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História Pinball Challenge - Vance Hopper x Reader - O Outono Te Deseja Boa Sorte - História escrita por Baybbie - Spirit Fanfics e Histórias
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História Pinball Challenge - Vance Hopper x Reader - O Outono Te Deseja Boa Sorte


Escrita por: Baybbie

Notas do Autor


Eita-

Perdoa a demora!

Desculpe qualquer erro ortográfico e boa leitura!!!

Capítulo 19 - O Outono Te Deseja Boa Sorte


Você estava feliz. Você estava muito feliz. Confusa, mas feliz.

O dia amanheceu quente, porém ainda tinha uma brisa gelada perambulando pelo ar. Era gostoso. Por agora você caminhava ao lado de Vance na rua, ele murmurava o quão chato estava sendo aquela caminhada e como era irritante te ver saltitando pela calçada, porém ele não expressava nada além de um pequeno sorriso no rosto. Ele não estava irritado.

Era quase horário do almoço e vocês dois decidiram sair da escola mais cedo, ou melhor, fugir. Você queria chegar em casa e trombar com sua progenitora antes dela seguir rumo ao trabalho - mesmo sabendo que ela provavelmente se irritaria por conta da fuga da escola.

O que mais te impressionava ali era a presença de Vance. Vocês conversaram rapidamente naquela manhã, não mencionando nada sobre o ocorrido da noite passada, mas tudo parecia bem melhor, tanto que a matriarca da família Hopper comentou sobre como a casa havia amanhecido mais alegre. Você chegou a informar o loiro sobre a vontade de ver sua mãe naquele dia e ele apenas concordou, dizendo que iria junto pois "não aguentava mais aquele inferno de escola", nessas palavras.

- Podemos passar na conveniência depois. - virou para o bad boy, vendo-o desviar o olhar quase que instantaneamente.

- É, pode ser. Tanto faz... - resmungou, mordiscando o canto do lábio inferior, te causando um certo movimento acelerado no coração. Aquelas lembranças da noite anterior estavam te matando.

Não era como se você tivesse uma opinião concreta sobre o ocorrido. Sua cabeça estava uma tempestade de pensamentos, faltava pouco para se tornar um furacão de categoria cinco. Você não estava acostumada com aquele tipo de situação. Sua vida inteira se resumiu em problemas para socializar e problemas familiares, portanto aquele tipo de sentimento era novo. Talvez tivesse medo de explorá-lo.

Tinha completa noção de que Vance não era alguém inexperiente quando se tratava de sair com outra pessoa e ter algo com ela, Hopper era um cara bem popular e costumava aceitar encontros para tentar se divertir. Portanto a ideia dele estar fazendo o mesmo com você martelava constantemente sua cabeça, mas você não se importava. Não se importava, não é?

Suspirou cansada, recebendo um olhar curioso do outro. Aquilo te arrepiou.

Você queria beijá-lo novamente. Não era tão novata nesse papo de beijo, Vance não foi seu primeiro, porém era diferente completar tal ação com alguém que te deixava um tanto... perturbada. Certo, talvez não seja a melhor palavra para descrever isso, mas entre admitir sentir algo por ele e aceitar que estava ficando louca, você preferia acreditar que estava alcançado a insanidade. Não que fosse ruim pensar em Vance daquele jeito, você só tinha medo de se decepcionar, e a personalidade difícil do loiro não ajudava nisso.

Ele era como uma bomba relógio que poderia explodir a qualquer instante e você não conseguia saber quantos segundos faltavam para a explosão, se estava muito perto e te afetaria ou se estava muito longe e você só ficaria sabendo minutos depois.

- Ei, já esqueceu na onde mora? - virou para o loiro em um pulo, notando que havia passado reto pela sua casa. Você sorriu sem graça e foi na direção dele - Aconteceu alguma coisa? - perguntou, ele parecia tentar manter um tom neutro, como se sua resposta não importasse. Aquilo doeu um pouco, não podia negar.

- Nada, só pensando demais. - Vance murmurou um rápido "hm" e deu de ombros, fitando a porta da sua casa e assistindo você girar a maçaneta - O que... - se distanciou ao que a porta se abriu, mostrando a sala escura. Vance bufou e chegou mais perto, quase colando o peito em suas costas, não deixando de murmurar algo sobre liberar a passagem - Não entre, a porta não deveria estar aberta.

- Girou a porra da maçaneta porquê então? - rolou as pérolas azuladas.

- É tipo uma mania minha e da minha mãe. Nós entramos em um consenso de sempre checar se a porta está aberta. - explicou brevemente, olhando para dentro da residência - Nós sempre trancamos ela... - sussurrou, tentando escutar algo vindo do lado de dentro.

- Ou talvez a sua mãe só esqueceu. Vamos! - te empurrou em direção a entrada, ignorando seus pedidos para não entrar lá - Pronto, está em casa. Doeu entrar aqui? - zombou quando vocês pararam no meio da sala. Seu corpo gelou - Cadê el-

- Fique quieto! - ousou dar uma fraca cotovelada na barriga do loiro, recebendo xingos baixos em troca. Você agarrou a mão direita dele e se colocou a caminhar, arrastando Vance junto. Vocês pararam os pés no início da escada logo depois de varrerem todo o andar de baixo com os olhos, analisando o espaço com a pouca luminosidade que entrava pelas frestas das janelas fechadas.

Suspirou pesado, sentindo um aperto reconfortante na mão, agradecendo mentalmente por não estar sozinha ali.

Subiram as escadas lentamente, tentando não fazer nenhum barulho. Você tentava se mostrar confiante perto de Vance, porém mal notava que estava se encolhendo no corpo do loiro a cada segundo que passava.

- Mãe? - perguntou sem alterar o tom de voz, fitando o bad boy logo depois, como se procurasse por alguma resposta, porém ele apenas negou com a cabeça e empurrou suas costas levemente, insinuando a continuar caminhando - Mãe, você está aqui? - olhou dentro do quarto pertencente a sua progenitora, encontrando a cama de casal perfeitamente arrumada, assim como ela sempre deixava em todas as manhãs - Olhe o banheiro, eu vou ver meu quarto...

Soltou a mão quente de Vance, sentindo um certo desconforto, logo se colocando em frente a porta do seu quarto.

Estava prestes a tocar a maçaneta da porta dos seus aposentos, quando de repente ela se abriu em um baque só, revelando sua progenitora.

- Querida? - você apoiou a mão no peito, sentindo o ar sair dos seus pulmões e voltar para eles rapidamente - O que está fazendo aqui? - perguntou um tanto angustiada - Eu não te escutei, estou fazendo faxina...

- Não, tudo bem! - sorriu pequeno, levantando o olhar para a mulher, ela parecia desgastada - Eu te avisei, esqueceu?

- Sim, mas não é o melhor dia para você aparecer aqui. - disse sem graça - Que tal eu ir te visitar? Podemos nos encontrar em um lugar aberto e com mais pessoas. - deu uma risada levemente desesperada. Você alargou o sorriso.

- O que está escondendo de mim? - tentou olhar para seu quarto por cima do ombro da sua mãe, porém ela se esticou para tampar sua visão - Mãe...

- Filha, que tal descermos? - te cortou, fechando a porta do seus aposentos e te empurrando para as escadas, porém ela parou imediatamente ao escutar algo vindo do andar de baixo - Merda... - sussurrou - Se esconda o mais rápido possível, querida! - ela te empurrou para trás, te distanciando dos degraus - Fique em silêncio e não entre no seu quarto, meu amor. - disse baixo e rápido, não deixando de sorrir.

Por um instante você foi levada para seu passado, as lembranças da sua mãe tentando te passar aconchego antes do seu pai chegar e acabar com tudo vieram à tona. Se sentiu destruída.

- Mãe... - soluçou. Suas mãos tremiam e seu nariz começava a receber uma coloração avermelhada.

- Se apresse e pule a janela do meu quarto qualquer coisa, vou mantê-lo lá em baixo. Vai ficar tudo bem! - prometeu e beijou sua testa, respondendo o ex marido com um "já vou" sem energia, logo te deixando ali.

Sua respiração acelerou e seus ouvidos ficaram abafados.

- Não, agora não, por favor... - sussurrou desesperada. Estava entrando em crise. Você se escorou contra a porta ao seu lado - respectivamente sendo do banheiro - e quase caiu ao tê-la aberta de repente, sendo sustentada pelos braços de Hopper - Vance... - você o chamou com a voz fraca, ficando um pouco mais calma por estar na presença dele novamente - Vamos, precisamos nos esconder, ele não sabe que estamos aqui. -  se ajeitou e agarrou os pulsos cobertos por pulseiras de couro, puxando Vance para o quarto disponível. Vocês se olharam rapidamente antes de correrem os olhos por todo o cômodo, fitando o armário ao mesmo tempo. Abriram as portas esverdeadas e entraram ali. O armário era embutido na parede, nem muito grande e nem muito pequeno, nele tinha um espaço só para roupas de cabide e outro com gavetas, como se fosse uma pequena mesa, já que tinha perfumes e cremes em cima. Você empurrou os objetos cheirosos e sentou ali, ficando com Vance de pé em sua frente - Não consegue ir mais para trás? - sussurrou, recebendo o olhar do loiro.

- Não, sua mãe tem muita roupa e a maioria é de inverno - murmurou com a voz levemente irritada. Você sorriu pequeno, qualquer coisa conseguia tirá-lo do sério, nem que fosse minúscula - Por que está sorrindo? - você fechou a cara e desviou o olhar.

- Eu... não entrei em uma crise. - coçou a garganta, tentando parecer mais confiante em sua resposta.

- Ah, sim. - deu de ombros - Seria bem fodido ter essa merda agora. - fitou o loiro, notando o sorriso fraco aparecer em seus lábios ao ver seu olhar cortante - É uma piada, não seja chata... - ficou sério de repente. Você juntou as sobrancelhas.

- O que aconteceu?

- Fique quieta! - segurou sua nuca e te puxou para perto, tampando sua boca com a mão livre e fixando o olhar no seu. Você permaneceu o encarando, tentando ler o que se passava na mente confusa de Vance. Porém era o de sempre, aquele mar calmo cheio de nuvens.

Você tinha medo dele escutar seu coração bater no meio daquele silêncio. Estava bombeando sangue desesperadamente, te fazendo fechar os olhos na procura de acalmá-lo.

Passos cortaram a falta de som que se instalava na casa. Você sabia que não eram da sua mãe, esses passos eram pesados e duros, como se um ogro irritado caminhasse pela sua casa. Seus olhos se arregalaram e procuraram os de Vance, encontrando-os no mesmo instante. Os dedos ásperos do loiro iniciaram um carinho singelo em sua nuca, causando borboletas no seu estômago.

"Ele está aqui"

Silabou o rapaz. Vance tinha visão da fresta do armário e conseguia ver uma pequena parte do quarto. Suas mãos correram pela regata branca e apertaram o pano, tentando ficar colada nele. Parecia seguro na sua cabeça.

- Merda... - o loiro resmungou antes das portas serem abertas em um estrondo, te assustando o suficiente para soltar um grito surpreso. Vance te agarrou em um abraço, ficando de costas para o homem, claramente, alterado - Você vai sair correndo e chamar ajuda! - mandou, seu tom era baixo e grave. Você apenas concordou com a cabeça, sem compreender o que ele queria dizer com aquilo.

- Vadia, trazendo homens para nossa casa? Eu não te criei assim! - seu progenitor brandou irritado, te deixando enjoada.

Vance acariciou seu corpo brevemente, como se fosse um aviso, antes de se jogar de costas contra seu pai e rapidamente virar o corpo na direção da porta, te empurrando e gritando um severo "corra". E você o fez. Bateu os pés pelo chão de madeira, tentando ignorar os claros sons de socos e tapas vindos do quarto, sem contar os resmungou e murmúrios de dor.

Desceu as escadas apressadamente, indo na direção da porta de entrada.

- Está trancada... a chave! - virou o corpo e correu para a cozinha, vendo o molho de chaves em cima do balcão. Sorriu vitoriosa e foi direto para o objeto brilhante, porém foi parada com o gemido doloroso emitido atrás do balcão - Mãe! - ajoelhou ao lado da mulher, ela tinha o lábio cortado, o redor dos olhos ganhavam uma coloração arroxeada e suas bochechas estavam inchadas. Você sentiu seu coração partir ao meio ao encontrá-la naquela situação, sentindo a boca tremer antes de um soluço alto sair pela sua garganta - Mamãe... - tocou os cabelos macios, assistindo-a sorrir fraco - Não, mãe. Eu vou te tirar daqui. - tentou pegar a mais velha nos braços, escutando-a resmungar por conta da dor - Vamos, mãe... - puxou a roupa dela - Eu preciso de você. - choramingou, sentindo as lágrimas quentes rolarem por seu rosto e caírem em sua mãe, limpando cada gota salgada que pintava a pele maltratada - Por favor... - ela não respondeu, apenas continuou te olhando - Mãe...

- S/N! - Vance apareceu. Ele estava suado e boca sangrava, porém não parecia ter mais nenhum machucado aparente - EU DISSE PARA VOCÊ PROCURAR AJUDA! - veio na sua direção, assustando ao ver sua mãe. Ele te olhou e umedeceu os lábios, fazendo uma careta ao sentir o gosto metálico do sangue - Eu carrego ela. - o loiro te tirou dali e foi na direção da sua mãe, pegando-a pela nuca e parte interna dos joelhos - Abra a porta! - apontou para o molho de chaves com o queixo, te fazendo pular ao se lembrar da porta trancada. Você correu para a sala e destrancou a porta de entrada, vendo-o se aproximar com sua progenitora nos braços e sair da casa. Suspirou aliviada.

- E o meu pai, onde ele está? - perguntou, sentindo um calafrio percorrer seu corpo.

- Ele não interessa agora, vamos! - não te olhou. Você concordou com a cabeça e deu um passo para fora da casa, porém foi como se o mundo ficasse lento de repente, em câmera lenta. Sua camisa foi puxada para trás e seu corpo a acompanhou, te fazendo cair no chão em um baque doloroso.

- VANCE! - chamou pelo rapaz, que te fitou assustado antes da porta fechar na sua frente - ME SOLTA! - debateu o corpo, tentando se soltar do agarro. Um cheiro torturador de cigarro e cerveja invadiu suas narinas, fazendo seu estômago revirar.

- Cale a boca! - o homem estapeou seu rosto e segurou seu maxilar em um aperto - Eu disse que seria nós dois, estou pouco me fodendo para a sua mãe, meu bem. Eu e você, né? - sussurrou - Sabe que eu te amo, não sabe?

Você o encarou com raiva.

- Nojento. - cuspiu no rosto velho, girando o corpo para o lado e se soltando das mãos do seu progenitor - VÁ SE FODER! - correu para o andar de cima, abrindo a porta do seu quarto e a trancando. Você podia escutar a voz irritada te chamando. Ele iria te matar.

Analisou seus aposentos e arregalou os olhos. Roupas estavam espalhadas ali, a maioria eram suas e outras do homem que te ameaçava naquele instante. Fotos suas estavam coladas nas paredes e um fedor azedo estava impregnado por tudo.

Você pode notar facas e tesouras ali, a maioria sujas de sangue. Também pode ver pedaços de algo, parecia ser pele.

- Que porra...

- SAIA DAÍ! - você ofegou e correu em direção a janela, abrindo-a sem dificuldade. Bem que Vance estava certo sobre as fechaduras serem uma merda. Se esticou e avistou o loiro esmurrando a porta.

- VANCE! - ele te olhou assustado e depois suspirou cheio de alívio, apontando para a árvore na frente do seu quarto e te mandando pular - Eu não consigo... - murmurou para si mesma, ficando sentada na janela. Você escutou Vance te chamando e o olhou.

- SUBA NESSE GALHO E DEPOIS VÁ COM CUIDADO PARA O TRONCO. EU VOU TE PEGAR! - prometeu, ele parecia confiante. Você concordou com a cabeça e subiu no galho em um pulo, sentindo-o balançar.

- Merda, merda, merda. - praguejou baixinho, indo lentamente para o tronco da árvore.

- VOCÊ NÃO VAI ME DEIXAR ASSIM! - escutou atrás de você. Seu progenitor estava totalmente acabado, segurando um machado nas mão, fazendo seus olhos voarem para a porta destruída do seu quarto. As mãos enrugadas agarraram seus pés, te puxando de volta - Você será feliz comigo, meu bem.

Gritou mais uma vez por Vance, não podendo ver qual foi a reação dele.

O dia perfeito de outono tinha ido por água baixo, ou talvez... sangue abaixo.


Notas Finais


Até a próxima att<3


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