*Lucille*
Encarei o meu reflexo pelo espelho, mal acreditando que hoje era o dia do meu casamento. Até pouquíssimo tempo atrás eu daria risada se alguém dissesse que uma pessoa se atreveria a passar por cima de todos os meus problemas e me pediria em casamento um dia, me aceitando como eu sou, com as minhas próprias limitações e traumas e me ajudando com eles. Mas acontece que as pessoas se apegam muito ao nunca, sendo que a situação pode se desdobrar e crescer em segundos, e uma pessoa pode mudar tudo.
Bom, então, muito obrigada, Zayn, essa é para você.
Por mais que eu soubesse desde o começo sobre a riqueza e a influência que a família Malik tem não só na Inglaterra, mas também em todo o mundo, fiquei surpresa em como Trisha Malik conseguiu organizar e planejar esse casamento tão bem em três ou quatro dias. É claro que ela nunca esteve sozinha, já que Doniya, Waliyha e Safaa também a ajudavam como puderam. Vovó Malik também não era fraca. Ela fez de tudo para que o vestido que ela e Trisha usaram em seus respectivos casamentos ficasse mais moderno e perfeito em mim, sempre perguntando a minha leiga opinião. Elas mandaram bordar mais o vestido, assim como cortar as mangas para deixá-lo levemente mais despojado. E é claro que ela fez questão de adicionar um decote em tudo aquilo. Para ser sincera, quase não estava me reconhecendo naquela peça que realçavaçava cada mínima curva do meu corpo. Mas estava sendo ótimo e nunca pensei que me divertiria tanto em um dia como ontem me diverti com os últimos preparativos.
E um desses preparativos me pegou totalmente de surpresa.
Quando cheguei no salão de beleza, descobri que Doniya havia marcado uma tonalização para o meu cabelo, e no começo eu até tentei fazê-la mudar de ideia, porém...bem, ela é uma Malik, e agora o meu cabelo está bem mais claro do que era antes. Mas tenho que admitir que adorei o resultado.
Passei as mãos pelo vestido e pelo tule do véu para ter certeza que não havia nada amassado, e então encarei o meu rosto no espelho. Eu mudei muito nessa última semana, e acho que a felicidade estava estampada no meu rosto. Tudo bem que a maquiagem leve, porém presente, fazia mágica, mas mesmo assim. Meu rosto parecia mais corado, talvez até mais cheio e com vida. E aquele sorriso? Bem, ele não queria sair do meu rosto de jeito nenhum. Eu finalmente me sentia amada, me sentia bonita e desejada.
Por Deus.
Eu devo tanto a Zayn.
E ao meu irmão também. Passar tantos anos longe dele com certeza não me fazia bem, e só eu sei o quanto ele dá tudo de si para me fazer feliz. Ele sempre me entendeu tão bem, por mais que agora tivesse falhado.
Eu pensei que ele entenderia que eu precisava dele aqui comigo neste dia, mas pelo que vejo ainda há algumas coisas para se trabalhar em Louis Tomlinson.
Respirei fundo e então ouvi três batidas na porta da pequena salinha do salão de beleza e mandei quem quer que fosse entrar.
E meus olhos marejaram no instante em que a cabeleira loira escura de Louis apareceu ali.
— Lou! — Arregalei os meus olhos e ergui o vestido para que pudesse correr até ele, que me abraçou com força no instante em que cheguei até ele. — Achei que você não viria!
— Não se acostume com essas minhas boas ações, ainda estou chateado com você. — Eu me afastei dele e revirei os meus olhos.
Ele usava um terno cinza que havia caído muito bem nele, apesar de saber que ele adoraria estar usando uma blusa despojada e calças jeans agora mesmo. Louis sorriu de leve para mim e tocou os cachos grandes em meu cabelo, e eu também sorri de forma desajeitada.
— Wow, você está mais loira.
— É, acontece que Zayn não é o único teimoso da família dele. — Eu suspirei, percebendo que o sorriso dele diminuiu um pouco quando eu mencionei o nome do moreno. — Pega leve com ele, Lou, por favor. Você não faz ideia do quanto eu o amo, e o quanto ele me faz bem. Eu sei que tudo aconteceu muito rápido e te dou razão para ficar preocupado ou desconfiar, mas eu estou falando sério. Nem ele e nem eu achamos que isso aconteceria. Até certo ponto estávamos só fingindo, e então de uma hora para a outra não estávamos mais.
— Olha, eu sei que estou sendo chato pra caralho por causa de toda essa situação. Não vou fingir que não estou vendo o quanto você está melhor, Lucy. Dá para notar o seu sorriso estando na outra esquina, mas mesmo assim, eu me sinto na obrigação de te proteger de qualquer indício de mal que possa querer te atingir, porque além de te amar pra cacete e saber por tudo que você passou, sei que é isso que o nosso pai faria. — Percebi o brilho que o olhar dele adquiriu quando citou papai, e foi inévitavel que eu fizesse o mesmo. — Ele estaria tão feliz te levando pra cima de um altar, apesar de ter certeza que olharia torto para Zayn. — Eu concordei, limpando o canto de meus olhos para que a maquiagem não borrasse e aqueles malditos cílios postiços não descolassem. — E mamãe? Minha nossa, ela estaria radiante. Estaria agora mesmo falando para você parar de chorar se não vai ficar toda borrada, então vou fazer o papel dela agora: pare de chorar senão vou me sentir culpado.
Eu ri, toda chorosa, e então abracei o meu irmão novamente sentindo as suas mãos pelas minhas costas, me acalmando.
— Falando nisso, você está a cara dela, estou impressionado.
— Você acha? — Eu sorri, me afastando e ajeitando o meu cabelo.
— Acho. Ainda mais com o cabelo mais claro assim. — Louis sorriu de leve, colocando as mãos nos bolsos. — Está linda, aliás.
— Obrigada, boo bear.
Ouvimos mais três toques na porta e então vejo quem eu nunca esperaria estar ali agora mesmo quando a porta se abre.
— Bethany! — Não pude evitar de gritar quando a vi sorrindo daquela forma para mim. — Você veio!
— É claro que eu vim! Acha que eu deixaria o seu irmão vir sozinho para cá, além de tudo?! Eu ouvi dizer que as inglesas são taradas! — Eu ri, ainda abraçada à ela. Meu Deus, como eu senti a falta dessa doida.
— Estou ofendida. — Fiz um drama, tocando o meu peito.
— Você é excessão, eu acho. — Louis revirou os olhos ao lado dela, ainda com as mãos nos bolsos. — Garota, como você está linda!
— Obrigada, Beth, mas não deveria dizer isso usando mais bonita que eu. — Me referi ao seu vestido nude e o batom vermelho que caíram muito bem nela.
— Oh, esses trapos velhos? —Ela ironizou, fazendo pouco caso, me fazendo rir mais ainda. — Por favor, você é perfeita. — Revirei os meus olhos, mas não tirei o sorriso do rosto.
— Então vocês estão juntos, pelo que posso ver.
— É, eu que fiz o pedido. Seu irmão é um lerdo. — Louis fez uma careta ao seu lado. — É sério, Lucille, foi frustrante ver ele nervoso toda vez que a gente saía sem conseguir dizer nada, aí um dia eu me irritei e disse que sabia que ele queria me pedir em namoro e eu mesma fiz o pedido.
— Te devo uma por isso. — Ele disse, tocando o ombro dela com o seu.
— Você me deve uma eternamente! — Bethany exclamou, indignada.
E foi ali que eu vi que Louis havia achado alguém perfeito para ele, até porque os dois são parecidos para caramba em termos de gritar. E é claro, eles também eram muito fofinhos juntos, tirando os detalhes nojento que infelizmente acabei tomando reconhecimento.
— Bethany? — Waliyha abriu a porta e chamou pela loira. — Será que poderia dar uma ajudinha aqui? Precisamos de mãos pequenininhas.
— Oh, estou indo. — E então ela saiu correndo pela porta, deixando eu e Louis sozinhos novamente.
— Estou feliz por você, Lou. Vocês combinam tanto que nem parece que fui eu que juntei vocês dois. — Ele riu, claramente envergonhado. Uh, isso é novo. — Nossa, você gosta muito dela! Está escrito na sua testa!
— É. — Ele deu de ombros, tentando segurar o seu sorriso, e eu soube que aquilo é o máximo que eu conseguiria arrancar de alguém fechado como ele, mas assim como eu, eu já havia percebido algumas mudanças que com certeza foram feitas por uma presença feminina fixa na vida dele.
Até porque acho que ele estar aqui agora mesmo tem algo a ver com Bethany.
— Olha, acho que você vai gostar disso. — Louis procurou algo nos bolsos da calça, me entregando uma corrente fina e dourado, que tinha como pingente duas pequenas sepatinhas de ballet cobertas de strass. — Eu lembrei de você na hora e não consegui passar reto pela vitrine, ainda mais quando percebi que nunca comprei algo bom para você. Espero que tenha gostado porque foi o olho da cara, e oops, não deu tempo de embrulhar. — Eu ri, ainda encantada por aquela corrente e o que ela significa para mim.
— Eu amei, Lou.
Pedi para ele colocar a mesma em mim, e assim que ele o fez, Trisha nos chamou e disse que estava na hora de irmos para a Igreja. Senti as borboletas em meu estômago começarem a se desesperar, mas se quer saber, eu já estava começando a me habituar com elas.
— Oh, e Lucy? — Antes que saíssemos do pequeno quartinho, recebendo a ajuda de Louis para caminhar com aquela quantidade de pano me impedindo e ainda encima de saltos, ele me olhou e sorriu de leve.
— Sim?
— Zayn é muito sortudo por ser ele encima daquele altar agora mesmo.
Eu não consegui segurar o sorriso gigante que se apoderou do meu rosto. Apenas segurei o seu braço e deixei um beijo em sua bochecha, logo ouvindo a sua reclamação por deixar uma marca de batom em seu rosto.
[...]
Eu estava nervosa pra caramba até enganchar em Yaser e ele começar a me dizer com toda a tranquilidade e simpatia de sempre que Zayn acordou eufórico esta manhã. Dei risada quando ele me contou que ele estava tão elétrico que nem conseguia fazer o nó da gravata e teve que pedir ajuda para Waliyha. Ele me disse também que o moreno não conseguia ficar parado no lugar encima daquele altar, de acordo com os primos de Zayn, que é óbvio que estavam zoando ele.
E então eu me senti mais relaxada logo depois das risadas antes de entrar dentro daquela Igreja.
É óbvio que a primeira pessoa em que pus os meus olhos quando as grandes portas de madeira pesadas se abriram foi em Zayn. Eu o vi durante semanas usando ternos pretos na empresa, mas o fato de ele estar o usando em nosso casamento e ele ter uma pequena rosa branca dentro de um dos bolsos do paletó pareceu o deixar ainda mais lindo, ainda mais quando sorriu daquela forma doce para mim, com os olhos castanhos claros brilhando. Eu não consegui esconder o meu sorriso bobo que com certeza me entregava, dizendo claramente à todos o quão apaixonada eu sou por esse homem e tudo que ele faz. Observei que o escritório de Seattle inteiro estava ali, me cumprimentando com leves acenos e sorrisos grandes, apesar de eu saber bem que eles devem estar bem confusos pelo fato de eu e o chefe deles estarmos nos casando. Bem, coisas confusas acontecem o tempo inteiro, como Harry abraçando Maya no banco da Igreja com aquele sorriso atrevido no rosto, com Niall e Liam ao seu lado.
É de se espantar que bem no fim Styles havia feito uma coisa certa em toda a sua vida.
Quando cheguei até o altar sob o olhar observador de Zayn, deixei o meu buquê de tulipas brancas colhidas na própria fazenda aqui de Bradford com Bethany, que parecia estar extremamente entusiasmada com o que estava acontecendo. Yaser deixou um beijo em minha mão e eu sorri em agradecimento para ele, que logo estava ao lado de Trisha e sua mãe. Oh, e vovó Malik, é claro, já estava chorando.
Zayn segurou a minha mão e também deixou um beijinho ali, olhando fundo em meus olhos e sorrindo de forma fofa logo depois, arrancando alguns burburinhos pela Igreja.
— Você está tão linda que chega a doer. — Ele sussurrou perto do meu ouvido, sorrindo de forma travessa e ajeitando o terno em seu corpo. Eu sorri em agradecimento, tímida, até porque o padre havia ouvido o que ele disse porque sorriu assim como alguns convidados ao nosso redor.
Zayn tem o talento de me deixar sem jeito o tempo todo.
Meu coração bateu apressadamente dentro do meu peito durante toda a cerimônia e as minhas mãos estavam suando frio, mas Zayn estava segurando uma delas com firmeza, sempre me lembrando que estava ali por perto e me acalmando quando me mostrava aquele sorriso. Eu não conseguia tirar os meus olhos dele porque simplesmente não acreditava que esse dia havia chegado ou que estávamos realmente fazendo isso. Pode nos chamar de loucos, mas eu sinto que senti mais por Zayn nessa semana que passamos juntos aqui do que em toda a minha vida, até porque depois daquele acidente e também de Brandon, foi como se o meu corpo tivesse passado por tanto sofrimento que seria mais fácil não sentir absolutamente nada do que sentir dor. E eu tenho a impressão de que Zayn seria para sempre o único capaz de me tirar daquele estado catatônico. E ele o fez. E pelo que podia ver nele, ele sentia o mesmo porque também se recusava a tirar os olhos de cima de mim, me desconcertando. Só Deus sabe o quanto eu estava me segurando para não segurar aquele rosto nas minhas mãos e beijar aqueles lábios, porque só ficar o olhando estava acabando com o meu autocontrole.
Depois de toda aquela parte do "aceito" em que Vovó Malik acabou por chorar quando eu e ele o fizemos, o padre, que por alguma razão estava todo sorridente, logo deu continuidade aos atos finais da cerimônia.
— Se alguém se opôe a este matriônio, fale agora ou cale-se para sempre.
Quando a Igreja inteira ficou em silêncio por alguns segundos, era impossível não ficar um pouco tensa, temendo por alguma cena de novela ou algo parecido. Tudo havia sido tão perfeito até agora que só a possibilidade de algo dar errado me apavorava, mas acabei sorrindo ao notar a expressão de divertimento de Zayn quando ele arqueou uma das sobrancelhas, acariciando a minha mão com o seu dedo por cima da minha mais nova aliança, que é claro que ele insistiu em comprar.
— Com o poder investido por mim, eu vos declaro...
— ESPERA! — Virei a cabeça na direção do corredor da Igreja no exato momento em que uma mulher magra e de cabelos curtos entrou pela pelas portas batendo os saltos altos no chão, mas demorei para identificar quem era porque ela estava contra a luz. Forcei a vista, sentindo o meu coração estar quase pulando para fora do peito, e então consegui a ver, usando um vestido preto e colado ao corpo magro, com os cabelos castanhos escuros esvoaçantes. Os seguranças aparecem logo depois, e até tentaram a segurar, mas ela correu. — Parem esse casamento!
— Amber? — Zayn disse o nome da sua ex namorada, tão confuso quanto eu, e por Deus, eu estava prestes a desmaiar.
Se ela está aqui agora, do outro lado do mundo, é porque tem uma carta na manga, que com certeza tem a ver comigo e com Zayn estarmos fingindo ser noivos até alguns dias atrás. Eu não suportaria ver a família de Zayn desapontada, principalmente ver a tristeza de Vovó Malik estampada em seu rosto. Meu Deus, aquilo seria demais para mim.
A Igreja inteira encontrava-se em um silêncio profundo, encarando Amber como se ela tivesse acabado de cometer um crime, e acho que à este ponto eu estava tão desesperada que estava apertando as mãos do moreno logo a minha frente, que mais parecia estar bravo do que assustado.
— O que você está fazendo? — Zayn se pronunciou, hora nenhuma soltando as minhas maõs.
— Você não pode se casar com ela, babe! — Ela gritou e logo as lágrimas de crocodilo começaram a descer pela sua face. — Eu ainda te amo, Zee! — Meus lábios se entreabriram em choque quando a morena desceu as duas mãos até a sua barriga. — Eu e esse bebê!
Ouvi os vários burburinhos começarem a ficar cada vez mais altos naquela Igreja, mas a minha ficha não havia caído até que Amber gritasse com a sua voz estridente de novo.
— Nós vamos ser uma família, Zayn! Eu estou grávida!
Desci o meu olhar até a barriga dela, e quando eu me permiti prestar atenção naquela região, percebi que já havia um certo volume ali. Ela deveria estar com mais ou menos três ou quatro meses de gravidez, e o contraste com seu corpo magro era grande. Meus olhos marejaram e as minhas mãos começaram a tremer, e só então percebi o quão gélidas e suadas as mesmas estavam. Criei coragem e olhei para Zayn, que já me encarava com aqueles lábios entreabertos e as sobrancelhas franzidas, como se não soubesse o que dizer.
Caramba, ela está grávida dele.
Eles seriam uma família em breve.
Eu não posso estar no meio disso, não posso competir com um bebê.
Esta criança precisa de um pai! E de preferência um pai casado com a sua mãe!
Eu detestei estar sentindo tanta inveja dela.
Até tentei pensar em coisas positivas e ter pensamentos otimistas, mas dessa vez, estava tão assustada e em choque que nem mesmo consegui pensar. Tudo que eu enxergava na minha mente era a cena de Amber chorando enquanto abraçava a própria barriga.
Tentei soltar as minhas mãos das de Zayn em um ato incontrolável, só querendo sair dali sem olhar para ninguém, mas é claro que ele não deixou.
— Babe, isso não é o nosso fim. — Ele disse, baixinho, para que só eu escutasse enquanto se aproximava e segurava o meu rosto com as duas mãos, tentando fazer com que eu olhasse em seus olhos. — Nós ainda podemos sair daqui e sermos felizes como bem quisermos. Eu e você, princesa, para sempre...
— Não acredito que disse isso, Zayn. — Amber acabou por ouvir o que ele disse, e era incrível a forma com que ela passou do choro para o sorriso cínico. — Será que não sabe que Lucille passou seis anos da vida dela dentro de uma clínica de reabilitação? — Foi inevitável não ver toda a família de Zayn me olhando em um misto de curiosidade e pena logo atrás de seus ombros largos. — Oh, vocês, convidados, não sabiam? Lucille, que estava há pouco tempo atrás toda sorridente, tentou cometer suícidio três vezes! Acha mesmo que conseguirá ser feliz com ela, Zee? Com essa depressi...
— CHEGA! — Me surpreendi pelo grito enfurecido de Louis, mas só conseguir sustentar o olhar até ele e Bethany, que estava com as mãos sobre a boca, me encarando com os olhos azuis marejados, por poucos segundos, e então encarei o chão, ofegante. — VOCÊ NÃO SABE NEM A METADE DO QUE ELA TEVE QUE PASSAR!
Não, não, não.
Isso não podia estar acontecendo.
Por Deus, se isso for um pesadelo, eu preciso acordar agora.
— Tudo que eu preciso saber é que Lucille passou meses frequentando algumas festas suspeitas com um ex namorado quando era mais nova! Me diga, doce Lucy, por quê não aproveitou que já estava em uma clínica de reabilitação e tentou sair do mundo das drogas?!
Aquilo foi a gota d'àgua para mim. Eu já não conseguia mais suportar qualquer que fosse outro insulto ou mentira sobre mim.
Eu nunca encostei em qualquer uma das drogas que Brandon usava! Como ela conseguiu saber de toda a minha história, e por quê estava fazendo aquilo comigo?! Na frente de todas essas pessoas! No dia que era para ser o mais feliz de toda a minha vida!
Não consegui nem mesmo me defender porque o nó em minha garganta era gigante, e eu mal conseguia respirar. Olhei para Zayn, e por mais que eu soubesse que ele sabia que o que Amber disse era mentira, me senti encolhida como nunca sob o seu olhar cheio de desespero. Não havia pena em lugar algum em sua feição, apenas...dor. Ele contraía o rosto como se sentisse o que eu estava sentindo, como se estivesse sendo esfaqueado só por olhar em meus olhos, e aquilo pareceu bastar para mim.
Ele ainda me amava, apesar de tudo.
"Eu amo você"
Foi o que consegui dizer, sem soltar som algum da minha garganta, e então caí no choro no momento em que soltei as nossas mãos, me afastando.
E a última coisa que vi antes de sair correndo daquela Igreja foram os olhos castanhos do moreno se enchendo de lágrimas.
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