Houston Parker
Abri vagarosamente meus olhos enquanto a luz começou a preenchê-los. Demorei um tempo para tomar consciência e perceber que eu estava na cama de Justin. Dei um tapa em minha testa quando me lembrei de que Justin dormiu no sofá para eu poder dormir confortavelmente em sua cama, me dando um sentimento de culpa ao máximo.
Sentei-me no colchão felpudo e olhei ao redor. Seu quarto parecia tão vazio, igual como ao resto do apartamento. Poucas cômodas, poucos detalhes e muito espaço. Bocejei e me levantei antes que eu matasse mais tempo. Desamassei um pouco a blusa que ele me emprestou que parecia mais um vestido em mim e fui até o banheiro que ficava no canto da parede, a entrada tampada só por um único tecido grosso. Lavei o rosto com toda a preguiça do mundo e o sequei logo depois. Quando voltei para o quarto, comecei a sentir um cheiro bom de algo cozinhando, dando-me uma enorme fome.
-Bom dia dorminhoca. –Justin sorriu para mim assim que entrei na pequena cozinha.
Cocei a cabeça ao olhar para toda aquela comida no balcão.
-Eu não sabia se você comia de manhã ou não, então convidei o Dylan e o Colton. Eles eu sei que comem.
Justin riu de um jeito que me fez rir também.
-Ah tudo bem. Eu até como, mas acho que essa comida toda podia servir várias crianças na África.
Ele fechou a sua expressão enquanto tirava a ultima panqueca da frigideira e colocava no prato.
-Calma, eu gostei mas...
-Eu entendi. –sorriu confortavelmente.
Encostei-me na parede fria sem saber direito o que fazer. Ficamos um tempo em silencio até que a campainha tocou, me dando um pequeno susto.
-Você pode abrir pra mim? Devem ser eles.
Concordei com a cabeça com um pouco de receio, mas fui mesmo assim. Deixei primeiramente Justin passar com as duas mãos cheias de tigelas para colocar na mesa de exatamente quatro lugares para então eu atravessar a sala e abrir a porta.
-Justin eu...
-Cala boca!
Fitei os dois garotos parados histéricos no corredor. Dylan deu um cutucão no ombro de Colton para ele literalmente calar a boca enquanto continuei parada esperando eles entrarem.
-Justin está arrumando as coisas. –apontei para a cozinha com o dedão.
Os dois concordaram com a cabeça e entraram no apartamento, indo logo de encontro com seu amigo e se cumprimentando com algum tipo de toque estranho de “brow”.
-Como você tá? –Dylan perguntou.
-Suave né. –Justin respondeu.
De repente os dois começaram a sussurrar e Colton ligou a TV, a qual passava algum jogo de basquete que chamou tanto a sua atenção que até se jogou no estofado.
-Estou morrendo de fome. –Colton falou alto.
-Pode ir comer ou você quer que eu sirva a comida em uma bandeja aí no sofá? –Justin o cortou.
Colton revirou os olhos e aumentou o volume da televisão enquanto se levantava para ir à mesa. Ri baixinho da situação e me sentei na cadeira que ficava encostada na parede, servindo-me assim que me ajeitei na madeira gélida.
-Então Houston, deve estar sendo difícil para você depois de ver Chloe morrer em sua frente. –o loiro que se sentou na minha frente comentou.
Terminei de mastigar no mesmo momento que percebi que todos olhavam para mim, tornando-me a menina mais vermelha da face da Terra.
-Bem indelicado da sua parte Haynes. –Dylan disse se juntando à mesa assim como Justin.
-Tá tudo bem. –afirmei com a cabeça. –Se todos estão falando sobre isso, porque ele não pode né?
Novamente fui o centro das atenções, mas prometi a mim mesma que dessa vez eu não iria ficar, pelo menos, igual a um tomate.
-Você acha que vai demorar quanto tempo para ela sair da mídia, Bieber? –Colton perguntou com sua boca toda esfarelada por conta do pedaço de bolo que estava sendo mastigado.
Ele deu de ombros enquanto levava a xicara de café para a boca e tomando um gole.
-Depende muito. Se você ficar escondida talvez o assunto morra mais rápido. –disse em minha direção.
-Quer dizer que terei que ficar aqui por mais tempo? –perguntei.
-Você acha que sua mãe te acobertaria? –Dylan perguntou para mim.
Parei um pouco para pensar, agora perdendo totalmente minha fome. Minha mãe, como uma mulher justa à lei, jamais iria me deixar ficar trancada no quarto enquanto todo o departamento de policia da cidade está à minha procura. Eu me encontrei, pela primeira vez depois de muito tempo, sem saída.
Quando todos perceberam que fiquei em silencio, não pude esconder minha tristeza. Uma lagrima escorreu pela minha bochecha, mostrando minha total fraqueza.
-Você pode ficar aqui Houston, não se preocupe. –Justin tentou me acalmar.
Neguei com a cabeça e empurrei a cadeira para trás, tomando espaço para sair da mesa e correr para o quarto de Justin. Não consigo explicar exatamente porque corri para lá, mas agora ele se tornaria o meu campo de refugio. Fechei a porta atrás de mim e me joguei na cama, encolhendo minhas pernas e colocando minha cabeça entre elas. Deixei as lagrima escorrerem agora que eu estava sozinha, dando total liberdade para minha cara inchar e meus olhos se avermelharem.
-A deixa sozinha por um tempo.
-Não, ela precisa de ajuda.
-Justin...
A porta se abriu depois dessa pequena conversa de Justin e Dylan na frente do quarto, claramente falando sobre mim.
-Houston.
-Não preciso de consolo Justin, eu estou bem. –enxuguei meu rosto com minhas próprias mãos.
Sentou-se ao meu lado, porem com uma distancia que eu considerava segura para meu estado sentimental. Caso eu quisesse me espernear na cama, eu não correria o risco de chutar a sua cabeça ou qualquer coisa do tipo.
-Eu não sei como você deve estar se sentindo agora... –começou o seu breve discurso, mas eu interrompi.
-Bom, tente imaginar que você viu uma garota de 15 anos morrer em sua frente sem você nem ter encostado direito nela, mas que você é a principal suspeita porque foi a ultima pessoa a estar com ela. Eu estou traumatizada e sendo procurada por todo o estado porque eu matei a filha do prefeito!
-Você matou ela?
-Não! –gritei.
Coloquei minha cabeça entre as pernas mais uma vez. Depois de ter falado em voz alta, o pânico me atingiu novamente e as lagrimas voltaram a rolar.
-Eu não sei o que dizer. –Justin disse baixinho.
Nesse momento, percebi que ele estava sendo um companheiro maravilhoso. Ele que me salvou da policia e da mídia com todas aquelas perguntas ontem à noite, ele que me deu uma cama quente para dormir e comida para até mês que vem, ele me deu um lugar para ficar até a poeira baixar e agora estava tentando me consolar enquanto eu desmoronava. Afinal de tudo, se aquele sonho for realmente a verdade, ela está muito distorcida. Esse cara é completamente diferente do que eu imaginava.
Coloquei minha mão em seu ombro tampado pela camisa preta, sorrindo para ele assim que me olhou. Seu sorriso foi em sintonia com um sentimento bom que começou a preencher meu corpo, me deixando mais leve e tranquila no meio de toda essa bagunça. Mas então tudo foi interrompido por Colton.
-Justin, nós temos um problema.
Isso foi o suficiente para eu ficar sozinha novamente no quarto. Pelo menos a minha consciência ficou mais leve após essa conversa.
Passou-se algum tempo e continuei na mesma, esperando que ele voltasse. Mas tudo estava num silencio absoluto, como se eu estivesse sozinha no apartamento inteiro. Minhas mãos começaram a ficar inquietas, deixando-me nervosa por cada segundo que passava e nada acontecia.
De repente, ouvi uma voz grossa vindo do estacionamento do prédio. A curiosidade me atingiu em cheio, então me levantei da cama e andei lentamente até à janela, abrindo uma pequena fenda entre as cortinas para eu poder olhar. De primeira vi o mesmo cimento e as mesmas pedras de ontem à noite, nada fora do comum até que um homem alto e charmoso com o distintivo da policia aparece rodeando um dos carros que estava estacionado. Era o pai da Liza, o xerife da cidade.
A porta fez um estrondo atrás de mim, me dando um susto tão grande que até deixei escapar um grito baixinho. Justin colocou o dedo indicador na boca em sinal de “silencio”, fazendo-me arrepender de ter sido tão covarde. Olhei novamente para a janela e o xerife havia sumido, o que estranhamente me deu um frio na barriga ao não vê-lo mais.
-Pega as suas coisas. –disse.
Fitei Justin completamente assustada.
-Você vai me entregar?
-Só pega as suas coisas. –repetiu.
Engoli em seco. Essa era a hora que eu percebia que havia sido enganada o tempo todo e pulava essa janela para fugir de todo mundo e viver sozinha na mata. Mas tentei pensar positivo por cinco minutos enquanto eu catava tudo o que é meu nesse quarto.
Justin se retirou do quarto para eu poder trocar minhas roupas, o que eu fiz tão rápido que ainda tive tempo de escovar meu cabelo com a escova que vi mais cedo na pia do banheiro. Eu estava pronta junto com o frio na barriga que ainda não havia cessado.
Atravessei o corredor e fui até a sala, me dando conta que Justin estava no sofá sozinho apenas me esperando.
-Vamos. Não sei por quanto mais tempo Dylan e Colton poderão enrolar o xerife.
Concordei com a cabeça e o segui até fora do apartamento, onde que ao invés de descermos, Justin subiu os últimos andares do prédio. Não hesitei, apenas fui para onde ele ia, depositando toda a confiança que eu podia ter sobre ele. Chegamos finalmente no telhado, o vento forte que fazia acima dos seis andares bagunçava todo o meu cabelo, não adiantando de nada tê-lo escovado.
-Espero que você não tenha medo de altura.
Arquei uma sobrancelha, não entendendo o que ele havia dito. Mas para minha sorte não precisei de nenhum segundo a mais para compreender. Justin correu até à margem do prédio e colocou seus pés na beirada de cimento.
-O que você está fazendo?! –gritei.
Novamente ele fez sinal de silencio, se segurando com apenas uma mão no parapeito.
-Você tem que confiar agora. –disse. –E ser o mais quieta possível.
Então ele começou a sumir de minha visão, como se estivesse descendo algo. Quando cheguei mais perto, pude ver claramente a escada de emergência que agora era palco do parkour de Justin.
Neguei com a cabeça. Eu não podia fazer isso, de jeito nenhum. Pensando melhor, eu preferia mil vezes me entregar para a policia do que morrer caindo dessa escada.
Ele me olhou com a feição enrugada, provavelmente se perguntando se eu não ia descer. Bufei e coloque meus pés no cimento exatamente como Justin fez. Talvez se entregar para à policia não era a melhor hipótese sendo que eu ainda tinha chance de sair daqui viva. E essa foi minha motivação para descer todos aqueles degraus finos de metal que depois de vários já descidos pareciam nunca acabar.
-Não foi tão mal, foi? –sussurrou assim que coloquei meus pés em terra firme.
Revirei os olhos para ele enquanto respirava fundo, voltando ao meu estado normal. Ele passou a mão na testa a fim de tirar os pingos de suor que estavam vagando pelo seu rosto e ainda fez isso na maior tranquilidade. Como se fugir da policia pela escada de emergência do prédio em que ele mora não fosse novidade.
Corremos até o Porsche que ficava completamente sozinho na parte de trás do prédio e adentramos rapidamente. Coloquei o cinto enquanto ele ligava e dava partida no carro de cor azul escuro.
-Agora estamos bem, né? –perguntei ansiosa.
Assim que viramos a esquina, dois carros da policia saíram de trás de uma rua e começaram a nos perseguir com sua sirene ligada. Ele nem precisou me responder. Ouvi seu pé pisando fortemente no pedal do acelerador e ele apertou um botão ao lado do volante, fazendo o carro pegar impulso extremamente rápido e indo de 50 a 120 km/h em menos de cinco segundos.
Senti meu estomago revirar, substituindo o frio na barriga por uma enorme quantidade de adrenalina. A velocidade em que estávamos aumentava a cada instante, as casas na rua passavam como borrões ao meu lado e os semáforos pareciam não existir mais. O que antes eram dois carros, tenho certeza que triplicou pela quantidade de sirenes que eu ouvia na nossa traseira.
O carro derrapou ao virar a próxima direita, o que fez com que eu pensasse que ali havia acabado. O carro ia tombar e a policia ia nos pegar. Mas incrivelmente Justin fez uma manobra que foi difícil até para eu acreditar que um garoto de 17 anos fez aquilo, mesmo eu tendo visto com meus próprios olhos. E o que ele fez foi tão profissional que um carro da policia bateu contra o poste de luz e outro não conseguiu virar há tempo, passando reto.
Tudo isso estava me lembrando do meu “passeio” com Dylan que tive no meu sonho, onde fugíamos daqueles homens encapuzados vestidos de pretos. Espera. Parei por um instante. Quando conversei com Chris enquanto Alex estava machucado ele me disse que sempre que a facção Catalyst agia eles estavam com máscaras. Não acredito.
-Para agora! –gritei.
Justin olhou-me surpreso.
-O que?
-Eu mandei você parar!
Vi pelo espelho retrovisor que havia só mais um carro da policia atrás de nós, o que me fez reverter a situação rapidamente.
-Despista esse ultimo e para o carro, por favor. –pedi novamente.
Ele viu que eu queria aquilo, então ele entrou em umas ruas aqui, virou umas esquerdas lá e então parou o carro num beco qualquer. Finalmente pude me controlar e tomar alguma iniciativa perante a ele.
-Você é o chefe da Catalyst. –afirmei.
Ele ia dizer algo, mas conteve-se assim que percebeu que eu não havia terminado de falar.
-Você estava com a Dorothy na festa dela, que estranhamente me lembro de Dylan ter me beijado assim que vi vocês dois juntos. Então eu apaguei e no outro dia ela havia sumido. A casa estava em completa organização e eu estava de pijama, como se alguém tivesse cuidado de tudo.
Justin continuou em silencio, me dando cada vez menos esperança que ele negasse tudo aquilo.
-Eu fui até Dylan em sua busca porque eu tinha certeza que se alguém sabia de algo seria você, mas então ele me levou até a fronteira e disse que a Dorothy estava lá. Eu não entendi muito bem, mas quando cheguei à mansão de vocês que fica na parte escura da cidade você me contou sobre o ABCDM. Até então tudo estava muito estranho e tudo ficou pior quando encontrei com Alex na floresta ao redor da sua casa.
Isso chamou completamente a sua atenção, percebi apenas pelo jeito assustado em que ele me olhou, mas ainda não lhe dei espaço para falar.
-Eu ouvi uma parte da conversa de vocês pelo computador do Alex em que você tinha um pen-drive com toda a minha vida e ainda falou algo como se nos conhecêssemos. Quando voltei para a sua casa, um carro preto parou do meu lado e puxou-me para dentro, onde eu apaguei de novo. Então eu acordei num tipo de porão e a Olivia apareceu, depois tudo ficou preto e... Eu estava em casa, como se nada tivesse acontecido. Mas não é essa parte do “sonho” –fiz aspas com minhas mãos –que mais me chamou a atenção. Foi a parte em que Dylan me levava até você e dois caras de preto mascarados cercaram o carro, perguntando para onde nós íamos. Começou uma perseguição, vários carros atrás da gente exatamente como aconteceu agora.
Ele riu, me deixando completamente surpresa.
-Acontece que hoje não foi encenado. –disse em voz rouca.
Meu sangue pareceu parar de correr. Minha respiração ficou mais rápida e necessitada, sinais que demonstravam que eu estava com medo.
-Quando eu descobri sobre a Catalyst e que ela tinha uma inimiga chamada The Rest eu desconfiei que você fizesse parte, mas quando eu achei a carta que uma tal de Kate Windleston mandou para você eu tive mais do que certeza que você era perigoso.
-Cada um com sua opinião, certo?
-Faz todo sentido porque você não gosta do Alex. Ele é o líder do The Rest e você quer o matar por essa causa.
-Se eu quisesse apenas isso dele eu já teria conseguido.
-Justin, vocês mataram pessoas! Pessoas inocentes! Vocês me fizeram achar que tudo aquilo foi um maldito sonho! Fizeram com que eu mesma começasse a me achar louca!
-Era para sua própria segurança.
-Minha segurança? Por favor.
Cruzei os braços e olhei para a janela, tentando cessar a raiva que insistia em permanecer em mim.
-Seu pai era um homem importante na máfia Houston, assim com o meu pai. Eles tinham diversos inimigos.
-Meu pai não tinha inimigos. –o cortei. –E ele não era um merda de um mafioso!
-Tem razão. Ele era o líder da Catalyst.
Neguei com a cabeça.
-Você está mentindo.
-Você nunca parou para se perguntar o porquê da Dorothy ter sumido? O ABCDM queria você, a única herdeira do sangue Parker. Porem eles são tão incompetentes que conseguiram confundir você com ela. Eles querem vingança do seu pai e o único jeito de eles conseguirem isso agora é através de sua única filha.
-Então você deu algum jeito de fazer com que tudo parecesse um sonho para eu esquecer que uma facção está atrás da minha morte?
Deu de ombros.
-Eu conheço uma pessoa que vende uns remédios caseiros que faz com que você esqueça tudo o que aconteceu nas ultimas 48 horas. Não foi difícil colocar no café da manhã dos seus amigos.
-Mesmo assim, me fazer esquecer-se do que eu vi não me deixou mais segura.
-Realmente. Quando eles vieram atrás de você novamente eu os despistei. Coloquei-os na cola da Katherine Windleston, dizendo que ela sabia de algo que podia interessar a eles.
Fitei Justin por alguns segundos. Eu podia até desconfiar que ele estivesse mentindo, mas os seus olhos não davam duvidas. Ele estava falando a verdade.
-Não acredito que você fez isso por mim.
Um sorriso sincero estampou-se em seu rosto.
-Tudo pela TonTon.
Soltei uma gargalhada. Ele acabou de me chamar do apelido que há anos eu não ouvia.
-Por essa eu não esperava.
Ficamos um tempo conversando sobre os velhos tempos, como se há cinco minutos atrás nós não estivéssemos fugindo da polícia .Falamos de quando corríamos pela rua até cairmos cansados no chão, saíamos escondidos de casa à noite para olhar as estrelas, brincávamos de pique esconde e eu demorava anos para acha-lo já que eu era mais nova. Tanta coisa que eu sentia falta, principalmente de quando meu pai fazia pipoca pra gente e assistíamos toda vez um filme da minha escolha, porque se não eu começava a chorar e eu não parava até eu poder escolher.
De repente, o celular do Justin começa a tocar, atrapalhando completamente a nossa conversa nostálgica. Respirei fundo e percebi que eu estava com sede, me fazendo procurar por água. Olhei por todo o carro mas não achei nenhuma garrafinha d’agua, que decadência. Então visualizei fora do carro um bebedouro no final da rua, perto de uma porta que dava entrada para algo.
-Alô? Não, deu tudo certo.
Abri a porta do carro e sai do mesmo. Não tinha nenhum movimento, nem se quer uma pomba ou qualquer coisa do tipo. Estava meio sombrio todo esse clima fantasmagórico, mas tomei coragem e comecei a andar em direção ao bebedouro. Um passo ante passo e logo menos eu estava há apenas um metro do meu objetivo quando sinto uma mão segurar meu pulso e puxa-lo, envolvendo todo meu corpo para aquele garoto ruivo. Olhei para sua outra mão e vi que ele tinha uma arma. Meu corpo inteiro congelou.
-Fica quietinha ou você terá problemas. –falou em meu ouvido.
Senti gotas de saliva entrar na minha orelha, dando-me ânsias de vômito. Tentei me debater, por mais que eu soubesse que eu não conseguiria me livrar de suas mãos, porem eu poderia ter alguma sorte e chamar a atenção de Justin. Mas infelizmente o garoto foi mais esperto e me levou para trás do lixão, andando lentamente para trás.
-Tem uma pessoa que quer falar com você e a minha função é te levar até ele. Mesmo que eu quisesse me diverti um pouco mais com você.
Sua mão começou a escorregar pela minha barriga, o que me fez gritar. Rapidamente ele colocou a mão na minha boca e me levou para dentro da única porta que havia, nos trazendo diretamente para um lugar apertado e sem luz alguma. Ele começou a correr e me puxou junto, ou seja, estávamos correndo no escuro. Chegamos de algum modo em outro beco sem saída tão vazio quanto o qual estávamos antes, mas esse tinha um porém. Uma enorme limusine estava parada no meio da rua, convidando a qualquer olho olhar para aquele brilho que ela refletia.
O ruivo me conduziu até ela e abriu a porta, jogando-me para dentro assim que pode. Levantei-me no banco e quando fui dar uma de esperta para tentar sair, ele fechou a porta. Comecei a bater no vidro e tentar abri-la, mas ele simplesmente a trancou por fora. O pânico começou a agir e minha vontade maior era de chorar. Parecia que eu tinha um novo companheiro emocional agora.
Fechei os olhos e relaxei no banco de couro, inspirando e respirando diversas vezes até eu conseguir um modo de controle. Eu estava quase bem novamente, quando ganhei uma nova surpresa.
-Quero que você nos conheça, Houston. Prazer, The Rest.
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