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História Poderia, por favor, não ir? - 4. that all the things are about you, only you. - História escrita por teniwoha - Spirit Fanfics e Histórias
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História Poderia, por favor, não ir? - 4. that all the things are about you, only you.


Escrita por: teniwoha

Notas do Autor


⠀⠀parênteses/itálico = falas.
⠀⠀itálico = pensamentos.
⠀⠀baseado no mangá.

Capítulo 4 - 4. that all the things are about you, only you.


“Bom dia!” Shuu, com animação, exclamou ao entrar no quarto, feliz por não ter de acordar o preguiçoso que era Kaneki, que já estava acordado. 

Hm? Ah, Bom dia, Tsuki.” Na mesma animação, após desviar seus olhos da janela, ele devolveu. 

“Sentindo-se melhor?” Shuu arrumava o café na mesa de centro, sentindo a presença calma de Kaneki em si.

Ken desviou então, analisando o cômodo com os olhos opacos em indagação interna, que ainda tinham manchas na vista e era vagamente abafada, cantarolando calmamente. 

Estava bem, de fato, porém seu peito estava um pouco apertado, contudo, duvidava se ele estava bem.

Ainda pensava na luta, nos Doves, em tudo. Como estavam? Seus amigos? Anteiku? Aquele dove matou mais quantos? Ele fora um inútil, como sempre, não conseguiu ajudar as pessoas com quem se importa.

Mais uma vez, viu-se impotente.

“Saia de sua mente, monsieur.” Shuu chamou sua atenção, carregando preocupação no tom da voz, e mirando-o com afinco gentil.

Kaneki saiu de sua conturbada onda de pensamentos, julgou-se fraco, franzindo acusadoramente o cenho para si. Ele observou o amado sentar-se à sua frente, estreitando os olhos bonitos e vivazes em sua direção, fitando seu rosto evidentemente contorcido de raiva, indignação e fraqueza. 

Shuu levantou a mão direita até seu rosto, acariciando o local, e Kaneki inclinou-se instintivamente em direção ao toque, deleitando-se com o pequeno carinho. “No que tanto pensa, mon cher?” Questionou suavemente, reverberando a voz calma em seus ouvidos sensíveis, carinhosamente. 

“Nada em particular, mesmo. Vamos comer?” Kaneki abriu os olhos para encarar as cores fortes e intensas que eram as íris do homem à sua frente, levando sua mão para segurar a dele, com zelo.

Shuu deu-se por vencido, momentaneamente, porém não daria a Ken o luxo de escapar dessa conversa, mais tarde.


[. . .]


A casa para que Shuu o tinha trago era singela, linda e confortável. Apesar do francês esbanjar luxo além de tudo, a simples cabana que tinha ali, era quase mais linda que todos os luxos que tinha. 

O mais luxuoso item, devia-se unicamente a uma pessoa, esta que descansava sentado na beira da madeira, na entrada, onde a visão mais bela que se podia ter era vista. A praia viva, com suas ondas indo e vindo, chocando-se de forma cinematográfica na areia dourada pela luz do sol, que banhava a pele pálida e leitosa de Shuu, e seus raios resplandeciam no reflexo do mar, suas voltas dançando em labaredas nos rochedos.

Era sua mais preciosa visão. 

Kaneki caminhou até lá, passos leves e respiração quase inexistente, e sentou-se calmamente ao lado do amante.

“Lindo, não é?” 

Kaneki o viu encarar a paisagem, olhos violeta vibrando contra o sol, uma disputa divina entre brilhos. Um sorriso pequeno e gentil, que raramente via-o esboçar, desenhava seus lábios. 

“Sim, é maravilhoso.” 

De alguma forma, ele soube que Kaneki não falava da paisagem. Ele sentiu os olhos cinzentos como uma tempestade nebulosa em cima de si.

Suas orelhas adotaram um tom carmim fraco, o qual Kaneki sentiu o estômago esquentar junto. 

“Quer conversar?” 

A pergunta não dita por trás daquela pergunta simples carregavam um peso que fez suas narinas inflarem um pouco, os cantos dos olhos contraírem e suas pálpebras tremerem.

“Você não respondeu isso a manhã inteira, e eu respeito, mas não quer, realmente?” 

Ele estava evitando, e não negava isso. Antecipando as emoções que estavam transbordando seu peito, que negava a expor. 

“Sabe, eu, naquela hora eu não podia pensar em mais nada.” Suas primeiras palavras chamaram a atenção de Shuu. “Só conseguia pensar que não poderia deixar que machucassem nenhum de vocês.” 

Shuu não o interrompeu, ele sabia que Kaneki estava finalmente criando coragem para falar.

“Antes de me encontrar com o Arima, tive que lutar contra um amigo…” Ele suspirou, segurando as mãos trêmulas, “Um investigador. Eu sei, mas eu sempre fui heroico, não pude evitar ser amigo dele, e ele me considerava.” 

Duas pequenas lágrimas rolaram pelo rosto pálido de Kaneki, pingando em suas mãos. “T-Tive que machucá-lo! Não sei nem ao menos que está vivo-” Sua fala morreu conforme o soluço baixo que ele soltou. “Não sei o porquê estou chorando, tenho estado muito sensível. Isso é patético.”

Shuu aproximou-se, ele soltou uma risada leve, “Até células RCs têm seus momentos, você se machucou muito, elas estão agitadas, tendem a modificar seu humor.”

Kaneki reverberou em silêncio por instantes, e disse baixo, “… Ou seja, estou de TPM.” 

Uma risada não pôde ser evitada por Shuu ao ouvir a simplificação feita. Kaneki desabou em silêncio de novo, encarando os pés agora, as mãos pressionando a beira da madeira da varanda. Shuu não fez menção de interromper o silêncio, e logo, Kaneki voltou a falar.

“Não sei se mereço…” secretou, em voz baixa. Aumentando o tom, ele disse, “Não sei se mereço estar aqui, bem, e seguro. Com você.” 

A dor e culpa nos olhos dele, quando voltou a olhar para Shuu, eram palpáveis, fazendo o aperto no peito deste aprofundar-se. 

“É claro que sim, mon cher!” exclamou, “Estão todos bem, e você está aqui comigo, e estão felizes de saber que você está bem!” Shuu, na intenção de abrir os olhos do amado, afirmou. “Você fez o que pôde, pare de se martirizar.” 

Estava resoluto enquanto Kaneki procurou pelo mínimo sinal de mentira, hesitação ou instabilidade nas palavras, na expressão dele. Tendia a ser intenso, teimoso demais para acreditar em qualquer coisa. No entanto, Shuu tinha uma chama ardente de convicção em seus olhos, pela primeira vez, completamente disposto a fazê-lo acreditar. Kaneki, gradualmente, quebrou.

Seus olhos sempre calmos, transformando-se em um redemoinho, tornaram-se vítreos antes que pudesse se controlar, e brilhantes lágrimas silenciosas desceram como diamantes de seus olhos. 

Shuu se assustou, por segundos, imóvel, porém foi rápido em passar os braços pelos ombros de Kaneki, que fazia o máximo para não fazer seu choro audível, agarrando o pano da camisa dele.

Kaneki sussurrou diversas vezes, perdendo seu autocontrole lentamente, uma onda de murmúrios. 

“Desculpe, eu sinto muito, desculpe…” 

O sol, agora, muito mais baixo do que antes, o anoitecer florescendo diante deles, trazendo todas as cores quentes para a paisagem, banhava a praia como um manto sedoso. 

Tsukiyama Shuu ouviu tudo que Kaneki guardava no peito, e prometeu que enquanto estivessem vivos e, além disso, ele jamais sairia do lado de Ken Kaneki. 

Poderia, por favor, não ir?

"Eu não vou, nunca." 



Notas Finais


o fim de um ciclo.
DISCLAIMER: em papel, esta é uma história feita como desculpa para fazer o ken chorar.


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