Lado de Fora do Teatro Cerimonial de Mauville, 21:30
O teatro desabou, haviam ainda diversas pessoas lá dentro, pessoas que morreram.
O homem misterioso com a máscara continuava sua transmissão.
Estou morrendo de dores no corpo todo, nesse exato momento estou deitado no chão, sem muitas forças para me levantar.
???: Eu sou Masked, o líder dos revolucionários, há 10 anos, imigrantes de todo o mundo vieram para Hoenn sob o falso pretexto de tornarem esse seu lar...
Ele fez uma pausa e depois continuou
Masked: A questão é que ao tornarem esse seu lar, vocês tiraram o lar de milhares de outros habitantes de Hoenn. Vocês roubaram nossos empregos, superlotaram nossas cidades, criaram crises econômicas, a introdução de novas espécies pokémons ameaça cada vez mais o ecossistema de Hoenn...
Uma outra bomba explodiu, dessa vez ao longe, em direção ao local onde ficava o Ginásio da cidade.
Masked: Hoje é o dia em que tomamos novamente Hoenn para seus habitantes originais, começaremos limpando Mauville de todo e qualquer imigrante e depois limparemos toda a Hoenn.
Ele fez outra pausa
Masked: Essa cidade agora está sob o nosso comando, cidadãos originários de Hoenn convidamos vocês a lutarem ao nosso lado, caso contrário, haverá consequências...
Outra bomba explodiu ao longe, dessa vez em uma enorme instalação de energia, a usina de energia da cidade.
Eles explodiram New Mauville.
A energia começou a cair rapidamente por toda a cidade depois disso.
Meus amigos se aproximaram de mim e me ajudaram a levantar.
Gary pegou o corpo de Aria dos outros treinadores.
Isso foi bem a tempo de alguns treinadores chegarem naquela rua, e outros se revelarem na multidão, como vestidos com roupas parecidas com o do Masked.
Uma luta começou treinadores lutando contra os revolucionários.
Meus sentidos estavam confusos.
Tentei pegar uma Poké-Ball no meu cinto, mas cambaleei e se não fosse por Dawn, eu teria caído no chão novamente.
Dawn: Não está em condições de lutar!
Ash: Preciso fazer algo...
Gary percebeu que tudo estava piorando, os tais revolucionários não estavam brincando e a maioria dos treinadores não estavam esperando por uma batalha quando vieram para o contest dessa noite.
Gary: Precisamos sair daqui!
A confusão ficou ainda maior, pessoas corriam para todos os lados tentando fugir.
Meus amigos aproveitaram a confusão e começaram a nos tirar de lá.
Depois de 5 minutos, meu corpo já estava respondendo melhor a dor e meus sentidos estavam melhores.
Já podia caminhar de novo sem ajuda.
Ajudei Gary a apoiar o corpo de Aria, enquanto corríamos um pouco.
Nas ruas a situação estava ainda pior, uma verdadeira caça estava acontecendo.
Uma caça a nós imigrantes que vieram para Hoenn, 10 anos atrás, por conta do cataclismo
Nós entramos em um beco para sairmos de uma rua que estava acontecendo uma grande batalha.
O beco era sem saída e comecei a escutar alguns passos.
Fiz sinal para Alyss ajudar Gary a apoiar o corpo de Aria
Ash: Pikachu, vamos lutar! Vocês aproveitem a distração e fujam.
Pikachu se posicionou na minha frente pronto para a batalha que viria a seguir.
Serena reparou em uma escada que levaria até a janela de um prédio abandonado.
Serena: Vamos fugir por aqui!
Ela ajudou Bonnie, que era menor, a subir primeiro. Depois foi a vez de Serena que subiu e ajudou a carregar o corpo de Aria para cima .
Gary e Alyss ficaram no chão.
Os passos se aproximavam mais.
Ash: Vão! Eu e Pikachu cuidamos disso.
Gary: Vai na frente, Alyss.
Alyss: E deixar vocês? Eu não vou....
Gary: Se quiser que dê tempo para nós fugirmos, vai primeiro!
Ela assentiu e subiu a escada, pulando a janela.
Ash: Vai, Gary
Gary: Estou indo, venha em seguida.
Os passos estavam prestes a chegar até nós.
Gary pulou a janela e, em seguida, Pikachu pulou em meu ombro e nós subimos a escada pulando a janela e caindo do lado de dentro do prédio no exato momento em que as pessoas passaram por aquele beco.
Pude escutar as vozes pela parede, realmente eram revolucionários.
Revolucionário: Não tem ninguém aqui!
Como eles podem fazer essas atrocidades?
Fiz o sinal de silêncio com as mãos, para os meus amigos, eles apenas assentiram.
Depois de 2 minutos eles foram embora, não devem ter visto a janela quebrada pela qual passamos
Eu e meus amigos nos levantamos, aquele prédio estava mesmo abandonado.
Dawn: O que nós fazemos agora?
Gary: Você ainda pergunta? Precisamos nos esconder!
Ash: Calma, Gary...
Gary: Calma? Como pode pedir calma? Não percebe que está tudo acontecendo de novo?
Bonnie: Meu irmão estava em New Mauville na hora da explosão, será que ele está bem?
Nem um de nós teve a coragem de falar nada para ela.
Apesar de ser um cara um tanto quanto complicado, Clemont ainda era irmão dela.
Alyss: Deve estar tudo bem, Bonnie.
Reparei que nós estávamos no Térreo do prédio.
Isso é ruim, caso eles resolvam entrar no prédio para verificar se havia alguém escondido iriam se deparar com a gente na hora.
Ash: Não podemos ficar aqui, precisamos subir.
Serena viu uma escadaria.
Serena: Vamos subir por alí
Começamos a subir a escadaria.
Todos estavam com feições assustadas, inclusive eu mesmo, nenhum de nós esperava por aquilo.
Era para ser uma noite tranquila e agora parece ter virado o segundo maior pesadelo de nossas vidas
Ficamos cerca de 30 hora subindo, era um prédio bem grande.
Paramos no último andar, antes de sairmos para a cobertura.
Eu estava prestes a abrir a porta quando Dawn me impediu.
Dawn: É melhor não, podem estar fazendo buscas aéreas usando pokémons voadores.
Gary: Ela tem razão, esse é o fim da linha nessa noite.
Tirei minha mão da fechadura da porta.
Serena: Vamos ficar por aqui nessa noite...
Por mais que detestássemos admitir isso, tínhamos certo conhecimento sobre como se esconder.
Aprendemos muito nos escondendo dos criminosos durante o cataclismo.
Somente Gary, Bonnie e eu estavamos com nossas bolsas.
Dawn, Serena e Alyss haviam deixado as suas na sala preparatória do teatro, ou seja, agora estavam provavelmente pegando fogo.
Nós formamos uma roda, eu e Gary damos nossas bolsas para as meninas.
A bolsa de Gary serviu para acomodar um pouco Aria, que ainda estava inconsciente, servindo como um travesseiro.
A minha bolsa seria decidida sobre com qual das duas ficaria.
Ninguém estava com fome pelo fato de termos jantado antes do contest.
Alyss: O que fazemos agora?
Ash: Vamos nos dividir em turnos de vigia, assim não vamos ser surpreendidos por nada.
Gary: É uma boa ideia, eu começo.
Serena: Mas... nós não temos nada, não temos comida, água ou nada parecido.
Tirei da minha bolsa duas garrafas de água, dariam até o amanhecer.
Ash: Ainda continuamos com o problema da comida.
Bonnie: Podemos ir até minha casa, amanhã. Tem bastante comida lá.
Gary: Considerando que as ruas vão estar infestadas desses revolucionários, é bem arriscado.
Serena: Tem alguma ideia melhor?
Gary: Não desconte sua raiva em mim, estou tão preocupado quanto você.
Escutei gritos vindos da rua e me levantei.
Gary me impediu
Gary: Se sair lá fora você morre. Te disse que uma hora seu caráter ia ser posto a prova, não sabia que ia ser hoje...
Ash: Tem razão.
Isso me doeu muito mas eu me sentei novamente.
Gary: Como você sabia?
Ash: Como eu sabia o quê?
Gary: Que tudo isso ia acontecer, me disse no teatro que precisava tirar todos dali, como você sabia?
Ash: Apenas...senti algo.
Alyss: Os pokémons psíquicos podem ter sentido algo e passado para você, dizem que eles conseguem se comunicar com os humanos.
Então foi assim que eles me entenderam, mas porque sou o único a ver Cassie? Afinal, quem é ela?
Ash: Pode ser...
Serena: Tivemos sorte de termos nossos pokémons.
Dawn: Sim, tivemos...
Dawn colocou a mão na testa de Aria.
Dawn: Ela está queimando em febre.
Ash: Precisa de cuidados médicos urgentemente.
Gary: Não podemos fazer nada agora, temos que esperar.
Olhei para o lado, Bonnie tinha pegado no sono.
Ash: Vamos dormir, amanhã vemos o que vamos fazer.
Gary começou o turno de vigia, depois de 1 hora eu assumi o turno para ele dormir.
Serena assumiria o turno depois de 1 hora, mas ela acabou acordando um pouco antes.
Ash: Ainda falta um pouco para seu turno, pode dormir mais um pouco.
Eu estava sentado na escadaria, Pikachu estava no meu ombro para caso precisássemos entrar em uma luta.
Serena se sentou ao meu lado.
Serena: Estou sem sono.
Nós dois ficamos quietos por um tempo.
Serena: Como tudo isso está acontecendo?
Ash: Não sei.
Reparei no cabelo dela, uma boa parte dele estava queimado.
Ash: Seu cabelo...
Ela passou a mão no cabelo
Serena: É eu sei, vou ter que dar um jeito nisso depois.
Ash: Acho que nunca vai se esquecer de seu primeiro contest.
Serena: Com certeza não.
Ela deu um breve sorriso, fico feliz que tenha conseguido fazer ela rir ainda que um pouco.
O cristal que eu havia dado para ela ainda estava no bracelete.
Serena: Ei, Ash...Parabéns por estar sendo tão maduro nesse momento.
Ela me deu um beijo na bochecha.
Ash: E...eu...
Serena: Pode ir dormir agora.
Ela tirou uma Poké-Ball do vestido.
Serena: Eu e Braixen cuidamos disso.
Ash: Mas...
Serena: Depois você me repõe com 30 minutos a mais no próximo turno.
Me ajeitei no chão frio e voltei a dormir.
Houveram mais alguns turnos naquela noite e depois, perto da manhã eu tive um pesadelo.
Eu estava de novo no navio do naufrágio, o sonho parecia ter estática, ele se mexia de forma e tremia, eu não conseguia ver quase nada nítido nele.
Havia uma garota desmaiada em meio às águas, eu não conseguia ver o rosto dela.
De repente acordei com Dawn me cutucando.
Dawn: É hora de acordar, Ash.
Olhei ao meu redor, raios de luz passavam pelas janelas empoeiradas do prédio.
Os outros, menos Bonnie, estavam dormindo ainda.
Tínhamos deixado Bonnie fora da escala de vigia, ela ainda era uma treinadora novata e tinha acabado de, provavelmente, perder o irmão.
Ash: Já é de manhã?
Dawn: Já é sim. Me ajuda a acordar os outros?
Ash: Ajudo sim.
Me levantei devagar, ter dormido no chão duro não ajudou muito.
Alyss, Serena e Dawn dividiram minha bolsa como travesseiro naquela noite
Enquanto Bonnie usou a dela para dormir.
Dawn: Ash?
Ash: Sim?
Dawn: Quem é Cassandra?
O nome fez minha cabeça doer e eu quase cai inconsciente no chão.
Dawn me segurou.
Dawn: Você está bem?
Ash: Estou, eu só senti uma dor de cabeça.
Dawn: Deve ser por conta de ter dormido pouco e me desculpe ter perguntado, é que você falou esse nome enquanto dormia.
Ash: Tudo bem, eu nem sei de onde veio esse nome...
Ajudei a acordar Alyss e Serena enquanto Dawn acordava Gary.
Coloquei as mãos no rosto de Aria, ela continuava queimando em febre.
Nossa água tinha acabado e todos estávamos com fome.
Mais do que isso, as meninas ainda estavam usando os vestidos da apresentação, que devia ser uma roupa bem desconfortável para se ficar a longo prazo.
Serena: O que nós fazemos agora?
Gary: O Centro-Pokémon deve ter sido tomado, sem chance de irmos para lá agora.
Alyss: Não vai demorar muito até as autoridades das outras cidades realizarem uma intervenção aqui.
Serena: Mas...vamos conseguir sobreviver até lá?
Me lembrei do que Bonnie havia falado na noite anterior.
Ash: Bonnie, sua casa fica muito longe?
Gary: Não está pensando em...
Ash: Tem alguma ideia melhor?
Gary: Qualquer uma é melhor do que essa, vamos morrer se sairmos na rua a luz do dia.
Bonnie: Minha casa deve ficar a algumas quadras, uns 15 minutos. Se eu estiver certa.
Peguei minha mochila e tirei tudo o que havia dentro dela, não que houvesse muita coisa.
Ash: Eu vou sozinho. Aria está inconsciente e não pode ir muito longe.
Alyss: Você não vai sozinho de jeito nenhum!
Gary: Ela tem razão! Eu, Alyss e Bonnie vamos com você.
Ele apontou para Serena e Dawn
Gary: Vocês tem que ficar aqui cuidando dela.
Serena: Mas...
Gary: Sem mas...!
Gary esvaziou a mochila dele, também, jogando tudo no chão.
Gary: Bonnie tem algum medicamento que possamos dar para Aria, na sua casa?
Bonnie: Meu irmão sempre deixava remédios para febre em casos de emergência.
Ash: Ótimo, então vamos lá.
Nos despedimos de Serena e Dawn, começamos a descer as escadas, e saímos do prédio pela janela quebrada por onde entramos.
Se algo saísse errado, pelo menos Serena, Dawn e Aria estariam bem.
Saímos na rua a céu aberto.
A cidade estava irreconhecível, completamente destruída por conta da noite anterior.
Haviam alguns corpos de pessoas na rua, todos mortos.
Patrulhas pareciam fazer buscas atrás de pessoas como nós.
Precisaríamos chegar a casa de Bonnie sem ser vistos por ninguém.
Continua...
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