Pov Garro
''Não somos amiguinhos'' Coronado diz após respirar fundo. E eu que por um momento pensei que ele fosse se abrir comigo do por que está aqui.
''Yo sé''
''Não quero falar sobre isso agora'' ele coça a barba, o fito, parece magoado.
''Tudo bem, eu que precisava desabafar com alguém.''
''Sou um bom ouvinte, então me conta, por que matou esse tal homem poderoso?''
Aperto meus dedos das mãos e por mais que eu sinta a necessidade de falar sobre isso com alguém não parece tão fácil como eu pensei que seria. Eu sabia que vir parar na prisão poderia acontecer, ou estaria morto uma hora dessas então no final das contas a prisão foi um lucro.
''Eu precisava vingar a morte do meu pai'' começo a contar, mas sou interrompido por um homem que se aproxima do lado de fora da cela.
''Chega ai'' Coronado se levanta e vai até ao homem, percebo que é o mesmo que falou comigo no banho, ele me encara confuso, sinto uma tensão em seu olhar e desde que o encontrei no banho sinto que ele não foi muito com a minha cara. Ele entrega algo ao menor e apos me dar uma outra encarada se afasta. Coronado abre o pacote e leva um pouco de pó nos lábios, nunca fui chegado em drogas e nem quero ser, ele se aproxima de novo sentando ao meu lado me estende o pacote, recuso. Ele sorri irônico. ''Vai precisar algum dia'' talvez, mas hoje não.
Ele pede que eu conte o restante da minha história, mas perdi a vontade e peço que fique pra outra hora.
De noite Coronado some, não sei onde se mete e nem tenho coragem de perguntar então hoje apenas decido esperar ele acordado só para saber se está tudo bem.
Pov Coronado
Raniele prende forte meu corpo enquanto me fode eu não gosto de ser fodido eu sou o que fode, mas aprendi que se não tem dinheiro aqui dentro, ou você sobrevive ou você morre e eu prefiro sobreviver, mesmo que seja dessa forma tão dolorosa. Após gozar ele bate algumas vezes na minha nadega e aperta meu rosto me fazendo olha-lo.
''Ainda estou duro, chupa'' obedeço a sua ordem, que escolha eu tenho?
''Vi que tem companhia'' Pitbull diz após ajeitar a calça, lavo meu rosto quando o sinto me tocar de novo, não sinto nojo, mas é dolorido toda vez que a gente faz sexo em troca das drogas que ele me dá para eu sobreviver a esse inferno. Ele encosta a boca no meu ouvido deixando uma mordida seguida de uma proposta.
''O baixinho é gostosinho, que tal me oferecer ele em troca de mais? Sei que não curte o que fazemos, ele pode curtir mais do que você não acha?''
Meu sangue gela, fico de frente e levanto o punho a ponto de soca-lo, mas ele segura meu punho e me impede.
''Nem pense em chegar perto do garoto!'' Raniele sorri debochado.
''Sabe que não pode me impedir'' me solto de seus dedos sentindo um aperto no peito, não quero que ele se aproxime do menino que parece boa gente.
O policial Yuri se aproxima, minha deixa de sair vazado.
Pov Raniele
Yuri me encara com um sorriso idiota.
''Você não vale nada, ainda nessa de cobrar com sexo?''
Sorrio abertamente. ''Ele é gostosinho''
Yuri faz careta e não toca mais no assunto.
''O plano está caminhando e logo estará fora daqui'' era isso o que eu queria ouvir.
Pov Coronado
Volto para a cela, encontro Garro acordado, ele me olha daquele jeito que me intriga, erguendo uma sobrancelha de forma interrogativa.
''Sai quase toda noite'' resmunga ele como se eu devesse alguma explicação, deixo-o sem resposta e me deito cobrindo todo meu corpo, sinto meus olhos derramar algumas lagrimas, e por Deus há quanto tempo eu não me sentia tão mal assim. O que está acontecendo comigo? Sinto o calor do corpo do menor me abraçando, com certeza percebeu que estou chorando.
''No fica así'' diz ele e isso de uma forma meiga me aquece.
Dias depois...
Pov Garro
Vejo o moreno do banho me encarando no pátio enquanto jogo futebol com alguns presos, graças ao Coronado estou protegido, se não fosse por ele, já teriam me batido pelo simples fato de ser novato. Já exausto de jogar aviso que vou parar e sigo em direção aos banheiros. Abro a torneira e lavo meu rosto quando ergo meu corpo para puxar alguns papeis toalhas me deparo com o moreno do chuveiro bem atrás de mim, meu coração dispara, fico imóvel. Ele toca meu rosto com os dedos e me olha como se fosse me devorar.
''Coronado cadê?'' pergunta me encarando e ainda tocando meu rosto, embora deseje socar ele por me tocar continuo paralisado e tremulo. Ele é maior que eu pra tentar alguma coisa.
''Yo no sei...''
''Sério que não sabe?''
''Não'' ele por fim para de me tocar, mas continua paralisado me olhando todo desafiante, analisando talvez se eu estou mentindo.
''No lo sé''
''Ok, quando o ver diga que preciso falar com ele.''
Faço que sim com a cabeça e quando o homem sai consigo por fim sentir o ar voltando aos meus pulmões.
''Só mais uma coisa'' ele volta e me encara ''Eu e ele temos um caso, se é que me entende, não ouse ficar entre nós pirralho''
Faço que sim com a cabeça.
O policial fecha a cela, Coronado está sentando e parece longe em seus pensamentos, me atrevo a sentar ao seu lado, espero alguns segundos antes de perguntar o por que ele não me disse nada sobre ter um caso. Ele me olha surpreso.
''Um caso eu?''
''Com aquele tipo que trás drogas''
Ele sorri de forma engraçada, mas me irrita seu tom debochado.
''Tá de brincadeira né? Seja lá o que viu é apenas sexo''
Engulo em seco, eu não vi e nem quero ver.
Fico em silencio, ele também., mas me lembro do recado e aviso que o tipo quer ver ele.
''Mais tarde eu vou''
''Por que faz isso?''
''Sexo?" era para ser tão claro assim? ''Ai Argentino, você é tão inocente''
Finjo estar dormindo quando ele sai à noite, confesso que me incomodou ele ter um caso com aquele escroto.
Pov Coronado
Raniele me encara encostado na parede de braços cruzados, começo a tirar a blusa, ele me manda parar, o encaro confuso.
''Não te chamei aqui para isso.''
Ergo a sobrancelha surpreso.
''Ah não?''
''Não'' ele se aproxima e me olha nos olhos.
''Tenho uma proposta''
''Não vou dar o garoto para você''
''Relaxa, não quero aquele pivete com cara de criança, nem faz meu tipo''
Fico ainda mais confuso.
''O que é então?''
Ele coça a barba e sorri travesso.
''Tenho um plano de fuga e quero que você venha comigo''
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