KONOHA — CAPITAL.
AKASUNA NO SASORI:
Uma disputa interna.
É bastante obvio o que está acontecendo entre as várias torres do palácio de Konoha. É como uma grande jogo de xadrez doentio. Haruno Kizashi é o rei controlador de todo jogo, é protegido pela sua “rainha”, tem controle dos peões, apoio dos bispos e seus próprios cavalos para mandar atacar.
Já Sakura é uma peça inusitada, ela é como um cavalo que se recusou a fazer um movimento. Ela quer tomar o controle do rei e se tiver em mente o que eu imagino, ela vai conseguir. Vai ser interessante ver toda a sua movimentação e ainda mais se ela conseguir se tornar rainha de Suna.
Ela definitivamente me atraí e é o que ainda me mantêm interessado nesse acordo de casamento, Sunagakure precisa de uma mulher forte, inteligente e corajosa como sua rainha e é claro, dotada de muita beleza e Sakura tem todas essas qualidades, e ela me atraí por bem mais que isso, mas não o suficiente para me fazer casar com ela.
Preciso me convencer que ela sabe lidar com seus próprios problemas, antes de aprender a lidar com os problemas de Suna. E com os Uchihas de Akatsuki ainda envolvidos tudo ficará ainda melhor para as minhas avaliações.
Konoha diz que as mulheres sábias e boas devem ser silenciosas, gentis, bondosas, comportadas, que elas devem concordar com a cabeça quando falamos, que devem sorrir quando pedirmos, que devem esconder seu corpo dos outros, que devem abrir as pernas quando sentirmos vontades, que devem ficar a onde as colocamos.
Suna também diz isso... Mas eu não. Estou cansado de mulheres assim na minha corte, cansado de ter apenas marionetes seguindo de forma doentia os homens da sua “casa”. Elas não são fracas, longe disso, mas tem medo, negação, repulsa, vergonha e desprezo demais para deixar sua força interior sair.
Quantas generais, soldados, princesas e rainhas de ferro, líderes, empreendedoras estudiosas estão por detrás daquelas mascarás de “boa menina”. Por isso Sakura seria essencial para Sunagakure, ela é minha “espanta tédio” favorita.
Ela é o tipo de mulher que quero como rainha ao meu lado, não por ama-lá — Gosto dela, mas não a esse ponto, não me casaria com ela por esses poucos sentimentos — Mas por ver a grande capacidade de governante dela.
(Sakura) Foi ruim para você Alteza? — Sorrio e lhe dou a mão a ajudando a descer do cavalo.
(Sasori) Nem um pouco... Digamos que estou chocado. Sabia por alto da situação de Konoha, mas não esperava que fosse tão crítica assim.
Sakura pisa delicadamente no chão e solta minha mão, os guardas que antes nos acompanhavam levam nossos cavalos para longe.
(Sakura) Queria ter te mostrado uma Konoha melhor.
(Sasori) E porque não me mostrou? — Ela parece relutante em me responder, apenas quando os guardas já estão razoavelmente longe ela se aproxima.
(Sakura) A bela Konoha dos livros históricos foi destruída durante os últimos três reinados.
(Sasori) Isso não é algo exclusivo do reino de Kizashi? — Ela nega com a cabeça.
(Sakura) Começou há muitos séculos atrás, mas é obvio que ele piorou e muito tudo isso.
Suspiro. A princesa sorri fracamente e começa a andar na minha frente. Sorrio quando percebo que ela usa o presente que trouxe, um fino e pequeno manto de seda artesanal, a cor rosa claro e os bordados em dourado combinam perfeitamente com a princesa, fico feliz que ela tenha gostado.
(Sakura) Como é lá? Digo, em Sunagakure? — Seus passos param e então ela se volta para mim.
(Sasori) Bem, muito mais quente do que aqui. — Seu olhar se atenta a minha vestimenta real. A mesma não possui mangás e as aberturas laterais são maiores do que deveria ser. — Suna é o país a onde o sol reina, literalmente.
Suna... A onde o frio é quando se está com 35 graus. Desde a minha primeira estádia aqui eu reparo que todos os nobres — Incluindo Sakura — Se vestem com roupas longas e grossas. O rei, os lordes, duques e marqueses usam de trajes carregados de pedras preciosas, adornos de prata e com mangas que chegam a ultrapassar seus pulsos.
(Sasori) Deve lhe ser estranho ver um príncipe vestido de forma tão simples.
(Sakura) Não. É diferente e isso é bom. Está muito bonito assim Alteza.
Abro meu sorriso. Sakura ficaria linda nos vestidos de Suna, ao contrário dos modelos de Konoha, em Suna por causa do calor, o que mais se vê são vestidos das nobres até os joelhos, poucas mangas e mostrando mais da pele. Não temos tantos tabus e preconceitos com o corpo feminino como Konoha.
Já vi a cortesã daqui insultando muitas damas da corte por estarem mostrando muito seus ombros e até mesmo seus braços.
(Sasori) Iria gostar das roupas de Konoha princesa, temos as calças mais belas que todo o continente já criou.
(Sakura) Calça... Para as mulheres?
(Sasori) Claro, como elas iriam cavalgar, passear ou ficar no tempo livre? Até mesmo a rainha, minha vó, se cansa de sempre estar de saia.
Posso jurar que os olhos de Sakura vão sair de órbita, tão rápido quanto um piscar de olhos ela está totalmente sobre mim. Com seus pés inclinados na minha direção ela vidra seus olhos no meu, o rubor em suas bochechas e então surge o sorriso que já a vi dando.
É a primeira vez que a vejo sorrindo com tanto entusiasmo.
(Sakura) As mulheres podem cavalgar em Suna? E ainda por cima se "livram" dos vestidos? Como? Por que? O que mais podemos fazer lá?
(Sasori) Tudo Sakura. — O choque de eu falar informalmente seu nome lhe faz se afastar um pouco. — Em Suna as mulheres não são objetos de decoração, tem direitos, deveres, funções, elas são completas leõas dominando o terrítorio. Sou filho e neto de rainhas sem maridos.
(Sakura) Por que é tão gritante a diferença? — Seu olhar se abaixa, pego levemente sua mão e passo o dedão por seu dedo, sinto o corpo de Sakura tremer pelo contato e ela volta a me encarar.
(Sasori) Por que enquanto as mente reais ficarem fechadas, ignorantes e arrogantes, enquanto aquele homem continuar sentado em seu trono e enquanto quem tem a coroa não fizer nada a respeito, as coisas jamais mudarão. — Seguro sua mão com mais firmeza. — Há muitos e muitos anos atrás Suna já foi como Konoha, mas por causa de uma mulher, tudo mudou. E agora Sakura, nessa geração você será a mulher a mudar isso?
Eu soube que em suas mãos reside o mais poder destrutivo que uma nobre de Konoha já teve. Ouvi e li relatos de que a força da Princesa Regente é tamanha, que pode abrir um buraco no chão com um pisão, que pode derrubar pontes e colunas com um soco.
Que seu olhar é tão poderoso que pode paralisar qualquer guerreiro.
E a olhando nos olhos agora eu percebo que isso é verdade. Há algo hipnotizante em Sakura. Não sei ao certo dizer se são seus olhos incrivelmente verdes, eles brilham como as joias de sua coroa, se são seus cabelos estranhamente rosas, os fios curtos adornam seu rosto e se escurecem em contato da pele pálida das bochechas, porém combinam com o rosar de seus lábios.
Sei também que a sua inteligencia é tamanha que auxilio os monarcas de Akatsuki, a se defenderem de Otsutsuki. Que sua memória é tamanha que pode guardar dados de livros milenares e copia-los em uma velocidade absurda e perfeita.
Perfeita: Isso é como eu posso descrever Sakura.
Ela não é só forte fisicamente, como psicologicamente. Vim de um reino no qual jamais vi nenhuma discriminação com as damas, com meu povo — Que graças aos céus prosperam — E tão pouco com pessoas tão habilidosas que pelo simples fato de serem mulheres, são excluídas completamente.
Por isso não consigo imaginar o quão intenso, ruim e angustiante deve ser para ela viver dessa forma assim. É claramente uma mulher a frente de seu tempo, mas que se vê obrigada a se diminuir, a ver seu povo, familiares e amados sofrerem sem poder fazer nada.
Essa bela garota precisa voar... Mas não sou quem direito de fazer ou decidir isso.
Konohagakure é um reino pode por deixar a pessoa mais potente, impotente.
Minha mãe foi uma rainha sem Rei, ela não precisou de um marido para assumir a coroa. Nasci do seu relacionamento com um dos condes da corte, o que não causou alvoroço e nem vergonha alguma, até por que os homens podiam ter filhos e filhos fora do casamento e então por que a Rainha não?
Minha avó também após a morte de meu avô, não colocou mais homem algum ao seu lado em posição de poder, e isso não a impediu de criar a melhor era de Sunagakure, conseguimos sair de uma nação medíocre para uma das 10 grandes nações do mundo atual.
Após a morte da minha mãe ela retomou o poder como Rainha Mãe. Fui criado e disciplinado desde cedo a respeitar, amar e cuidar de todas as mulheres que conhecer, cresci em meios a primas e amigas, brincando com as mesmas, ensinando e aprendendo.
É espantoso que aqui em Konoha as coisas jamais tenham sido assim.
(Sakura) Eu quero ser essa mulher... Sasori. — A maneira delicada como ela diz meu nome me faz suspirar baixo. — Eu venho a meses tentando ser essa mulher.
(Sasori) Esse suposto casamento que querem colocar para nós dois, é uma forma de Konoha não ser atropelada por Namikaze também. E como Suna é o maior aliado de Namikaze...
(Sakura) Eles querem fortalecer seus vínculos, Kizashi é ardiloso, uma verdadeira praga, mas ele é inteligente, quando é para seu próprio beneficio ele sabe o que faz.
(Sasori) Ele já possui um laço inquebável com Akatsuki. — Ela morde os lábios, deve se lembrar do casamento entre sua irmã e Uchiha Sasuke... Eu percebi como ela olha para ele.
E isso me desanima de certa forma.
(Sakura) Mais uma aliança com o outro lado da guerra o deixaria extremante feliz, além de ele se livrar de mim. — Seu sorriso de sarcasmo é fofo.
(Sasori) Então vamos virar sua ideia contra ele certo.
(Sakura) Como...
(Sasori) Por que me chamou aqui Sakura?
(Sakura) Para poder pedir ajuda, não sei mais como deter Kizashi, estou cansada de esperar.
(Sasori) Então vamos nos casar. De preferência o mais rápido possível. — Ela solta minha mão e seus olhos ficam arregalados.
(Sakura) Sasori...
(Sasori) Eu posso toma-la como esposa e princesa, você sairia de Konoha e levaria consigo sua irmã. Você precisa de mais poder político, precisa estar acima de Kizashi e eu não irei negar, preciso de uma mulher como você ao meu lado no trono. O que acha de se tornar Rainha de Sunagakure... Haruno Sakura?
(Sakura) É realmente tentador, muito, muito tentador. Mas eu não posso deixar meu povo aqui, tenho um clã, amigos e tem tantas coisas que preciso resolver aqui... Não posso sair antes disso.
(Sasori) Eu entendo, eu espero o tempo que for, estou disposto a ajudá-la Sakura, se você também me ajudar.
(Sakura) Por que me quer tanto como sua rainha?
(Sasori) Por que você é você. — O sorriso gentil brota nos seus lábios. — Você é a mulher perfeita para tomar a coroa de Suna. Você é a mulher perfeita para o meu povo, meu reino.
Para mim. Posso não estar apaixonado por Sakura, mas não posso negar que jamais venha surgir algo de mim para ela. Ela desperta certo interesse em mim, só preciso definir qual tipo de interesse e em qual grau. É político? Romântico? E quão profundo é isso?
(Sakura) Eu também sou a rainha perfeita para esse povo. — Suas mãos gesticulam ao nosso redor. — Mas com as coisas tomando esse rumo ultimamente... E além do mais minha general e a sua estão em lados opostos na guerra Sasori. Como eu poderia me tornar noiva do país inimigo?
(Sasori) A guerra é entre Akatsuki e Namikaze. Os demais reinos como Otsutsuki, Kumogakure, Iwagakure, Kirigakure e até Sunagakure e Konohagakure são aparte disso. Não estamos guerreando diretamente. Konoha iria se unir com Namikaze para impedir a invasão certo? Assim que “falhou” nisso, resolveu se unir á Akatsuki. É semelhante com o que estamos fazendo.
Os olhos dela vagam pelo meu rosto e sua mente parece estar trabalhando a mil, estou sendo sincero em tudo o que falo e expresso, detesto mascarás e ainda nobres que as usam. Isso é manipulação da pior maneira possível, eu sou uma pessoa manipuladora, mas não dessa forma.
Não com ela, eu preciso dela e sendo falso não é o caminho para tê-la ao meu lado.
(Sakura) Dê me um tempo para pensar, avaliar e discutir sua proposta Alteza.
(Sasori) Claro Sakura. — Seguro sua mão novamente e ela põe sua outra mão por cima da minha. — Queremos a mesma coisa.
E eu nunca estive sendo tão verdadeiro. Ela vale mesmo, mesmo todo esse esforço?
Sakura se mantém séria e aperta minha mão com firmeza, por um momento temo que ela possa usar sua força em mim.
(Sakura) Não tenho dúvidas disso.
E com isso, tenho minhas próprias dúvidas sanadas.
NAMIKAZE — CAPITAL.
UZUMAKI NARUTO:
Roubo, imigração ilegal e... Assassinato.
Jamais, repito, jamais pensei em ler isso em uma carta sobre Hyuuga Hinata.
Sinto minha bile subir e descer, minha respiração pesa e então o som do arrastar das grades do calabouço da delegacia são abertos. Passo pelos corredores e vejo poucas celas com alguém dentro, de acordo com o Duque comandante dessa área, são alguns dos imigrantes ilegais pegos ontem no porto Sul.
Chego até a penúltima sala e aceno para Nagato não me seguir, ele observa a princesa na cela e suspira logo se retirando, os guardas fazem o mesmo. Hyuuga Hinata se levanta sorrindo de forma tímida, ela se reverencia e então grudas nas grades que nos separa.
(Hinata) Príncipe Naruto... É tão bom lhe ver, tão bom. — A observo de cima a baixo.
(Naruto) Hinata... O que houve?
(Hinata) Hunm?
(Naruto) Sua família de Otsutsuki está vindo lhe buscar. — Os olhos dela se estreitam.
(Hinata) Eu demorei dias para chegar aqui Alteza, não posso ir embora agora.
(Naruto) Hinata... Você matou sua irmã? — A expressão dela se torna nublada, como se uma nuvem de lembranças a cercasse, até que suas bochechas se tornam rosas novamente.
(Hinata) A-Andou perguntando por mim Alteza... Isso é...
(Naruto) HINATA! Pare com isso por favor. Eu não estou conseguindo te reconhecer. — Hinata se afasta das grades da cela, seu olhar é como algo que jamais vi...
Veias cercam suas bochechas e seus olhos, ela parece com raiva... Mas ao mesmo tempo alegre. Quem é essa pessoa na minha frente? A onde está aquela tímida e doce Hinata que eu conheci há pouco?
(Hinata) Se minha família está vindo, quer dizer que irá ter contato com Shion... Não o quero perto dela. Ela vai querer afastar você de mim.
(Naruto) Ninguém vai afastar você de mim Hinata, ah não ser você mesma.
(Hinata) Não. — Com desespero ela agarra nas grades novamente, suas mãos vão em direção a mim, mas por impulso acabo dando passos para trás. As veias somem de seus olhos em segundos. — Eu não quero me afastar de você, nunca, jamais, nada e nem ninguém vai me afastar de você. Não quero isso.
(Naruto) Eu também não Hinata, por isso estou tentando te entender para poder te ajudar.
(Hinata) Naruto também não quer se afastar de mim?
(Naruto) Não Hinata, você é minha boa amiga. — E aquele olhar de raiva/alegria volta.
(Hinata) Eu sou o seu amor Naruto.
(Naruto) O que?
(Nagato) Naruto. — Ele vem até mim. — A Rainha exige que você volte ao palácio.
(Hinata) Não, aquela mulher também não pode ficar perto de você, ela também quer me afastar de você.
(Naruto) Ninguém quer me afastar de você Hinata pelos céus, volte ao normal...
(Nagato) Naruto... — Ele olha ela da cabeça aos pés, no belo vestido azul de Hinata ainda há as marcas de sangue... Aparentemente de Hanabi. — Eu temo que esse já seja o normal dela.
(Naruto) Não. Ela não era assim quando nos conhecemos.
(Nagato) Ela é louca Naruto!
(Hinata) Você. — Seus dedos delicados apontam com fervor para Nagato. — Você também não me quer perto dele, em você nem sua mãe, ela percebeu ela me viu...
(Nagato) O que... Do que você está falando?
(Hinata) Eu tentei tirar ela do caminho, mas você tinha que aparecer.
Nagato avança na direção de Hinata, mas ela se afasta das grades, o olhar inocente dela se fundi com o olhar de puro ódio de Nagato, logo eu estou cercado pelos seus ‘Pain’s’.
(Nagato) Aquela sensação, aquele sentimento que Konohamaru e eu sentimos era você? Você foi quem eu vi saindo do quarto da minha mãe naquela noite.
(Hinata) A culpa foi totalmente dela. Dela, dela e dela. Eu iria terminar tudo de forma fácil e sem dor para ela, mas ela não colaborou.
(Nagato) MALDITA!
(Naruto) Nagato! O que está acontecendo?
(Nagato) Ela tentou matar a minha mãe, matou a própria irmã, e ainda insiste em ficar perto de você Naruto. — Sua graça é desfeita e com passos pesados ele avança para longe da cela de Hinata. — Ainda acredita que ela não é louca?
Nagato vai embora, Hinata volta para perto de mim.
(Hinata) Eu só queria você... Não queria toda essa situação Alteza, mas quando percebi que seria difícil tê-lo... Entrei em desespero. — Sua voz, seu olhar, tudo nela agora me lembra á antiga Hinata... — Você foi o único que me ajudou, ficou do meu lado e me apoiou quando Neji não estava, sou grata e preciso de você Naruto.
Quem é você realmente Hinata?
A garota doce, gentil e introvertida que andava comigo pelo palácio, a garota sonhadora que queria provar seu valor aos Hyuuga's, aquela que manipulou Neji a ponto de faze-lo sumir, a que que matou a própria irmã e passou pelas honras do próprio reino para vir até mim... Qual delas é você?
Ou será que é todas?
Me afasto da cela, ela não diz nada, apenas me encara séria, seu olhar me acompanha até que eu viro no corredor e sumo por entre as escadas. No andar superior vejo Conde Iruka e o médico que pedi para analisar Hinata.
Não quis acreditar na carta que recebi.
(Iruka) Alteza.
(Naruto) Iruka. Quanto tempo ela irá ficar presa aqui?
(Iruka) Até a sua família vir buscá-la se não me engano.
(Naruto) Certo, por favor, não deixe de dar conforto á ela, não se esqueça de que ela ainda é uma princesa.
(Iruka) Sim senhor.
(Naruto) Katasuke, o que você descobriu sobre ela? — Me viro para o médico, Katasuke também é o médico oficial da família real, é confiável.
(Katasuke) Bem... — Seu longo suspiro me preocupa. — A princesa Hyuuga é extremamente mentalmente perturbada.
(Iruka) Isso explica seu comportamento.
(Naruto) Sua mente... Explique isso melhor, por favor.
(Katasuke) Pelos exames eu detectei certo nível de bipolaridade na personalidade da princesa, isso pode ser causado por um trauma, consegui detectar também resquícios de graças exteriores na mente e corpo dela. E de forma bem frequente.
(Naruto) Graças exteriores, como se usassem a graça nela?
(Katasuke) Sim Alteza. Tem ideia de quem poderia ter sido.
(Shion) Fui eu. — A princesa herdeira de Otsutsuki e meia irmã mais velha de Hinata marcha até nós.
Ela é bela, seus olhos são semelhantes aos de Hinata assim como seu cabelo, mas estes são louros claros e os olhos possuem um tom arroxeado. Hyuuga Shion franze a testa para mim e para Katasuke.
(Shion) O que significa isso?
(Naruto) Usava sua graça em Hinata?
(Shion) Essa era a única maneira de acalma-lá, de manter ela sob controle.
(Naruto) De controlar ela? Por que ela precisava ser controlada?
(Katasuke) A princesa é bastante instável, ela sempre foi assim?
(Shion) Desde o nascimento. — Ela engole em seco. — Hinata e Hanabi são as filhas de meu pai com sua amante oficial, desde o nascimento dela minha mãe sempre foi rígida e dura com ela. Hinata também cresceu sem a presença da mãe e meu pai nunca se importou muito com ela, isso a deixou muito carente de carinho afeto.
(Katasuke) Isso pode começar a explicar os sentimentos dela por ti Alteza.
(Shion) Ela sempre foi fraca, sempre a compararam comigo e sempre exigiram muito dela. Ela cresceu cheia de complexos e sozinha, por isso quando alguém se aproximava dela, ela via aquela pessoa como uma figura fraternal ou maternal, como alguém em quem se apoiar.
(Hinata) Você me apoiou...
A frase dela ecoa na minha mente.
(Shion) Até que essa busca dela por carinho foi longe demais. Ela tinha 6 anos quando conheceu um pequeno nobre da corte, eles ficaram amigos, mas ele começou a se queixar que ela não desgrudava mais dele, que o espionava e repetia diversas vezes seu nome, mas quando ia falar com ela, ela sempre agia de forma tímida.
(Katasuke) Ela tinha medo da rejeição, por isso agia de forma “obessessiva” pelas costas... — Ele põe a mão no queixo e se volta totalmente para ouvir Shion falar.
(Shion) Exatamente. Até que bem, ele não queria mais manter a amizade com ela e ela como esperado detestou a ideia, Hinata chorou e gritou dizendo que ele estava a abandonando, que ele estava deixando de ser o porto seguro dela e então... Ela o empurrou da janela do quarto andar do palácio.
Meu estomago embrulha com a cena, uma criança matando outra... Hinata...
(Shion) Ele morreu e ela alegou que se ele não fosse amigo dela, não deveria ser de mais ninguém. Meses depois a mesma coisa aconteceu com mais uma criança da corte, um ano depois foi mais uma criada que cuidava dela, quando ela se demitiu Hinata a matou enquanto dormia. Ela se apegava ao extremo por alguém com a menor demonstração de afeto. Por isso jamais fui amigável com ela, nem minha mãe ou meu pai. Por incrível que pareça ela não fazia nada com quem não demonstrasse “afeição” por ela.
‘Com isso quando ela tinha 8 anos, tentou matar nosso primo Neji. Ele a elogiou por sua beleza uma vez e ela passou a persegui-lo. Quando ela partiu para cima de Neji, ele conseguiu segurá-la e impedir que ela o enforcasse com as cordas de treino, mas ao ver a cena meu pai me pediu para que eu usasse minha graça nela.’
‘Eu posso conjurar espíritos, fazer outras pessoas os ver e ainda absorver a essência, sabedoria e até certas habilidades desses espíritos. Então usei minha graça em Hinata, fiz ela enxergar as pessoas que ela já tinha matado e tentando matar, fiz espíritos guardiões sufocarem eal de forma espiritual. Desde esse dia ela “melhorou”, passei a usar meus poderes nela com frequência para evitar qualquer desastre sempre que ela se alterava.”
(Katasuke) Ainda há tanto a explorar na mente da princesa.
(Naruto) Ela não é sue objeto de estudo Katasuke.
(Shion) Mas ela também não é alguém que se pode ter por perto Príncipe Uzumaki. Meu pai a mandou para cá, por que pensou que ela estava finalmente “curada”, bem, mas pelo visto nos enganamos... Pelos céus ela matou Hanabi, a própria irmã. Tudo isso porque ela começou a ficar obcecada por você.
‘Neji foi quem esteve do lado dela por anos, mesmo após aquilo. Ele estava sufocante e para evitar ser morto ele simplesmente fugiu do Reino.’
Ela joga uma carta no meu peito. As lágrimas se formando em seus olhos me deixa atordoado. É tudo verdade, eu sinto que é. Eu sei que é.
(Shion) Agora estamos sem nosso maior estudioso e Lorde, não sabemos para onde ele foi, estamos sem uma das nossas princesas e com ela. — Aponta na direção da cela. — Presa querendo você, mas como jamais terá vai acabar tentando matar todos ao seu redor e até mesmo você.
(Naruto) O que irão fazer com ela em Otsutsuki? — Começo a ler a carta.
(Shion) Vamos sacrificá-la. — Meus olhos se voltam para Shion com tamanha intensidade. Meus dedos apertam a carta.
(Naruto) Não podem fazer isso!
(Shion) Sim podemos, ela é uma princesa do nosso Reino. Por isso não cabe á Namikaze decidir o que fazer com ela.
(Naruto) Ela é uma pessoa com sentimentos Shion.
(Shion) ELA MATOU A PRÓPRIA IRMÃ! Hinata não pode mais viver em sociedade, isso já foi longe demais, a loucura já tomou conta dela.
(Katasuke) Alteza, a doença dela é incurável. E é um perigo mantê-la perto do senhor.
(Shion) Seu primo me contou lá fora que ela tentou matar a princesa regente Uzumaki Mito.
(Naruto) Ela confessou isso lá embaixo. — Merda, merda. Jogo a carta no chão e dou as costas para Shion respirando fundo. Preciso me acalmar. — Otsutsuki está oficialmente cortando alianças com Namikaze, não podemos continuar aliançados depois que um de nossos nobres fez tamanha covardia.
(Naruto) Pouco me importa a aliança, quero saber dela. Pelos deuses ela é só uma garota... Era, argh.
(Shion) Para sua própria segurança e sanidade esqueça-a Alteza, não iria quer-lá em seu encalço todos os momentos, ela pode acabar o matando ou matando alguém importante para si. Não está apaixonado por ela está?
(Naruto) Não. Eu vejo ela como uma boa amiga, é triste e decepcionante saber de tudo isso ao seu respeito.
A mulher que eu amo é outra, e acho que falhei em demonstrar para Hinata que queria apenas sua amizade, talvez se eu tivesse agido de forma diferente as coisas não estariam assim agora... Não.
Hinata é desequilibrada, uma hora isso teria que acontecer de qualquer forma.
(Shion) Isso é bom, para sua própria segurança e da pessoa que ama. Estarei a levando agora.
~~~*~~~
KONOHA —???.
SHIMURA DANZO:
Finalmente ela está pronta. Finalmente anos e anos de estudos, de falhas nos testes, ferimentos e noites em clara tentando desvendar as escritas de Senju Tobirama, eu consegui.
O Edo-Tensei está finalizado.
Me disseram que eu era louco, que não se podia criar uma graça a partir do zero, que os deus e nossa Kaguya-Sama iriam me punir, mas no final de tudo eu consegui. Se pode sim criar uma graça do zero, se pode sim evoluir.
A Rainha — Ou melhor seu corpo — Se vira para encarar o Rei. Posso ver a satisfação no olhar de Sua Majestade e isso aumenta ainda mais meu sorriso. O Rei retira o único tecido fino que cobre a Rainha, analisa de perto todo o seu corpo, tive o cuidado especial de manter o corpo dela o mais conservado possível após a morte, a sua beleza continua sem igual e vejo a aprovação do Rei aumentar.
(Kizashi) Mebuki... Está perfeita. Ela está perfeita. — Ele toca sua falecida ex esposa, a Rainha então põe a mão carinhosamente em seu rosto e sorri.
(Mebuki) Kizashi...
(Kizashi) Está mil vezes melhor que antes, Danzo que os deuses lhe recompensem.
(Danzo) Eu fiz o meu melhor Majestade.
(Kizashi) Eu estou vendo... E sobre o Edo-Tensei? Há algo mais que deveríamos saber ou fazer quanto á ele?
(Danzo) O bastardo do Tobirama teve o cuidado de descrever tudo em seus livros. Não terá problema algum.
(Kizashi) Ele escreveu aquilo tudo para Mebuki ou para Sakura, queria se rebelar até mesmo depois da morte.
(Danzo) Ou pode ser por outro motivo Majestade. Ele tinha um grande histórico de assassinatos em suas mãos, criar uma graça que trás os mortos de volta á vida poderia ser uma forma de se redimir.
(Kizashi) Poderia... Mas as coisas estão diferentes. Pronta para voltar ao seu palácio querida?
(Danzo) Como... Como pretende explicar para as pessoas a volta de uma Rainha falecido Majestade? Isso causaria uma comoção sem igual.
(Kizashi) Quanto a isso eu posso dar um jeito. — Seus olhos brilham em alegria, os olhos antes castanhos agora tomam um tom arroxeado.
O controle mental do rei.
(Kizashi) Mebuki jamais morreu, continua firme e forte como minha Rainha, minha terceira esposa, minha mulher. Minha.
(Danzo) Pretende apagar o envenenamento da Rainha da mente das pessoas?
(Kizashi) Claro. É em grande escala, mas eu darei conta, tenho Kurenai e os demais do clã dos controladores do Yuhi ao meu lado. Eles me obedecem como ratos encurralados.
(Danzo) E quanto á Lady Kurenai? Muitos especulam que o senhor irá colocar ela em posição de sua noiva.
(Kizashi) Posso ter Kurenai como esposa depois do retorno de Mebuki. Matei Mebuki para mostrar á Sakura que ela jamais deve me desafiar como fez antes e então, coloquei Kurenai ao meu lado por esse tempo para intimidá-la. A garota sabe que deslize seu e eu, mataria uma mulher “inocente” e ela não quer mais sangue em suas mãos.
Já basta o de sua própria mãe.
(Danzo) A princesa Karin já está sob seu comando, assim como toda a corte, mas e quanto ao príncipe Uchiha, Princesa Ino e a princesa regente.
(Kizashi) Meu palácio está cheio dos parasitas de Akatsuki, esparerei eles ireem embora para poder trazer minha esposa de volta. Quanto á Ino, ela é uma peça inútil, não tem mais importância ela saber a verdade ou não. Karin pode induzir Uchiha Sasuke. E quanto a Sakura.
As pontas de seus lábios se abrem em um sorriso exitado, vitorioso e acima de tudo medonho.
(Kizashi) Não precisa se preocupar com ela Danzo, logo mais você terá o corpo dela para seus experimentos. — A ideia faz o mesmo sorriso brotar no meu rosto.
(Danzo) Isso seria magnifico Majestade. Extremamente magnifico.
KONOHA — CAPITAL.
HARUNO SAKURA:
Princesa regente:
O papel de uma princesa regente é substituir a princesa herdeira, em seus papel inicial. Enquanto a princesa herdeira subo ao trono e se torna Rainha, abandonando assim suas antigas tarefas e funções. A princesa regente é as suas forças nas sombras.
Cuidando da aparência da família real, da ordem das damas de honra, da corte e de sua própria Rainha. Responsável pela boa imagem da Rainha para aqueles de fora do circulo real. Deve ser sua maior força, seu escudo e sua mão direita.
A princesa regente rege aquilo que a Rainha não dá mais importância. E também pode vir a se tornar uma das esposas de seu Rei.
Crônicas Nobres de Konoha — Livro II.
Rainha:
A esposa do Rei. Rainha é aquela que abandona seus propósitos e sua vida para se dedicar ao topo de seu Reino: Seu rei. Rainha é a princesa herdeira ou prometida consorte de um príncipe herdeiro que acende ao trono ao seu lado. A base feminina o Reino e responsável pela boa imagem e cultura de seu Reino para o exterior.
A Rainha deve ser a mais fina e exemplar das damas da corte real, sempre discreta e em apoio total ao seu marido. São sábias e diretas, respeitadas e comportadas, seguem a risca as constituições de seu país e se certificam que os demais as cumpram.
Uma Rainha que não for de ligação direta á monarquia, deve ser uma sangue puro, a melhor das moças á casar com o príncipe herdeiro, se esta já for ligada a soberania, deve ser a primeira filha e a mais dedicada á nação de sua família real. A Rainha deve estar sempre do lado direito de seu Rei, seu marido, sendo seu suporte, seu leito e seu abrigo, sempre compreensiva e disponível a servir bem o topo do Reino e a nação em si.
Crônicas Nobres de Konoha — Livro I.
Princesa regente:
A senhorita em segunda escolha em sucessão ao trono. A princesa regente deve usufruir dos direitos e deveres da princesa herdeira, iniciando assim o seu treinamento e conduta para também assumir ao trono caso for necessário.
Entre os deveres da princesa regente, estão os cuidados com as políticas das áreas mais afastadas e remotas do Reino, em preparar as princesas e nobres abaixo de si para a vida na realeza e acima de tudo de ser o maior auxílio da Rainha.
Devem estar sempre preparadas para assumir o trono e em demonstrar suas capacidades, honrando assim a família de seus parentes Reais. Uma princesa regente deve ter habilidades tanto com a caneta como com a espada, sempre disposta a comandar o palácio com ou sem a presença da Rainha. Deve ser a maior conselheira feminina da nação.
Contos de Sunagakure No Sato — Livro I, paragráfos 10 ao 12.
Rainha:
É aquela com poder absoluta dentro do Reino. A Rainha originou-se da mais bela e detalhada obra dos deuses, que deve ser contemplada, obedecida e honrada. A Rainha é a flor letal que é ao mesmo tempo o maior felino de sua nação, a mãe, a protetora, a guerreira, A Rainha.
Seu dever é reinar sobre todos os seus povos, animais e sob tudo aquilo no qual seus olhos alcançam, a rainha jamais deve ser contrariada ou desrespeitada, suas vontades, sua bondade e sua lealdade para com seu Reino são o fruto mais precioso dado pelos deuses.
A Rainha é a coroa da nação, aquela que está acima de todos, a boa face e imagem de seus súditos. Deve governar com bondade, dignidade, autoridade e acima de tudo com sabedoria. Rainhas são aquelas nobre herdeiras com os mais preparados estudos e treinamentos. Uma Rainha deve estar pronta para dar o ar de sua graça, tanto de forma elegante em seus bailes, como de forma voraz em seus campos de batalhas.
A honra de seu reino é o seu maior objetivo e seu maior escudo. Uma Rainha deve ser sincera, direta e livre em seus pensamentos e ideias, mas também deve ser rígida, dura e feroz com os erros seus e de terceiros e principalmente com as injustiças de seu Reino. Ela deve governar para os demais e não para si, pois é por isso que está em sua posição.
Contos de Sunagakure No Sato — Livro I — Paragráfos 1 ao 4.
É gritante.
É sufocante.
É horrível.
É...
Triste.
Esses são dois trechos que falam sobre as mesmas coisas, sobre as mesmas posições, mas tirados de livros diferentes, de Reinos diferentes, de pensamentos diferentes. Essas são duas posições diferentes que eu posso vir a servir.
Ser uma princesa regente que é mais como um pião controlado por uma Rainha sem voz em Konoha...
Ou
Ser uma Rainha forte, firme e principalmente livre em Suna.
As escolhas parecem claras e obvias do que eu devo seguir, do que eu devo escolher. Eu preciso parar de arranjar desculpas, de ter medo, eu preciso começar a assumir o meu papel de verdadeira monarca.
Mas ainda tem tanto que eu preciso descobrir sobre mim, sobre esse lugar, sobre minha família e principalmente sobre o meu Reino. Não posso simplesmente virar as costas para meu povo, para minhas irmãs e agora para o clã Hatake assim. Eu sou quase da realeza de Namikaze certo... E Suna é a maior aliada de Namikaze. Se o que Lorde Kakashi disse for mesmo verdade, o general de Namikaze é meu tio também, Senju Hashirama.
Preciso de respostas, mas sei que também não as encontrarei parada aqui a espera de Tia Tsunade, isso se ela retornar viva da guerra. Preciso agir, preciso dar um passo mais a frente, mais firme, preciso evoluir, não posso mais deixar as paredes desse lugar e principalmente aquele homem tirar mais nada de mim.
Já deu de ficar parada Sakura!
Eu não posso mais me manter presa em dúvidas, em questionamentos e principalmente nas pessoas. Preciso abrir mão de muitas coisas, preciso infelizmente ser egoísta, Ino estava certa, se eu permanecer mais tempo nessa corte, aos poucos eu vou me afundando mais ainda nesse ciclo vicioso de rebeldias, medo e enfim punição.
Eu consigo conquista algo mínimo.
Kizashi e seus aliados acabam com isso.
Eu me ergo.
Ele destrói o que eu mais amo.
Eu começo a conquistar outra coisa.
Kizashi e seus aliados me ameaçam.
Eu me ergo.
Ele destrói.
Esse ciclo já tem durado tempo demais, já tem me desgastado demais.
Tateio as capas dos dois livros, o primeiro é o livro mais famoso e conhecido de Konoha, todos, dos nobre aos aldeões tem um em suas casas. Nele fala tudo sobre o Reino, desde sua divisão — Quando ainda um só reino com Akatsuki e Namikaze — Até todos os reis e rainhas que já passaram por aquele torno de ouro.
A capa é dura, uma pequena pedrinha de esmeralda verde falsa habita no topo, o desenho da ‘Folha’, símbolo de nosso reino é desenhada detalhadamente. É quase como se a folha fosse sair da capa do livro e repousar como uma brisa leve no meu colo.
E meu olhar segue para o livro de Suna, livro esse que Tenten encontrou nas últimas prateleiras empoeiradas de sua casa. As pontas e as folhas do livro estão gastas, como se alguém tivesse o pego para ler infinitas vezes. A capa em vermelho carmesim é tão lisa e brilhante como a mais bela joía de Ruby, em seu meio está desenhando o brasão de Sunagakure, as dunas de areia. Estão trançadas com finas linhas de linho douradas que se sobressaem pela capa quando passo as mãos.
Um livro de capa tão bela que abriga uma história trágica, emocionante e tão bela quando qualquer outra. Suna já foi um reino abastados de riquezas, chegando a miséria extrema, perdendo posses suas para reinos menores como Amegakure e Otogakure.
Mas por causa de uma mulher, tudo mudou. Há quase 200 anos. A primeira Rainha a subir ao trono não sendo uma princesa herdeira, mas sim uma sétima princesa do falecido Rei, e a primeira a subir ao trono sem um rei.
Não foi por causa da maneira como ela subiu ao trono que ficou mais conhecida, mas por suas atitudes, pela sua forma de governar, foi ela quem tirou Suna da falência e começou a encaminhar ele para o Reino no qual é hoje. Além de suas bravuras, mudanças e leis honráveis, no livro também diz que ela tinha sim um companheiro, ou melhor, uma companheira.
Eu nunca vi nada parecido, mas apenas de imaginar deve ser encantador.E o melhor de tudo é que sua companheira não precisou subir ao trono e ganhar uma coroa para ser reconhecida e hoje estar nos livros de história do Reino. Ela era a mais guerreira e tecelã que o reino conhecida. Extremamente dois extremos.
Rainha Yophie Jotaro Akasuna No.
Eu quero que Konoha muda para esse nível. E sei que isso não acontecerá enquanto eu estiver aqui.
Sei que Sasuke dará conta de tudo por aqui sem mim, não posso depender dele para nada.
Sasuke...
Assim que a imagem do príncipe de olhos de ónix surgem na minha mente, o barulho da porta do meu quarto me assusta. Graças aos céus, não sei como acabaria se eu começasse a pensar nele.
Me descubro e coloco os livros encima do criado mudo, desço da cama e amarro o hobe em meu corpo, o som das batidas se torna insistentes.
(Sakura) Espere um...
Paro de andar na metade do quarto. É de madrugada. O palácio inteiro está adormecido e pelo lado de fora há apenas os guardas fazendo suas rondas. Anko deve estar com Karin, Tenten deve estar em sua casa. Ninguém de minha confiança viria até meu quarto nessa hora d anoite.
Ah não ser... Karin? Não, eu vi ela indo aos seus aposentos dormir mais cedo. Sasuke? Não, ele não iria me ver, seria doloroso demais e além do mais dizemos nosso adeus definitivo certo... Certo?
Respiro fundo e encaro a porta do quarto estreitando os olhos. A pessoa apenas bate deforma bruta na porta, o som é quase ensurdecedor, não é nenhum dos meus guardas. Choji, Kiba, Shino e nem Sai usariam de tamanha força para me convocarem nesse horário.
(Sakura) Quem é.
Silêncio.
Isso não é bom.
A porta é aberta com um rombo, corro para a parede ao lado da janela assim que os homens mascarados começam a adentrar pela porta. Eles marcham em minha direção, tento olhar em seus olhos, mas seus rostos estão bem cobertos.
(Sakura) Quem são vocês e como ousam entrar dessa forma no quarto de Sua Princesa?
Eles não respondem, posso contar rapidamente quinze ou vinte ao meu redor formando uma meia lua pouco distantes. O brilho de suas lâminas se fazem presentes.
Assassinos.
Me agarro as vidraças da janela e tento abrir as mesmas, meu cabelo e brutalmente puxado e vejo uma das lâminas das espadas voar em direção ao meu pescoço, seguro a mão que segura a espada e a torço para trás, o grito de dor do homem se sobressai ao meu quando sinto uma das espadas raspar minhas pernas expostas pela roupa de dormir.
Me solto do homem que segura meus cabelos e o puxo pelo braço logo o arremessando em mais dois que vem em minha direção, mais lâminas cruzam meu caminho, quebro uma das espadas e viro o braço de outro, perfurando a barriga de um dos homens com sua própria lâmina.
O sangue se espalha pelo chão antes limpo do quarto e por minhas mãos e roupas.
A dor lateja em minha perna e sinto o sangue escorrer por ela até meu pé. Outro homem avança sobre mim, me esquivo de sue ataque me abaixando, chuto sua perna e escuto o som dos ossos se quebrando, enquanto outro vem sobre mim o chuto fazendo com que seu corpo se choque contra a parede.
Alguns quadros caem no chão e derrame areia do local que eu destruirá meses atrás. Recebo um soco no rosto o que me deixa desnorteada, mas vejo quando um dos homens levanta a espada em direção, seguro em seus punhos os dobrando ao contrário, rodo com ele o arremesso na janela, o vidro se quebra o som do corpo do homem caindo do quinto andar pesa em minha mente.
Ele não sobreviveu a isso.
Outra espada raspa meu braço, a base de meu pescoço, giro meu corpo e o acerto com um soco em seu rosto, ele se distancia de mim em um polo, outra espada corta minha bochecha e por pouco não arranca minha cabeça, pego esse homem com mais outro dos assassinos e os jogo janela a fora.
Arranco uma das barras de ferro da janela e a enfio garganta adentro de outro, fecho os olhos para não sentir o sangue espirrar em meu rosto e nem para ver sua face agora destruída... Ele estava tão perto de mim. Abro os olhos e vejo apenas mais três assassinos. Eles vem até mim com sangue, com ódio e principalmente com ordens.
Seguro na lâmina de um deles enquanto chuto o outro para o mais longe possível, sangue espirra de sua boca. Dobro a lâmina que seguro e a jogo longe, o homem vem contra mim em um ataque corpo a corpo, bato minha cabeça na sua e seguro em seus ombros, aperto o local e sinto seus ossos se quebrando, se esfarelando embaixo de meus dedos, ele cai de joelhos no chão e o pego pela perna quebrando a mesma.
O corte... O terceiro assassino... Eu havia me esquecido dele... Merda.
Olho para baixo vendo o brilho de sua espada agora ensaguentada, de forma tênue pelo meu torso. Minha visão se escurece e sinto o corte se aprofundar mais, minhas veias piscam em meus braços, em minha testa, o sangue quente saindo por entre minhas ferida de repente se torna gélido. Estou morrendo?
Não... Isso não é morrer.
Minhas pernas antes fracas se mantêm firmes no chão, meu coração antes acelerado se acalma e posso jurar ouvir o som das cantigas da capela de onde morava com meus pais.
A lamina termina de atravessar meu corpo e ela se deita estragando ainda mais meu torço, da minha boca cuspo sangue, mas me sinto mais viva do que jamais me senti antes. Pisco várias vezes e me minha visão se esclarecesse. Meu corpo cria forças e então com a mão eu retiro a espada de meu corpo, seu cabo atravessa minhas costas, mas não sinto dor ou incomodo algum.
Me viro para o assassino, seus olhos frios finalmente se mostrando, ele me olha assustado e então jogo sua espada no chão. Ele dá passos para trás, hesitante e vejo que se prepara para me dar o golpe final com seus próprios punhos.
Pego seu pescoço antes que ele possa pensar em me atacar, seu olhar me irritada, eu sou sua Rainha como ele ousa fazer isso comigo? Como ele ousa... Como?
Dobro meu joelho em seu torço fazendo ele cair se contorcendo, mas não solto seu pescoço, aperto e o seguro até seus olhos se mostrarem vermelhos, as veias tomarem conta deles. Com seu último suspiro eu puxo sua mandíbula para cima, sem esforço eu arranco sua cabeça.
O corpo cai em um baque duro e silencioso, escuto passos vindo até mim e então meu quarto se enche de pessoas, pessoas essas que reconheço, mas eles parecem não me reconhecer. Olho para a cabeça jorrando sangue ainda em minhas mãos e a jogo longe.
Respiro fundo e olho para aqueles que me olham, meu corpo pesa, minha mente pesa.
Eu preciso ir embora daqui.
Meu corpo cai pesadamente no chão e a última coisa que vejo são os cabelos negros e os olhos vermelhos de Uchiha Sasuke, e a última coisa que sinto são seus braços me segurando.
...
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