Onde eu vou arrumar o dinheiro?
Essa pergunta não parava de bombear meus pensamentos enquanto eu estava sentado naquele banco. Não sei ao certo quanto tempo eu fiquei ali, mas única coisa que eu sabia é que era inútil permanecer ali.
Olhar todos aqueles ônibus passando por ali me fazia sentir vontade de entrar em um que vá para bem longe, mas ele já me achou uma vez, com certeza ele vai me achar de novo. Comecei a caminhar lentamente no caminho que levava à minha casa afinal de nada adiantaria eu ficar enrolando para voltar, como se o dinheiro fosse cair do céu.
Faltavam poucos quarteirões até a minha casa, senti minhas pernas vacilarem, era como se meu corpo implorasse a mim mesmo que não fosse, mas eu não tenho escolha. Voltei a caminhar em direção à minha casa, em passos lentos até ouvir meu nome ser chamado, me retirando de meus devaneios.
- Oi ... – Eu respondi meio duvidoso, afinal, o que a mãe do Liam iria querer comigo?
- Eu disse seu nome certo? Louie? – Ela disse enquanto mexia em uma de suas plantas.
- Não. É Louis. – Eu disse sorrindo sem jeito.
- Oh perdão. Será que você poderia me ajudar, Louis? – Ela perguntou, pronunciando meu nome devagar me fazendo rir.
- Claro, mas eu nunca fiz isso. Minha mãe que costumava cuidar das plantas, as minhas sempre morriam. – Eu disso enquanto andava em direção à ela.
- Então eu acho melhor você só regá-las. Elas demoraram muito para crescer então é melhor não arriscar. – Ela disse me entregando a mangueira com cautela, fazendo uma falsa careta de medo o que me fez rir.
Gostei dela.
- O Liam deveria ser seu amigo. – Ela disse aleatoriamente durante nossa conversa sobre abelhas.
- Não acho que daria certo. Eu e ele pertencemos a mundos diferentes. – Eu disse sem encara-la.
- Vocês são vizinhos não tem nem espaço o suficiente para dois mundos aqui. – Ela disse com sarcasmo.
- Não é isso. – Eu disse sorrindo. – Ele anda com pessoas diferentes de mim.
- Você deveria ver o tipo de pessoas ele traz aqui. Depois eu que sou a louca da família. – Ela disse enquanto cavava envolta de uma planta logo me pedindo para molhar ali.
Algum tempo depois já tínhamos acabado e ela havia feito um pequeno lanche para comermos no jardim, estava delicioso.
- Quer mais um? – Ela perguntou. Minha cabeça gritava que sim, mas eu a balancei negativamente.
- Posso te fazer uma pergunta? – Ela disse depois de vários minutos em silêncio, acendi para ela. – Seu pai é violento com você? – Ela completou me encarando. Assim que aquelas palavras saíram da boca dela meu corpo todo tencionou. – Você não precisa responder me desculpe e-é que dá pra escutar as vezes. – Ela continuou com cautela ainda me encarando, como se analisasse cada canto do meu rosto.
- N-não tudo bem. – Eu disse logo depois respirando fundo. – E-ele é policial então as vezes ele perde o controle. – Eu disse desviando o olhar dela.
- Perde o controle com você? – Ela perguntou com um tom de voz preocupado.
- Louis? – Uma voz vinda de trás de nós surgiu antes que eu pudesse responde-la. Me arrependi no segundo seguinte de quando me virei. Era Jared, parado com um falso sorriso no rosto, tópico dele. – Desde que horas você está aqui?
- Ele estava voltando para casa e eu pedi para que ele me ajudasse, deve fazer duas, três horas no máximo. Não foi culpa dele. – Ela disse rápido, antes mesmo em que eu pensasse em algo.
- Oh tudo bem então, agora porque você não se despede da Sra. Payne e me acompanha em? Que tal? – Jared disse ainda com um sorriso que parecia pronto para se desfazer a qualquer momento. Acendi com a cabeça e me despedi dela com um simples aceno com a mão, meu corpo tremia então eu não podia confirmar na minha voz.
Caminhei ao lado dele na calçada que parecia ter quilômetros ao invés de apenas alguns passos. Ele não me encarou em momento nenhum até a chegada na porta e eu sabia o que isso significava, ele estava com raiva. Assim que ele abriu a porta e entramos meus olhos passaram pela casa em busca da minha avó que passa a maior parte do tempo na sala ou na cozinha, mas ela não estava lá. Senti uma pontada no meu coração. Me virei para Jared que estava com as costas apoiadas na parede e os braços cruzados. No seu rosto um sorriso dançava, mas não o mesmo sorriso de antes, esse era mais ... Assustador.
- O-onde está a minha avó? – Minha voz saiu baixa.
- Você não ficou sabendo? Seu avô ficou doente e ela teve que voltar as presas para Doncaster. – Ele deu uma pausa. - Agora somos só eu e você Louis, sozinhos de novo.
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