banco, se aproximando ainda mais, enquanto sentava colando seus corpos de lado.

 

O garoto levou sua mão até a sua, a pegando de novo e segurando. Mas Renjun a puxou de volta, envergonhado por ela novamente estar suada.

 

― Está suada. ― disse baixo.

 

― Não tem problema. ― disse Jeno, apressando-se e pegando de novo em sua mão, apoiando-as em sua perna.

 

Renjun não conseguia olhá-lo, e sua respiração ficava cada vez mais pesada, porém, não desviava seus olhos de suas mãos juntas, vendo cada mínimo movimento que ele fazia com a sua. Além de virá-la em todos os ângulos, o garoto analisava o tamanho, vendo que era fina e menor que a sua. E como já previa sua atenção também foi chamada para sua mão direita, o fazendo soltar a esquerda para segurar a outra, olhando de cenho franzido a marca em tom arroxeado, perto do polegar e indicador.

 

― O que foi isso? Você se machucou? ― perguntou ele preocupado. Renjun sorriu pequeno.

 

― Não, é apenas um sinal. ― disse simples.

 

― Que sinal interessante e... Traiçoeiro? ― perguntou rindo levemente. ― Juro que pensei que fosse um machucado.

 

― Antes eu achava bem estranho, ainda acho, a diferença é que consigo ignorar agora. ― disse, vendo o garoto entrelaçar seus dedos, o fazendo suspirar.

 

Renjun estava meio absorto e extasiado com as sensações que aquele simples contado o proporcionava. Era um pouco sufocante, pois fazia sua respiração ficar pesada, mas também o dava certo alívio, como se desejasse aquele toque há muito tempo.

 

― Renjun. ― chamou Jeno em tão baixo, enquanto virava o rosto em direção ao seu que, ainda olhava para frente. ― O que está acontecendo? ― perguntou, fazendo Renjun virar seu rosto também, consequentemente, os deixando próximos. ― Entre nós. ― continuou ele.

 

Renjun piscou os olhos algumas vezes, confuso se o respondia se desviava ou se os fechava de vez.

 

― Não sei... ― soltou meio que soprado, sussurrado. Só sabia que suas forças estavam sendo sugadas por aqueles olhos intensos o encarando.

 

― E você não quer descobrir? ― perguntou passando seus dedos de leve pela linha da mandíbula de Renjun, o fazendo fechar os olhos quando arrepios o atingiram.

 

A partir daquele momento, não lhe restava mais forças e somente assentiu. Claro que queria descobrir de uma vez por todas o que era aquele misto de sensações revirando dentro de si igual uma bola de neve. Jeno parecia sentir o mesmo, e apenas contribuía para deixá-lo ainda mais ansioso.

 

De olhos fechados, o que lhe sobrava eram as sensações. Sentia a mão dele ao lado de seu rosto, e sua respiração que se misturava a sua. Renjun entreabriu os lábios, ansiando pelo toque dos dele, e quase teve seu coração subindo pela garganta quando seus lábios se tocaram ainda superficialmente, contudo, o som de tossidas exageradas perto dali foi mais que o suficientemente para afastar-se rapidamente, a ponto de ter um ataque cardíaco.

 

Levantou-se ereto, como se tivesse ouvido o comando de um capitão do exército, e de olhos arregalados viu Haechan ainda tossindo, diminuindo aos poucos enquanto se aproximava com certo constrangimento, mas com a curiosidade brilhando em seu olhar.

 

― Eu sabia que não deveria ter voltado agora. ― comentou, enquanto coçava a nuca sem jeito. ― Mas eu posso voltar e dar mais algumas vomitadas, não tem problema! ― continuou já se virando para voltar.

 

― Não! ― disse Jeno atrás de si, enquanto se levantava o surpreendente um pouco pelo tom de voz firme e um tanto frustrado. ― Você já está aqui, e suas novas vomitadas não resolveriam o que estava prestes a acontecer. ― continuou, bufando irritado. Renjun o olhou de canto de olho, ainda surpreso por ver Jeno irritado pela primeira vez.

 

― Ain, me bate logo porra! ― respondeu com raiva e deboche escorrendo por sua boca. ― Foi sem querer, mil desculpas! ― fez gestos exagerados com as mãos, enquanto se aproximava de Renjun o puxando pelo braço. ― Agora meu querido, se me der licença, vou levar o Renjun comigo, porque agora vai rolar um showzinho e eu não posso perder essa.

 

― Show? ― perguntou Jeno confuso, enquanto acompanhava Renjun que era puxado por Haechan.

 

― Isso mesmo. Sua priminha Rose, passou toda visual rock star, de violão e tudo! Já sabe o tamanho da treta, não é? ― perguntou soltando uma risada maldosa e chegando a área da piscina, onde muitas pessoas já se aglomeravam ali, vendo Rose se posicionar no palco pequeno que tinha de frente a piscina, conversando com o garoto contratado como DJ.

 

Renjun acompanhava Haechan, que lhe puxou até o lado direito da piscina, ficando entre algumas pessoas que já começavam a dar gritinhos animados. Renjun procurou por Jeno, mas o mesmo tinha se afastado, e conversava com uma mulher que claramente estava irritada e tentava passar por ele.

 

― Quem é aquela? ― perguntou.

 

― A mãe da Rose, chata pra porra, fica proibindo a filha de cantar, por isso colocou ela pra trabalhar na cafeteria como forma de castigo, assim ela não tem tempo pra mais nada além de estudar. ― explicou Haechan.

 

― Boa noite galera! ― finalmente ouviram Rose, e Renjun ficou surpreso por finalmente vê-la feliz. ― Estou em uma corrida contra o tempo, por isso, peço apenas que vocês aproveitem o máximo tudo o que mais amam fazer em suas vidas! O tempo é curto, mas não deixa de ser emocionante, e quando fazemos o que mais gostamos, parece que a vida finalmente faz sentido. Feliz aniversário priminho, espero que gostem!

 

E acenando para o garoto DJ, Rose começou a tocar o violão, espalhando uma melodia animada, tendo ajuda do garoto para o som de outros instrumentos. Todos gritavam empolgados, apoiando à ruiva, mas Renjun não conseguia fazer outra coisa a não ser olhá-la com pena.

 

Don't know, don't know if I can do this on my own

Não sei, não sei se posso passar por tudo isso sozinha

Why do you have to leave me?

Por que ,você teve que me deixar?

It seems I'm losing something deep inside of me

Parece que estou perdendo algo, profundamente, dentro de mim

Hold on, on to me

Agarre-se em mim

Now I see, now I see

Agora eu vejo, agora eu vejo

 

Deveria ser horrível ser privado de fazer algo que gostasse muito, ao ponto de pensar que sua vida só ganhava sentido em estar fazendo aquilo. E agora, olhando para Rose cantando naquele pequeno palco, podia ver que aquilo era realmente o que ela mais gostava de fazer. Costumava vê-la sempre irritada e com uma expressão frustrada no rosto, e naquele momento, ela simplesmente estava radiante de alegria.

 

Everybody hurts some days

Todo mundo se machuca às vezes

It's okay to be afraid

Está tudo bem em sentir medo

Everybody hurts, everybody screams

Todo mundo se machuca, todo mundo grita

Everybody feels this way, and it's okay

Todos se sentem dessa forma, e está tudo bem

La da da da da, it's okay

La ra ra ra ra, está tudo bem

 

Renjun sentiu o pequeno sorriso que tinha aparecido em seus lábios, por ver Rose feliz enquanto cantava sumir aos poucos, quando recebeu o baque de que, aquelas palavras cantadas pareciam ser como flechas atiradas em si.

 

It feels that nothing really matters anymore

Parece que nada, realmente, importa mais

When you're gone I can't breathe

Quando você vai embora, não consigo respira

And I know you never meant to make me feel this way

E eu sei que você nunca teve a intenção de me fazer sentir desse jeito

This can't be happening

Isso não pode está acontecendo

Now I see, now I see

Agora eu vejo, agora eu vejo

 

Olhou para Haechan ao seu lado, e a expressão triste dele lhe fez perceber que não era o único que sentia que a letra da musica falava diretamente consigo. Algumas pessoas também pareciam sentir aquilo, mas ainda havia uma maior parte que apenas sorria e apenas curtia a musica, como se estivessem bem.

 

So many questions, so much on my mind

Tantas perguntas, tanta coisa em minha cabeça

So many answers I can't find

Muitas respostas que não consigo encontrar

Wish I could turn back that time

Desejo poder voltar naquele tempo

I wonder why

Quero saber porque

 

 

Renjun começava a sentir sua cabeça girar, ainda tinha tantas perguntas, tanta coisa em sua cabeça, mas nunca encontrou as respostas. Sicheng e todos que pensou serem seus amigos simplesmente se recusaram a lhe explicar o que verdadeiramente tinha acontecido. Todos o ignoraram, o deixando desesperado, como se apenas tivesse tido um pesadelo, e no dia seguindo parecesse um louco atrás de respostas ― respostas essas que nunca conseguiu, pois todos fingiram que realmente se tratava de um pesadelo, e que nada tinha acontecido.

 

Everbody hurts some days

Todo mundo se machuca às vezes

Yeah, we all feel pain (It's okay)

Sim, Todos sentimos dor (está tudo bem)

Everybody feels this way

Todos se sentem dessa forma

But it'll be okay (some days)

Mas vai ficar tudo bem (às vezes)

Can't somebody take me away to a better place?

Alguém pode me levar pra algum lugar melhor?

Everybody feels this way

Todos se sentem dessa forma

 

Era a segunda vez naquela noite em que era bombardeado com lembranças que lutava todos os dias para esquecer. O que era pra ser um momento onde deveria apreciar a voz e melodia da música acabou por se tornar o gatilho para novamente estar remoendo aquelas malditas lembranças. Sentia um bolo se formar em sua garganta e seus olhos lacrimejarem; será que nunca teria paz?

 

O pior de tudo era que sentia como se a música soasse como um consolo, como se alguém passasse a mão em sua cabeça e dissesse que não era somente ele que tinha problemas, que chorava que gritava. Todos se machucavam um dia, mas estava tudo bem, ficaria tudo bem, tinha que ficar bem.

 

Ouviu Haechan fungando ao seu lado, e quando desviou seus olhos para ele, o garoto já terminava de limpar o rosto por onde algumas lágrimas desceram. Haechan forçou uma risada debochada e revirou os olhos.

 

― Essa foi a música mais horrível que já ouvi em minha vida! ― disse tentando se manter firme, e lançando um último olhar para Renjun, se afastou, passando entre as pessoas que se moviam de acordo com a música.

 

Renjun se perguntou se Haechan passava por tantos problemas também, ou se ele estava muito machucado com algo para chegar ao ponto de não conseguir segurar suas lágrimas. Instintivamente, procurou Mark com os olhos, mas não conseguiu o avistar em lugar nenhum. Contudo, acabou por encontrar alguém familiar, perto das mesas de doces, junto ao senhor Lee. Aquela senhora tinha certeza que já tinha há visto em algum lugar, mas qual?

 

Franziu o cenho, olhando para a água da piscina perto de si que ondulava lentamente por conta do vento, e buscou em suas lembranças onde tinha visto aquela mulher. E logo como se fosse uma lâmpada acendendo acima de sua cabeça, lembrou-se daquela senhora que o ajudou a se acalmar no hospital, quando sua mãe foi internada e não conseguiu entrar para vê-la porque não estava com seus documentos.

 

Renjun saiu de seus devaneios quando todos começaram a aplaudir soltando assobios e gritando, quando Rose terminou de cantar. Haechan apareceu novamente junto de Jaemin que aplaudia também animado.

 

Virou-se novamente para trás observando aquela senhora ao lado do senhor Lee. Então, ela poderia ser a esposa dele e vó de Jeno? Sorriu incrédulo, era muita coincidência mesmo, ou talvez, era só o destino de novo brincando consigo.

 

E, enquanto ainda estava distraído olhando para aquela senhora, ouviu o nome de Jeno ser chamado para ir ao palco dizer algumas palavras, mas quando se virou novamente para procurá-lo, foi pego desprevenido com a agitação das pessoas atrás e do seu lado lhe empurrando para tentar ver melhor. Sentiu-se como se estivesse em uma corda bamba sem conseguir se firmar direito, e a partir desse momento, tudo ficou confuso, resultando em um empurrão leve, mas o suficiente para lhe fazer topar com a borda da piscina.

 

Instintivamente esticou o braço, agarrando na roupa de alguém próximo para tentar recuperar seu equilíbrio, mas assim que sentiu a resistência da mesma em lhe ajudar, olhou rapidamente para ela, encontrando Jaemin, exatamente quem menos esperava. O garoto com a expressão fechada e olhar intimidador se afastou abruptamente, fazendo seus dedos se soltarem da manga da camisa dele e seu corpo ir diretamente para dentro da piscina.

 

Renjun viu um sorriso de lado aparecer nos lábios dele, enquanto parecia cair em câmera lenta, só teve tempo de fechar os olhos quando sentiu o baque de seu corpo contra a água. A pressão da água contra seus ouvidos o deixava desnorteado, enquanto balançava as pernas e os braços, tentando voltar de qualquer jeito. Quando sentiu a ponta de seus pés alcançando o fundo, foi como se fosse sua salvação ― e realmente era, pois nunca aprendeu a nadar ― e conseguiu voltar com dificuldade. 

 

Renjun voltou a respirar de forma ofegante, e logo tratou de tirar sua franja de cima de seus olhos, os abrindo assustado. Todos o encaravam com expressões de surpresa, incredulidade, deboche e alguns nem conseguiam controlar os risos. Sentia o desespero começando a lhe invadir aos poucos por novamente ser o centro das atenções em uma festa, e também por ser de forma ruim.

 

Por quê? Por que sempre acontecia consigo? E quando ouviu Jeno o chamar, enquanto saia do palco, sentiu vontade de chorar, de gritar de raiva de sumir do planeta e nunca mais voltar, como se sua existência realmente não importasse.

 

― Renjun! Vem eu ajudo você. ― e quando ouviu Jaemin o chamando, o olhou incrédulo. O garoto estava agachado na borda da piscina e lhe estendia a mão, como se quisesse o ajudar.

 

Sentiu uma raiva e indignação crescendo dentro de si, enquanto olhava para a expressão fingida de preocupação que ele fazia. Como ele conseguia ser tão falso? Odiava pessoas daquele jeito. Jaemin praticamente lhe empurrou para dentro da piscina, e agora estava ali fingindo que queria lhe ajudar.

 

Com apenas a ponta dos pés conseguindo alcançar o fundo, seguiu com dificuldade até ele, e segurou com força em sua mão o puxando para dentro da piscina. Todos soltaram uma exclamação de surpresa, e agora era Jeno que estava na borda da piscina o chamando. Mas Renjun o ignorou, ignorou todos, apenas mantendo sua atenção em Jaemin que voltava a superfície da água. O garoto jogou o cabelo molhado para trás, mostrando sua verdadeira expressão de completa raiva.  

 

― Você ficou maluco? ― exclamou ele.

 

― Deixa de ser fingido. Você fez de propósito! ― disse com raiva.

 

― Eu caí na água de propósito? ― perguntou debochado, enquanto apontava o dedo para si próprio.

 

― Você sabe do que estou falando. Você me empurrou de propósito! ― disse o empurrando pelo ombro.

 

― Renjun, para com isso, vamos resolver isso em outro lugar. Jaemin, vamos! ― dizia Jeno, mas nenhum dos garotos sequer olharam para ele.

 

― Deixa eles se entenderem. ― disse Mark ao lado de Jeno, enquanto tinha os braços cruzados e um olhar curioso.

 

― Mas você é um idiota mesmo, não é Mark. ― disse Haechan ficando ao outro lado de Jeno vendo os dois garotos ainda discutirem na água. ― Está pensando que isso é uma luta estilo gladiador pra você assistir tudo de camarote? ― perguntou fazendo Mark o lançar um sorriso discreto para si. ― Renjun, depois você acaba com o Jaemin, agora vamos! ― chamou alto.

 

― Eu não vou perder meu tempo com você. ― disse Jaemin se afastando para sair, mas Renjun o segurou pelo braço.

 

― Não, você me deve desculpas. ― disse firme.

 

― Eu não te devo nada, me solta! ― disse puxando seu braço da mão de Renjun, mas o mesmo voltou a segurá-lo o deixando mais irritado.

 

― Eu não vou deixar você sair enquanto não me pedir desculpas! ― exclamou com a respiração agora ofegante por causa da raiva.

 

― Pois sinto muito, mas você vai ficar esperando para o resto da vida! ― avisou e não mediu esforço quando empurrou Renjun com força, o fazendo cair na água e afundar por segundos.

 

Todos que assistiam o desenrolar da cena sorriam animados, enquanto usavam seus celulares para gravar. Jeno e Haechan continuavam a chamar os dois garotos e pedirem para pararem com aquilo. Jeno não estava preocupado pela confusão causada em seu aniversário, mas sim quando seus pais chegassem ali e tivessem que tomar providências que não gostaria nenhum pouco.

 

Jaemin que seguia até Jeno ― esse que tinha sua mão estendida para o ajudar a sair da piscina ― foi surpreendido por Renjun que pulou em suas costas fazendo os dois afundar e expirar água nos que estavam ali perto.

 

― Caraca! Agora eles passaram dos limites! ― reclamou Haechan irritado, enquanto torcia um pedaço de sua camisa que tinha molhado.

 

― Mark, por favor, faz alguma coisa! ― pediu Dahyun que já estava agoniada vendo os dois garotos tentando afogar um ao outro.

 

― Eu não tenho nada a ver com isso. ― respondeu sério, mas não deixava o sorriso que se mantinha ali no canto de seus lábios.

 

Haechan revirou os olhos, após ouvir as palavras do loiro, claro, era típico do jeitinho egoísta dele. Avistou os pais de Jeno tentando passar pela multidão que tinha se formado, e a senhora Lee já gritava perguntando o que estava acontecendo. Arregalou os olhos, olhando de Renjun ― que naquele momento estava sendo afogado por Jaemin ― para Jeno.

 

― Fim da brincadeira, seus pais estão vindo aí. ― avisou já tirando seus tênis. Jeno arregalou os olhos se levantando.

 

Haechan pulou na piscina chegando rápido aos dois garotos por saber nadar e segurou Renjun que no momento, estava muito irritado e tentava se soltar de todo Jeito, enquanto gritava que Jaemin fez de propósito e que deveria se desculpar. Jaemin também não ajudava e chamava Renjun de louco, segurando nos braços dele para tentar o afogar de novo, enquanto Renjun o estapeava no peito e ombros.

 

― Jeno, preciso de uma ajudinha! ― gritou Haechan que não conseguia separar os dois garotos.

 

Jeno que já tinha tirado os tênis e terminava de tirar também a jaqueta, pulou na água, nadando rápido até Jaemin que não largava de jeito nenhum Renjun.

 

― Já chega Jaemin! ― mandou o puxando pelos braços e o tirando de perto de Renjun.

 

― É esse louco Jeno, eu não tenho culpa de nada! ― exclamou agora apenas olhando irritado para Renjun que ainda tentava se soltar de Haechan.

 

― Seu mentiroso! ― gritou Renjun com o rosto vermelho.

 

― Renjun se acalma! ― mandou Jeno, vendo o garoto totalmente inconformado.

 

Haechan aproveitou que Renjun se distraiu com Jeno, e o segurou por trás, dando uma chave de braço no garoto.

 

― Me ouve! ― pediu próximo ao ouvido dele. ― Depois você mata o Jaemin, mas agora precisamos ir, os pais do Jeno estão chegando e vão nos expulsar iguais dois cachorros de rua. ― explicou logo soltando Renjun que o olhou assustado. ― E eu não quero pagar mico mais do que já estou pagando.

 

Renjun olhou ao redor, finalmente percebendo o que tinha causado. Culpa e arrependimento o atingiram em cheio, o fazendo olhar receoso para Jeno ― esse que apenas o olhava sério. Renjun abaixou a cabeça, sentindo-se ainda mais mal por causa daquele olhar inexpressivo em sua direção.

 

Sentiu Haechan o puxar até a borda da piscina e sair para logo o ajudar também. O garoto pegou seus tênis rapidamente e o puxou pelo braço para saírem dali, enquanto passava por Mark e tombava seu ombro no dele, soltando um adeus babaca.

 

Seguiram apressados, tentando passar despercebidos entre as pessoas e não chamarem a atenção dos pais de Jeno que naquele momento, já tinham o alcançado e o questionava na beira da piscina.

 

Renjun apenas seguia Haechan, totalmente desnorteado e sem força nas pernas, o que quase o fazia cair algumas vezes. Haechan não passou por dentro da casa, mas sim o levou em outra direção, passando por outra parte do jardim e saindo pela lateral da casa.

 

― E-eu estraguei tudo. ― comentou subindo alguns degraus de pedra escura para outra parte mais alta do jardim.

 

― Que nada, você fez foi animar. Aquilo nem é pra ser chamado de festa, estava muito entediante. ― disse Haechan.

 

― O Jeno vai me odiar agora. ― dizia preocupado.

 

― Duvido alguns minutos antes ele estava quase te beijando! ― disse alto e rindo.

 

Renjun, definitivamente, não estava se sentindo bem. Fez uma tremenda besteira por não conseguir se controlar em relação à Jaemin. Mas sentiu-se tão indignado, por saber que ele fez com que caísse na piscina e depois, oferecesse ajuda como se não tivesse feito nada. Não queria mais ser idiota, não queria mais abaixar a cabeça e ficar calado para aquele tipo de pessoa. Não deixaria mais ninguém pisar em si.

 

Enquanto corriam pelo jardim em direção ao portão que não estava tão longe, os dois garotos foram surpreendidos por latidos que se aproximavam cada vez mais deles. Renjun olhou para o lado, vendo um tufo de pelo branco correndo em sua direção. Arregalou os olhos, sentindo o coração acelerar dentro do peito, por reconhecer Snow.

 

― Ai meu Deus! ― exclamou Haechan desesperado quando o cachorro os abordou e passou a latir ainda mais.

 

Renjun nem conseguia dar um passo, e ficou estático, enquanto Haechan tentava afastar o cachorro balançando os tênis na direção dele.

 

― Sai! Sai cachorro! ― gritava fazendo o cachorro dar voltas ao redor deles, ainda latindo.

 

E para aumentar o desespero dos dois, Snow pulou mordendo um dos tênis que Haechan segurava, o fazendo soltar um grito, e começando um cabo de guerra com ele, enquanto cada um puxava de um lado.

 

― Cachorro!! ― gritou ainda mais alto, dando leves passos com a força que Snow aplicava para puxá-lo. ― Renjun me ajuda! ― pediu.

 

Renjun apenas ficava ainda mais nervoso vendo que a situação saia de controle. Perdendo o resto das forças que tinha nas pernas, caiu sentado na grama e imediatamente a atenção de Snow passou para si, o fazendo largar o tênis e ir para cima o cheirando e lambendo aonde podia. Renjun tinha os olhos fechados, praticamente paralisado de medo, enquanto sentia que a qualquer momento iria voltar a sentir a dor das mordias espalhadas por suas pernas e braços.

 

― Snow! ― mas de repente, ouviram a voz de Jeno ainda distante, e Haechan viu o garoto correndo ainda descalço em sua direção.

 

Assim que Snow ouviu seu nome, o mesmo deixou Renjun e saiu em disparada até Jeno que o acariciou um pouco antes de voltar a caminhar até os dois.

 

― Jeno tira esse cachorro daqui, olha o estado do Renjun. ― disse Haechan assustado.

 

Jeno tomou um dos tênis de Haechan e jogou o mais longe que conseguiu, fazendo Snow correr a toda velocidade atrás do calçado. Haechan abriu a boca, indignado.

 

― Eu não acredito! ― exclamou irritado. ― Você vai me dar outro par de tênis, está ouvindo Jeno? ― perguntou, mas Jeno apenas o ignorou.

 

― Renjun. ― disse calmo, se agachando em sua frente. Renjun abriu os olhos, procurando por Snow. ― Está tudo bem, ele está distraído. ― tentou o acalmar.

 

― E muito bem distraído. Com meu tênis! Meu tênis! ― Haechan continuava a dizer inconformado.

 

― Jeno, me desculpa. ― pediu sentindo o choro subir pela garganta. ― Eu estraguei sua festa.

 

― Eu já disse que você apenas animou. ― disse Haechan de braços cruzados ainda olhando Snow correr com seu tênis na boca por aí.

 

― Está tudo bem agora. Depois que você saiu, minha mãe levou Jaemin para dentro e as coisas voltaram ao normal. ― disse e Renjun suspirou aliviado.

 

― Mesmo assim, eu fui um idiota. Eu não consegui me controlar. Eu juro Jeno, eu só fiquei com raiva porque o... ― calou-se, quando percebeu que falaria mal do amigo dele.

 

― O quê? ― perguntou ele.

 

― Nada, acho que me precipitei e achei que o Jaemin tinha me empurrado para a piscina. ― mentiu. Talvez, fosse melhor assim, por enquanto.

 

― Foi um mal entendido, está tudo bem. ― disse segurando em sua mão. ― Vem. ― pediu o ajudando a se levantar.

 

― É sério Jeno, seu cachorro é muito folgado, não existe mais tênis, agora só um farrapo. ― continuou Haechan.

 

― Vocês precisam se secar. ― avisou ele.

 

― Realmente. ― concordou Haechan.

 

― Não, eu vou pra casa. ― disse Renjun.

 

― Tem certeza? ― perguntou Jeno.

 

― Tenho, não posso mais ficar depois do que aconteceu. ― continuou.

 

― Então vou mandar o motorista te levar. ― disse.

 

― Não, eu vou pegar um táxi. ― disse.

 

― Renjun, não precisa, eu posso mandar o... ― Jeno foi interrompido.

 

― Obrigado, mas eu vou de táxi mesmo, não quero mais incomodar. ― insistiu.

 

― Não é incomodo nenhum. ― disse Jeno.

 

― Basta! Eu vou com ele e pronto! Pra mim já deu também! ― exclamou Haechan.

 

Jeno ficou um pouco pensativo, mas concordou com a cabeça. Pediu para que tomasse cuidado e avisar quando tivessem chegado em casa. Renjun se desculpou mais uma vez, antes de ser novamente puxado por Haechan, não demorando em saírem pelo portão. Caminhavam em silêncio pela calçada, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Mas não demorou muito, Renjun assustou-se quando do nada Haechan começou a gargalhar.

 

Olhou de forma curiosa para o garoto que, lhe deu um leve empurrão pelo ombro, como se quisesse que acompanhasse ele.

 

― Do que está rindo? ― perguntou curioso.

 

― Da nossa situação! Olha como estamos molhados, e eu ainda tive uma briga com um cachorro que no final acabou ganhando. E é tudo culpa sua. ― disse agora com apenas um sorriso. Renjun se sentiu ainda mais culpado, tinha seus tênis, mesmo que molhados, mas Haechan apenas tinha um na mão. ― Jaemin te empurrou mesmo? ― quis saber.

 

― Sim. ― murmurou.

 

― Ele deve estar com ciúmes. ― concluiu. ― Espera, não vamos de táxi?

 

― Quem vai querer nos levar todo molhado desse jeito, além do mais, o dinheiro está todo molhado também. ― disse cabisbaixo.

 

― Porra! Como não percebi isso? ― disse indignado. ― Mas tudo bem, eu te acompanho até sua casa, vai ser de boa. Uma caminhada para perder algumas calorias é sempre bem vinda. ― disse e Renjun o olhou atento.

 

― E você, já está se sentindo bem? ― perguntou.

 

― Depois de tirar você daquela briga e ainda entrar em outra com um cachorro? Sim, estou ótimo! ― respondeu. ― Agora só faltava uma cervejinha pra terminar essa noite. ― disse pensativo. Renjun arqueou uma sobrancelha.

 

― Você não deveria beber? ― disse.

 

― Ah, me erra! Só porque sou menor de idade? Isso não me impede de fazer o que quero. ― disse convicto e logo se abraçou soltando um gritinho quando um vento frio os atingiu.

 

Renjun também estremeceu de frio e concluiu que dali até sua casa, morreria de hipotermia. Sua roupa estava molhada e o dava a sensação que seu corpo estava mais pesado. Abraçou-se a si mesmo continuando a caminhar pelas ruas já desertas ainda do bairro de Jeno. Contudo, um carro surgiu ao seu lado, o fazendo aumentar os passos e ficar nervoso, mas logo o vidro fumê desceu revelando Mark no banco ao lado do motorista.

 

Renjun parou surpreso pela presença dele e ouviu um suspiro por parte de Haechan. As portas do carro foram destravadas e Mark saiu do carro.

 

― Entrem, vou levá-los para casa. ― disse sério.

 

― E quem disse que a gente precisa de carona? ― perguntou Haechan cruzando os braços.

 

― Eu disse. ― respondeu lançando um olhar afiado para ele. ― Entrem logo ou vou ter que colocar vocês. ― avisou ele. Renjun engoliu em seco, Mark sabia ser ameaçador quando queria.

 

― Mark, vamos molhar o... ― começou Renjun, mas foi interrompido.

 

― Não importa. ― disse abrindo a porta de trás. ― Só entrem logo. ― mandou.

 

Renjun lançou um olhar hesitante para Haechan, fazendo o garoto bufar frustrado, mas logo passou por si entrando rápido no banco de trás. Renjun olhou para Mark que continuava a lhe olhar sério, então seguiu Haechan entrando também. O loiro voltou para o bando da frente logo fechando a porta, onde todas foram novamente travadas e o ar quente ligado.

 

― Vamos levar primeiro Renjun. ― disse ao motorista ao seu lado que somente assentiu.

 

Renjun não disse nada além de seu endereço. A tensão dentro do carro era palpável, então decidiu ficar em silêncio. Não demorou muito em chegar em sua casa, e ficou aliviado, mas ao mesmo tempo sabia o que viria quando seus pais o vissem naquele estado. Se despediu de Haechan ― esse que lhe passou seu número, dizendo que se precisasse de algo era para avisá-lo ― e saiu do carro.

 

Renjun parou ao lado da janela onde Mark estava e o loiro abaixou o vidro o olhando.

 

― Obrigado pela carona. ― disse e ele somente assentiu, não demorando em sair.

 

Renjun caminhou até a porta de sua casa e respirou fundo antes de abri-la.

 

...

 

 

A quatro quarteirões de distancia da casa de Renjun, o carro com Mark e Haechan seguia em direção à casa do mais novo. Haechan apenas suspirava de vez em quando, sempre olhando pelo vidro do carro. Estava cansado, mas não conseguia relaxar, não sentindo o olhar fixo do loiro pelo espelho retrovisor fixado no centro do vidro frontal.

 

― Para o carro. ― mandou Mark ao motorista que logo obedeceu.

 

Haechan o viu estender algumas notas ao motorista ― esse que parecia igualmente confuso.

 

― Eu sigo daqui. ― avisou ele.

 

― Mas senhor... ― começou o motorista, mas logo foi interrompido.

 

― Estou te liberando mais cedo. Pegue um táxi e vá para casa. ― mandou.

 

O homem não voltou mais a questionar e pegou o dinheiro não demorando a sair do carro. Haechan olhava tudo confuso, e franziu o cenho vendo Mark passar para o banco do motorista.

 

― O que você está aprontando? ― perguntou desconfiado.

 

― Nada, apenas vou te levar para casa. ― disse simples, voltando a travar as portas e dar partida no carro, seguindo em alta velocidade.

 

Haechan engoliu em seco, sabendo que Mark planejava algo, além do mais, nunca confiava quando ele dirigia apesar do mesmo dirigir muito bem.

 


Notas Finais


TAMTAMTAM!!

Ops, parece que não foi dessa vez de novo para NoRen hehehe mas a hora deles vai chegar, não se preocupem!

Tivemos mais da presença do Haechan, e agora sabemos que ele é mais doidinho do que aparenta, entre muitas outras coisas que ainda não sabemos.

Mark só na dele, mas se move mais quando o assunto é Haechan.

Jaemin e Renjun dando show depois da Rose ashuashuashua e sim gente, os pais dela são daquele jeito mesmo, assim como acontece muito na Coreia do sul entre outros lugares também, acho... ashuashuashua

O que será que o Mark está aprontando, hein?
Alguma ideia?

Bom, vou ficando por aqui!
Venham me dizer o que acharam nos coments!
Até o próximo!

XOXO


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