Pov Coronado
Não consigo dormir pensando em tudo o que Raniele me disse, o plano de fugir parece perfeito, mas, não tem como ser perfeito e estou ciente de que algo pode dar ruim, eu não quero morrer sem rever meu pai, que pensa que estou morto.
Logo cedo saio da cela antes que Garro acorde e sigo em direção ao banheiro, entro na ducha e me ensaboou, me sinto exausto por não ter conseguido dormir nada. Ouço uma voz mansa se aproximando, Garro?
''Me puedo banhar?''
Garro está usando apenas uma cueca o encaro sem resposta enquanto a água morna escorre por meu corpo, não consigo responder nada diante de sua beleza. Garro tem um corpo que me tira o ar toda vez que olho pra ele e um olhar tão meigo e profundo que me faz desejar protege-lo.
Ele se aproxima se juntando a mim na ducha e segurando meu rosto me beija me pegando completamente de surpresa me deixando de perna bamba. Seus lábios são tão macios e por mais que eu saiba que preciso afasta-lo não consigo e me deixo levar pela doçura que é senti-lo, e fechando meus olhos me rendo por completo e céus, a quanto tempo eu não sou beijado dessa forma.
''Por que fez isso?'' o encaro abrindo os olhos, Garro está com as bochechas vermelhas e ofegante o rosto molhado pela água da ducha.
''Me desculpe, não vai mais acontecer'' ele sai correndo antes que eu pudesse tentar resolver isso de outra forma.
Seco-me enquanto outros presos começam a chegar, me sinto tão sonolento que nem banho de sol vou tomar hoje, não quero voltar para a cela e ver Garro no fundo tenho medo do que posso fazer com ele e não quero feri-lo. Procuro por Raniele no lugar de sempre, ele ainda está dormindo agarrado a um travesseiro, chega ser hilario ver ele assim tão vulnerável. Imploro ao guarda que abra a cela, pois quero fazer uma surpresa ao meu namorado, invento uma história bem cafona, ele só abre quando eu prometo dar uma grana a ele amanhã, isso verei como consigo.
''Não faça nada estupido'' alerta o guarda como se eu pudesse matar o nego e apos me revistar me deixa entrar.
Raniele respira profundamente em um sono pesado, apesar de toda a intimidade que temos, nunca o vi assim. Me deito ao seu lado e sinto sua respiração enquanto aprecio seu semblante tranquilo. O que Garro fez comigo isso não podia ter acontecido, eu não sou homem para ele, nunca que ele iria merecer alguém como eu.
Deslizo meus dedos pelo rosto do moreno que desperta assustado e olhando para trás parece aliviado a me ver.
''Porra Coronado! Quer me matar do coração? O que faz aqui?''
Sorrio achando engraçado o susto que ele levou.
''Preciso de você''
''Tá brincando né?''
''Não, não estou. Me fode''
''Agora?'' Rani arregala os olhos.
Levo a mão em seu pau começando a estimula-lo.
''Agora'' sussurro sem parar os movimentos até que ele se anime o que não demora.
Ele me fode forte enquanto eu só desejo tirar aquele beijo do Garro da minha cabeça o que por alguns minutos funciona.
''Nunca me senti tão usado'' é o que ele diz ao cair deitado ao meu lado, olho para o teto sujo e não posso me conformar em estar em um lugar como esse, já se passaram seis anos, tempo demais.
''Hey...'' Raniele inclina o corpo e me olha preocupado.
''O que ouve?'' ele me conhece a tempo suficiente para saber que estar aqui com ele não é o que eu procuraria.
''Não consigo parar de pensar na fuga'' mudo de assunto, não posso contar que isso aqui foi apenas para tentar concertar meus pensamentos sobre aquele garoto que atrevidamente invade meu banho e me beija como eu nunca fui beijado, havia carinho, sinceridade, entrega, e isso me assustou tanto a ponto de estar aqui com esse maluco por sexo.
''Vai dar certo, vou te dando novidades, mas acho melhor você não voltar aqui e esperar eu te chamar''
Faço que sim com a cabeça e percebo que isso é um sai fora daqui. Visto minha roupa.
''Posso dormir aqui, só um pouco?'' me sinto exausto. Raniele me olha intrigado.
''O que ta rolando? É aquele seu parceiro de cela?''
''Não, não tem nada a ver com ele.'' só então percebo que fui um idiota em ter vindo pra cá. ''É deixa pra lá'' chamo o guarda que abre a cela e saio.
Sigo em direção ao pátio, Garro está animado jogando bola com os presos, ele ama fazer isso, ao me notar ele sorri fazendo meu coração se aquecer tanto quanto sentir esse sol tocando minha pele. Apos fazer um belo gol ele grita e comemora como se fosse o Messi.
''Belo gol, poderia ter sido jogador'' falo quando o jogo termina e ele se aproxima de mim tomando uma água num copo plástico.
''Yo quase fui, pero hice escolhas erradas.''
''Eu sinto muito'' é tudo o que eu consigo dizer.
Garro toca meu ombro e sorri meigo. ''Tudo bem, eu já superei isso.''
Pov Raniele
Vejo Coronado conversando com aquele baixinho branquelo, meu peito se enche de raiva, Coronado é meu. Meus pensamentos tomam outro rumo quando vejo Yuri andando de uniforme na quadra, sei que ele está me ajudando pela grana que ofereci a ele e mesmo sendo ingênuo eu gosto do pobrezinho.
Ele se aproxima e me olha profundo, como se pudesse ler sobre o que estou pensando, olho para o céu e não vejo a hora de estar lá fora.
''Já tem alguém para te ajudar lá fora? Sabe que eu só consigo fazer minha parte aqui dentro'' ele fala bem baixinho, mas eu consigo ouvi-lo perfeitamente mesmo em meio aos gritos e conversas altas dos demais presos que jogam baralho e outros fazer exercícios enquanto temos um belo dia de sol.
''Só preciso que um carro esteja lá onde combinamos.''
''Certo, e quanto tempo acha que consegue me dar o dinheiro?''
''Quando eu estiver fora entro em contato e a gente se encontra, eu prometo''
Ele faz um sinal de positivo. ''A noite te levo uma coisa na cela, fica acordado.'' ele diz e se afasta.
Preciso falar com Coronado, quero que ele venha comigo, mas aquele carrapato não desgruda dele. Respiro fundo e tento ter paciência, coisa que eu não tenho, então me aproximo e o encaro.
''Podemos conversar?''
''Agora?'' questiona ele nitidamente preocupado com Garro.
''Agora. Me encontra no pátio de trás''
Sigo em direção ao pátio e espero, por sorte ele não demora.
''Aqui? Pensei que essa manhã tivesse bastado'' ele diz como se eu estivesse pensando em sexo, não o julgo, pois, todas as vezes que o chamo é para isso.
Me aproximo e o encaro.
''Quero saber se vai comigo na fuga?''
Ele tosse algumas vezes, coloco a mão em sua boca, não quero que nos vejam aqui.
''Mas é arriscado''
''Você que sabe'' viro-me ameaçando andar, ele segura meu braço volto a olha-lo.
''Eu vou.'' era o que eu queria ouvir.
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