- Está preparada para lidar com as pessoas dessa empresa, querida? – meu avô me perguntou segurando firmemente a minha mão, eu assenti como resposta - Tome muito cuidado com elas. Você é só uma criança, precisa entender que nem todo mundo quer o seu bem. Existem pessoas que não são o que dizem ser, meu amor.
E como ele estava certo!
Meu avô havia me dado aquele conselho dias depois de ter assinado contrato com a SM entertainment. Eu era uma criança quando isso aconteceu e tinha muito medo de ser enganada pelas pessoas que passaria a conviver. Por incrível que pareça eu fui ainda mais enganada na minha fase adulta.
Não achei que pudesse ter uma decepção maior na minha vida depois do Yunho, mas agora percebo o quanto estava iludida. A maior facada pelas costas que eu poderia ter recebido estava agora em minhas mãos em forma de fotografias. À cada imagem que eu via, uma consternação crescia ainda mais dentro de mim por um motivo.
Key!
Key parecia estar completamente drogado. Seus olhos estavam vermelhos e lacrimejados como se tivesse chorado. Senti meu coração apertar ao ver suas expressões nas imagens. Sempre parecia atormentado, como se estivesse passando por um tipo de tortura. Seu semblante mostrava um desespero que eu nunca vi anteriormente e aquilo só me deixava com mais raiva.
Aquilo era inacreditável! Meus olhos só podiam estar me traindo. Meu Nini, um dos meus melhores amigos, o homem pelo qual eu havia me apaixonado, ele havia pego o meu passaporte. E aquele roubo acarretou na morte do meu avô. Como toda desgraça é pouca ele ainda estava envolvido naquela noite com o Key, que provavelmente passou muito mal ali. Não gostava de pensar no inferno que Kibum deveria ter vivido.
Olhei as outras fotos como se precisasse ter certeza do que estava vendo, e a cada foto era mais nítido. A presença dele ali não era por acaso. Key afirma não saber como chegou naquele lugar, ele sequer lembrava daquela noite.
Para acabar com todas as minhas dúvidas, lá estava a última foto em que estava escrito no canto da imagem: “Quem é o cara mau?”.
Como Kai teve coragem de fazer essas coisas horríveis? E por que havia feito? Eram tantas perguntas... Todas sem respostas. Naquele momento eu estava em estado catatônico.
- S/N... me dá isso aqui – Minho tomou as fotos da minha mão – Essas são as fotos que o Kibum falou não é? Eu... – ele parou de falar quando finalmente percebeu o Kai nas imagens – Filho da mãe! Eu sabia que ele estava envolvido nessa. Como Key pôde ter excluído essa hipótese?
Tomei aquelas coisas da mão do Minho bruscamente e saí em disparada até o andar das salas de treino.
- S/N, espera aí! O que vai fazer? – o mais alto vinha gritando atrás de mim.
Fui abrindo várias portas. Vários grupos estavam ensaiando naquele dia. Mas eu precisava achar aquele desgraçado e jogar tudo aquilo na cara dele.
FINALMENTE!
Assim que abri a porta, todos olharam para mim surpresos.
- S/N? – aquela voz, aquela voz que já me causou tantos arrepios, aquela voz que um dia foi uma das que mais eu gostava de ouvir até quando fazia suas manhas comigo. Era a voz do protagonista de todo esse drama – O que faz aqui?
Me aproximei dele com passos rápidos e com uma expressão de ódio, ele me olhava com olhos arregalados e não poderia ficar mais surpreso quando meu tapa estalou em seu rosto.
- SEU DESGRAÇADO! – esbravejei.
- S/N, calma. – Baekhyun ficou entre nós dois – O que aconteceu?
Minho se aproximou e tentou me puxar pelo braço, mas me desvencilhei dele em um gesto brusco e ágil.
- O que aconteceu? – eu repeti com desprezo com os olhos duros no Jongin – ISSO ACONTECEU!
Joguei tudo o que estava em minhas mãos na cara do mais novo, que ao se dar conta do que estava vendo tomou um semblante chocado, estava tão pálido que poderia se igualar a parede branca.
- S/n... – disse em quase um sussurro – Eu posso explicar.
- Pode explicar? – ri com desprezo – Meus olhos estão muito certos do que vêem nessas fotos. Mas uma coisa aqui eu não entendo. Por que diabos roubou meu passaporte?
- Eu só não queria que viajassem juntos para Wonju – ele murmurou.
- Como é que é?
- Eu sabia que se vocês fossem juntos para o aniversário do seu avô, iriam acabar se acertando e... – ele falava muito baixo, mas eu podia ouvir. Algumas lágrimas já molhavam o seu rosto naquela altura. – E todo meu esforço teria sido em vão.
- Que esforço? – perguntei e ele fungou reunindo sua coragem para falar a verdade – FALA LOGO!
- Jongin, confessa! – Chanyeol falou por trás dele e eu não pude deixar de mirá-lo com olhos semicerrados. Então era isso que ele sabia e tanto queria me contar?
- Meu esforço em separar vocês. – ele disse de vez fechando os olhos para não me encarar.
- Filho da mãe! VOCÊ ARRUINOU MINHA VIDA – eu já estava indo em sua direção para atacá-lo mais uma vez, mas fui detida por Minho que me segurou. – Você deve ter ficado muito feliz mesmo quando eu e Key terminamos hein... Como eu não percebi a verdade em suas mentiras? – minha voz saía áspera como se rasgasse em minha garganta.
- S/N, vamos! Não vale a pena! – Minho saiu me puxando pelo braço enquanto eu não tirava os olhos daquele traidor. Ele fechou a porta atrás de si e me abraçou firmemente, não demorei a corresponder o abraço, deixando as lágrimas derramarem com muita força.
- Me leva pra casa, por favor! – eu pedi em um sussurro, me permitindo chorar mais um pouco. Sentia-me segura naquele momento. Estava grata por Minho estar ali.
- Eu levo – ele respondeu com a voz rouca, me apertando ainda mais em seus braços.
S/N POV’s off
Baekhyun POV’ on
Nunca imaginei que o garoto que convivi todos esses anos fosse capaz de um ato tão inescrupuloso. Eu consigo sentir a dor de S/N. Assisti aquela cena sem pronunciar sequer uma palavra, mas por dentro eu queria poder abraçá-la e a levar para longe dali. No entanto, S/N precisa resolver aquela situação. Merecia ouvir as repostas de todas as suas dúvidas. Jongin lhe devia fidelidade, não só como namorado, pois definitivamente era o que os dois eram, mas também como amigo. Era doloroso vê-la sofrer daquele jeito.
- Você arquitetou tudo isso, cara? Como teve coragem? – perguntei a Kai assim que Minho a levou dali. Mas não obtive resposta. Ele simplesmente continuou de cabeça baixa chorando.
- Eu falei que você deveria ter contado de uma vez! – Chanyeol o repreendeu e só assim ele ergueu seus olhos para nós, mas estes estavam cheios de ódio, e esse ódio mirava o Chanyeol.
- Foi você, não foi? Seu filho da ... – Kai partiu pra cima de Chanyeol, mas conseguimos contê-lo antes que entrassem em contato um com outro. – DESGRAÇADO! VOCÊ FEZ TUDO ISSO! COMO ACHOU ESSAS COISAS?
- Eu nem sabia onde essa merda estava. Cheguei a procurar, eu confesso, mas não encontrei. – ao ouvir isso me lembrei do dia em que vi Chanyeol revirando as coisas do Kai, de certo procurando esse passaporte e as fotos.
- NÃO ADIANTA MENTIR PRA MIM! Eu sei que foi você, miserável!
- O que está acontecendo? Que gritaria é essa? – Taemin perguntou ao entrar na sala e não demorou para Key entrar ali também. O silêncio pesado pairou em todo ambiente quando vimos a dupla. A situação toda já estava complicada o suficiente e agora pretendia piorar ainda mais.
- Agora fodeu! – a voz do Sehun foi audível por todos naquela sala, e eu tinha que concordar com ele.
Agora fodeu de verdade!
- Que merda tá acontecendo? Vocês estão brigando de novo? – Taemin questionou observando Kai que era contido por Sehun para evitar que ele fizesse algo contra o Chanyeol.
Todos nós permanecemos calados, enquanto os dois se aproximavam. Key olhava-nos com o cenho franzido, desconfiado de toda aquela situação, mas seus olhos não demoraram a notar algo sobre o chão, ali avistando as coisas que S/N tinha jogado no Kai.
- Qual é o problema agora? Pensei que estivesse tudo bem agora que voltou para o seu dormitório – Taemin dizia sem perceber o clima tenso ali no ar. Todos nós olhávamos na direção do Key, até que Taemin deu falta do mais velho – Hyung?
Key pegou o passaporte de S/N do chão e Taemin finalmente percebeu o que seu hyung fazia e se agachou em frente a ele também olhando para as fotos ali no chão.
- Onde encontraram isso? – Kibum perguntou. Mas não obteve resposta, a única coisa que ouviu foi o som da voz do Taemin.
- Key... – Taemin sussurrou para o mais velho que o olhou com o cenho franzido. Ele lhe mostrou uma das fotos e logo percebemos a expressão do Key ficar pálida. Ele engoliu seco e tomou a foto da mão de Taemin, analisando tudo inclusive a mensagem que dizia “Quem é o cara mau?” no canto da foto.
- Que porra é essa? – ele perguntou levando-se lentamente. Olhei para Kai que já dava passos para trás – O que você fez? - Kibum caminhou até o Kai ficando a cara a cara com ele, o desafiando. - Seja homem, Kim Jongin! – sua voz soou áspera – Me conta agora o que você fez comigo e com a S/N antes que eu acabe com você!
Jongin POV’s on
Flashback on
Eu a observava de longe. O som do seu riso, a sua forma de olhar para as pessoas a sua volta... Tudo era encantador. S/N era minha melhor amiga, mas eu a amava em silêncio.
Logo o sorriso que eu tinha estampado em minha face desapareceu quando vi Key hyung se aproximar dela e abraçá-la por trás. Ela se virou para ele com um sorriso meigo e apaixonado, e depositou um selar em sua boca.
Como eu o invejava!
Eu queria que ela olhasse para mim daquele jeito, eu queria tocá-la daquele jeito... eu queria provar o seus lábios daquela mesma forma.
Estava admirando tanto S/N que não notei que estava sendo observado desde o início.
- Você gosta dela – alguém falou atrás de mim e eu me assustei com a forma que o individuo se aproximou.
- Yunho hyung, que susto!
- Você ama essa garota não é mesmo?
- Sim – confessei quase que em um sussurro – Eu a amo muito, mas... eu nunca irei tê-la.
- Por que não? – Yunho ficou ao meu lado.
- Porque ela ama o Key hyung, S/N nunca o deixaria por ninguém.
- Não tenha tanta certeza disso. – a forma como ele falava, parecia saber de algo.
- O que está dizendo? Eu conheço a S/N muito bem. Sei que não o deixaria.
- Alguns sentimentos precisam ser colocados à prova para vermos o quão forte ele é.
- Como assim? – eu não estava entendo onde o mais velho queria chegar.
- Diga-me, Jongin... Seria capaz de qualquer coisa para ter S/N?
- Sim, eu faria qualquer coisa por ela – afirmei realmente interessado naquele assunto.
- Então eu vou te ajudar!
*
Dias depois...
- Eu confesso que esses jantares me aborrecem um pouco, principalmente quando estamos fora da Coréia – Minho disse para Key, que naquele momento tinha o olhar distante – Hey! Está me ouvindo?
Havia vários artistas da SM no salão de festas do hotel. A empresa ofereceu um jantar para seus artistas antes dos shows da SM town no Japão.
- Desculpe, o que disse? – Key perguntou ao amigo voltando a atenção para ele, eu e Taemin estávamos perto deles, mas somente eu prestava atenção na conversa dos mais velhos.
- O que foi? Tava olhando pra onde? - Minho olhou ao redor procurando aquilo que os olhos de Key tinham visto.
- O Yunho hyung – Key sorveu um gole de sua bebida.
- O que tem ele? – Minho olhou o homem que seu amigo havia citado.
- Está me encarando desde que me viu. Isso não é estranho?
- Hummm... – Minho franziu o cenho e começou a encarar Yunho, assim que o outro percebeu que também estava sendo observado, passou a disfarçar – Será que Yunho hyung é gay? - Key cuspiu a bebida no ar o que provocou uma crise de riso em Minho.
- Fala baixo! Não diga essas coisas assim! – Kibum disse tentando segurar a risada.
- Rapazes! – Taemin chamou a atenção deles – Vamos ficar mais perto do bar! – ele estava interessado em uma garota que estava no local e queria se aproximar de alguma maneira, por isso sugeriu aquilo, e para mim facilitaria tudo.
- Não, não. O playground é pra lá, crianças não ficam no bar – Minho caçoou de nós dois por ainda não termos idade suficiente para beber.
- Haha, que engraçado – Taemin debochou.
- Nosso maknae está paquerando uma menina. – Key defendeu o mais novo, aquele miserável era muito observador, Taemin nem havia comentado sobre isso com ele - Vamos, Minho! Vamos facilitar para o dongsaeng – Kibum brincou, mas antes de caminhar em direção ao bar, me fitou com estranheza. Esse desgraçado é astuto, já havia percebido a minha tensão por mais que eu disfarçasse – Tudo bem com você? Está nervoso demais! Não me diga que tomou uma dose escondido. Olha se alguém pegar você fazendo isso...
- Não. – sorri nervosamente – Não é isso. Eu to bem.
Ficamos nos bancos do balcão do bar. Eu me sentei ao lado do Kibum. Estava nervoso que minhas mãos tremiam. Mas eu tinha que fazer aquilo! Eu tinha consciência de que o que estava fazendo era errado, contudo não sabia as consequências que aquilo poderia trazer. Os três estavam tão entretidos na conversa que não perceberam a minha movimentação. Retirei um frasco pequeno do meu bolso e discretamente inseri o pó no copo de Kibum. Aquilo que o faria perder completamente a noção das coisas, e ele não demorou a ingerir quase tudo de vez. Respirei aliviado por a primeira parte do plano ter dado certo. Era só conseguir me livrar da presença do Minho e do Taemin. Agora era vez do Yunho!
Jongin POV’s off
Kibum POV’s on
- Jovens! – Yunho se aproximou e eu o olhei estranho. Ele se sentou ao lado do Minho e sorriu para nós. Se eu já estava desconfiado antes, agora estava ainda mais. Contudo, meu corpo parecia ter perdido a força. Até para falar algo estava difícil. Permaneci calado.
Alguns minutos se passaram. Os meninos estavam todos com a atenção voltada para Yunho que contava suas histórias sobre o começo de sua carreira e sobre seus trabalhos no Japão.
Eu estava muito tonto. Sentia meu corpo inteiro formigar. Precisava lavar o rosto.
- Eu precixxxxxx... – as palavras simplesmente embolavam na minha garganta – Eu pre-preciso ir... – comecei a rir descontroladamente.
- Mas hein... Quando você ficou tão bêbado? – Minho perguntou rindo em me ver daquele estado.
- Eu vou ao banheiro.
- Quer ajuda? – Taemin perguntou.
- Kibum está ótimo, não é amigo? – Yunho tocou em meu ombro e eu ergui as sobrancelhas surpreso com seu comentário – O único bêbado nessa rodinha sou eu. A propósito, eu vou para o meu quarto. Se me derem licença, não estou me sentindo muito bem – um pouco forçado para quem estava falando normalmente há poucos segundos atrás. Não sei se foi impressão minha, mas o vi fazer um gesto para o Kai quando se afastou. Como se o pedisse para segui-lo. Mas resolvi ignorar. Eu devia estar muito bêbado.
- Tudo bem, hyung – Minho respondeu e logo virou-se para mim – Tem certeza que não precisa de ajuda?
- Eu estou bem, se eu... – solucei – se eu demorar é porque fui para meu quarto – caminhei com dificuldade até o local. Minha visão escurecia vez ou outra, era como se eu ficasse cego por alguns milésimos – Que merda é essa?
Fiquei por alguns minutos encostado na pia do banheiro. Tinha lavado o rosto, mas uma sensação de formigamento preenchia meu corpo. Tinha algo errado comigo. Estava escorado naquele lugar com medo de dar um passo e dar com a cara no chão, pouco a pouco meu subconsciente falhava sentia que poderia desmaiar a qualquer...
*
- Onde eu estou? – minha visão estava embaçada, sabia que estava em um veículo por conta do movimento, tentei visualizar o motorista, mas era uma tentativa falha. – Isso é um sequestro? – minha voz soava fraca assim como eu que mal conseguia abrir os olhos.
- Acho que vai demorar para a droga fazer efeito total. Esse idiota ainda tá falando – aquela voz... eu já ouvi aquela voz antes.
- O que era aquilo que você mandou que eu colocasse no copo dele? – havia mais alguém no banco do carona que eu não conseguia ver porque estava em minha frente, e para eu visualizá-lo teria eu fazer muito esforço para me mover e naquele momento eu não tinha forças.
- Um comprimido que transformei em pó. É apenas um medicamento a base de cetamina. Causa sonolência, fraqueza e perda de memória. Não se preocupe ele não vai lembrar de você amanhã. – o motorista riu, e eu reconheci seu riso.
- Yunho hyung! – forcei a visão e mesmo que embaçado eu consegui ver seu rosto e reconhecê-lo. Ele olhou para mim rapidamente e voltou a prestar a atenção na estrada – Por que está fazendo isso?
O carro parou. Yunho virou para mim e riu assustadoramente.
- Você vai se divertir muito essa noite, meu caro. Estou com inveja. – alguém abriu a porta do lado onde eu estava encostado. A mesma pessoa me ajudou a sair do carro. Consegui ver quem era o rapaz ao meu lado.
- Kim Jo-Jongin? – gaguejei.
- Vamos, hyung! Temos um compromisso. – ele disse e essa é a única coisa que aparece em minha mente com clareza.
Alguns lapsos de memória voltaram a minha cabeça. Eu me vi tentando me livrar de algumas garotas que se esfregavam em mim. Me sentia sufocado. Pedia para parar, e dizia ao mais novo que queria vomitar.
- Por favor... eu não estou bem... por favor... – um clarão tomou conta da minha visão por alguns segundos. Era um flash. Ele estava fotografando aquilo. Mas por quê? – K-Kai... meu coração... está disparado... eu estou... es-esstou tendo um ataque - ele continuava me ignorando.
- Deixa de ser fracote, hyung! Eu não consegui uma identidade falsa para entrar aqui e você broxar. – ele se sentou ao meu lado e tirou uma selfie comigo – S/N vai gostar dessas fotos.
- O q-que?
- Vamos lá... Relaxa e aproveita. Olha quantas gatinhas estão querendo você agora!
- Eu quero ver a S/N... por favor, liga pra ela!
- Meu caro, ela está muito longe do Japão agora. Não perca seu tempo! – ele riu. A última coisa que me lembro foi de ter vomitado na perna de uma daquelas garotas. O que houve depois dali, ainda era um mistério para minha memória.
Kibum POV’s off
Flashback off
Jongin POV’s on
- Você não dormiu com nenhuma daquelas garotas. – confessei – Depois que você vomitou, eu tive que te tirar dali. Você começou a ter convulsões, seus olhos viraram ao contrário e saía uma espécie de espuma na sua boca, achei que estava tendo uma overdose. Fiquei desesperado, mas não podia te levar para um hospital porque seria reconhecido. Então, graças a Deus, você melhorou no carro antes de chegarmos no hotel.
- Você me drogou? – os olhos dele estavam cheios de lágrimas e ódio – SEU DESGRAÇADO! POR QUE FEZ ISSO? – Key precisou ser contido por Taemin, caso contrário também me acertaria em cheio.
- Hyung, calma, por favor! – Baekhyun novamente me defendeu, se colocando em minha frente – Você o ouviu... ele foi influenciado por Yunho. Kai-ssi era muito novo e imaturo. Tente reconsiderar.
- ELE PODIA TER ME MATADO! – Kibum gritou novamente.
- Key tem razão! O que o Jongin fez foi loucura. Key nunca usou essas coisas, essa droga podia ter o levado a morte. – Suho falou pela primeira vez e me encarava como se eu fosse desprezível.
- Onde está, S/N? Ela sabe disso? – Key perguntou aparentando estar mais calmo.
- Minho a levou daqui. – Suho respondeu outra vez.
- Eu vou ligar pro Minho. Vamos, Kibum-ah! – Taemin saiu puxando o Key.
- Não! Eu só vou sair daqui quando ele contar a história toda.
- Eu já contei tudo! – realmente não sabia o que mais ele queria que eu dissesse.
- Não a parte em como esse passaporte veio parar nas suas mãos – ele se aproximou ameaçadoramente de mim com o documento e um bilhete em mãos que dizia uma frase bem sugestiva – Você sabe que o fato de ela ter perdido o documento acarretou na morte do avô dela, não é? Você sabe que S/N se culpa por isso? Sabe que ela passou esses anos todos com essa dor dentro dela, sem ter coragem de sequer tocar no assunto e mesmo assim não contou. Foi incapaz de contar a verdade para a mulher que você diz amar.
- Eu não queria que ela me odiasse – justifiquei a minha covardia com aquele argumento ridículo.
- Então preferiu que ela odiasse a si mesma? Você é um verme egoísta, Kim Jongin! – suas palavras me fizeram me sentir ainda pior do que já me sentia – Eu espero, do fundo do meu coração, que S/N nunca perdoe você.
Ele se afastou com passos duros. Eu o observei sair até que notei o olhar de Taemin ainda em minha direção.
- O que eu puder fazer para deixá-la longe de você, eu farei! – ele disse com desprezo e saiu dali seguindo os passos do seu hyung.
Olhei meus amigos ao meu redor e todos eles me olhavam com reprovação. Ninguém, a não ser Baekhyun, foi capaz de me defender. E eu os entendia.
- Você nunca amou a S/N, Kai – Baekhyun parou em minha frente – Se amasse não teria a deixado sofrer desse jeito.
Ao dizer isso, Baekhyun partiu e aos poucos todos eles foram saindo. Eu havia decepcionado meus amigos, eu tinha magoado a minha amada S/N... eu não merecia perdão.
Deixei-me cair ajoelhado no chão, mergulhado em lágrimas. Lágrimas de dor e arrependimento. Eu sabia que nunca conseguiria consertar o que eu fiz. Não havia nenhuma maneira de ter S/N de volta, nem como mulher e muito menos como amiga. E só aquele pensamento me apavorava.
- Kai? – uma voz feminina, que há muito tempo eu não ouvia, me alertou sobre sua presença ali, e rapidamente eu enxuguei minhas lágrimas e me recompus – Você está bem?
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