"Cogumelos..."
O menino estava perdendo o foco. Incrível como mesmo assim continuava sendo conhecido como o "número um" da Wammy's House, orfanato para crianças super-dotadas.
Era agosto de 2010. Forte verão em Winchester, Inglaterra. As tardes de sol nunca foram mesmo o foco do pequeno Nate, e com todos os conflitos internos que passava, seriam completamente ignoradas.
Literalmente internos, aliás. Sentia um leve tremor no estômago toda vez que via alguma garota com as pernas nuas...
Oh, a puberdade. Era isso que acontecia? Tinha lido sobre isso... Com certeza estudara alguma vez. Era mesmo?
Não. Definitivamente não tinha tempo pra isso.
Mas onde estaria seu tempo então? Na garota da sala ao lado?
"Não, Near! Veja, aqui você precisa tirar o cosseno..."
Espera, essa matéria já passou! Não seriam matrizes?
"Ah, Nate, vá dormir!"
Pobre criança...
"Cogumelos são... Hum, como era a palavra?... Zigomicetos? Cogumelos... Cogumelos parecem... Parecem..."
Corou. Precisava parar de pensar esse tipo de coisa. No que havia se tornado? Só pensava em coisas impróprias! Esse tipo de imagem surgia em sua mente sem que percebesse e nos piores momentos.
Bom, pelo menos dessa vez ele estava sozinho em seu quarto estudando. Tentando, pelo menos. Não conseguiu conter sua mente.
"Tão fofa..." Murmurou sem perceber enquanto pensava em uma menina da sua turma. Chamava-se Linda e tinha o hábito de usar o cabelo em dois rabos de cavalo, dando-lhe uma aparência infantil. Entretanto, o tamanho de seus seios não dizia isso.
"Masturbação é o ato de tocar os órgãos genitais com a mão." Lembra-se, Near? Lembra-se daquela professora, que disse isso, como era mesmo seu nome?...
"Talvez... Só... Um pouco..." Com essas palavras sua mãozinha largou o lápis e desceu até seu... Hum... Piu-piu. Por alguma razão, ele estava durinho.
No meio do ato se deu por si, estragando a diversão...
"Não! Eu não gosto disso..." E focou nos livros outra vez, tirando a mão de onde estava. "Bem, talvez só um pouco... Um pouco... Muito, muito pouco..." Sentir-se-ia besta quando percebesse o que estava falando. Muito, muito besta. Mas estava ocupado demais para prestar atenção nisso, sentindo o prazer de ser tocado.
Seus olhos imaginavam vê-la e seu cérebro conseguiu reproduzir a imagem da menina. Ele estava perdido. Apaixonado? Não. Excitado. E não entrava nada na cabeça ao estudar.
"Merda!" Outra vez parou repentinamente o que fazia, tendo uma vontade ainda maior de ser tocado. Por isso evitava o fazer, pois quando parava a vontade era maior. Deixou seu membro a latejar desconfortavelmente enquanto tentava decorar fórmulas.
"Se concentre!" Lembrou-se da professora alertando-o. A imagem da jovem mestre de História se formara na sua mente agora. Seus olhos desceram até seu decote, e...
Oh, se sua saia tivesse cinco centímetros a menos...!
"Quando terminar, quando terminar..." Será que a situação do pequeno causaria pena até mesmo em Mello?
Ah, Mello... Um dos garotos com quem tinha mais contato dentro do orfanato. Será que ele poderia lhe ajudar com isso? Será que entenderia mais que ele sobre?
Não, Near, não! Que absurdo! Não toque no assunto. Aliás, não toque em nada.
"Ah, tão linda..." Ok, a escolha é sua, Nate. Sua mão voltara a trabalhar e a voz do albino saía arrastada falando despercebidamente enquanto fazia aquela coisa tão, tão... Imprópria!
"Pare..."
"Não posso..."
"Pare!"
"Tão linda..."
“Pare logo!...”
“Fofa...”
"Eu disse pra parar, porra!"
O tom alto da última frase assustou Near, que se amaldiçoou mentalmente por ter voltado a fazer aquilo. Pior ainda, se iludira com as palavras do corredor.
Ele bem notou que havia algo estranho... Aquela voz estava muito real. Era realmente a voz de Linda em frente à sua porta.
"Oi?" Pensou sozinho. Seus olhos enfim voltaram ao normal, estando antes arregalados com o susto. Pelo menos aquilo aliviou um pouco o que sentia em seu ventre. Ouviu a risada de duas garotas, inclusive Linda, se afastarem. Três batidas na porta se seguiram. Respirou fundo e afastou a cadeira da escrivaninha, indo à entrada em seguida.
"Mantenha o auto-controle, seu bosta." Pensou com a mão na maçaneta, xingando-se por deixar-se levar pelo controle hormonal. Abriu. Deparou-se com um ruivo que sorria com brilhantes olhos verdes.
Matt entrou no quarto. Junto com Mello ele era um dos poucos garotos que mantinha contato com Near. Com a diferença que, diferente do loiro, era amigável com Nate.
- Daê, cara? Que andas aprontando? - Foi diretamente à mesa do amigo, olhando em seu caderno diversas anotações entre matemática, biologia, e curiosidades sobre a queda do Muro de Berlim. - Pô, cara, dá uma organizada nisso, hein? - Completou o ruivo. Inclusive, ele seria uma excelente esposa: organizado, amável, caseiro e ainda por cima sabe cozinhar!
- Vai me mandar arrumar a cama também, mamãe? - Em sarcasmo, Nate indagou atrás de si. Matt se virou e viu uma cama impecavelmente arrumada. Afagou os cabelos alvos, macios e com cheiro de morango do mais novo e elogiou-o.
- Bom garoto! -
Matt é um interno de olhos verdes que usa shampoo de ervas e é viciado em chiclete de menta. Melhor amigo de Mello. Considerado a terceira mente mais brilhante da Wammy's. Seu forte são as tecnologias e a observação. Pode também ser sucessor do grande detetive L, embora não seja perfeito em deduções. Aliás, ele nem se importava com isso. Tendo video-games, guloseimas, Mello, e umas gostosas, ele poderia ser feliz.
Se as camas estivessem sempre arrumadas, claro.
Aliás, o ruivo é cara de pau. É, aproximadamente, um ano e meio mais velho que nosso herói e é pervertido assumido. Não tem vergonha de se aliviar na frente de Mello nem de encarar a bunda de quem quer que seja. Nomeia-se "punheteiro de carteirinha". Fortes indícios de que seja bissexual.
Seu lado perverso talvez envolva crianças. Ou virgens, acho que seria a palavra certa. Há um tempo já estava interessado na inocência de Near. Foi graças à ele que o albino começou a se sentir assim... Esquisito.
Em outras palavras, Matt mostrou pornô a Near. O hormônios do pequeno enfim acordaram e agora ele se vê assim, tolinho, perdido, com vontade de copular...
Tadinho.
Em suma, os dois eram próximos. Amigos, podemos considerar. Matt não o odiava como Mello e até gostava de sua companhia, muitas vezes se identificando com ele. Mello ficava perto de Matt, que estava perto de Near, ficando assim, perto de Near. Resumindo: Mello também era próximo ao gênio, apesar da rivalidade e da inveja.
Ignorando toda sua grosseria, cavalisse e o grande pau no seu cu, Mello era um doce.
Enfim. Os dois conversaram um pouco, como cotidiano, e Matt logo voltou ao quarto, visto que já estava ficando tarde. Near se sentia arrependido por não ter pedido nenhum conselho sobre seus probleminhas de "piu-piu duro", "a fofura de Linda", "as pernas nuas", "cogumelos"... Ah, ele não aguentava mais! Decidiu que deveria, enfim, dormir.
Mas o mundo não é tão belo quanto parece.
Uma garota da sala ao lado, tão madura, tão gentil... Seu decote é... Poderia mostrar um pouco mais?
"Resista, resista, resista..."
Mal sabia ele que era impossível resistir. A puberdade deseja muito isso.
Você é um garoto, Near.
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