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História Playing Pretend - Tudo ou nada - História escrita por Chrissy_RDC03 - Spirit Fanfics e Histórias
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História Playing Pretend - Tudo ou nada


Escrita por: Chrissy_RDC03

Notas do Autor


Oi oi oi

Capítulo surpresinha pra vcs

Boa leitura!

Capítulo 30 - Tudo ou nada


Fanfic / Fanfiction Playing Pretend - Tudo ou nada

*Zayn*

(Dois meses depois)

 

— Será que você poderia me dar um pouquinho de atenção? — Amber resmungou, puxando o meu braço e fazendo um biquinho. Apenas suspirei e massageei as minhas têmporas, já com uma dor de cabeça dos infernos. — Todo mundo dessa festa já deve ter percebido que você não está dando a mínima para mim.

 

— O que você quer que eu faça, Amber? — Eu me rendi, me virando para ela.

 

— Por que você não me abraça? 

 

— Eu sei o que está tentando fazer. Esqueça. — Me afastei, procurando por um garçom que seja com alguma bebida alcoólica. 

 

— Eu não estou tentando fazer nada, Javadd. Estou apenas te incentivando a fazer um bom papel de pai. E de namorado. — Ela puxou o meu braço, me fazendo parar de frente para ela. Respirei fundo umas três vezes para não perder a paciência quando ela tocou o meu rosto com uma das mãos como Lucille fazia.

 

Mas não era Lucille, e é por isso que eu não senti nada quando ela o fez. 

 

— Amber... — A morena sorriu de leve, pensando que eu estava cedendo. Tudo que eu fiz foi segurar o seu pulso com delicadeza e afastar a sua mão do meu rosto. — Nós não temos mais nada. Tudo que você é agora é a mulher que vai dar à luz ao meu filho. 

 

Eu estava prestes a me afastar quando ela segurou o meu braço com força novamente, com uma carranca.

 

Filha. — Amber respondeu. — É uma menina, Malik. 

 

E então ela saiu à passos fortes e pesados, brava. 

 

Uma menina. Eu deveria estar dando pulos de felicidade agora mesmo, mas por quê eu não conseguia sentir nada? Toda vez que olhava para Amber e a via com as mãos sobre a barriga, eu não conseguia sentir nada.

 

Deve ter algo de errado comigo. Não é possível.

 

Enxerguei um garçom com uma bandeja e peguei a primeira taça com champanhe que vi, mas assim que levei a mesma até os meus lábios, enxerguei ela. Abaixei a taça, achando que estava vendo coisas, afinal era uma festa da empresa e apesar de eu ter pedido à Louis que a convidasse, duvidava que ela viria. Mas era mesmo Lucille. Ali, tão perto. Depois de dois malditos meses sem a ver uma vez que fosse. E ela também olhava para mim.

 

Ela estava perfeita, como sempre. Usava um vestido preto que ia até a metade de suas coxas, e haviam alguns detalhes em azul que combinavam com os seus olhos. E ah, aqueles olhos claros. Eu senti a falta deles. Arrastei os meus olhos por cada centímetro dela, passando pela sua cintura fina, pelo seu quadril largo, por aquelas pernas que faziam a minha cabeça girar, até os seus pés, presos em uma sandália de salto. Ela parecia ter mudado um pouco, mas eu não soube dizer o que. Ela continuava a mulher mais linda que eu já havia visto de qualquer maneira.

 

Mas os cabelos estavam impecavelmente lisos, e eu sabia que ela fazia isso quando não estava bem. O meu instinto queria que eu corresse até ela é perguntasse porque ela não estava com aqueles cachos dourados, mas me segurei.

 

Mas então eu vi uma mão tocando a cintura dela, e logo depois um braço que a trouxe de encontro para alguém, mais precisamente Gabriel.

 

Acho que senti o meu sangue que corria pelas minhas veias borbulhar, e por Deus do céu, eu precisava urgentemente aprender a controlar a minha raiva. Senti o meu maxilar travar e fuzilei o garoto cacheado com os meus olhos, mas é claro que ele nem olhava para mim estando com o mundo inteiro ao seu lado. Ele olhava para Lucille de forma admirada, e disse algo para ela, sorrindo, mas ela não pareceu prestar atenção. Tudo que a loira fez foi olhar dentro dos meus olhos e mexer a cabeça de forma breve, como se dissesse um "não é isso que você está pensando", segurando a mão dele e a tirando da sua cintura. Ele nem pareceu notar que estava sendo rejeitado, mas agradeci Lucille mentalmente por ter feito isso e prezado pela minha saúde mental.

 

Ou para que os dentes do garoto permanecessem na boca dele.

 

— E aí, Malik! — Louis me cumprimentou, mas meus olhos não saíam de cima de Lucille hora alguma, e tudo que eu queria saber era o que ela e o de olhos azuis estavam conversando, e se ela gostava da companhia dele ou preferia a minha.

 

Porra.

 

Eu estou me corroendo de ciúmes.

 

— Por que não me contou que eles estão juntos? — Perguntei ao Louis e seu sorriso diminuiu um pouco quando ele bufou, tocando a nuca e desviando o olhar, como se o assunto fosse delicado. E bem, era.

 

— Essa é a questão, eles não estão. — Troquei olhares entre ele, Lucille e Gabriel lá atrás, confuso. — Tá, eu não vou me fazer de sonso. O pentelho não sai do pé dela, está o tempo todo correndo atrás de Lucille, e toda maldita vez que eu apareço no apartamento dela, ele está lá.

 

— Então eles estão juntos.

 

— Não, Lucille não esconderia isso de mim. Eu acho que ele faz bem para ela, se é que me entende. — Olhei novamente para a irmã dele, que estava rindo de algo que ele disse. Eu não podia ouvir a sua risada por conta do barulho das vozes, mas eu estava sentindo tanto a falta daquele sorriso, ou do simples ato de a fazer rir. Era a melhor sensação do mundo saber que eu era o causador daquilo.

 

E é por isso que ver ela fazendo isso com outro acaba comigo.

 

— E como ela está? — Perguntei, interessado.

 

— Ela está melhor, cara. Está quase morando dentro daquele estúdio de ballet por causa da apresentação, e isso está ocupando bastante a cabeça dela.

 

— Apresentação? — Troquei o peso do corpo de uma perna para a outra, tentando não demonstrar que estava tão interessado assim.

 

— É, não te contei? Ela vai se apresentar no teatro Freedom daqui um mês. Ela é a bailarina principal, cara, estou tão orgulhoso. — Louis olhou para trás, para a irmã, que agora conversava com Bethany ao seu lado. — Ela é incrível. 

 

— Eu sei. — Deixei escapar, fazendo Louis se virar para mim novamente, com a sua taça de champanhe. — E o pirralho de olhos azuis deve estar tendo o melhor momento da vida dele. — Louis riu, o que me fez revirar os olhos.

 

— Desculpa, cara, mas o seu ciúme é hilário. — Ele negou com a cabeça, se divertindo com o meu sofrimento. — E você? Como estão as coisas com Amber?

 

— Difíceis. Ela força a barra a todo o momento. 

 

— Então sem chance de reconciliação? — Virei para trás, procurando pela morena de cabelos curtos, a encontrando conversando com uma amiga, provavelmente reclamando de mim. Eu apenas suspirei, voltando a Louis. 

 

— Tomlinson, a sua irmã não sai da minha cabeça. Mesmo que eu quisesse algo com Amber de novo, eu não iria conseguir. — Ele assentiu, olhando para baixo. — Eu sei que você quer que eu supere ela, mas...

 

— Não! Não, Malik, eu não quero que você supere ela, pelo amor de Deus! — Acho que fiz uma careta, confuso, deixando Louis um pouco irritado. — Acha que eu pergunto sobre Amber porque quero você com ela? Você é burro ou que? Eu pergunto porque não quero que você desista de Lucille, cara. Ela ainda sente a sua falta. Eu ainda encontro ela chorando baixinho pelos cantos mesmo que tenha se passado dois malditos meses! Eu não aguento mais isso. Se quer saber, por mim eu já teria largado tudo e ido atrás dela, e que se dane a Amber! Você não é obrigado a sacrificar a sua felicidade por causa dela. Você vai ter um filho, Zayn, e não um casamento. 

 

Louis pareceu explodir, liberando tudo que queria ter falado para mim, e confesso que fiquei surpreso pra caralho. Ele está pedindo que eu vá atrás da irmã dele? Depois de tanto pedir para que eu não encostasse em um fio de cabelo dela meses antes? Tá, isso é confuso, mas saber que Lucille ainda chorava por minha causa foi aliviador. Quero dizer, eu não quero que ela se sinta triste, é claro, mas se ela ainda chora, quer dizer que eu ainda tenho chance. 

 

Acho que eu estava sorrindo igual um idiota.

 

— É uma menina. — Eu o corrigi, mal conseguindo disfarçar o sorriso brincalhão em meu rosto. Louis me encarou, confuso. — Eu vou ter uma filha, seu bobão.

 

— Ah, vai se catar, Malik! — Ele me empurrou pelo peito, e nós dois começamos a rir. — Parabéns, Javadd.

 

— Obrigado. — Dei de ombros, sorrindo de leve, mas a cena de Bethany puxando Lucille para um dos cantos da festa me chamou a atenção. 

 

— Devia pelo menos disfarçar que está olhando para ela, cara. A baba tá escorrendo. — Ouvi a voz de Styles ao meu lado, e logo a sua mão em meu ombro. Encarei aquele sorriso brincalhão e bufei.

 

— Vá se ferrar, Styles. — Eu o abracei pelos ombros e ele fez o mesmo comigo. — Onde estão os outros? — Me referi a Liam e Niall.

 

— Estão por aí, tentando achar um rabo de saia. — Harry respondeu.

 

— E por que diabos você está aqui enchendo o meu saco e não está fazendo o mesmo que eles?

 

— O que é isso, cara, eu estou namorando a sua prima. — Ah, é mesmo. Maya queria mesmo me fazer ter um infarto quando me contou isso. Procurei Lucille com os meus olhos novamente, por puro costume de a ter sempre à vista, e ela ainda conversava com Bethany, que parecia um pouco aflita. — Por que não foi conversar com ela ainda? 

 

— O que? Com Lucille? — Eu tentei disfarçar, pigarreando. — Não, tenho medo do que Amber possa fazer com aquelas unhas nela. Ela pode estar grávida de cinco meses, mas ainda é muito arriscado. — Styles bufou, olhando para a loira assim como eu. 

 

— Devia ir atrás dela, Zayn. Não é fácil achar alguém como ela. Lucille é única. E se me permite dizer, não vai ficar solteira por muito mais tempo. Ela é bonita, jovem e chama a atenção por onde passa, você sabe disso como ninguém. — Eu assenti, levando dois tapinhas nas costas por ele. 

 

*Lucille*

 

— Lucy, eu preciso falar com você. — Bethany praticamente me arrancou da conversa com Gabriel, e eu apenas disse que já o encontrava de volta.

 

Bethany me puxou até um dos cantos mais reservados da festa, e eu soube que havia algo de errado quando ela ficou de frente para mim e eu vi que ela não estava sorrindo. Na verdade, ela parecia bastante aflita, com as sobrancelhas claras franzidas em preocupação e os olhos assustados.

 

— Está tudo bem, Beth? Você parece preocupada e...

 

Eu estou grávida. — Demorei cerca de dez segundos para digerir o que ela disse, mas ainda sim fiquei chocada e me perguntei se aquela seria uma das brincadeiras que Bethany faz o tempo todo. Mas ela estava séria e parecia estar prestes a chorar, então apenas chacoalhei a minha cabeça e entreabri a minha boca, chocada.

 

— Espera, isso é sério? — A loira assentiu várias vezes, engolindo em seco. — Você já contou ao Louis?! — De repente eu estava mais desesperada que ela.

 

— Não, eu precisava falar com você antes. Eu estou assustada, Lucy, pra caramba. Você sabe que o seu irmão não está pronto para ser pai, mas, merda, eu também não estava pronta para ser mãe. Eu não sei o que fazer! — Quando ela começou a chorar na minha frente, tudo que eu pude fazer foi a abraçar, e logo ela começou a soluçar contra o meu pescoço, me apertando com força.

 

Minha nossa.

 

Parece que eu vou ser titia.

 

— Está tudo bem, Beth, você não está sozinha. Ele vai ficar assustado no começo, é claro, você também está, mas cuidar de uma criança é o tipo de coisa que vocês vão aprender a fazer com o passar do tempo. — Passei as minhas mãos pelas suas costas para a reconfortar. — Mas você precisa contar logo para ele. Está com quantas semanas?

 

— Doze. Doze semanas. — Ela se afastou, limpando as lágrimas e eu a ajudei a limpar a maquiagem borrada. — Ele vai ficar bravo, Lucy. Ele sempre pediu para eu tomar cuidado com os anticoncepcionais. Na verdade eu não faço ideia do que aconteceu. Eu só comecei a passar mal o tempo todo, mal conseguia sentir o cheiro de comida sem botar para fora, e engordei três quilos sendo que os ensaios na Classique não iam deixar isso acontecer se eu estivesse normal. E então a minha menstruação atrasou e eu desconfiei. — As mãos dela ainda tremiam enquanto ela gesticulava de forma nervosa. — Então eu fiz um teste de gravidez no banheiro da Classique e quando deu positivo eu chorei por uma hora lá dentro. 

 

— Beth... 

 

— Eu sei, eu sei, eu já estou melhor. Só preciso criar vergonha na cara e contar para o seu irmão. — Ela respirou fundo, tentando voltar ao normal. — Como acha que eu devo contar para ele?

 

— Você deveria esperar até que estivesse mais segura, e em algum lugar que esteja só você e ele. Louis provavelmente vai precisar de um tempo à sós para pensar, mas tenho certeza que vai ocorrer tudo bem. Só não demore muito. — Ela assentiu, sorrindo de leve para mim, e eu fiz o mesmo. — Meu Deus, eu não acredito que vou ser tia!

 

Bethany riu e voltou a me abraçar, e ficamos assim por mais alguns minutos até que Louis veio procurar a sua namorada, é claro. Os dois começaram a trocar sorrisos e beijinhos e eu percebi que estava sobrando ali, então me afastei e comecei a perambular pela festa, atacando alguns salgadinhos e refrigerantes, até me sentar em um sofazinho ali perto quando me senti cansada, com um pouco de dor nas costas. 

 

Os ensaios diários estavam sendo uma benção e o motivo do meu cansaço também. 

 

Eu respirei fundo ao lembrar do momento em que vi Zayn pela primeira vez depois de dois meses. Eu entrei pela porta do local em que uma festa do escritório estava acontecendo e o vi conversando com Amber logo antes dela tocar o rosto dele exatamente da maneira como eu fazia e sorrir. Aquilo me machucou tanto que eu precisei desviar os olhos na hora, já que sentia que estava prestes a ter um ataque cardíaco, e quando ergui o olhar novamente, ele já me olhava, com uma taça de champanhe na mão. 

 

Aquele castanho claro de seus olhos parecia ser tão quente que instantaneamente senti o meu rosto ficar vermelho, já que ele mal piscava olhando para mim. Zayn estava usando uma camisa social branca, e por ser fina, era possível ver os esboços das suas tatuagens por todo o seu peitoral. Certo, aquilo quase acabou com a pouca sanidade que ainda me restava, mas olhar para Zayn ainda era doloroso demais, porque eu simplesmente não podia o tocar. Não podia o beijar ou o abraçar. Eu só podia o observar de longe. 

 

Precisamos conversar. — Pulei de susto no pequeno sofá preto dali quando ouvi aquela voz rouca próxima ao meu ouvido, e acho que me arrepiei da cabeça aos pés. Olhei para trás, de onde vinha a sua voz, e lá estava Zayn. Por Deus, tão perto que só de sentir o cheiro dele de novo a minha cabeça girava. Ele me olhava daquela maneira misteriosa, mas intensa, passando lentamente os olhos por cada parte do meu rosto, até que passou a língua pelos lábios vermelhos. 

 

Meus braços se arrepiaram instantaneamente, e nem preciso falar sobre as borboletas no meu estômago. 

 

Parecia ser a primeira vez que ele dirigia a palavra a mim, já que eu me sentia nervosa como nunca, e logo as minhas mãos começaram a tremer. 

 

— N.nós não temos nada p.para conversar. — Gaguejei do começo ao fim, e para disfarçar o efeito ridículo que ele tinha sobre mim, me levantei do sofá, mas é óbvio que ele não deixou que eu fosse muito longe.

 

— Ah, temos, sim. — Ele agarrou a minha cintura, me fazendo cair sentada na almofada novamente. — Você não pode ficar fugindo de mim. 

 

— E você não pode ficar correndo atrás de mim, Malik. Acabou. Você tem Amber agora e... 

 

— Eu não quero Amber, Lucille, eu quero você! — Eu parei de me debater inutilmente quando ele disse aquilo, segurando os meus pulsos com as mãos de forma delicada, olhando em meus olhos. — Será que é tão difícil assim de entender que nós precisamos ficar juntos? Esses dois meses foram bons para você? Porque para mim foram o inferno! Porra, Lucille, eu fui feito para você e você...

 

— Não, você não foi feito para mim, Zayn. — A resposta escorregou pelos meus lábios, por mais que a forma com que ele me olhava, com tanta ternura, quase fizesse com que eu ficasse muda e cedesse. Por Deus, a maneira que ele pronunciava cada palavra lentamente, mas de maneira profunda, simplesmente acabava comigo. — Eu fui feita para você, mas você não foi feito para mim. Se fosse, Amber não estaria carregando um filho seu agora mesmo. Isso é mais do que necessário para sabermos que por mais que queiramos, não podemos ficar juntos. Por mais que esses dois meses tenham sido ruins, eu não posso te ter. É errado e...

 

Não consegui terminar a minha frase porque as lágrimas me impediram, então tapei a minha boca com uma das mãos e tentei sair, mas é claro que ele não deixou. Seu olhar transmitia tanto desespero quanto o meu quando ele se aproximou, e acho que fiquei até atordoada pela quantidade de emoções e sentimentos Zayn era capaz de me fazer sentir. 

 

— Não, Lucille, você está enganada. Consegue lembrar da fazenda? Do quanto parecia certo você estar nos meus braços? Lembre-se do hotel em Doncaster. Consegue se lembrar de cada beijo que eu te dei? De cada toque que sentiu? De cada vez que gemeu o meu nome, Lucille? Isso não me parece nem um pouco errado. Me parece certo para caralho! — Meu peito subia e descia e eu engoli em seco, de olhos fechados, porque sim, eu lembrava de tudo. Lembrava de Zayn me olhando com luxúria, lembrava dele gemendo de forma rouca perto do meu ouvido enquanto beijava o meu pescoço e se afundava em mim, e lembrava de cada vez que ele havia me beijado, segurando o meu rosto e acariciando as minhas bochechas. Eu lembro que parecia ver estrelas. Parecia tão certo, tão certo...

 

 — Eu sinto muito, príncipe, eu... — Me afastei dele, me levantando do sofá e nem o dando chance de dizer ou fazer algo. Apenas corri o máximo que as sandálias e a quantidade de pessoas permitiam, procurando pelo banheiro, mas então vi Amber na minha frente e mal tive tempo de pensar. Tudo que ela fez foi despejar a taça com o suco de laranja que bebia em meu vestido, o que me fez suspirar pela temperatura e pelo susto.

 

— Oh, mil perdões, querida! — Ela fingiu estar arrependida, atraindo a atenção de todas as pessoas para nós, deixando a festa toda quieta em segundos. Além de estar toda suja de suco, tenho certeza que a minha maquiagem estava borrada, e eu deveria estar patética e morta de vergonha, por um fio de chorar. — Você estava correndo e eu não te vi. Sabe como é, né, a barriga deixa você mais desastrada. — Amber acariciou a barriga, sorrindo de maneira convencida. 

 

Olhei para o lado e vi o meu irmão ao lado de Zayn, e os dois me encaravam com cuidado, como se eu estivesse prestes a entrar em colapso. Foquei em Zayn, que ergueu uma das mãos discretamente na minha direção, como se dissesse para eu me acalmar, mas eu apenas neguei com a cabeça, voltando a correr para o banheiro. Quando entrei no mesmo, me sentia tonta e enjoada, talvez prestes a mandar o que eu havia comido para fora, mas não estava mais chorando. Estava morrendo de raiva, de repulsa de Amber. É claro que ela me viu! É claro que ela jogou o maldito suco em mim de propósito! Deve ter me visto conversando com Zayn e achado que fui eu que fui atrás dele! 

 

Puxei o papel toalha da parede com agressividade, fazendo uma careta por tanto ódio, e então tentei limpar o suco do meu vestido, mas só pareceu piorar quando o papel começou a se despedaçar.

 

Argh! — Resmunguei, jogando o papel no lixo e me apoiando na bancada da pia, me encarando pelo espelho. Até meu cabelo estava grudento por causa dessa vaca de cabelo curto!

 

Eu não deveria ter vindo nessa merda de festa! 

 

Ainda tentava acalmar a minha respiração quando a porta do banheiro foi aberta, e de lá surgiu um Zayn claramente bravo, soltando fogo pelas ventas. Ele trancou a porta e se virou para mim, caminhando em passos rápidos e pesados. Por que diabos ele está bravo comigo?!

 

— Esse é o banheiro feminino, Zayn, você não pode entrar aqui! — Exclamei, caminhando de costas, fugindo de seus olhos negros que me encaravam como se ele quisesse me matar agora mesmo. 

 

Me impeça. — Ele desafiou, arqueando uma das sobrancelhas, e sabia que estava ferrada no momento em que as minhas costas bateram contra a parede. Não tinha mais para onde fugir.

 

— Zayn... — Tentei dizer algo, mas fui calada quando ele segurou o meu rosto com as duas mãos e grudou a sua boca na minha, sem mais nem menos. 

 

Se antes o meu coração estava acelerado, imagina só agora. Acabei gemendo de pura satisfação contra os seus lábios, e o meu corpo reagiu imediatamente ao dele. Minhas mãos pareceram reconhecer os seus fios de cabelos finos e sedosos quando eu os toquei novamente, e a sensação era libertadora. Seus lábios macios me beijavam com agressividade, exigindo mais contato, e logo as nossas línguas foram envolvidas. As mãos grandes e pesadas do moreno caíram até a minha cintura e ele me apertou contra o corpo quente dele, fazendo outro gemido sôfrego escapar dos meus lábios, abafado pela boca dele. Consegui ver as estrelas que há dois meses não via. assim como senti o meu corpo inteiro arrepiado, e por Deus do céu, eu havia sentido muito a falta de tudo isso. Havia sentido a falta dele, dos seus lábios exigentes, das suas mãos fortes, do seu cheiro, de sentir a sua barba pinicando a palma das minhas mãos. De tudo. 

 

Será que isso refresca a sua memória? Te faz lembrar do quão certo eu e você somos? — O moreno afastou as nossas bocas, e eu ainda estava um pouco perdida e tonta depois daquele beijo. Sentia as minhas pernas fracas e acho que estava prestes a desmaiar. Mas eu aguentei firme, regulando a minha respiração, que assim como a dele, era ofegante. — Se você estivesse comigo, Lucille, você seria respeitada por todos! Meu Deus, você seria tratada como uma princesa, e ninguém se atreveria a olhar torto para você! Você teria tudo que quisesse, e eu só peço você em troca. Não é isso que você quer?

 

— Tudo que eu quero é você. — Foi outra frase que escorregou pelos meus lábios, mas eu nem me importei. Apenas foquei naqueles olhos e naqueles lábios agora ainda mais vermelhos e inchados, e toquei o seu rosto, sentindo um nó se formar em minha garganta. — Eu não quero mais nada em troca, Zayn, só você.

 

Ele soltou o ar com força, me apertando com ainda mais força e arrancando um suspiro de mim. E então mexeu de leve a cabeça, como se estivesse sendo provocado ao extremo, e voltou a me beijar, de forma mais lenta dessa vez, mas ainda sim, intensa. 

 

E então eu cedi. Simplesmente deixei com que ele fizesse o que quisesse comigo, contanto que ele continuasse me beijando dessa forma e arrancando o sofrimento que eu achei já estar incrustrado em meu peito, eu deixaria tudo. 

 

— Como nós vamos fazer isso, Zayn? — Eu perguntei, afastando as nossas bocas. — Eu não consigo mais ficar longe de você, não depois disso. Você não pode continuar fazendo isso, me beijando desse jeito e depois sumindo, isso dói e...

 

 — Shhh, eu sei, eu sei. Não vou sumir. — Ele suspirou, colocando o meu cabelo atrás da orelha, deixando o meu rosto livre para que ele me observasse com mais precisão. — Eu só preciso de um tempo para tudo se encaixar no lugar certo, princesa. Eu ainda estou confuso pra cacete, nunca me imaginei sendo pai agora, não estava nos planos e...

 

— Eu sei. — Abaixei a minha cabeça, mas ele logo ergueu o meu queixo, me fazendo olhar para cima.

 

— Eu sei que também é difícil para você, assim como foi para mim te ver chegando com Gabriel hoje.

 

— Eu e Gabriel não temos nada. 

 

— Eu e Amber também não, então por favor, pare de achar que eu tenho cabeça para pensar em alguém que não seja você, Lucille, porque eu não tenho. Eu acordo pensando em você e vou dormir pensando em você. — Eu não consegui evitar de sorrir como uma boba. — E merda, você continua tão linda, tão linda... — Eu gemi novamente quando Zayn escondeu o rosto em meu pescoço, com certeza deixando alguma marca por ali com a sua boca. Ele voltou a me olhar depois de um tempo, mais sério, e eu fiz o mesmo que ele, já que sabia que teríamos que achar uma solução. — Depois que o bebê nascer. 

 

— O que?

 

— Depois que o bebê nascer, eu prometo que resolvo tudo entre nós, e então eu estarei livre de Amber. — Ele segurou o meu rosto com firmeza, me olhando nós olhos, como se fizesse uma promessa. 

 

— Falta muito tempo ainda... — Reclamei.

 

— Eu sei, eu não vou conseguir ficar todo esse tempo longe de você, mas temo pelo que Amber possa fazer se descobrisse o que estamos fazendo.

 

— Está sugerindo que façamos isso escondidos?! — O afastei pelo peito, vendo que era exatamente isso que ele estava me propondo, mas não conseguiu admitir. — Zayn, eu sinto muito, mas você não pode me esconder. Eu não nasci para ser a segunda opção, nem se for por quatro meses, e...

 

— Eu não quis dizer isso, Lucille! — Ele arregalou os olhos.

 

— Eu sei o que quis dizer, Malik, mas eu não posso aceitar. — Eu engoli em seco. Fazer isso doía, ah, como doía, mas eu simplesmente não podia aceitar. Não havia garantia nenhuma que depois que o bebê nascesse nós poderíamos ser o que quiséssemos ser, e acredito que eu não seria forte o bastante para me afastar dele depois que atingisse esse patamar.

 

E se ele e Amber se aproximassem novamente durante a gravidez?

 

Não, eu não suportaria ser a segunda opção, ser uma espécie de...amante.

 

Não. Eu não deixaria isso acontecer.

 

— Me desculpa, Zayn, mas nesse caso, é tudo ou nada. — Ele piscou várias vezes, um pouco perdido, e então eu saí dos seus braços e logo do banheiro, podendo respirar melhor. 

 


Notas Finais


Ai ai ai...e agora???

Muuuito obrigada pelos comentários, amores, eu amo ler cada um deles! :)

Aaa então me deixem felizinha e me contem as teorias que vcs têm aí! Comentem!

Beijinhosss ❤️


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