História Please don't say you love me - Em revisão - Diamond

S/N POV’s on

- Por favor, não faz isso! Por favor! – estava dentro do carro, eu pedia desesperada ao motorista para parar o veículo, mas não podia ver seu rosto. Era como se um borrão preto estivesse em meus olhos.

- Agora é tarde demais! - o outro disse e então avançou o carro em uma sinaleira. Um pouco mais a frente alguém estava atravessando a pista no sinal fechado. O motorista acelerou ainda mais o carro. E então pude ver claramente a feição assustada do rapaz que estava no meio da rua.

Baekhyun! O motorista queria atropelar o Baekhyun!

- Não! BAEKHYUN!

Baekhyun!

- Baekhyun???? – despertei do pesadelo, estava suando frio. Minha cabeça demorou a entender o que meu cérebro havia vivenciado.

Mais uma vez aquilo!

Eu estava com tanto medo! O que poderia ser aqueles pesadelos senão um sinal? Baekhyun havia rompido os laços que nos ligavam definitivamente, mas algo me dizia que ele corria perigo.

Olhei ao redor. Aquele não era meu quarto. Não era nenhum lugar que eu conhecia. Que diabos havia acontecido ontem? Até que me lembrei que estava em Fiji.

- Que droga! – apertei minhas têmporas ao sentir uma enorme dor nelas. Um perfume entrou por minhas narinas e só então reconheci o cheiro. Abracei o travesseiro me deliciando com o perfume do Kibum, mas ao abrir os olhos mirando outro canto do quarto... – Meu Deus! Meu Deus!

Levantei-me abruptamente sentando-me sobre a cama quando me dei por conta de que estava sendo observada. E então vi o rapaz em minha frente sentado em uma cadeira bebendo algo que parecia ser um chá.

- Você acordou! – ele  disse com uma voz que misturava desdém com desinteresse.

- Kibum-ah! – falei com a respiração entrecortada – O que aconteceu?

- Nós transamos – minha boca formou um perfeito O com a resposta direta dele – Calma! É brincadeira! Nós não transamos você apagou aí na cama.

Como em um passe de mágica me lembrei de alguns acontecimentos de ontem à noite. Mas tudo parava em um momento.

“Não me deixe sozinha. Nunca mais me deixe sozinha”.

- Dividimos a cama? – perguntei olhando para o travesseiro que exalava o perfume dele.

- Sim. Mas não se preocupe, eu não toquei em você!

- Não estou preocupada com isso – falei fechando os olhos com força e esfregando as têmporas mais uma vez.

- Você está bem? – ele perguntou e eu o vi sorver mais um gole do chá. Não parecia estar preocupado comigo ou algo do tipo já que sua expressão era de pouco-caso.

- Estou – respondi com a voz falhada, ainda tentando me recuperar do choque daquele pesadelo que insistia em minha cabeça.

- Tem certeza? – ele se levantou e sentou-se ao meu lado na cama.

- Foi só um pesadelo – retruquei seca.

- Ah sim.. – Key ergueu-se irritado caminhando para o lado oposto do quarto – Tenho certeza que sonhar com Baekhyun depois de ele ter te dado um pé na bunda deve ser assustador.

- Por que está falando isso? – por um fio de momento, achei que fossemos ficar em paz depois do que eu lembrei da noite passada, mas Kibum não parecia disposto.

- Estava chamando pelo Baekhyun. Sonhou com ele?

- Não foi algo bom. Você não percebe? Eu estou apavorada.  – desabafei e só assim consegui tocar seu coração de alguma forma já que ele sentou-se novamente ao meu lado e tocou meus cabelos.

- Quer falar sobre isso?

- Eu tenho tido pesadelos com isso insistentemente. E em cada vez que aparece em meus sonhos, sempre tem um final diferente. Todavia sempre com as mesmas pessoas. Eu, Baekhyun e alguém que não posso ver o rosto. Estou preocupada de que isso não seja só um pesadelo e sim uma visão. – falei demasiadamente nervosa.

- Hey... Vem cá – Key me puxou para ele e me abraçou, eu me aconcheguei em seu ombro e pude inalar de mais perto o seu perfume. Tudo o que consegui fazer foi apertar meus braços ainda mais em sua volta. – Não vai acontecer nada com você. Eu estou aqui, lembra disso?

- Você está? – perguntei com o rosto enterrado em seu ombro e então ele me afastou me segurando pelo rosto com as duas mãos.

- É claro que estou. – Key sorriu ternamente e antes de qualquer reação minha a porta se abriu dando espaço para um Taemin sorridente.

- Wow! Por essa eu não esperava! Atrapalhei o casal? - Taeminnie entrou no quarto com um sorriso travesso no rosto.

- Engraçadinho – Kibum se afastou com um sorriso sem graça - Vou pedir seu café da manhã.

 Assim que o mais velho se afastou, Taemin se jogou na cama depositando sua cabeça em meu colo.

- Vocês voltaram?

- Não, seu bobo! Isso não vai acontecer! - o sorriso dele murchou ao me ouvir.

- Aham, sei... E então, vai me contar o motivo da bebedeira de ontem a noite? Ou o motivo se chama Kim Kibum?

- O motivo se chama: Baekhyun acha que eu e você temos um caso.

- COMO É QUE É? – Taemin abriu a boca de um jeito que seu queixo poderia alcançar o chão – Por que ele acha isso?

- Simples. Ouviu alguém comentando que nos beijamos naquele dia na sua casa.

- Alguém quem?

- Provavelmente a Ara ou o Minho, não faz diferença. - dei de ombros, realmente não importava mais quem havia dito.

- Acredito mais que tenha sido a Ara – Taemin falava olhando para o chão – Mas que merda hein!

- Pois é!

- Você disse pra ele que foi só uma brincadeira? - como se Baekhyun fosse acreditar.

- Acha que ele quis me ouvir depois do que aprontei com ele? Baekhyun tem motivos para não confiar em mim, mas isso não quer dizer que eu precise rastejar para explicar algo. Se ele não quer me ouvir, eu não direi nada.

- Você sabe o que eu acho disso tudo? Que talvez seja melhor assim. Você sabe que isso não ia há lugar nenhum mesmo, então... - ele se pôs de joelho na cama e começou a pular daquele jeito, eu só sabia rir vendo aquele menino - Viemos aqui para nos divertir. Vamos passear um pouco!

Taemin, Taemin... sempre sendo uma criança que resolve tudo com comida ou passeios legais. Mas ainda assim era o melhor amigo que eu poderia ter.

S/N POV’s off

Kibum POV’s on

“Não me deixa sozinha. Nunca mais me deixe sozinha”.

Flashback on

Depois de ouvir aquela súplica, dificilmente eu conseguiria deixar S/N naquele quarto mesmo que por pouco tempo. Eu queria tanto dormir ao seu lado como antes,  ainda que não nos tocássemos, só de estar ali já me bastava, mas a realidade era dura.

- Não acho que seja uma boa ideia. Não devemos dormir no mesmo quarto. - foi o que eu consegui dizer.

- Quem inventou essa regra? – ela perguntou com a voz atrapalhada pelo álcool.

- S/N por favor, não seja egoísta! Sabe que eu ainda sinto o mesmo por você. Não imagina o quanto dividir uma cama contigo pode me causar mais dor?

- Eu preciso de você! Por que você se recusa a enxergar isso, Kim Kibum? – ela falava com os olhos quase fechando, o sono estava a vencendo.

S/N estava bêbada. E aquelas palavras que saíam da sua boca, apesar de comoventes, não significavam nada para ela.

- Não me faça acreditar em algo que não é real.

- Você só vai saber a verdade quando... – sua frase não foi completada, pois o sono a dominou por completo. Eu queria saber o que ela diria, mas provavelmente nunca saberia. S/N não se lembraria dessa noite assim como nunca se lembra das suas bebedeiras. Eu precisava aceitar que jamais a teria de volta.

Toquei seu rosto gentilmente e me deitei ao seu lado aproximando seu corpo ainda mais do meu. Seu cheiro, sua pele, seus cabelos castanhos espalhados no travesseiro... tudo aquilo me fazia sentir-me como se o tempo não tivesse passado. Como se ainda fossemos dois adolescentes no começo de nossas carreiras, escondidos pelos cantos da empresa ou dormindo juntos em algum hotel quando fugíamos dos nossos managers. Éramos tão felizes juntos. Por que tudo isso tinha que ser destruído? Como pude perder tão facilmente a única mulher que amei na vida?

Esse momento era como se a ficha realmente caísse. Depois de tantos anos, eu e S/N passávamos uma noite juntos, mas a realidade era fria e devastadora. Era pelo Baekhyun que ela chorava e foi por causa dele que ela foi procurar suporte na bebida.

Como cogitei que poderia esquecê-la? Agora, tendo-a em meus braços de novo eu só tinha vontade de chorar olhando para aquele rosto. Sentia tanto a sua falta!

 Que pena que tudo aquilo acabaria pela manhã!

Flashback off

Não conseguia compreender porque eu não conseguia esquecer S/N. Por que todo mundo consegue seguir em frente e eu não? Talvez meu erro foi tê-la mantido próxima mesmo que como amiga.

- Kibum-ah! – a Ara sentou-se ao meu lado me oferecendo um copo de suco – Está tão calado hoje!

- Estou refletindo. - respondi olhando para o nada.

- Está tudo bem entre você e S/N? Quero dizer, vocês parecem estar magoados um com outro.

- Não há nada de errado. Eu e S/N brigamos muito, apenas isso.

- Não foi isso o que eu soube. – ela sorriu brincalhona – Minho me contou que vocês dois costumavam ser unha e carne quando namoravam

- QUANDO namorávamos. Isso não existe mais! Somos pessoas diferentes agora. - era tão doloroso admitir isso. Por mais que eu e ela tivéssemos mudado meus sentimentos permaneceram o mesmo, e eu não sabia como lidar com essa nova S/N. 

- Se tivesse a chance, ainda voltaria com ela? - Ara perguntou de repente.

- O que? Não... não... de onde tirou isso? – encarei Ara com o cenho franzido sendo pego de surpresa pela pergunta.

- Ah nada... Era só uma pergunta. - ela ficou bastante vermelha ao me responder.

- Hummm.. – era melhor mesmo que fosse. S/N já estava achando coisas demais, só me restava a própria Ara confundir as coisas.

Kibum POV’s off

S/N POV’s on

Eu e Taemin caminhávamos na praia. Ele estava com um dos braços sobre os meus ombros, e mais uma vez parecíamos um casal. Mas eu não me importava com alguns olhares, só queria me sentir confortável ao lado da única pessoa que me entendia nesse mundo.

- Você está com frio? – Tae cortou o silencio quando sentiu meu corpo tremer próximo ao seu. Depois de vomitar até as tripas hoje cedo, meu corpo parecia fraco,  a ponto de não suportar um simples vento.

- Está um pouco frio aqui. – ele tirou seu casaco e colocou sob meus ombros e logo passou o braço no mesmo local para retornar a posição de antes. – Você está muito calado!

- Estou em silêncio apenas para ouvir o que você quiser me contar. - ele sorriu seu sorriso brincalhão.

- Eu não tenho nada para contar.

- Não tem problema. Eu espero até que tenha algo.

- Aish! O que você quer, Lee Taemin? - perguntei cruzando os braços, parecia uma mãe falando com seu filho desobediente.

- Que você converse comigo, porque eu sei que você tem algo pra contar sobre seu natal em família – eu sabia muito bem o que ele queria me dizer.

- Já vi que você não vai desistir. – parei de caminhar e me sentei na areia, ele se sentou ao meu lado - Vamos à entrevista, o que quer saber?

- Como foi o natal na casa da sua avó? – era isso?

- Foi bem – ele me olhou como se esperasse mais – Foi ótimo. Ver minha família unida de novo. Meu pai e meu irmão se dando bem, eu nunca pensei que poderia passar por isso um dia.

- Sua avó deve ter ficado muito feliz. – sorri em confirmação – Ela perguntou por mim?

- Não – ri e ele ficou vermelho, fazendo um bico típico de criança mimada.

- Aigo, ela nunca pergunta por mim. – Taemin brincou, mas logo ficamos em silêncio.

- Ela perguntou por ele – não precisava dizer a quem eu estava me referindo, Taemin sabia muito bem.

- Você contou pra ela?

- Não. – respondi com um suspiro – Minha avó ama o Key como um neto, tanto ela quanto meu avô eram apaixonados por ele. Eu não sei como ela poderia reagir. Até tentei contar, mas...

- Mas?? - ele me incentivou a falar.

- Ela me disse que a última coisa que queria ver na vida era o nosso casamento. - confidenciei aquilo junto com um suspiro. 

- Isso é pesado! - e como era! E eu não sabia lidar com aquela realidade.

- Sim, demais! - concordei.

- Talvez ela ainda veja isso.

- Do que você tá falando? Sabe que não existe chance disso vir a acontecer! - Taemin e seu hábito de achar que eu e Key ainda tínhamos chance.

- Eu não acredito em um futuro que ainda não aconteceu. Além disso, vocês ainda são apaixonados um pelo outro. - por que Taemin tinha que ser assim?

- Aish! Pare de colocar palavras em minha boca! Eu nunca admiti isso. 

- Francamente, S/N, acha mesmo que precisa? - respirei fundo ao ouvir aquilo. Precisava mesmo parar de negar o que já estava óbvio. Dentro de mim, meu coração disparava com agonia. Tanto tempo que eu não me sentia assim, como se tivesse despertado um monstro ali.

- Eu ainda o amo. O amo tanto que chega a doer. Talvez nunca tenha deixado de amar. - tive coragem para confessar, mas nunca doeu tanto na vida dizer algo como aquilo.

- Bem, sobre isso eu tenho certeza, S/N. Você nunca deixou de amar.

- Eu acreditei que eu pudesse amar outra pessoa de novo, mas eu não posso movê-lo do meu coração. Depois do que houve no natal eu, passei a enxergar isso com mais clareza. No fundo, eu escondi meu sentimento de tal maneira que nem eu podia mais senti-lo dentro de mim, mas eu sabia que estava ali em algum lugar escondido porque tinha medo de que ele se afastasse de mim se soubesse que eu ainda o amava. - não era como se eu estivesse descobrindo isso agora. Era um fato que eu apenas não queria reconhecer.

- E por que demorou tanto tempo para assumir isso, S/N? É algo tão simples.

- Não é tão simples quando se precisa admitir que esteve errada. - Taemin me mataria se ouvisse o que estava prestes a dizer.

- O que quer dizer? - ele me encarou com o cenho franzido.

- Que assumir meus sentimentos pelo Kibum é o mesmo que dizer que estava errada em relação ao Baekhyun e o Jongin esse tempo todo.

- Então esse era o problema? Temer que os sentimentos que você dizia sentir pelo Baekhyun ou Jongin fossem falsos? O que tem de mal em perceber que esteve errada? - ele estava realmente bravo com o que acabara de ouvir.

- Porque eu magoei esses dois. Eu deveria ser justa pelo menos com um deles e tentar fazer a coisa certa depois de toda confusão que causei. 

- Eu imaginava que você não amava nenhum dos dois de verdade. Para mim você idealizava o Jongin e o Baekhyun com seus relacionamentos anteriores.

- Como assim? – franzi o cenho confusa com aquela comparação do Taemin.

- Jongin era como o Yunho. Era uma paixão quente e ciumenta. Algo que vocês dois podiam satisfazer em poucos minutos. Já Baekhyun... você o via como o Key. Vocês tinham uma amizade bacana, ele era fofo e divertido e te fazia rir com facilidade, mas sempre faltou algo para que ele pudesse ser o substituto do único homem que você amou.

- O que? - perguntei com certa aflição.

- Ser o próprio Key. – wow! 

- Você não está falando coisa com coisa. Eu não via isso dessa forma. – era verdade, eu nunca mentalizei aquilo como Taemin estava falando, porém... pode ter sido de forma inconsciente.

- Sinceramente, S/N, você me diz que quis fazer a coisa certa pra pelo menos um deles, não é isso? – assenti – Pois então, a única coisa certa é deixá-los em paz. Você realmente gostava deles de certa forma, mas sabe que não conseguiria escolher apenas um, e nem poderia ficar com os dois. Se continuar com isso você vai destruir a amizade entre eles, porque infelizmente um deles não vai conseguir lidar com essa perda, e esse um seria o Jongin.

- O Nini? – porque ele achava que eu rejeitaria o Nini?

- Você escolheria o Baekhyun por ele te oferecer, justamente, uma relação mais parecida do que você tinha com o Key. Mas honestamente, minha princesa... O Jongin é quem realmente ama você de verdade.

- O que está dizendo? Jongin fez todas aquelas coisas contra mim! - relembrei sentindo a mágoa viva em meu peito.

- Ele fez por te amar. Por amar de uma forma que não pudesse ser capaz de lidar com suas próprias ações. Ele estava tão cego por querer ter você que se perdeu em seus males. Mas Jongin está longe de ser alguém como Yunho. Ele não é mau caráter. Só se deixou dominar por algo que ele podia controlar.

- Você acredita que Baekhyun nunca sentiu o que diz sentir por mim?

- Ele gosta de você, mas amar... Ele não sabia nada sobre você há um mês, querida. Baekhyun não pode te amar agora. Talvez em um futuro, mas nesse momento, ele só está confundindo.

Fiquei em silêncio por algum tempo digerindo as palavras de Taemin. Eu nunca escutei tantas coisas que me levassem a um estado de epifania. Estava perdida em meus pensamentos e longe de conseguir aterrissar sobre a terra.

- S/N... – a voz do Tae me fez cair em mim – Vai contar pro Kibum?

- Eu.... - fui interrompida quando ouvi aquela voz.

- Ei, vocês! – Key se aproximou e sentou-se entre nós dois nos forçando a nos separarmos – O que estão fazendo?

- Conversando. Você não está vendo? – Tae respondeu brincalhão.

- Por que será que eu sinto que vocês estão muito estranhos ultimamente. Não tá rolando nada entre vocês não é? - Kibum parecia estar com ciúmes, mas eu não deveria me iludir tanto.

- O que? Hyung, de onde tirou isso? - Taemin riu e isso fez com que Key o olhasse de forma desconfiada.

- Não sei, eu só... Não sei.

- Acho melhor eu ir. - Taemin se levantou e limpou a parte de trás da sua bermuda suja de areia.

- Ah, não não.. os pombinhos podem continuar, sou eu quem devo ir. - Key fez menção de sair, mas parou quando eu perguntei...

- Pára com isso! Cadê a Ara? Não deveria estar com ela? – eu mudei rapidamente de assunto para acabar com aquele clima.

- Estava com ela agora a pouco, mas ela foi te procurar. Vejo que tive mais sorte nisso porque fui eu quem te encontrei outra vez. – Key me respondeu seco.

- Eu vou avisar a ela que S/N está aqui, e então faremos um passei de iate. – Taemin sorriu e piscou pra mim, eu fazia que não com a cabeça, mas sabia que ele não me obedeceria.

- Bem... - Key começou a falar assim que Taemin partiu - Eu não quis insinuar que vocês estejam tendo um caso, porque tenho certeza que seriam incapazes até de se beijarem – Ai Deus! Se ele soubesse... – Mas estou preocupado sobre o que tanto conversam. Você não tem me contado muita coisa e eu sei que poderia ajudar.

- Não se preocupe comigo. - eu sorri sem graça.

- Depois de ontem, eu percebi que você ainda precisa de ajuda.

- Eu não entendo você. Por que me trata com frieza quando estamos com Taemin, mas quando ficamos sozinhos você se mostra compreensivo. - eu apenas queria mudar de assunto.

- Desculpa, é que eu... Eu estou com ciúmes – ele admitiu.

- Nunca teve ciúmes do Taemin antes.

- Talvez porque ele tenha recebido mais atenção do que atualmente. - ele disse aquilo com um sorriso triste nos lábios. De fato, a cada dia que se passava nos afastávamos mais.

- Eu tenho sido uma péssima amiga pra você. –  desde que comecei a namorar com Yunho na verdade, por muitas vezes brigava com Key para defender o embuste e acabava ficando sem falar com o meu amigo por algum tempo.

- Idem! – pelo menos ele sabia ser honesto, e reconhecia que também estava me tratando muito mal.

- Não precisa sentir ciúmes do Tae, eu também sou sua amiga. - eu toquei a mão dele, me arrependendo do ato exatamente no momento em que me senti minha pele arrepiar, não pude deixar de notar que a pele dele também se arrepiou.

- Então, por que não me conta o que tanto está te atormentando? Eu também quero ser útil – ele falava olhando para a minha mãe em seu braço, e eu logo a retirei dali. Como contar pra ele que o que estava me atormentando eram meus sentimentos por ele?

- Sabe o diamante?  - ia começar uma palestra - Ele é um dos cristais mais resistentes do mundo.

- Isso é o começo de uma piada? – Key perguntou entre um riso nasalado discreto.

- Não, apenas escute. – estava feliz por ter aquele conhecimento para fazer a comparação que faria agora - Você pode riscar e até cortar outras substâncias com o diamante. Mas por mais duro que seja, esse diamante pode se partir.

- Se ele é tão resistente por que se partiria? – ele questionou como um aluno atento. Kibum era inteligente demais, e por vezes eu me sentia intimidada perto dele, mas ele não se negava a aprender mais com outras pessoas, era uma qualidade incrível nele.

- Porque ele não possui tenacidade. – respondi - Ele tem força para cortar qualquer substância independente da espessura dela, mas não é capaz de resistir a um impacto, e logo se rompe. Você acha que mesmo que tenha se partido, esse diamante perde o valor?

- Diamantes não são como vidros. – ele olhava para os meus olhos fixamente como se ali estivesse a sua resposta - Esse, minha cara, uma vez rompido não se dá para juntar os pedaços outra vez. Você pode até tentar, mas nunca será a mesma coisa. Já o diamante quanto mais partido ficar mais caro ele será, porque o que até então era um só, passou a se tornar vários.

- Você acha que isso pode acontecer com relacionamentos também? – fiz a pergunta e observei suas reações. Kibum suspirou antes de me responder.

- Quando as pessoas nos despedaçam, não há nenhuma maneira de compararmos ao diamante. Em relacionamentos, uma vez que somos quebrados nunca mais seremos como antes, o valor será ainda mais baixo, e aos poucos todas as outras coisas vão se perdendo junto.

Ouvir aquilo me deixou sem chão. Obviamente ele não sabia que se tratava de nós dois, mas ainda assim fazia muito sentido. Key já tinha me dito anteriormente que desejava me esquecer, e chegou a cogitar nosso afastamento total, mas agora que me buscava como amiga, isso mostrava claramente que ele estava seguindo em frente. Eu deveria fazer o mesmo e não me prender a isso nunca mais.

- Você está certo! – sorri pra ele, dei um breve selar em sua bochecha e me levantei deixando-o ali.

De que adiantou assumir para mim mesma que ainda o amava se aquilo havia se perdido? Se uma vez eu já tive uma chance ela se foi e agora era tarde.

Talvez eu tivesse apenas forçando superar algo que no fundo era como uma ferida que não cicatrizava. Na minha cabeça, memórias me faziam cair de joelhos rendida à aquela dor insuportável. Ver as nossas lembranças em minha cabeça fazia parecer que eu ainda era o amor da vida dele.

O calor do seu corpo...

O toque suave de suas mãos macias...

O cheiro que impregnava o ambiente em que chegasse...

A alegria contagiante que me tirava de qualquer abismo...

Eu ainda posso senti-los dentro do meu coração. Eu ainda amava Kim Kibum. Mas deveria aceitar o meu destino e deixá-lo se libertar de mim.

Eu estava decidida agora. Não ficaria em Seul. Não por causa do que houve com Kai e Baekhyun, e sim porque eu queria que o Key tivesse a chance de ser feliz, e sem mim por perto, tenho certeza de que ele poderia.