- Eu juro que não foi eu que contei. – Patrick falou levantando as mãos em sinal de rendição.
- Para de ser trouxa, Patrick. – falei rindo. – Eu não sou lésbica, maninha. – falei e ela fez uma careta.
- Não me chame de maninha, as pessoas vão pensar que nós somos amigas. – ela falou e eu ri.
- Tudo bem maninha, não vou mais te chamar de maninha.
- Ai, como você é chata. – ela falou revirando os olhos.
- Ei, eu tenho uma noticia para você. – falei e ela começou a mexer no celular. – Jéssica.
- Fala. – ela disse sem tirar o olho do seu celular.
- Eu encontrei a Demi Lovato. – ela me olhou rapidamente e eu ri. – Eu tava na praia tirando fotos, e um cara, Wilmer era o nome dele, ele veio me pedir para parar de tirar fotos dele, mas eu não tava tirando fotos deles, ai a Demi apareceu. – falei dando de ombros.
- Me diz que você pediu um autografo. – ela falou animada.
- Bem que eu poderia ter pedido, mas ela ia pensar que nós somos amigas. – falei piscando para ela.
- Idiota. – ela falou e eu ri.
Um garçom, muito bonito por sinal, veio servir nosso jantar. Terminei de comer e sai com Patrick, fomos para a varanda do restaurante. Fechei meus olhos e deixei o vento fraco bater em meu rosto.
- Aqui é muito lindo. – Patrick falou me abraçando de lado e se escorando na grade.
- Los Angeles é uma cidade linda. – falei deitando minha cabeça em seu ombro.
- Sim, e mesmo assim você quer se mudar para Nova Iorque. – ele falou e eu olhei para ele.
- Você sabe que eu amo Nova Iorque desde criança, sempre foi um sonho me mudar para lá.
- Eu sei, é que eu não quero ficar longe de você. – ele falou virando o rosto para mim. Seus olhos estavam brilhantes, mais do que o normal, ele estava chorando.
- Nós vamos dar um jeito, vamos nos falar todos os dias, eu vou vir te visitar sempre que puder, e você também pode ir. – falei e o puxei para um abraço. – Você pode ir comigo, por que você não vai morar lá também? Nós podemos dividir um apartamento. – falei e ele sorriu fraco.
- Minha vida ta toda aqui, Emily. Eu não posso ir embora, eu tenho um trabalho aqui.
- Eu também tenho minha vida aqui, mas eu vou embora, você pode ir junto. Às vezes temos que recomeçar, e por que não recomeçar em Nova Iorque?
- Emily, para você é mais fácil. Você vai terminar a faculdade e pode conseguir um trabalho num piscar de olhos, você pode trabalhar com o seu pai mesmo. Eu não, eu já terminei os estudos, eu já tenho um trabalho.
- Pat, por favor, você sabe que esse não é o problema, dinheiro não é problema nem para mim e nem para você.
- Eu sei, mas eu não quero deixar minha família para trás, minha mãe precisa de mim, Emily, meus irmãos precisam de mim. – O pai do Patrick morreu quando ele tinha 15 anos, hoje ele tem 22 e é o mais velho da família, a mãe dele tinha câncer e por um bom tempo foi ele quem cuidou dos irmãos, ele tem dois irmãos mais novos, eles tem 13 anos hoje e sim, eles são gêmeos.
- Pat, sua mãe está melhor, seus irmãos estão grandes, ano que vem eles já vão estar com 14 anos e eles sabem se cuidar. – falei olhando para ele.
- Eu não sei Emily. Eu tenho medo que o câncer da minha mãe volte e eu não esteja aqui para ajudar.
- Você estando aqui ou não, não vai mudar nada. Se o câncer tiver que voltar ele vai voltar, e você não poderá impedir. Qualquer coisa é só pegar um avião, Pat. – falei segurando seu rosto.
- Eu não sei Emily. Eu prometo que vou pensar no assunto, mas por enquanto vamos deixar assim. – ele falou e eu concordei.
- Tudo bem. – falei e o abracei. – Vamos embora?
- Vamos. – ele falou e eu peguei em sua mão. Entramos novamente no restaurante e eu fui em direção ao meu pai.
- Pai, nós vamos indo, tudo bem? – sussurrei em seu ouvido e ele assentiu.
- Leve a sua irmã, não sei que horas nós vamos embora. – ele falou sorrindo.
- Tudo bem, vamos Jéssica. – a chamei e ela se levantou, nos despedimos de todos e saímos. Entramos no carro de Pat e ele nos levou até em casa. – Fica? – pedi assim que ele parou o carro em frente a nossa casa.
- Tudo bem, vou ligar para a minha mãe. – ele falou e eu sorri. Ele estacionou o carro na garagem e nós descemos, Jéssica correu para o seu quarto e eu fui para o meu com Patrick. Coloquei um pijama e me deitei. Patrick tirou o terno e deitou ao meu lado, sim gente ele tava só de cueca boxer, babem invejosas, tudo bem, parei, ele é meu melhor amigo. Ele me abraçou e eu me aconcheguei em seu colo, adormecendo logo em seguida.
Acordei com batidas na porta, levantei devagar e notei que Pat ainda dormia, tentei não fazer muito barulho o que não deu muito certo porque eu acabei tropeçando no meu próprio pé e acabei caindo.
- O que foi isso? – Patrick levantou assustado.
- Não foi nada. – falei me levantando. Abri a porta e encontrei Jéssica chorando agarrada ao celular. – O que aconteceu? – perguntei preocupada.
- O..o...o pai. – ela falou soluçando.
- Calma. – olhei para minha irmã ali, tão frágil, e mesmo que esse não seja um ato que eu costume fazer com muita frequência, a única coisa que eu tive capacidade foi de abraça-la, eu só queria mostrar para ela que eu estava ali, dizer que ela não estava sozinha e que ela podia contar comigo para o que precisasse. – Pat, busque um copo de água. – falei e ele saiu correndo em direção à cozinha, caminhei em direção à minha cama, sem largar Jéssica um minuto. Logo Pat voltou com a água, ela tomou e se acalmou um pouco. – Pronto, agora me diga o que está acontecendo. – falei secando suas lágrimas.
- O pai e mãe estão no hospital. – ela falou e eu comecei a respirar com dificuldade. – Eu recebi um telefonema, a mãe da minha amiga trabalha lá e ela me ligou agora, ela disse que eles chegaram não faz muito tempo e que o papai precisa fazer uma cirurgia urgente.
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