Cansaço, esgotamento e desejo por uma cama confortável para embalar horas de sono ininterruptas. Provavelmente era o que Louis deveria sentir e querer após terminar uma cirurgia que durou quase quinze horas e necessitou de absolutamente toda a sua atenção, mas a adrenalina por ter realizado seu primeiro transplante cardíaco, e ter sido muito bem sucedido, mesmo com as complicações que surgiram durante o procedimento, fazia com que ele almejasse tudo, menos dormir.
Tinha falado com Harry um pouco antes de ir para a cirurgia, já deixando avisado que poderia demorar e só voltou a entrar em contato com o esposo na manhã do dia seguinte, noticiando seu bom feito.
Louis tinha sido pego de surpresa, seu turno estava quase no fim quando a chegada do coração foi anunciada e ele não poderia e nem iria negar ao seu paciente a chance de uma vida melhor e saudável.
Ele estava há mais de vinte e quatro horas acordado, mas não conseguia sucumbir ao cansaço natural que deveria sentir, cada parte de seu corpo parecia uma arma carregada, pronta para disparar.
Tudo o que podia desejar era chegar em casa e encontrar seu belo marido a sua espera e contar para ele passo a passo do que havia vivenciado, porque sabia que Harry, mesmo não entendendo de termos clínicos, faria questão de escutá-lo e isso, sem dúvida alguma, fazia com que tudo valesse a pena.
Louis agradeceu por muitas coisas quando finalmente estacionou seu carro na garagem de sua casa. Agradeceu pela oportunidade de exercer medicina, agradeceu por ter a chance de mudar positivamente a vida das pessoas, agradeceu por não desapontar a confiança que era depositada nele e, principalmente, quando adentrou o seu lar e caminhou até a sala, agradeceu pela sorte que tinha por ter Harry Styles em sua vida.
Ficou parado com um sorriso bobo nos lábios enquanto observava o esposo se alongando maravilhosamente sobre uma esteira de yoga e acabou por suspirar um pouco alto, porque, céus, Harry era perfeito.
Ele estava vestido com uma regata preta e um short larguinho na cor cinza, tendo o rosto perfeitamente adornado com alguns cachos que escapavam do coque mal feito e nada poderia ser mais bonito que aquilo.
Se Louis pudesse, passaria horas do seu dia apenas admirando o quão lindo Harry era, afinal, não importava há quantos anos eles estavam juntos, o amor, a adoração e o desejo que nutria pelo cacheado apenas aumentava com o passar do tempo.
— Amor, você chegou! — Harry pausou rapidamente a vídeo aula de yoga que estava assistindo para então correr até Louis, o abraçando com muito carinho. — Como foi a cirurgia? Você está com fome? Quer que eu faça alguma coisa? Eu resolvi fazer yoga porque estava ansioso te esperando chegar!
Harry falava atropelando as palavras, sorrindo e animado apenas por estar junto de Louis e isso serviu muito bem para intensificar a carga de adrenalina que dominava o médico.
Ver a pessoa que amava demonstrando o quanto ela se importava consigo era algo que poucos tinham a sorte de ter, Louis sabia disso.
— Acalme-se, amor, está tudo bem! — Ele comentou rindo, selando carinhosamente os lábios gordinhos do esposo. — Eu não estou com fome, tomei banho no hospital e a única coisa que eu quero é que termine sua aula de yoga, hu? Eu te conto sobre a cirurgia depois.
— Você tem certeza? Você pode me contar enquanto eu faço os exercícios. — Harry ponderou, fazendo carinho no rosto de Louis.
O homem tinha olheiras, mas seus olhos não demonstravam cansaço e a única coisa que Harry queria era deixá-lo o mais relaxado possível após tudo o que ele tinha feito.
— Não, amor, concentre-se nos exercícios, eu posso esperar para contar.
Um último selar foi trocado antes de Harry voltar para sua esteira e Louis abandonar sua bolsa ao lado da poltrona espaçosa que se sentou, deixando seus olhos focados no esposo.
Começou a abrir sem pressa alguma os botões de sua camisa social após soltar o nó de sua gravata enquanto se deliciava com a vista privilegiada que tinha do corpo de Harry, sorrindo com isso.
O marido estava com a mão esquerda e joelho direito apoiados no chão enquanto o braço direito e perna esquerda esticavam-se no ar, perfeitamente equilibrado.
O short curto ajustou-se na bunda redonda e bonita, marcando a virilha, e deixando de bandeja as sensacionais coxas de Harry totalmente expostas e aquilo sim era uma verdadeira obra de arte.
Elas eram fortes e macias ao mesmo tempo, quase suaves para dizer a verdade e Louis se recordava delas com muito carinho.
Não era possível para ele decidir qual parte do corpo de Harry ele mais gostava, mas de todas elas, Louis sabia que as coxas tinham um lugar especial em seu coração.
Foram elas que abriram as portas para a trilha de desejo explícito que tomaram seu ser, foram elas que lhe enlouqueceram ao ponto de fazer que ele apenas se rendesse e sucumbisse ao prazer e foram elas que entregaram com facilidade todo o controle de sua vida a Harry Styles.
Sentado ali enquanto observava seu marido flexioná-las em posições diferentes que a yoga ditava, Louis mergulhou num mundo de recordações de um passado consideravelmente distante, mas tão delicioso quanto o seu presente.
ONZE ANOS ANTES
Louis retirou os fones de ouvido quando finalmente entrou no vestiário do clube de natação, a pressão para a entrada na faculdade vinha tirando suas noites de sono e apenas a música e nadar conseguiam abrandar um pouco seu coração e mente.
Estranhou quando viu seus colegas de aula já se arrumando para ir embora e olhou confuso seu relógio para ver se estava tão atrasado assim, mas acabou constatando que, na verdade, eram eles que estavam adiantados, algo que não era muito comum de acontecer.
— O que houve? Trocaram de horário? — Ele perguntou enquanto se encaminhava para o seu armário de costume, começando a guardar seus pertences e se trocar.
— Você não ficou sabendo? Querem colocar um garoto novo na nossa turma, algo inaceitável. — Jake, um dos garotos mais esnobes que Louis conheceu em sua vida, anunciou com um deboche visível.
— Inaceitável por que? A piscina é olímpica e somos em apenas cinco, têm espaço mais que suficiente para esse garoto. — Louis contestou, vestindo despreocupadamente sua sunga, não estando realmente interessado no que Jake tinha a dizer.
O pouco que convivia com o garoto fez com que Louis aprendesse a não esperar nada produtivo vindo dele e ele estava torcendo internamente para que o assunto não se estendesse mais que o necessário.
— Oh, Tommo, você não sabe o que está dizendo. O garoto é filho da mulher que trabalha na lanchonete daqui, a renda anual da família dele deve ser o que eu gasto em um mês com o meu cachorro, ele nem deveria pisar nesse lugar!
Havia tanto desprezo na voz de Jake que Louis se sentiu mal pelo tal garoto sem nem mesmo conhecê-lo, era absurdo como existiam pessoas que colocavam o dinheiro como método de avaliação de outros seres humanos.
Antes que Louis pudesse protestar contra o monte de merda que o colega proferiu, Jake continuou, sem deixar de ser debochado. Aparentemente deboche, sarcasmo e ironia eram os únicos meios que o garoto mimado tinha para se comunicar.
— Nós agora vamos nadar mais cedo, então se quiser fazer a aula com a gente terá que mudar de horário, tchau, Tommo.
Louis viu Jake e os outros garotos saírem do vestiário como se fossem donos do lugar e isso lhe deixou enojado. Ele não era o tipo de pessoa extrema, mas sabia que preferiria nadar numa piscina de mijo do que com aqueles babacas de novo, definitivamente.
Um ofego exasperado tirou Louis de seus pensamentos revoltados quando foi ouvido por ele, atraindo sua atenção para trás dos armários do vestiário.
Andou em passos receosos até a origem do som, espantado com o chiado semelhante a de um gato engasgado em sua própria bola de pêlo e se alarmou quando viu um garoto encolhido num canto enquanto tentava respirar desesperadamente.
— Ei, olhe pra mim! — Louis chamou a atenção dele, se agachando ao lado do corpo trêmulo. — Você está tendo uma crise de asma, certo? — Segurou com cuidado o rosto vermelho, que apenas confirmava as suas suspeitas, enquanto mantinha calma em todas as suas ações para não alarmar mais ainda o garoto. — Onde está sua bombinha?
O garoto apontou tremulamente para a porta de um armário mais afastado que estava entreaberta e Louis não perdeu tempo para correr até o local indicado. Abriu a mochila que estava guardada ali e vasculhou os bolsos em busca da bombinha, voltando rápido até o garoto para ajudá-lo de vez.
— Certo, tudo bem, aqui está! — Sacudiu o artefato antes de levá-lo até os lábios do menino, tendo sua mão segurada pelas duas do garoto enquanto ele puxava o ar com força para pôr fim à sua crise quando o objeto foi acionado. — Está tudo bem, você já está respirando, fique calmo.
Aos poucos, Louis percebeu o garoto acalmar sua respiração e sorriu com isso, afagando a nuca dele numa quase massagem.
— V-Você salvou a minha vida. — Ele declarou num sussurro fraco, deixando sua gratidão transbordar em seus olhos marejados e expressivos.
— Eu acho que sim. — Louis riu um tanto tímido, sentando ao lado dele. — Fico feliz por ter te ajudado, sou Louis Tomlinson.
Louis esticou cordialmente sua mão para o outro, mantendo um sorriso ameno nos lábios.
— Harry Styles. — O menino por fim se apresentou, apertando sem muita força a mão de Louis junto de um sorriso vacilante, possivelmente abalado por ter quase morrido.
Ele tinha olhos verdes perfeitos e covinhas nas bochechas, o que lhe tornava absurdamente adorável, junto de pontas cacheadas que escapavam da touca de natação mal colocada em sua cabeça.
Harry era bonito, muito bonito, não havia uma definição diferente dessa para classificá-lo.
— Você é o garoto novo, não é? — Louis perguntou num tom dócil, vendo o garoto concordar um tanto receoso. — Eu sinto muito pelas coisas que você teve que ouvir, aqueles caras são ridículos e acham que dinheiro é tudo. — Ele se desculpou, encarando os olhos bonitos. — Vai ser um presente para nós dois não termos que nadar com eles.
Harry arregalou os olhos, surpreso pela frase que ouviu, agindo quase como se Louis fosse de outro mundo. — Nós? V-Você vai fazer as aulas comigo?
Ele não sabia muito bem como funcionava a dinâmica daquele lugar, mas tinha o conhecimento de que sozinho não poderia ter aulas.
A verdade era que Harry já havia aceitado que não faria as aulas no momento em que viu que era desprezado pelos outros garotos.
— Mas é claro que eu vou! Eu prefiro a companhia de alguém legal e não de babacas mesquinhos. — Louis declarou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo, totalmente natural.
O sorriso que iluminou o rosto de Harry ao ouvir aquelas palavras fez com que Louis sentisse uma coisa esquisita em sua barriga, era frio e quente ao mesmo tempo e ele nunca havia sentido algo assim antes. Porém, mesmo com a sensação desconhecida, Louis percebeu que gostaria de ver Harry sorrindo mais vezes porque aquela coisa esquisita era boa de sentir.
— Obrigado, Louis. — Escutou o garoto dizer timidamente, achando adorável a forma acanhada que era encarado.
— Não me agradeça, realmente não precisa. — Louis afirmou com simpatia, mantendo os olhos em Harry. — Agora vamos falar com o professor, eu acho que não vai ser o ideal você fazer a aula hoje por causa da crise, mas o senhor Henderson não vai se opor a você ficar um pouco na água para relaxar e se familiarizar com a piscina. — Louis se levantou e esticou sua mão para Harry usá-la de apoio para se levantar também, demorando alguns segundos a mais para soltá-lo quando o garoto já estava de pé.
Aproveitou o momento para guardar os cachos fugitivos de Harry dentro da touca de natação, atento à tarefa sem se dar conta da intensidade do olhar que recebia do garoto, mesmo que Harry estivesse visivelmente encantado por ele.
— Será que algum dia eu conseguirei te agradecer devidamente? — Harry perguntou quase hipnotizado, o coração aquecido por estar sendo tão bem cuidado e tratado por Louis.
— Se continuar sorrindo bonito assim já é uma ótima forma de agradecimento pra mim.
As palavras apenas escaparam da boca de Louis, mas o sorriso que recebeu com sua declaração fez o deslize valer a pena.
xxx
— E enfim, é por isso que eu preciso fazer natação. — Harry deu uma explicação rápida sobre sua condição de saúde para Louis, contando basicamente o porquê de ser tão necessário praticar o esporte.
Sua asma era um tanto agressiva e o seu médico pneumologista achava muito importante que ele fizesse algum tipo de atividade para melhorar seu desempenho respiratório antes que o quadro se agravasse ainda mais.
Louis ouviu tudo aquilo com atenção, sentindo a raiva por seus colegas crescer alguns bons graus. O egoísmo e preconceito deles poderiam ter custado a vida de Harry e aquilo era inconcebível para Louis, principalmente por ele ter como plano ser um médico no futuro e salvar o máximo de vidas possível.
— Bom, você não precisa se preocupar, suas aulas estão a salvo. — Louis disse ao parar diante da sala do professor, sorrindo para o garoto. — Eu vou falar rapidinho com o senhor Henderson, me espere aqui, sim?
Harry concordou obedientemente e Louis piscou para ele antes de bater na porta do professor, entrando logo em seguida na sala.
— Senhor Henderson, podemos falar por um momento? — Ele perguntou educadamente, sorrindo quando o homem acenou para ele.
— Claro, Louis, sente-se! — O mais velho indicou a cadeira diante da sua mesa enquanto olhava com curiosidade para o garoto. — Como posso te ajudar?
— Bem, eu quero saber se o senhor pode dar aulas à mim e ao Harry Styles nesse horário a partir de agora. — Louis foi direto ao ponto, encarando o professor.
— Bom, Louis, Harry não paga nada para fazer as aulas, porque conseguiu essa vaga mediante o trabalho de anos da mãe dele na lanchonete, mas isso só é gratuito se ele estiver num grupo a partir de quatro pessoas, somente vocês dois seria contado como aula extra e então precisaria ser cobrado. — O homem explicou, suspirando, isso estava acima dele e Louis sabia disso.
— Tudo bem, eu pago por nossas aulas, isso não é um problema. — Ele disse decidido, olhando confiante para o professor. — Eu só gostaria de pedir que o senhor não contasse isso para ele, eu tenho medo que Harry não aceite e eu acabei de ajudá-lo numa crise de asma, ele precisa mesmo fazer essas aulas.
Henderson ponderou antes de suspirar e concordar com a cabeça, observando Louis com atenção.
— Os outros garotos hostilizaram ele, não é?
Louis sentiu a raiva subir ao lembrar das palavras de Jake, apenas concordando com a cabeça para responder àquela pergunta.
— Você tem um coração de ouro, Louis, e eu fico muito feliz por sua atitude. Fale com os seus pais e acerte os detalhes na administração, eu vou garantir que isso seja um segredo.
Louis sorriu aliviado e se levantou para apertar a mão do professor em agradecimento, sentindo um peso enorme sair de suas costas.
— Obrigado por isso, senhor Henderson, obrigado mesmo!
— Não precisa me agradecer, é você quem está fazendo a boa ação aqui! — Henderson declarou sorrindo, contente pela situação. — Agora, você me disse que ele teve uma crise há pouco tempo, certo? Acho que o ideal é que ele faça apenas exercícios leves na água, vamos lá falar com ele.
Louis concordou e seguiu o professor quando ele saiu da sala e não pôde evitar sorrir afetuoso quando viu Harry agachado próximo à piscina, passando os dedos pela água fria.
— Oh, olá! — Ele corou quando foi flagrado, se levantando rapidamente.
— Não se preocupe Harry, já vamos começar a aula! — Henderson sorriu para ele. — Mas hoje eu pegarei leve com você, porque Louis me contou da crise de asma, mas o mesmo não serve pra você, Tomlinson. Quero dez voltas na água agora, vamos!
— Oh, professor… — Louis choramingou preguiçoso e recebeu como resposta o som estridente do apito do homem, fazendo careta e correndo para mergulhar na piscina.
O homem piscou bem humorado para Harry enquanto o garoto ria da situação de Louis e Louis então percebeu que a risada do garoto também era algo que ele queria causar mais vezes.
Harry conseguia ficar mais lindo ainda quando estava rindo.
***
O tempo parecia passar extremamente rápido quando Louis estava junto de Harry e tortuosamente lento quando estavam separados, algo que Louis, do alto de sua inteligência, não conseguia entender muito bem o porquê.
Três semanas fazendo as aulas com Harry foram o suficiente para que os dois se tornassem bons amigos, mesmo Harry sendo dois anos mais novo que Louis. Eles tinham química, sintonia e era explícita a forma que Harry o admirava, quase como um caçula admiraria o irmão mais velho.
Mas não era igual a uma relação de irmãos o que eles tinham, Louis sabia disso porque quando flagrava Harry o olhando, nada nele parecia fraternal e Louis, mesmo ainda não sabendo direito o que era aquilo que esquentava e arrepiava seu corpo quando encarava Harry, sabia que da sua parte também não existia nenhum vestígio de fraternidade.
Tudo ocorria bem entre eles, Harry teve uma melhora visível da asma desde o começo das aulas e Louis se sentia orgulhoso e aliviado por isso. Pagava pelas aulas dos dois sem Harry nem mesmo imaginar, contrariando a ordem do professor para avisar seus pais porque sabia que poderia lidar com isso, ele estava caminhando para os seus dezoito anos, afinal.
E ambos estavam prontos para seguir a rotina pacífica que construíram no curto período de amizade que tinham até que, por um azar do destino, encontraram novamente os outros colegas do clube.
O plano era fazer a aula um pouco mais cedo porque Louis queria levar Harry para comer num restaurante indiano quando descobriu que o garoto nunca havia comido nada do gênero, desejando apresentar o máximo de coisas novas que pudesse a ele.
Louis não costumava fazer muitas concessões sobre seus estudos. Antes de Harry ele seguia a rotina de casa/ escola/ estudo/ natação/ estudo, mas era sempre muito positivo passar um tempo com Harry e, ao contrário de suas preocupações iniciais, o garoto não era uma distração, porque seu rendimento continuava esplêndido e de quebra ele tinha um novo amigo, não podia reclamar de nada.
— Sério, Hazz, você vai amar a comida e se você não gostar eu prometo te levar pra comer entupidores de artérias mais conhecido como fast foods que você tanto gosta. — Louis argumentou por ver Harry um tanto descrente sobre gostar da comida nova que provaria em breve, não escondendo sua animação para mais tarde.
— Tudo bem, Doutor Tomlinson, eu não tenho que me preocupar porque você vai ser médico e irá cuidar das minhas artérias entupidas. — Harry declarou de nariz empinado, abrindo a porta do vestiário despreocupadamente. — E é bom cuidar muito bem de mim, viu?
Louis riu ao mesmo tempo em que tremeu com aquilo de "cuidar de mim" que Harry disse. Parecia tão certo e errado ouvir aquilo do cacheado que ficou um tanto atordoado por alguns segundos, segundos suficientes para se sentir confuso ao sair de seu estado anterior quando percebeu Harry petrificado à sua frente com quatro garotos visivelmente maldosos os encarando.
— Estávamos nos perguntando durante todo esse tempo onde diabos você tinha se enfiado, Tommo, e acabamos de descobrir que foi em algum gueto sujo.
Os garotos gargalharam do comentário de Jake e Harry abaixou a cabeça, tremendo um pouco quando sentiu um aperto gentil em seu ombro.
Louis queria passar segurança para ele e conseguiu com apenas um toque.
— Já acabou, Jake? Ou ainda tem mais alguma babaquice para animar sua plateia?
O sorriso do garoto vacilou para dar origem a uma expressão irritada enquanto caminhava lentamente em direção a Harry e Louis, numa clara posição de desafio.
— Qual é, Tomlinson, você não precisa disso. — Apontou para Harry. — Sua família já ajuda instituições de caridade o bastante e você sabe que é desnecessário uma caridade a mais.
Louis respirou fundo ao ouvir aquele absurdo, trazendo Harry suavemente para trás de seu corpo para ficar diante de Jake, não escondendo seu desgosto.
— Certo, já que você está pedindo por isso, eu vou te dar o que você quer. — Louis começou num tom neutro, empinando seu nariz de forma esnobe. — Entrando no seu raciocínio escroto, vamos aos dados mais importantes dessa conversa: você não está no mesmo nível que o meu e por conta disso não tem moral algum pra dizer com quem eu devo ou não andar.
Jake arregalou os olhos e engoliu em seco antes de tentar protestar, não obtendo sucesso em sua vontade, porque só o olhar de Louis foi o suficiente para calá-lo.
— Eu acho que conviver comigo aqui no clube te fez esquecer que o seu pai trabalha para o meu, não é? Você acha que somos iguais, mas têm milhões de libras que te deixam abaixo de mim. E se você quer agir como um idiota mimado tentando humilhar as pessoas por suas condições financeiras, então aceite que você também pode ser humilhado. Quem vende a mão de obra aqui é o seu pai, não o meu. Você não está no topo, você não é o melhor e a sua família deve a alma à minha. Da próxima vez que você ousar tentar humilhar o Harry ou qualquer outra pessoa por não achá-la digna o bastante para conviver com você eu não vou medir esforços para fazer que você se lembre que é apenas um parasita, entendeu?
O silêncio que atravessou o local após aquele discurso frio de Louis foi sufocante, mas era gratificante ver a expressão derrotada e irada de Jake. O garoto, completamente humilhado, apenas pegou sua mochila e saiu dali apressado com seus amigos logo atrás, todos visivelmente abalados com o que escutaram de Louis.
Louis não costumava ser de brigar por aí e muito menos humilhar pessoas, então aquilo, definitivamente, significava algo.
— Harry eu sinto muito por você ter me visto sendo tão escroto, eu juro que não sou assim, mas Jake estava pedindo por isso e–
O discurso preocupado de Louis em ter chocado Harry foi interrompido por um abraço forte que recebeu do garoto, que fez questão de colar todo o seu corpo no dele.
— Nunca ninguém me defendeu como você, Louis e eu sou muito grato por isso, de verdade.
A frase de Harry foi dita num sussurro contra o pescoço sensível de Louis, que quase o tirou de órbita, causando a resposta natural de apertar Harry contra si para se manter firme.
Ele até poderia dizer algo sobre aquela situação, mas ficar colado em Harry era infinitamente melhor e, sem precisar de mais nenhuma palavra, ambos sabiam que haviam se entendido nos braços um do outro.
***
Se houvesse a hipótese de que toda a euforia e vontade de ficar sempre juntos de Louis e de Harry fosse apenas porque eles tinham se conhecido recentemente e a empolgação do novo era o que os motivava, as semanas que se passaram provaram o contrário.
Para falar a verdade, quanto mais eles ficavam juntos, mais eles queriam ficar juntos e aquilo era um fato incontestável para ambos.
Mas não era apenas isso que estava acontecendo, a percepção que um tinha do outro também estava mais forte e, aos poucos, eles perceberam que sempre, de alguma forma, estavam se encostando ou se olhando demais, pequenos atos que foram crescendo a cada abertura que um dava ao outro.
Em um dia, Harry ficava de pé diante de Louis para ter seus cachos guardados na touca de natação como o garoto estava acostumado a fazer desde quando se conheceram e pouco tempo depois Harry se sentava no colo de Louis para que a mesma ação fosse feita e eles nem conseguiam achar isso estranho.
Louis gostava de abraçar Harry e senti-lo junto de si, aquilo era tão natural para eles que pensar no porquê nem fazia sentido, tudo só era assim e pronto, sem burocracia.
Mas, tão forte quanto a gravidade, a atração que um exercia no outro obviamente evoluiu e o mérito desse fato foi todo de Harry Styles.
Eles estavam tomando sorvete no shopping, Harry adorava quando Louis o levava lá para passar um tempo e comer besteiras, que na verdade apenas Harry comia, era o tipo de programa simples e muito divertido quando as pessoas envolvidas apreciam a companhia uma da outra.
Louis tomava chá enquanto editava algo no seu cronograma de estudos, tendo Harry o avaliando com interesse, a vontade de puxar assunto irradiando dele.
— Você pode falar o que você quer dizer, Hazz. — Louis comentou sem tirar os olhos de seu IPad, sorrindo por visualizar em sua mente o tom corado que provavelmente tomou as bochechas de Harry, lendo o garoto melhor do que a si mesmo.
— Louis… — O cacheado choramingou, fazendo um bico quando teve finalmente os olhos azuis em si, suspirando. — Certo, eu queria te perguntar algumas coisas.
Prontamente, Louis bloqueou a tela de seu Ipad e bebericou seu chá enquanto deixava sua total atenção em Harry.
— Vamos lá, pergunte o que quiser. — Louis o incentivou, sorrindo ameno.
Harry lambeu um pouco de seu sorvete antes de falar, não conseguindo esconder sua curiosidade pela resposta de sua questão.
— Você já beijou alguém?
A pergunta pegou Louis de surpresa. De todos os assuntos que eles já haviam conversado esse era um campo inexplorado ainda. Mas, considerando o quanto Harry era curioso sobre tudo, era de se esperar que esse tópico viria à tona, eventualmente.
— Bom, sim, eu já beijei sim. — Ele respondeu tranquilo, atento às reações de Harry para a sua resposta.
— E é bom?
O lábio inferior gordinho foi mordido por Harry enquanto ele esperava pela resposta de Louis, sendo responsável por desviar um pouco a atenção de Louis do foco da pergunta.
— Sim, é muito bom.
Ele não sabia se a resposta era para a pergunta de Harry ou pela imagem quente do garoto mordendo o lábio, mas isso não importava, afinal, as duas hipóteses eram boas.
— E você também já... Fez outras coisas? Coisas com... Garotos?
Harry não piscava, encarando atentamente o garoto mais velho enquanto tomava um tanto desleixado seu sorvete, sentindo seu rosto quente.
Louis engoliu em seco para a pergunta mais íntima, vendo-se sem palavras por alguns segundos.
Não conseguia deixar de fitá-lo e parecia um pouco quente demais ter esse tipo de conversa com Harry, mesmo sem saber o porquê. E, definitivamente, falar sobre isso com Harry todo sujo de sorvete de creme tornava tudo um pouco mais... Duro.
— Sim, bem, eu já fiz outras coisas também, com garotos, eu não sou mais virgem e muito menos hétero. — Louis respondeu de uma vez, dando um rápido gole em seu chá, acabando por corar pela confissão. — Mas por que você quer saber sobre essas coisas?
Harry chupou seu polegar sujo do doce gelado enquanto dava de ombros, o tom vermelho das bochechas se espalhando para o resto de seu rosto e pescoço.
— E-Eu não sei, eu tô curioso sobre essas coisas, eu acho. — Harry murmurou, um tanto encabulado. — Acho que gostaria de saber como é.
— Você gostaria de saber como é com... Garotos? — Louis obrigou-se a perguntar, umedecendo os lábios quando teve em resposta apenas um aceno positivo de Harry.
Por alguma razão desconhecida, a ideia de Harry beijando ou sendo tocado por outro garoto incomodou visivelmente Louis, deixando-se quase ser dominado pelo impulso cego do... Ciúmes?
Pigarreou para disfarçar o incômodo e tomou mais do seu chá, tentando falar da forma mais acolhedora possível, afinal, Harry era seu amigo e merecia apoio.
— Bom, Harry, você tem que fazer essas coisas com quem você gosta e confia, pra ter uma experiência boa e sem arrependimentos. — Ele aconselhou, forçando um sorriso amistoso para dar veracidade às suas palavras.
Harry concordou rápido com a cabeça, atento aos conselhos do garoto mais velho e aparentemente alheio ao turbilhão de emoções que borbulhavam nos olhos tempestuosos de Louis.
— Eu vou, Louis, prometo que farei isso com quem eu gosto e confio se... Se ele quiser.
Aquelas palavras deveriam tranquilizá-lo, mas apenas serviram para o veneno do ciúmes tomar mais do corpo de Louis e ele precisou usar todas as suas forças para não expressar claramente o seu total incômodo.
Obviamente Harry já tinha alguém em mente para ter suas experiências e, apesar de não gostar, Louis não poderia fazer nada quanto a isso.
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Depois daquela conversa, as coisas ficaram esquisitas entre os dois e Louis não sabia o porquê, ele não tinha mudado sua postura com Harry, então era realmente estranha e inesperada aquela nova situação.
Cogitou em sua mente que Harry poderia estar mais afastado dele por estar mais próximo do tal garoto que ele poderia estar gostando, mas pensar nisso o deprimia, então se obrigou a deixar essa hipótese de lado.
Fazia alguns dias que o garoto estava diferente, às vezes ficava quieto e afastado demais enquanto em outros momentos parecia querer falar algo para Louis, mas nunca chegava a concluir sua vontade e aquilo estava começando a verdadeiramente preocupá-lo.
Harry não era do tipo de pessoa que segurava a língua, nesses quase três meses de amizade, Louis percebeu que o garoto não tinha filtro algum quando se tratava de expressar qualquer coisa (e ele achava isso absurdamente adorável, inclusive).
Bom, na verdade, qualquer um que convivia com Harry achava essa postura adorável. Louis se lembrava da primeira vez que levou o garoto em sua casa e em como sua família absolutamente amou o jeito espontâneo dele, foi muito reconfortante. Ele não sabia bem o porquê, mas era importante para ele que sua família gostasse de Harry.
Louis estava tentando ser paciente, acreditava que Harry tinha seus motivos para não ter dito nada ainda, mas era agoniante ver o garoto distante e disperso e ele não aguentaria por muito mais tempo essa situação.
Assim que eles voltaram para o vestiário após mais uma aula de natação, Louis decidiu falar com ele de uma vez por todas, afinal, era isso que amigos faziam, ou pelo menos deveriam fazer.
— Ei, Hazz, podemos conversar? — Ele chamou enquanto tirava a touca de natação e pendurava a toalha próxima ao chuveiro compartilhado.
Harry, que se preparava para também tomar seu banho, apenas afirmou com a cabeça antes de seguir para o chuveiro ao lado do de Louis.
Apenas a divisória os separava e Louis torceu para que isso ajudasse Harry a se sentir mais seguro para falar o que quer que fosse, afinal, um dos primeiros sinais de que havia algo de errado entre eles, era exatamente porque Harry não estava mais dividindo o chuveiro com ele, algo que antes era absolutamente normal para os dois.
— Bem, eu percebi que você está distante de mim nesses últimos dias e eu queria saber se fiz algo errado ou se posso te ajudar de alguma forma.
Louis começou como quem não quisesse nada enquanto se lavava no jato quente de água. Torcia internamente para que não tivesse magoado o amigo, Harry era realmente importante para ele.
— Não, Lou, você não fez nada. — Harry se adiantou, a voz um tanto vacilante. — Na verdade eu meio que queria te pedir uma coisa, mas não tenho coragem, não sei o que você vai pensar de mim se eu te pedir depois da... Da nossa última conversa.
A curiosidade tomou conta de Louis quando escutou aquilo, desejando que não tivesse a divisória para poder encarar o outro garoto.
Se tinha relação com a última conversa decente que tiveram então envolvia beijos e outras coisas, Louis não sabia o que esperar quanto àquilo.
Será que Harry havia ficado com alguém e estava com medo de contar? Será que estava magoado? Essas hipóteses acrescentaram uma boa dose de preocupação na curiosidade de Louis.
— Harry, você sabe que pode me pedir ou me falar qualquer coisa, não precisa ter medo.
Segundos depois da declaração de conforto de Louis ser dada, o chuveiro ao lado foi desligado e antes que Louis pudesse tirar a sunga, atitude que ele só tinha quando tomava banho sem Harry junto dele no chuveiro, o garoto apareceu diante dele, também usando apenas a sunga e visivelmente receoso.
Louis esticou sua mão num claro convite para Harry se juntar a ele e o garoto não perdeu tempo para abraçar o corpo do mais velho, não se importando com o fluxo de água que caía sobre si.
— Está tudo bem, Hazz, eu estou aqui. — Louis murmurou enquanto acariciava suavemente os fios encharcados de Harry, sorrindo quando teve os lindos olhos do garoto em si, que piscavam vez ou outra por conta do fluxo de água.
— Então eu posso pedir e falar qualquer coisa para você? — Ele sussurrou a pergunta, o olhar um tanto mais pesado que antes.
Louis sentia cada parte de seu rosto quente por conta da força com que era encarado e talvez tenha sido por isso que ele apenas concordou com a cabeça para a pergunta de Harry, engolindo em seco.
Harry deslizava suas mãos pelas costas de Louis enquanto visivelmente analisava as expressões dele e algo em Louis trouxe determinação ao garoto, que não se intimidou em colar seu corpo ainda mais no do mais velho.
— Eu quero que me ensine a beijar. — É o que ele pediu por fim, deixando o rosto a centímetros do de Louis, com sua atenção vagando dos olhos para a boca dele. — Por favor, eu quero estar pronto para alguma situação em que eu precise beijar, Lou...
— H-Harry… — Louis tentou se manifestar sobre o pedido inusitado, impossibilitado de se afastar do garoto bonito. — E-Eu...
Era difícil porque ao mesmo tempo em que Louis queria muito ensiná-lo a beijar, a ideia de preparar Harry para beijar outros garotos era amarga e confusa, não parecia certo.
— Por favor, Lou, eu só confio em você para fazer isso e eu quero tanto...
A forma como Harry estava implorando deixava Louis zonzo e ele não pensou muito quando colou sua boca na do garoto, num selinho molhado e um tanto demorado, apenas porque era demais escutá-lo implorar naquele tom.
— Eu quero mais do que isso, Lou, por favor...
O sussurro pedinte de Harry foi o bastante para esquentar todo o corpo de Louis e ele precisou de muito controle para não ceder naquele momento mesmo àquele pedido... Maravilhoso.
— Tudo bem, Hazz. — Louis disse ao se afastar um pouco de Harry, sentindo vontade de selar a boca bonita dele de novo assim que encarou os lábios semiabertos. — Vamos terminar nosso banho e então... Faremos isso, sim?
Um sorriso iluminador dominou os lábios de Harry e foi engraçado como ele se espremeu para continuar seu banho bem ali junto de Louis, algo comum entre eles.
— Tudo bem, eu serei rápido!
E tinha absolutamente tudo para o banho seguir normalmente, dentro das condições da situação inusitada, até Harry, pela primeira vez desde o dia em que começaram a tomar banhos juntos, tirar sua sunga diante de Louis.
O garoto parecia não se importar, lavando-se quase colado ao corpo do mais velho de costas para ele enquanto cantarolava baixinho.
Louis tentava a todo custo não olhar da cintura para baixo de Harry, sentindo seu coração tão disparado que tinha medo que pudesse ser ouvido e pensou que poderia infartar quando acabou não resistindo em espiar um pouco, bem na hora em que Harry se inclinou para resgatar sua sunga do chão, dando de bandeja para Louis uma visão privilegiada de sua bunda não muito grande, porém arredondada e sua entrada pequena escondida pelas bandas gordinhas.
— Certo, eu terminei! — Louis declarou rápido para sair dali, pegando sua toalha e enrolando na cintura.
— Tudo bem, eu já estou indo. — O garoto respondeu dando de ombros, não ligando para a saída abrupta do mais velho.
Louis aproveitou para se trocar o mais rápido possível, tentando a todo custo não repassar a imagem em sua mente. Quando se sentou para calçar seus tênis, escutou o chuveiro ser desligado, vendo Harry se aproximar enrolado na toalha, indo apressado para o próprio armário.
Harry era tão bonito que Louis se sentiu meio besta por não ter percebido antes o que era aquilo que ele sentia sempre que estava perto demais dele, o calor, os arrepios, os calafrios... E ali, após ter provado um pouco da boca dele e tê-lo visto totalmente nu, todas essas sensações vieram de uma vez só.
Fechou seus olhos segundos antes de Harry soltar a toalha, não se sentindo preparado para encará-lo nu novamente. O impacto daquela visão deixava seu corpo esquisito e ele tinha a impressão de que não precisaria de muito para aquela "esquisitice" se tornasse uma ereção.
— Tô pronto, Lou. — Ouviu Harry sussurrar e finalmente abriu os olhos, suspirando de alívio quando constatou que ele estava totalmente vestido.
O garoto estava lindo em seu jeans surrado e camisa azul clarinha, olhando ansioso para o mais velho.
— Certo, vem cá. — Louis o chamou e Harry de pronto obedeceu, sentando-se no colo dele com as pernas cercando sua cintura.
Harry mordia ansioso o próprio lábio enquanto deixava suas mãos pousadas nos ombros de Louis, nem mesmo piscando pela agitação.
— O que eu devo fazer? — A pergunta soou animada e cheia de expectativas e Louis percebeu que seria impossível sair daquele vestiário sem estar totalmente duro.
Harry tinha alguma coisa inexplicável que era simplesmente demais para Louis.
— Você vai imitar o que eu fizer, tudo bem? — Louis quase sussurrou, engolindo em seco quando Harry apenas concordou com a cabeça e fechou os olhos, esperando por ele.
Respirando fundo, Louis manteve seus olhos abertos enquanto aproximava sua boca de Harry para roçar suavemente seus lábios nos dele, apenas para sentir a textura macia novamente.
Não resistiu e chupou os lábios gordinhos bem devagar, contendo sua vontade de repetir com mais intensidade o ato quando escutou o gemido surpreso de Harry, acompanhado de um aperto firme em seus ombros antes de ter a nuca segurada por dedos longos.
Louis viu quando ele quase abriu os olhos, admirando o quão ofegante Harry ficou só por ter os lábios sugados e não conseguiu mais se conter, apertando a cintura delicada dele antes de por fim iniciar o beijo, indo ao céu e voltando só por sentir o gosto de Harry em seu paladar.
A língua macia parecia hesitante e Louis não se intimidou ao envolvê-la com a sua enquanto dava ritmo ao beijo, nem percebendo quando fechou seus próprios olhos.
O ritmo era lento, Louis explorava a boca de Harry sem pressa alguma e acabou por quase sorrir quando Harry tomou a iniciativa de tentar imitar suas ações.
O garoto soltava pequenos suspiros, deixando Louis tomar toda a sua boca em perfeita entrega, apenas aproveitando o que lhe era dado de bom agrado.
Quando o beijo foi finalizado, Louis pôde apreciar Harry de olhos fechados e boca aberta enquanto parecia perdido demais em suas próprias sensações para reagir, completamente destruído com apenas aquele beijo.
As bochechas estavam coradas, o peito subia e descia intensamente em busca de ar e Louis percebeu que queria causar aquilo mais vezes no garoto.
— Você parece ter gostado. — Comentou enquanto massageava a lateral do corpo magro, sorrindo para o garoto de forma convencida.
— Tão bom… — Harry balbuciou em resposta, alheio a postura convencida de Louis. Num rompante, quando abriu os olhos, não pensou duas vezes antes de colar sua boca na de Louis novamente, se remexendo afoito no colo dele enquanto beijava um tanto desesperado os lábios do mais velho. — Mais, mais! Eu preciso de mais!
Louis acabou gemendo pela fricção que a bunda de Harry estava fazendo em seu colo, tentando não ceder a tentação que era deixá-lo se esfregar em si.
Aquilo poderia ir rápido demais se Louis não tomasse uma atitude e foi por isso que ele impediu Harry de se mover, interrompendo o beijo afobado.
— Hazz, calma, está tudo bem. — Ele murmurou contra os lábios inchados, não dando abertura para o beijo ser aprofundando. — Podemos fazer isso mais vezes, só vamos com calma, certo?
Harry acabou cedendo às palavras de Louis, contra a sua vontade, e levou seu rosto para o pescoço dele, esfregando o nariz ali enquanto concordava com a cabeça.
— Você promete? Eu não vejo a hora. — Ele sussurrou, fazendo cada pelo do corpo de Louis se arrepiar.
— Eu prometo Hazz, eu prometo.
A promessa de Louis era sincera, porque ele também não via a hora de ter mais do gosto do seu garoto em sua boca.
***
A partir daquele dia, Louis podia dizer com tranquilidade que a droga mais viciante que existia no mundo era a boca de Harry.
Eles se beijavam sempre, em qualquer oportunidade que tinham, independente do local e, aparentemente, quanto mais arriscado era, mais eles gostavam.
As ereções eram bem comuns também, era inevitável ficar duro com Harry se remexendo em seu colo enquanto gemia em sua boca, Louis não era de ferro, afinal.
E tudo ficava mais gostoso ainda quando a falta de ar de Harry falava mais alto e ele erguia o pescoço em busca de ar, o deixando exposto para Louis provar a pele branquinha e sensível.
Ele não marcava Harry, sabia que não seria nada apropriado fazer algo do gênero nele, mas o garoto não colaborava em absolutamente nada para Louis manter o controle da situação, o que tornava cada nova sessão de beijos um risco para o imaculado pescoço do mais novo.
Deixando esses pensamentos de lado, Louis estava feliz por finalmente ter ido conhecer a família de Harry e todos haviam o adorado logo de cara. Ele era educado e agradável, algo que fez com que facilmente a mãe, irmã e padrasto de Harry apreciassem sua presença.
Eles comeram um delicioso assado no almoço e continuaram conversando até a família de Harry precisar sair. Aparentemente era difícil para Anne, mãe de Harry, conciliar suas folgas com as de Robin, seu marido e quando eles conseguiam sempre saíam para fazer algo juntos.
Com Gemma, irmã mais velha de Harry, indo para a casa do namorado, os dois garotos acabaram sozinhos.
— Bem, esse é o meu quarto! — Harry anunciou ao dar passagem para Louis, deixando o mais velho entrar no ambiente pequeno e consideravelmente desorganizado. — Eu já venho, pode ficar à vontade.
Harry saiu apressado do quarto com algo nas mãos, que Louis não conseguiu ver o que era, mas não se importou muito com isso.
Era bem evidente a diferença social dos dois, a casa de Harry era humilde e pequena enquanto Louis vivia numa mansão grande demais até para os nove membros de sua família, mas isso não era um problema para ele, principalmente porque a família de Harry lhe acolheu com muito carinho, tratando-o normalmente sem se importarem com o fato de Louis ter muito dinheiro, algo que era reconfortante porque, na cabeça dele, eles não tinham distinções.
Sentou-se na cama de Harry e não resistiu em pegar o travesseiro dele, passando seu nariz pela fronha para aspirar o cheiro delicioso impregnado ali. Harry usava shampoo de morango e, curiosamente, morango era a fruta preferida de Louis.
— Pronto, voltei! — Harry anunciou enquanto fechava a porta do quarto, fazendo a respiração de Louis engatar quando se deparou com o garoto vestindo apenas um shortinho laranja. — Você quer alguma roupa confortável também? Eu não estava mais aguentando ficar de calça.
Ele comentou com naturalidade, indo se sentar ao lado de Louis.
A única atitude que Louis conseguiu ter após respirar fundo foi tirar seus sapatos e se recostar na cabeceira da cama de Harry, usando o travesseiro dele como apoio para suas costas.
Poderia parecer estranho o fato de Louis ficar tão abalado ao ver Harry apenas de short quando já tinha o visto nu, mas o ambiente era distinto dos outros, eles estavam sozinhos no quarto do garoto e isso parecia deixar o clima diferente do habitual. Era... Intenso.
Harry encarou Louis por alguns segundos, como se lesse cada pensamento que cruzou a mente do mais velho, antes de finalmente se arrastar para o colo dele, mordendo suavemente o próprio lábio para, por fim, sorrir inocentemente.
— Você gostou do meu short? — Ele perguntou enquanto pegava as mãos de Louis para pousá-las em suas coxas após ajustar seu quadril sobre as pernas dele, atento às reações do mais velho.
Louis subiu seus dedos para brincar com a borda do short, que era curto demais para o seu bom senso, e afirmou com a cabeça quando finalmente conseguiu desviar seus olhos das coxas roliças do garoto, umedecendo os próprios lábios com a ponta da língua.
— Sim, é muito bonito. — Acabou por responder num quase sussurro, ofegando pela forma que os olhos de Harry nem mesmo piscavam para encará-lo.
Viu quando o garoto moeu sutilmente o quadril sobre o seu para se aproximar mais ainda de si, subindo as mãos por seus braços antes de pousá-las em sua nuca.
— Eu vesti só pra você, Lou. — Harry confidenciou quando encostou seus lábios nos dele, puxando sem força os fios lisos da nuca do mais velho. — Só pra você.
Louis afogou o xingamento que queria soltar nos lábios de Harry, beijando afobado a boca dele sem conseguir conter seu impulso, visivelmente abalado com aquela provocação.
Era impossível, nos últimos tempos, se manter calmo quando se beijavam, porque Harry não media esforços para arrastar Louis até seu limite, sem piedade alguma da tentativa de controle dele.
O beijo foi quente e exigente, Louis fez questão de dominá-lo do início ao fim e foi automático desviar sua boca para o pescoço bonito de Harry quando o garoto se afastou para buscar por ar, visivelmente afetado pela forma intensa que foi beijado.
— L-Lou… — Harry chamou baixinho, castigando a nuca de Louis pela forma que arranhava e apertava a região sensível. — V-Você pode fazer... Mais forte. — Harry acabou pedindo, conseguido atrair a atenção do mais velho.
— Como assim, Hazz? — Perguntou quando conseguiu afastar sua boca da pele doce, vendo os olhos do garoto mais escuros do que o normal.
— Você sabe, se um dia eu ficar com alguém essa pessoa não vai beijar meu pescoço tão... Suavemente. — Harry começou sua explicação com naturalidade, piscando os olhos verdes quase inocentemente para Louis. — Eu preciso realmente saber o que esperar, não acha?
Louis se deu conta da força que estava apertando as coxas de Harry quando o garoto gemeu e se remexeu no aguardo de sua resposta, mas não era por dor ou incômodo como Louis chegou a pensar, Harry parecia gostar da forma que estava sendo apertado.
Isso apenas intensificou o impulso que Louis estava tentando conter sobre marcar Harry, porque era tão errado ele ser receptivo daquela forma! E tudo piorava quando passava pela mente de Louis outra pessoa tocando o seu garoto, ninguém poderia fazer tão bem quanto ele, Louis sabia disso.
— Você pode fazer bem forte. — Harry continuou enquanto aproximava a boca do pescoço de Louis, fazendo questão de ondular seu quadril contra o dele. — Pra me marcar e me mostrar como isso pode ser gostoso, certo?
Louis gemeu quando teve sua pele perfeitamente sugada pelos lábios gordinhos, intensificando o aperto nas coxas gostosas enquanto expunha mais do seu pescoço para o garoto mais novo.
Sua ereção doía dentro de sua calça e Harry fazia questão de mover seu quadril para frente e para trás sobre ela, se esbaldando em chupar e marcar todo o pescoço de Louis sem dó alguma.
Era impossível manter o controle dentro daquela situação, Harry gemia enquanto marcava sem piedade o pescoço de Louis, pondo mais pressão de sua bunda sobre a ereção do mais velho, claramente satisfeito com o que estava causando nele.
— É assim que eu quero que você faça comigo, Lou, por favor...
Aquilo foi o suficiente para Louis retomar (ou perder completamente) o seu controle, subindo uma das mãos para os cachos de Harry e os puxando para expor o pescoço imaculado.
Harry gemeu com a atitude repentina e mordeu o lábio inferior inchado enquanto pedia por aquilo com o olhar, explicitamente sedento.
As palavras anteriores dele sobre querer se preparar para um possível alguém vieram como um impulso final e Louis não teve cuidado quando abocanhou a pele sensível do pescoço de Harry.
— O-Oh, meu Deus, sim! — Harry gemeu quando começou a ter seu pescoço violado, apertando a nuca de Louis enquanto fechava com força os próprios olhos, esfregando sua ereção coberta contra o corpo do mais velho. — I-Isso, Lou, f-forte...
Louis não pensava em mais nada, se vendo perdido na pele macia enquanto forçava seu quadril para cima, buscando fricção na bunda gostosa de Harry para aliviar um pouco do tesão que pulsava entre suas pernas.
Harry não parava de gemer, a cada nova sugada e mordida que recebia se movia com mais força contra Louis e não pôde conter um gritinho surpreso quando foi jogado no colchão.
Encarou Louis completamente destruído, tremendo com a visão do garoto pairando sobre si, apenas abrindo o máximo que podia suas pernas para tê-lo deitado sobre seu corpo.
Os olhos azuis de Louis comiam o corpo todo de Harry, não pensando quando levou sua boca para a barriga bonita, sugando forte a pele próxima do umbigo e segurando contra a cama o quadril exigente quando o menino tentou lançá-lo para cima.
Harry estava ofegante, encarando Louis atentamente enquanto esperava por mais alguma ação dele, se contorcendo quando seu baixo ventre foi sugado, bem próximo à barra de seu short.
A forma como Louis encarou os olhos nublados de prazer de Harry foi o bastante para o garoto entender o recado. Ele havia pedido por marcas, e Louis daria isso a ele sem dó alguma.
A boca ágil subiu pelo corpo de Harry marcando cada pedaço de pele que tocava, Louis o chupava e mordia visivelmente abusando da pele sensível.
O quarto todo ecoava os gemidos aflitos de Harry enquanto ele tentava de alguma forma aliviar sua ereção contra o corpo de Louis, desesperado pela boca dele em cada parte sua.
Arranhava cada pedaço de pele que alcançava tentando descontar seu tesão, sentindo como se fosse pegar fogo a qualquer momento, a boca de Louis o incendiava e ele apenas queria sucumbir a toda aquela chama.
— Louis! Meu Deus, meu Deus! — Acabou por gritar quando teve seu mamilo abocanhado sem cuidado pela boca faminta do mais velho, enrolando as pernas compridas na cintura dele para espremer seus quadris juntos, acabando por gozar fortemente em seu short.
Louis registrou a expressão de prazer dolorida que atravessou o rosto de Harry para depois deixar seus olhos caírem para o corpo dele, vendo o estrago que fez na pele branquinha.
Harry lhe olhava totalmente esgotado e Louis ofegou quando viu a mancha molhada marcando o short do garoto, tendo noção do que havia acabado de fazer com ele.
As coisas haviam avançado rápido demais e Louis precisava urgentemente reencontrar o controle naquilo tudo, mas sabia que, infelizmente, o controle não dependia mais dele.
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Quando chegou em casa, ao anoitecer, Louis se sentia entorpecido. Sua mente ficava repassando o tempo todo a expressão fodida de Harry gozando e ele já não sabia mais como controlar seus pensamentos.
Era tão certo ter Harry daquela forma, gozando todo marcado por ele, que ainda era difícil para Louis acreditar que teve o bom senso de não potencializar mais ainda o que estava acontecendo.
Sua despedida de Harry foi regada a beijos e, céus, ele queria muito voltar no tempo para beijá-lo mais um pouco.
Tinha muito claro em sua mente o que iria fazer quando entrasse em seu quarto; arrancaria suas calças e se masturbaria até seu punho doer. Louis tinha um extenso repertório para inspirá-lo em bons orgasmos e ele precisava urgentemente se aliviar.
Infelizmente, seus planos não deram certo, porque antes que pudesse subir os lances de escada que levariam ao seu refúgio, acabou sendo interceptado por sua mãe, tudo o que Louis, definitivamente, não precisava naquele momento.
— Filho, você finalmente chegou, estávamos pensando em jantar fora e- o que aconteceu com você?
O tom espantado de Jay assustou Louis, que a encarou confusa enquanto se encolhia um pouco.
— O que foi, mãe? Não aconteceu nada comigo! — Ele recuou, afastando-se sutilmente da mulher que lhe encarava chocada.
— Sério? Não aconteceu nada com você? Então essas marcas no seu pescoço são frutos da minha imaginação?
De imediato, Louis arregalou os olhos, cobrindo seu pescoço com suas mãos como se tivesse sido flagrado num ato libidinoso, corando violentamente. — I-Isso não...
— Foi o Harry? — Jay perguntou firme, não dando espaço para Louis mentir. Ele apenas acenou com a cabeça, desviando o olhar um tanto envergonhado.
Não era muito confortável conviver com o fato de que sua mãe sabia que ele estava de pegação com o amigo, pior que isso seria só se ela os tivesse flagrado.
— E ele está marcado assim como você? — Ela continuou o interrogatório, sem vacilar.
— Um pouco pior que eu, na verdade, mas... Sim. — Louis se ouviu respondendo, querendo morder a própria língua quando recebeu um olhar assombrado de sua mãe.
— Vocês estão namorando, eu presumo.
Antes mesmo de responder Louis sabia que sua resposta não agradaria a mulher.
— Não, não estamos, mãe.
Ele evitou olhá-la após suas palavras, esperando pelo pior.
— Você está me dizendo que foi na casa do garoto, comeu com a família dele, depois o marcou como se fosse um animal e não está namorando com ele? Você está o usando, Louis William Tomlinson?
— O que? Claro que não, mãe! O Harry é importante para mim! — Louis tentou se defender, encarando um tanto indignado sua mãe.
— Eu pensei que ele era, por você pagar as aulas de natação dele e tudo mais, mas fazer algo assim sem compromisso não me parece que você se importa realmente.
Sua mãe cogitando que Louis não gostava de verdade de Harry o machucava tanto que até mesmo passou batido o fato dela saber sobre ele pagar as aulas do mais novo. Harry era absolutamente importante para ele e essa acusação era completamente injusta.
— Mãe, eu gosto do Harry, realmente gosto dele e não estou o usando!
— Bem, se é assim, então prove. Eu não te criei pra sair por aí deixando marcas nas pessoas como se fosse algo banal! Trate esse garoto como ele deve ser tratado ou eu juro que quem vai deixar marcas em você sou eu e você não vai gostar!
— Está dizendo que eu devo pedir Harry em namoro? — O garoto perguntou no impulso do momento, ainda indignado pela acusação anterior de sua mãe.
— Eu não sei, é isso que seu coração diz quando você pensa nele? — Louis não precisou pensar sobre essa questão, a resposta estava mais que explícita em sua face e Jay a percebeu facilmente. — Então você já sabe o que fazer.
Louis sorriu para sua mãe após o diálogo esclarecedor e foi até ela para abraçá-la, sendo acolhido nos braços amorosos dela. — Obrigado, mamãe.
— Não me agradeça, meu amor, apenas seja feliz e faça Harry feliz também. — Ela aconselhou com carinho, deixando um beijo na bochecha do filho. — E usem lubrificantes e camisinhas pra não machucar muito.
— Mãe!
A expressão de horror de Louis foi impagável e Jay gargalhou enquanto via o garoto correr para o andar de cima, negando lento com a cabeça.
O empurrão havia sido dado, restava apenas esperar pelo resultado.
***
Louis havia planejado diversos pedidos de namoro para Harry, desejava que fosse algo especial e bonito para nunca ser esquecido por ambos.
O problema era que o tempo estava passando e nada muito legal tinha surgido em sua mente, o que contribuía com sua enorme frustração.
Somando isso ao fato de que, após o evento na casa de Harry, Louis nunca mais nem mesmo deu espaço para as coisas avançarem de novo, era desnecessário dizer que as coisas ficaram estranhas entre os dois.
Harry havia tentado várias vezes iniciar uns amassos com Louis, mas foi tão cortado todas essas vezes que simplesmente desistiu de qualquer iniciativa mais íntima e ele parecia tão chateado que Louis cancelou o plano de tentar pensar em alguma coisa elaborada e decidiu que iria pedi-lo em namoro e pronto, não era justo magoá-lo e afastá-lo só por estar sendo um bundão que não sabia fazer pedidos bonitos de namoro.
Por isso, quando Louis chegou no vestiário e encontrou Harry sentado no banco com o intuito de tirar os tênis e então se trocar para a aula de natação, ele não refletiu muito bem ao se aproximar dele com um semblante sério, pegando ar antes de começar a falar. — Ei, Hazz, nós precisamos conversar. — O olhar de pânico que Harry lançou ao ouvir aquilo deixou Louis preocupado e por isso ele emendou uma frase final para quebrar qualquer pensamento ruim que o garoto poderia estar tendo por conta de sua abordagem nada sutil. — É sobre algo bom, eu juro!
Aparentemente sua tentativa de suavizar o clima não funcionou, porque Harry continuou alarmado, mesmo tentando não demonstrar.
— Então você pode começar. — Ele disse num tom de voz baixo, não parecendo tão certo de que queria ouvir o que quer que fosse que Louis tinha a dizer, visivelmente afetado com aquela situação.
— Vamos deixar pra depois da aula, porque teremos mais tempo, mas não fica pensando besteira, tá? Vai valer a pena e é necessário.
Louis deixou um beijo na testa de Harry antes de se voltar para o seu armário, começando a tirar suas roupas. O certo provavelmente era que ele ficasse junto de Harry até quebrar a insegurança que criou no garoto, mas Louis também estava nervoso e não queria fazer o pedido correndo.
O que restava a ele era torcer para que Harry não surtasse precipitadamente.
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Considerando que Harry foi mais quieto e distante do que nunca durante a aula, a ponto de até mesmo o senhor Henderson estranhar o comportamento dele, Louis não precisou ser um gênio para saber que as coisas não estavam muito boas e, quando entraram no vestiário, o garoto fez questão de não olhar em nenhum momento para Louis.
— Harry… — Ele tentou chamá-lo enquanto o via pegar seus itens pessoais e rumar para um dos chuveiros.
— Você não precisa falar nada, Louis, eu já entendi tudo! — Harry o cortou num tom magoado, tirando a touca de natação antes de começar a se lavar.
— Já entendeu tudo o que? — A pergunta soou preocupada e confusa, claramente a reação de Harry mostrava que ele havia entendido tudo, menos o que Louis queria dizer.
— Tudo, Louis, tudo! — Harry o encarou consternado, suas lágrimas provavelmente estavam se misturando com a água do chuveiro. — E-Eu estava tentando conquistar você, queria que gostasse de mim da mesma forma que eu gosto de você e realmente pensei que estava funcionando, m-mas entendi que você não me queria depois do que aconteceu em casa e t-tudo bem, machuca, mas eu vou superar porque é isso que me resta e–
Harry foi calado repentinamente por um beijo de Louis, um beijo tão intenso que fez suas pernas fraquejarem e suas costas se chocarem na parede gelada do box em que tomava banho, agarrando os braços firmes do mais velho para não ceder ao chão.
Louis roubava todo o ar e sanidade de Harry com a forma que o beijava, segurando firme o rosto dele com suas duas mãos enquanto deixava sua língua fazer o que quisesse com a boca deliciosa de Harry, quebrando qualquer fluxo de pensamento do mais novo.
Quando se separaram, Louis permaneceu segurando o rosto de Harry em suas mãos, vendo o garoto abrir com dificuldade os olhos, visivelmente abalado pelo beijo surpresa.
— O q-que? P-Por que você me b-beijou se n-não quer mais–
Novamente Harry foi interrompido com um beijo intenso, nem mesmo tentando lutar com a dominância da língua de Louis em sua boca, choramingando manhoso no meio daquele beijo matador sem conseguir fazer nada além de se entregar.
Suas unhas arranhavam os braços de Louis tentando buscar algum controle de si mesmo, mas estava clara a intenção do mais velho de acabar com Harry, principalmente quando sugou os lábios vermelhos dele obscenamente antes de separá-los, sorrindo malicioso quando Harry por fim abriu os olhos.
O rosto estava vermelho entre as palmas quentes de Louis e era linda a forma como ele tentava respirar regularmente, puxando o ar para os pulmões enquanto fitava Louis totalmente perdido e fragilizado, quase destruído.
— L-Lou... E-Eu...
— Namora comigo, Harry. — O mais velho sugeriu sem prepará-lo, acariciando a bochecha corada enquanto admirava o olhar arregalado e surpreso do garoto, umedecendo rapidamente os lábios antes de continuar. — Eu quero namorar você, fazer tudo certo, fiquei distante porque estava me sentindo frustrado por não pensar numa forma especial de te pedir em namoro, não queria continuar fazendo aquelas coisas com você sem estarmos juntos oficialmente e com isso acabei te magoando, sinto muito. Mas eu juro que o que eu mais quero no mundo é namorar você.
Harry o encarava atônito, visualmente pego de surpresa e sem saber o que responder, seus olhos piscavam rapidamente enquanto tentava formular alguma frase, mas sem sucesso.
Louis não aguentou e acabou beijando aquela boca perfeita de novo, se arrepiando com o gemido destruído de Harry quando encostou seu corpo todo no dele, agindo por instinto e soltando o rosto dele para segurar as coxas macias, o erguendo com facilidade em seu colo.
As pernas compridas de Harry envolveram a cintura de Louis automaticamente enquanto se deixava ser beijado do jeito que Louis queria, sentindo-se seguro ali entre a parede gelada e o corpo do mais velho, movendo sutilmente o seu quadril contra o dele.
— Sim… — Acabou gemendo quando seu pescoço começou a ser devidamente atacado, deixando seus lábios abertos para liberar cada gemido que escapava por ele ecoar no vestiário, revirando os olhos involuntariamente em puro prazer antes de apertá-los com força.
— Sim o que? — Louis perguntou rouco contra o pescoço sensível, o mordendo e marcando sem dó alguma, matando a saudade que sentia dele.
— E-Eu aceito ser seu namorado. — Harry conseguiu dizer entre os gemidos, puxando os fios de Louis para encará-lo nos olhos.
Louis o encarou intensamente antes de selar novamente os lábios bonitos, apenas para decretar sua dominância na boca do garoto.
Eles finalmente estavam juntos e, se dependesse deles, nada poderia detê-los.
***
Com o relacionamento finalmente firmado, tudo se encaixou em seu devido lugar, Louis e Harry estavam ótimos em todos os sentidos possíveis e as pessoas que conviviam com eles conseguiam ver este fato sem nenhuma dificuldade.
As famílias não poderiam estar mais felizes com a novidade. Anne, particularmente, ficou angustiada no período em que eles não estavam resolvidos porque Harry ficou triste e melancólico pelos cantos, ver seu bebê assim quebrava o coração da mulher, então foi um grande alívio quando ele apareceu em casa completamente feliz por estar finalmente namorando Louis.
Eles eram jovens, estavam apaixonados e era muito reconfortante saber que Louis era um bom garoto. Apesar de não ter gostado muito das marcas que viu no corpo do seu menino, ela já tinha passado por aquela fase, entendia muito bem a situação.
Já Jay estava mais do que animada com esse relacionamento, Harry era uma gracinha e fazia muito bem a Louis, era visível. Antes de Harry o garoto só estudava e não fazia questão alguma de interagir mais que o necessário com as outras pessoas, o que não era nada bom para ele.
Jay entendia que o filho queria muito ser médico e o apoiava nos estudos sem pensar duas vezes, mas tudo na vida precisava de equilíbrio e Harry veio para trazer isso a ele, o lembrando que era possível cumprir suas obrigações estudantis e se divertir também.
E quanto aos dois, bem, eles estavam mais à vontade um com o outro do que nunca. Louis se sentia mais tranquilo em deixar as coisas avançarem estando namorando com Harry, era bem mais certo desse jeito, Harry merecia a segurança de um relacionamento para se deixar experimentar tudo o que não provara ainda.
Claro que Louis não permitia que as coisas fossem muito longe, tudo era comedido porque ele não queria que tudo acontecesse rápido demais, afinal, sabia o quão intensa as situações ficavam com o mais novo e, quando o garoto se empolgava demais, Louis só precisava deixar um aperto singelo na cintura dele para pará-lo.
A frustração não era amarga como antes, eles sempre acabavam rindo no final dos amassos intensos, cúmplices do desejo que um alimentava no outro, um clima tão diferente do anterior que fazia Louis se sentir burro por não ter oficializado o relacionamento deles antes.
As ereções, que antes os deixavam constrangidos, eram vistas com tranquilidade depois de tantos eventos recorrentes que as causaram, eles tinham muito desejo um pelo outro e entendiam que era algo natural, fazia parte do conjunto de estarem apaixonados.
— Sabe, eu estava refletindo sobre o quanto você é criativo. — Louis comentou casualmente enquanto saía de mãos dadas com Harry do cinema, recebendo um olhar curioso do namorado.
— Eu sou? — O cacheado perguntou interessado no assunto, dando atenção para Louis.
Seus lábios gordinhos estavam em torno do canudo que usava para sugar o seu refrigerante e Louis não pôde evitar pensar em como eles ficariam em torno de algo... Maior.
— Sim, você é, todo esse plano de inventar que queria aprender a beijar apenas para me conquistar foi muito criativo. — Louis informou com honestidade, dando espaço para Harry entrar na sorveteria antes dele. — Você já pensou em escrever um livro ou coisa assim?
As bochechas de Harry coraram visivelmente após aquela pergunta e ele tentou disfarçar enquanto se acomodava em uma das mesas do local agradável.
Era de praxe eles passarem na sorveteria após o filme, porque não importava o quanto de pipoca e refrigerante Harry tivesse consumido, ele sempre tinha espaço para um sorvetinho.
Louis esperou por ele se manifestar, não querendo deixá-lo constrangido ou algo do gênero.
— Bem, eu escrevo algumas coisas, mas tudo é bem amador. — Harry confessou por fim, deixando seu copo de refrigerante na mesa quando finalmente terminou de tomar todo o conteúdo, pegando o cardápio para ocupar suas mãos.
— Mesmo? Eu imaginei, você tem o perfil perfeito de um escritor e é muito inteligente, eu adoraria ler algo seu.
Louis estava visivelmente empolgado com aquele fato, mas tentava manter isso para si porque não queria pressioná-lo, esperando pacientemente o garoto pedir seu sundae de chocolate gigante e uma água antes de retomar o assunto.
— Bom, e o que você acha que eu escrevo? — Ele perguntou um tanto tímido enquanto recebia sua água, dando um pequeno gole nela para esperar a resposta de Louis, curioso para o que iria ouvir.
— Ah, algo romântico, com certeza! Com um pouco de clichê também e– Harry, você está bem? — Louis se assustou quando Harry engasgou com a água, dando alguns tapas nas costas dele para ajudá-lo a desengasgar, vendo o garoto com o rosto pegando fogo.
— Desculpe, eu estou bem, a água só desceu pelo lugar errado. — Harry disse quando conseguiu parar de tossir, os olhos visivelmente cheios de lágrimas por conta do engasgo repentino.
— Oh, bebê, cuidado, isso poderia acarretar numa crise de asma. — Louis murmurou com os lábios colados na têmpora de Harry, deixando um beijo carinhoso ali.
A garçonete trouxe o pedido de Harry e logo se retirou, dando a oportunidade do garoto se entreter com o doce enquanto se recompunha aos poucos, concordando com a fala de Louis.
— Então você acha que eu escrevo romances clichês? — Ele perguntou após provar um pouco do doce, encarando Louis com certo receio e diversão, o que deixou o mais velho consideravelmente confuso.
— Sim, você com certeza parece ser um escritor de romance e eu quero muito ler suas histórias um dia.
Harry disfarçou seu riso com um beijo sujo de chocolate em Louis, se divertindo um pouco com a língua dele antes de separar suas bocas, umedecendo o próprio lábio enquanto encarava os lábios entreabertos de um Louis ofegante pelo beijo surpresa, apenas sorrindo por fim.
— Um dia eu te mostro os meus romances, Louis. — Acabou por garantir para o mais velho, voltando em seguida sua atenção para o doce.
Louis não entendeu nada sobre o que tinha acontecido, mas apenas deu de ombros, afinal, Harry poderia apenas estar constrangido por revelar que escrevia e cada um tinha sua própria forma de reagir em situações incômodas.
Bem, era o que ele achava pelo menos.
***
Louis ainda se surpreendia sobre como o clima conseguia mudar da água para o vinho quando se tratava de Harry, em um momento eles estavam rindo por conta de vídeos bobos que viram no youtube e no outro estavam ofegantes enquanto devoravam um ao outro.
Já era de noite e toda a família de Louis tinha ido se deitar, o que contribuía para eles não se preocuparem em ser interrompidos.
As luzes já tinham sido apagadas e nada podia ser visto, eles apenas sentiam o corpo quente esfregando-se um no outro envoltos de gemidos quebrados que eram abafados por beijos sedentos.
Harry fazia questão de rebolar forte em Louis, apreciando a ereção perfeitamente formada que forçava-se em sua bunda, tendo apenas tecidos leves da samba canção de Louis e de seu short de algodão separando seus corpos, nenhum deles usava cueca.
Os fios de Louis foram puxados quando lançou o quadril para cima, fazendo Harry tremer e se empurrar para baixo, querendo mais daquela sensação, mas infelizmente ela não veio.
Louis apertou a cintura de Harry para impedi-lo de continuar se movendo e suspirou aliviado quando não houve resistência da parte do mais novo, apoiando sua testa no ombro desnudo do cacheado.
— Preciso ir ao banheiro. — Harry murmurou ofegante, arrastando-se para fora do colo de Louis quando teve a cintura livre das mãos dele.
Louis apenas resmungou concordando e se deixou deitar na cama, colando uma almofada sobre sua ereção enquanto encarava o teto escuro.
Percebeu quando Harry acendeu a luz do banheiro que ficava em seu quarto e suspirou, temendo ter deixado o garoto chateado de alguma forma.
Fechou os olhos para acalmar seu corpo e perdeu um pouco de sua noção do tempo, sendo trazido para a realidade quando a claridade foi perceptível através de suas pálpebras fechadas, o que significava que Harry havia acendido a luz do quarto.
— Hazz? — Ele perguntou um tanto confuso quando abriu os olhos, vendo Harry caminhar lentamente até a cama, sem nem mesmo piscar. — O que houve?
Era impossível ignorar a ereção evidente no short delicado dele, assim como o rosto corado e lábios inchados, visivelmente afetado pelos amassos que deram momentos antes.
Harry não respondeu absolutamente nada a princípio, esticando sua mão para puxar a almofada que cobria a ereção de Louis para então subir na cama e se sentar sobre ela, apoiando suas mãos no peitoral do mais velho.
— E-Eu não aguento mais, Lou… — Harry revelou por fim, levando sua destra para sua própria ereção, a apertando e gemendo manhoso. — Ele dói tanto, o tempo todo, eu preciso... Preciso de alívio...
Louis sentia-se incapaz de formular uma única palavra. Seu corpo inteiro estremeceu por conta das ações de Harry, vendo o tecido do short molhado onde a glande de Harry era pressionada.
Não pensou muito quando levou seu polegar até a mancha úmida, pressionando o local e vendo Harry gemer um tanto engasgado enquanto fechava os olhos e jogava seu quadril para frente, em busca de mais contato. — S-sim, Lou... Por favor…
Louis já havia visto Harry excitado antes, mas ali ele conseguia ver o limite do garoto. Harry estava tão vulnerável, sensível e desesperado que chegava a atordoar Louis.
Os olhos verdes suplicavam por alívio imediato, a respiração era pesada e os arrepios constantes faziam o corpo magro tremer, tudo nele gritando para ser saciado.
As mãos firmes de Louis escorregaram para a bunda redonda de Harry, fixando os olhos no rosto do garoto para registrar sua expressão quando apertasse a carne macia, sabendo de antemão que seria incrível.
Harry gemeu afetado quando teve sua bunda apertada, arranhando o peitoral do mais velho e rebolando em resposta, fazendo questão de esfregar sua ereção sensível contra o corpo de Louis.
Os olhos se encontraram famintos e Harry voltou a rebolar com medo de ser parado, respirando aliviado tanto pela sensação gostosa em seu pau quanto por ver Louis nem um pouco arrependido de deixá-lo se mover obscenamente sobre si, precisando de apenas mais um aperto na bunda para relaxar e deixar seu corpo se mover como queria.
— O-Oh, céus… — Harry gemeu antes de morder firme o lábio inferior, vendo seu quadril movendo-se errático sobre o de Louis e tremendo por saber que o calor que atravessa seu short de algodão irradiava diretamente do pau duro do namorado, querendo sentir mais e mais daquilo.
Louis ofegou com a massagem que recebia em seu pau vinda diretamente dos movimentos gostosos que o garoto fazia com o corpo, infiltrando suas mãos para debaixo do short dele e assim apertando diretamente sua bunda, achando surreal sentir a pele macia diretamente em sua palma.
Seu ato causou espasmos no corpo sensível de Harry, que gemeu entregue e acelerou os movimentos, arqueando as costas e entreabrindo os lábios como se quisesse dizer algo, mas sem sucesso.
Aquilo era delicioso, Harry buscava seu alívio contra o corpo de Louis sem se preocupar com absolutamente nada, o corpo bonito totalmente quente e suado, buscando romper seu prazer assim como havia acontecido semanas antes na casa de Harry.
Louis nem ao menos tinha percebido que estava ditando o ritmo dos movimentos de Harry até ter seus braços segurados num aperto forte, se dando conta do quão molhado o short do garoto estava, anunciando o orgasmo próximo e esmagador dele.
Movido pelo impulso, Louis apenas deixou dois dígitos de sua destra escorregarem para entre a bunda gostosa de Harry, lembrando-se com clareza do cuzinho apertado que tinha visto de relance apenas uma vez em sua vida, o esfregando por fora só para ter o prazer de tocá-lo um pouco, ato que foi mais que suficiente para fazer o orgasmo de Harry vir junto de espasmos fortes e falta de ar, tirando todas as forças do menino mais novo.
— Hazz, bebê… — Louis se viu dizendo enquanto afagava o corpo trêmulo sobre o seu, apaziguando a sensação sufocante do orgasmo.
— E-Estou bem, foi tão bom… — Harry conseguiu murmurar antes de cair deitado ao lado de Louis, pernas abertas e respiração ofegante, completamente perfeito.
Louis o admirava explicitamente, os olhos passando por todo o corpo do garoto e o desejando como nunca antes desejara. Tudo em Harry gritava sexo, cada pedaço de pele exposto, cada som emitido, cada expressão em seu rosto e isso deixava Louis insano.
— Lou… — Ele chamou baixinho, flexionando as pernas abertas enquanto observava com interesse o mais velho, a determinação tomando espaço no olhar destruído dele. — Você pode fazer um pouco mais, para gozar também.
Louis engoliu em seco com a atitude de Harry, tentando a todo custo ser racional ao invés de partir para cima dele com tudo, respirando fundo.
— Bebê, você acabou de ter um orgasmo, a sensibilidade pode te machucar.
Harry negou rapidamente com a cabeça, estendendo os braços para Louis para tê-lo entre eles, arqueando suavemente o quadril num pedido mudo.
— Vem, por favor...
Nem mesmo se Louis quisesse achar um motivo plausível para negar aquele pedido ele conseguiria.
Deitou-se devagar sobre Harry e suspirou quando foi apertado pelos braços e coxas dele, sentindo a umidade do short de algodão ultrapassar sua samba canção.
— Se for muito você vai me dizer, certo? — Ele perguntou sério, mantendo seus olhos presos nos de Harry em busca de qualquer hesitação.
O cacheado abriu um sorriso cansado enquanto apenas concordou com a cabeça, deixando suas mãos deslizarem pelas costas do mais velho num carinho preguiçoso.
Louis experimentou simular uma estocada contra o corpo de Harry apenas para ter uma ideia de como seria e, por Deus, a sensação era perfeita.
Teve receio em repetir o ato por um breve momento por conta do choramingo dolorido de Harry, temendo machucá-lo, mas o próprio garoto rebolou lento para que Louis continuasse e, bem, foi o que ele fez.
A cada nova estocada Harry gemia, sensível e sobrecarregado demais para ficar quieto, algo que servia apenas para motivar mais ainda o mais velho.
Louis sentia seu pau pulsar em busca de alívio a cada nova fricção que fazia no corpo sensível abaixo do seu, vidrado nos lábios entreabertos que gemiam seu nome incansavelmente, cada vez mais determinado em continuar.
A pele de suas costas ardiam por conta da força que Harry impunha para arranhá-las, tentando descontar um pouco do prazer doloroso que sentia com a superestimulação, mas nunca recuando.
Louis batia forte contra o quadril de Harry, pau contra pau, descontando meses de tesão acumulado de uma só vez, totalmente entregue à situação deliciosa.
Harry teve os olhos cobertos de lágrimas quando Louis trouxe seu quadril sensível para junto do dele ao ficar um pouco de lado na cama, não dando espaço para Harry escapar do aperto sufocante quando começou a moer os dois paus juntos, fazendo o orgasmo não ser necessário apenas para Louis, mas para Harry também.
Louis conseguia ver a ereção de Harry revelando-se novamente e isso serviu apenas para que ele se movesse mais rápido, dividindo seu olhar entre o movimento de seus corpos e rosto choroso de Harry, não pensando quando aproximou seus lábios da mandíbula dele e lambeu o caminho que uma das lágrimas fez ali, a degustando sem pudor algum.
Sua ação serviu apenas para incendiar Harry, que começou por fim a moer de volta seu quadril contra o de Louis, não conseguindo mais lidar com a sobrecarga que tomava seu corpo sensível.
— Por favor, por favor, por favor! — Harry implorou em meio as fricções bruscas que correspondia a Louis, desesperado quando a sensação quente do orgasmo voltou a dominá-lo.
Louis, sabendo muito bem o que garoto queria, pressionou com os dedos, por cima do short mesmo, o cuzinho sensível de Harry, vendo o garoto se forçar contra o seu corpo enquanto tremia e gozava de novo, engasgado no próprio gemido.
Movido pela emoção, Louis voltou a deixá-lo deitado devidamente na cama e apertou seus paus juntos, os esfregando rude ao som de gemidos fodidos de Harry por conta do ato surpresa para enfim gozar, não conseguindo registrar mais nada ao seu redor.
Ele não sabia dizer por quanto tempo ficou deitado sobre Harry, perdido em seu próprio mundo excitado e gostoso, mas voltou a si pelos carinhos suaves que recebia nas costas, erguendo seu rosto para encará-lo.
O garoto estava de olhos fechados, rosto vermelho e um sorriso satisfeito nos lábios, mesmo que, num aspecto geral pudesse ser dito que ele estava claramente destruído.
— Você está bem? — Louis perguntou rouco, passando suavemente seu nariz pela bochecha molhada de Harry, buscando a atenção dele. — Você parece um pouco destruído e eu não sei se isso é bom.
Harry riu baixinho enquanto se dava ao trabalho de abrir brevemente seus olhos, apenas para registrar a expressão preocupada de Louis antes de voltar a fechá-los, sentindo-se completamente relaxado. — Eu estou bem e destruído é bom, Lou, muito, muito bom.
***
Estar em um relacionamento sério com Harry Styles ensinou algumas coisas para Louis e a principal delas era que o garoto era um provocador de carteira assinada.
Aparentemente o avanço que eles fizeram sobre dar orgasmo um ao outro se esfregando abriu uma porta que não podia mais ser fechada: a porta da necessidade de Harry de ser devidamente saciado sempre, o tempo todo.
Louis tentava, por Deus, ele tentava de todas as formas manter o controle das coisas, ser prudente, pensar racionalmente. Mas Harry só precisava sentar no colo dele e se remexer um pouquinho para deixá-lo pronto para se esfregar no garoto como a porra de um animal no cio.
Tudo piorava quando Louis via explicitamente no rosto do garoto o quanto ele gostava disso, o quanto gostava de ser empurrado num canto qualquer para ter seu corpo usado por Louis para gozar, gostava quando era rápido e bruto, gostava do atrito das roupas e da expressão séria e excitada do mais velho.
Harry era sujo, não de modo ruim, claro, ele apenas era pervertido, lascivo e muito sedento, dono de uma malícia que Louis não tinha ideia de onde vinha, mas emanava dele com muita força.
Ele sabia exatamente como desconsertá-lo, usava todas as armas que tinha para fazer com que Louis parasse o que quer que estivesse fazendo para sucumbir ao seu corpo e nem mesmo escondia que tinha essa postura intencionalmente.
Uma prova disso foi em um sábado preguiçoso em que Louis estava disposto a sair com Gemma e seu namorado Steve, eles iam jogar boliche com alguns amigos e Louis achou que seria divertido esse momento com a cunhada.
Harry não estava nada empolgado com aquele passeio, queria ficar em casa com Louis, vendo um filme e gozando, de preferência, mas Louis gostava mesmo de jogar boliche e parecia irredutível sobre desistir do passeio.
O garoto valorizava os momentos a sós quando estavam em sua casa porque ela não era como a mansão de Louis, cômodos enormes e paredes grossas que possibilitava que ele fosse barulhento o quanto queria. Na casa de Harry as paredes eram finas, fazendo com que facilmente tudo fosse ouvido pela casa toda e, com sua mãe e padrasto fora de casa somado com Gemma indo passear com o namorado, era mais que justo eles ficarem em casa para, enfim, serem devidamente barulhentos.
Sabendo que para convencer Louis a ficar ele teria que apelar, deixou o mais velho na sala de sua casa enquanto ia se aprontar, decidido a usar todas as suas fichas para convencê-lo do que queria e disposto a colocar em jogo suas belas coxas ao seu favor, afinal, Louis nunca resistia a elas.
Louis, sentado no sofá, junto de Gemma e Steve, deixou de prestar atenção na conversa que compartilhavam quando uma notificação iluminou o celular de Harry e ele apenas deu de ombros quando viu ser de Niall, o melhor amigo do namorado.
O problema foi que várias outras notificações começaram a aparecer no celular depois daquela e era impossível que Louis não ficasse curioso.
Pegando o aparelho, leu primeiro o aviso de Niall que dizia que ele já havia subido a postagem nova e o parabenizando pelo texto ter ficado ótimo e depois resolveu olhar as outras notificações, arregalando os olhos sobre como elas eram... Impróprias.
"Tô pronta pra gozar minha alma de novo!"
"Um novo hino bem agora que eu saí do banho? Nem vou vestir minha roupa!"
"Não sei se aguento mais uma putaria desse deus da escrita!"
E, bem, as outras notificações eram cada vez menos apropriadas.
Movido pela curiosidade e confusão, Louis deixou de olhar as notificações pela tela bloqueada do celular e o desbloqueou para ir até a fonte daquele alvoroço todo, arrumando até mesmo sua posição no sofá para olhar tudo melhor.
Sabia a senha de Harry assim como o garoto sabia a sua, então realmente não foi um problema acessar o aparelho, clicando em uma das notificações e indo diretamente para um blog chamado Contos do Edward.
Começou a ler o conteúdo com interesse e sentiu seu pescoço ficar quente quando percebeu sobre o que o texto se tratava.
Era puramente erótico, cenas explícitas tão bem narradas que não tinha como Louis não ficar duro, arregalando os olhos quando saiu da bolha do que estava consumindo ao ser chamado por Gemma, que o olhava curioso.
— Você estava entretido aí, não é? — Ela comentou rindo, alheia ao estado em que Louis se encontrava. — Eu vou pegar minha bolsa no quarto e já vamos sair, tudo bem?
Louis apenas concordou com a cabeça e forçou um sorriso, esperando a garota e o namorado dela sumirem pelo corredor para bloquear o celular de Harry e deixá-lo onde estava, fechando os olhos e se obrigando a esquecer o que tinha lido.
Era impossível não colocar ele e Harry naquela cena, era impossível não desejar fazer aquelas coisas que estavam escritas com seu namorado gostoso e provocador, afinal, Harry com certeza ficaria lindo engasgando em seu pau como foi narrado naquele texto.
Por mais que tentasse não pensar no conteúdo, as palavras tomavam sua mente e não tinha o que fazer, ele estava duro e pronto, irremediavelmente duro, excitado e desejando o seu garoto.
Ofegou quando sentiu um peso conhecido sobre seu colo e arregalou os olhos, vendo Harry encostar as costas em seu peitoral enquanto puxava suas mãos para pousá-las em seu ventre, totalmente relaxado.
— Eu estou pronto para ir. — Harry declarou baixinho, descendo as mãos de Louis para suas coxas desnudas. Louis apalpou forte a carne macia quando a tocou, fazendo Harry se remexer sobre si e sentir sua ereção bem formada contra a calça jeans, rindo baixo com isso. — Você parece animado, Lou. Tudo isso é pelo boliche?
Harry sabia como provocar e gostava disso, o que não ajudava em nada o bom senso de Louis. O garoto estava cheirando a morango, os cachos foram lavados mais cedo e apenas era demais para Louis resistir a isso, mas ele estava tentando.
— Precisamos conversar, Harry. — Ele conseguiu falar contra a nuca do mais novo, o vendo se arrepiar antes de corrigir sua postura sobre Louis e olhar para trás, deixando a bunda um tanto empinada enquanto o encarava falsamente inocente.
— Precisamos?
Antes que Louis pudesse responder, Gemma ressurgiu com Steve, totalmente pronta para sair. — E então, vamos?
Harry se ajeitou de lado no colo de Louis, o olhando divertido em puro desafio, tentando conter o sorriso enquanto falava. — Vamos, Lou?
Louis engoliu em seco, constrangido pela situação e respirou fundo antes de responder, ignorando Harry com todas as suas forças.
— Eu preciso resolver algumas coisas com o Harry antes, vão na frente, a gente encontra vocês lá.
Gemma concordou sem dar importância para a situação e saiu com o namorado numa despedida rápida, deixando os dois garotos a sós.
Harry se levantou do colo de Louis para olhá-lo de frente, mordendo o próprio lábio pela forma que suas coxas foram secadas pelos olhos de Louis, satisfeito por ver o mais velho não resistindo a elas.
— Então… — Voltou a se sentar no colo dele, de frente dessa vez, deixando suas mãos pousadas na nuca do rapaz. — O que precisa falar comigo?
Louis tentou conter a indignação por Harry ficar fodidamente perfeito em shorts, principalmente o azul clarinho que usava naquele momento, e buscou seu foco sobre o que queria falar, encarando o garoto nos olhos.
— Quem é Edward?
A expressão confiante de Harry vacilou e ele arregalou os olhos, sendo pego de surpresa. — E-Edward? C-Como assim?
O choque da situação fez Harry baixar a guarda, dando a Louis o poder de controlar o momento como queria.
Suas mãos apertaram as coxas macias próximo a virilha do garoto, apenas para fazê-lo ofegar.
— Edward, o deus da escrita segundo alguns leitores. Sua última publicação narra um garoto engasgando no pau de um cara dois anos mais velho que ele. — Harry não parecia apto para responder, abalado por Louis ter descoberto seu segredo, ensaiando palavras que não saiam de jeito algum de sua boca. — O garoto parecia gostar de ter os cabelos puxados enquanto era sufocado pelo pau do cara mais velho, ele chorava excitado para que o cara fosse mais forte, mesmo que sentisse que não ia aguentar mais.
— L-Lou… — Harry choramingou, era visível a ereção formada no short curtinho só por ouvir as palavras sujas do mais velho, lambendo os lábios e rebolando manhoso em busca de alívio.
— Eu pensando que você escrevia romances clichês enquanto você escreve cenas de sexo? Cenas de garotos engasgando no meio de um boquete, Harry Edward Styles?
Harry tremeu quando sentiu a palma de Louis sobre sua ereção sensível, se movendo contra ela em busca de um atrito decente.
— Sabe, eu me perguntei por tanto tempo da onde vinha essa malícia toda e agora eu descubro que você escreve coisas sujas e escreve muito bem! Porra, eu fiquei duro só por ler! — Louis declarou, masturbando Harry sobre a roupa enquanto o garoto esfregava a bunda redonda em sua ereção, hipnotizado com a cena maravilhosa. — Você escreve desde quando?
Harry não queria conversar, seu pau estava sendo massageado deliciosamente e ele sentia Louis duro contra sua bunda, ele só queria continuar daquele jeito até seu desejo explodir.
Surpreendeu-se quando Louis invadiu sua camisa para apertar forte seu mamilo, tremendo em puro desejo nos braços dele enquanto o encarava de olhos arregalados quase engasgando.
— Responda a minha pergunta.
A ordem fez com que Harry quase gozasse, rebolando mais rápido sobre a ereção de Louis. — F-Faz dois a-anos.
Louis sorriu com a resposta, apesar de se surpreender por Harry ter começado a escrever aquele tipo de conteúdo tão jovem. Era difícil saber o que se passava na mente do garoto, mas Louis imaginava que o que quer que fosse era deliciosamente sujo.
— Muito bem, respondeu tudo o que eu queria. — Louis murmurou colando sua boca nos lábios de Harry, mordendo forte o lábio inferior enquanto o masturbava mais rápido. — Agora continua assim porque eu tô quase gozando.
Harry obedeceu sem pensar duas vezes, quicando e se esfregando na ereção de Louis enquanto tinha a mão dele saciando seu pau sensível, louco para gozar todo o seu tesão.
Eles se beijavam desleixados, já que era difícil manter um beijo com Harry quase pulando no colo do mais velho e Louis só precisou beliscar novamente o mamilo sensível para ter Harry gozando em seu short, não demorando para gozar também por conta da imagem perfeita que era Harry sucumbindo ao prazer.
Eles ficaram abraçados enquanto tentavam se recompor, Harry ainda choramingando vez ou outra por se sentir sensível.
Louis deixou beijos pelo pescoço do garoto em meio a carinhos suaves, trazendo Harry aos poucos para a realidade, sorrindo quando viu o garoto lhe encarando corado.
— Você está bravo por saber o que eu faço? — Ele perguntou num fio de voz, fechando brevemente os olhos quando recebeu um beijo carinhoso na testa.
— Claro que não, pelo o pouco que eu li te achei muito talentoso, bebê. — Louis respondeu com sinceridade, afagando os cachos bonitos com sutileza.
Harry sorriu grande com a resposta, mordendo o próprio lábios antes de pegar o celular e entregar para Louis, um tanto corado.
— Eu quero que você leia, que leia todos eles. — Harry disse sincero, voltando a abraçar Louis quando o mais velho pegou o aparelho.
— Temos um novo programa para hoje à noite, então.
Harry sorriu orgulhoso, concordando lento com a cabeça antes de beijar a boca de Louis, todo malicioso. — Sim, nós temos.
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