handporn.net
História Polaroid Effect - Aquele da garota que atraía todo tipo de olhar - História escrita por Bpirro - Spirit Fanfics e Histórias
  1. Spirit Fanfics >
  2. Polaroid Effect >
  3. Aquele da garota que atraía todo tipo de olhar

História Polaroid Effect - Aquele da garota que atraía todo tipo de olhar


Escrita por: Bpirro

Notas do Autor


Ei, vocês!
Avisando que cheguei mais cedo!
Não se acostumem...

Agradecimento especial a Loonazeti - que sempre me ajuda na construção de alguma coisa.

Sem mais,
Boa leitura <3

Capítulo 13 - Aquele da garota que atraía todo tipo de olhar


Fanfic / Fanfiction Polaroid Effect - Aquele da garota que atraía todo tipo de olhar

 

Estava quase escurecendo quando elas se sentaram em um dos bancos em S do amarelinho. Haviam decidido esperar Sorn, que pagava uma cadeira naquele horário, e os garotos, que estavam encerrando o treino. Combinaram de sair juntos para comemorar a final das avaliações.  

A temperatura tinha baixado para cerca de agradáveis, porém úmidos, 20 graus, o lugar mais centralizado do campus estava quase vazio. Tirando as duas amigas, tinha um pequeno grupo um pouco mais afastado delas. 

Não durou cerca de cinco minutos que elas chegaram ali para Lisa sentir os insetos a atacarem. A quantidade de mosquitos que flutuavam ao seu redor era tanta que conseguia escutar o pequeno ruído que eles produziam em um som dissonante. 

Lisa acompanhava um com seus olhos redondos e suas duas mãos se juntaram em um gesto ligeiro. O som aberto de uma palma batendo na outra fez Rosé dar um pulo de susto e quase derrubar o pacote de Doritos

"O que você está fazendo, idiota?!"

"Como assim? Não está sentido? Pois eu estou levando uma surra de picadas!" Ela disse, mas estava concentrada seguindo outro pernilongo. 

O pequeno inseto pousou no antebraço desnudo e de pele alva da melhor amiga. Lisa não pensou duas vezes, pegou Rosé novamente completamente desprevenida e deu uma tapa forte na região. 

"Aí! Droga, Lisa! Doeu..." gritou, alisando o lugar onde a tailandesa bateu, tendo o cuidado de não tocar com os dedos, pois estavam todos melecados por conta do salgadinho. 

Lisa emitiu um sorriso e seus ombros deram uma leve tremida com o gesto enquanto trazia a mão para perto do rosto e observava, analisando entre os dedos, se havia obtido sucesso no extermínio. 

"Matou pelo menos?" A voz saiu esganiçada encarando-a de maneira séria ou seriamente maldosa, depois levou o indicador até a boca, chupando-o, repetiu o gesto nos outros dedos, um por um. 

"Não..." Respondeu, mas seu queixo se inclinou para mirar os três garotos se aproximando e sua testa imediatamente enrugou. "Que desgraça é essa?" Acrescentou, não conseguindo conter a gargalhada. 

"Bem... a gente teve que pintar o cabelo..." Kai se pronunciou, erguendo as sobrancelhas escuras, a boca se encrespando no canto direito, demonstrando chateação com a reação dela. 

Não havia ficado feio, pelo contrário, até que eles combinaram com o loiro oxigenado, mas não perderia a oportunidade de abusar seu irmão mais velho que se importava, demasiadamente, com a aparência. 

"Jura?!" Lisa foi retórica e completamente irônica, mas ainda sorria daquele jeito grande – os lábios esticados em um formato levemente retangular, mostrando as presinhas. 

"Foi uma aposta idiota que a gente fez..." Explicou Sehun sentando-se ao lado dela no banco, passando o braço sobre os ombros estreitos da tailandesa e a puxando, aproximando seus corpos. 

Prontamente, afastou o garoto, resistindo ao agarro, empurrando seu braço para longe enquanto ria, depois bagunçou o cabelo loiro dele ainda meio úmido, acusando o banho recente. 

O rosto do garoto de traços bonitos se contorceu em uma careta.

"Não gostou...? Acrescentou tentando arrumar os fios finos e lisos. 

Lisa prensou os lábios um no outro e balançou a cabeça. "Ficaram bonitinhos!"

"Como assim bonitinhos, Lisa? A gente ficou um charme!" RM disse passando a mão no cabelo tingindo enquanto fazia uma pose engraçada. 

"Mas qual foi a aposta?" Rosé falou, embora não estava sendo nenhum pouco vaidosa – conseguia comer, mastigar e engolir enquanto perguntava. 

"Se o Kai pegasse a Jennie... a gente iria descolorir o cabelo..." RM abriu um sorriso malicioso, ao mesmo tempo que envolvia com o braço o pescoço do irmão de Lisa como se estivesse aplicando um golpe e o puxou para baixo.

Jongin riu um tanto orgulhoso, segurando com as duas mãos o braço dele e tentando atenuar o enforcamento. 

A palavra 'pegasse' trouxe um desconforto estranho dentro da morena de franja, instantaneamente sentiu um bolo na garganta, difícil de ingerir. Além do desconforto, sentiu uma coceira nas pernas. 

Seus olhos fecharam por alguns segundos. Mas ignorou a primeira sensação e, coçando a pele exposta pelo short curto picada pelos mosquitos, contorceu os lábios. "Hmm..."

"Acho que agora ela vai voltar a ignorá-lo..." O som da risada gostosa da melhor amiga e o do salgadinho sendo triturado quebrou o silêncio instalado, fazendo eles acompanharem o gesto dela. 

"Ah! Eu gostei." A voz de Sorn surgiu de repente, enquanto ela se juntava ao pequeno grupo encarando o Kai, assim que ganhou atenção dele, um dos cantos da boca dela se levantou, e apertou o caderno de espiral que carregava ao peito. Depois desviou o rosto dando de ombros. 

"Em falar nela, como andam as coisas?" Lisa perguntou, mas pareceu preponderar se queria realmente saber daquilo, em parte porque poderia trazer alguma esperança, em parte porque poderia extingui-la completamente. 

Restava saber qual das duas coisas ela realmente desejava.

Nem ela sabia. 

"Não sei qual é a dela... sinceramente. Depois que a gente ficou lá em casa, ela vem meio que me evitando, sei lá, naquele dia mesmo na piscina, a gente só trocou algumas palavras e um selinho." Jongin soltou um suspiro derrotado, ainda sim seu sorriso que era capaz de iluminar todo o amarelinho apareceu, decorando os traços que eram parecidos com o dela. 

"Mas..." Acrescentou com entusiasmo. "Quando foi ontem... ela finalmente aceitou jantar comigo, lá em casa... amanhã." 

Lisa piscou algumas vezes, franziu a testa intrigada. Mas mascarou seu desapontamento. Quero dizer... ela estava desapontada, mas não sabia dizer se era pelo fato de Jennie estar cedendo para ele, ou pelo fato dela ter aceitado por conta dela. 

Uma coisa ela sabia... não estaria em casa. Embora cogitou a possibilidade se seria egocentrismo demais. Tipo, pensar que aquilo era de propósito para a garota da Chanel poder vê-la? Afinal, depois da prova, fazia uma semana que elas não se viam. Melhor dizendo: que Lisa a evitava. 

E não! 

(Não) estava contando. 

Mas, diante de tantas possibilidades, do quão diversas eram as opções, como ela poderia pensar daquele jeito? Talvez aquilo era apenas o próprio desejo em focar exclusivamente nela, sem nem saber de fato qual era as verdadeiras intenções de Jennie. 

De fato, raciocinar daquela forma poderia ser um tanto egocêntrica. Mas ela poderia ser. Digo... Não poderia? Não era necessariamente egoísmo. 

Palavras não poderiam descrever realmente o que se passava dentro dela. 

Antes de voltar a encará-lo, sua boca abriu e fechou enquanto processava uma resposta: "Mas por que lá em casa? Leva ela para jantar fora... um encontro normal..."

"Foi sugestão dela..."

As sobrancelhas de Lisa encostaram na sua testa em surpresa. "Oh..." 

Talvez ela não estivesse sendo egocêntrica afinal. 

"Ela quer conhecer a sogrinha..." RM riu dando um soco no braço do amigo, mas seu sorriso logo desapareceu antes de completar: "Man... você sabe quem é a mãe da Jennie? Para querer se relacionar com ela?!"

"Bom ponto!" Sehun concordou apontando o dedo indicador na direção dele.

"Mas se..." Jongin disse, em seguida acrescentou em tom forte na defensiva: "Se eu for namorar alguém, vai ser a Jennie, não a mãe dela." 

"Ela vai ser sua sogra, cara! Deus me livre... ter a Miranda como sogra. Aquela mulher dá medo!" Disse Namjoon fazendo uma careta engraçada. 

"A Jennie também!" Lisa soltou, mas foi mais para ela do que para os demais, embora foi o suficiente para ela ganhar a atenção deles. 

Jongin franziu o cenho, achando um tanto curioso aquela revelação, mas acabou ignorando, dando de ombros, depois rebateu: "Não é como se eu fosse precisar ficar me encontrando com ela, a mulher nunca tem tempo para nada..."

"Ah, Jonginho... Você nunca escutou aquele ditado que quando você namora com alguém, você namora a família toda?" Sorn sorriu de forma compassiva, mas seu rosto mirava a tailandesa. 

Lisa cerrou os olhos sustentando os da amiga de infância. 

Agora cabe dizer que não foi apenas ele que imaginou algumas coisas com a Miranda sendo uma sogra bem... assustadora. 

Será que ela aprovaria um possível relacionamento de Jennie com alguma mulher? Será que Sra Kim era do tipo que apoiava as decisões da filha? Bem, era uma incógnita, mas a verdade era que se fosse julgar a redatora chefe pela aparência, aquilo definitivamente não daria certo. E Lisa nem havia levado para o lado pessoal. 

Talvez só a Jennie a agradava de alguma forma. 

Lisa balançou a cabeça, espantando para longe seus pensamentos, ela não precisava se preocupar com isso. Que loucura! Não teria que passar por nenhuma aprovação. Decidida a fazer aquilo uma verdade absoluta, se levantou de súbito. 

"Agora... a gente poderia... sair daqui? Estou toda me coçando!" Fez uma pausa para dar uma tapa na coxa, depois continuou com uma sobrancelha erguida. "Aliás, vocês já decidiram para onde a gente vai?" 

"Conheço um lugar massa que serve uma bebida topada. Lagoa azul, já ouviu falar, Lisa?"

Todo mundo riu com a piada interna do RM, incluindo a própria tailandesa, mas seu rosto se contorceu em uma careta. "Nem me fala, puta merda! Acho que nunca mais bebo vodka na vida! Só de imaginar me dá um retrocesso..."

 

Sports bar, localizado a mais ou menos 15 minutos da universidade, estava lotado, inclusive as mesas altas do lado de fora, tomando quase a calçada inteira. 

O nome Winner em um letreiro bonito e imponente – iluminado em degradê que saía do preto e se transformava em verde, se assomava bem na frente da fachada larga em estruturas de concreto. As paredes abertas em vários arcos eram pintadas de cimento queimado, dando uma pegada moderna e industrial. 

Naquela noite escura de fina lua crescente, Lisa aguardava encostada na sua Mercedes estacionada do outro lado da rua. Seus braços estavam cruzados sob o peito, composto por uma regata preta e de tecido leve enquanto suas duas amigas conversavam animadas.

Ela mirava seu par de coturno marrons desamarrados, depois subiu a vista prestando atenção ao movimento. Mesmo do lado de fora, Lisa podia ver as várias televisões, distribuídas de forma estratégicas pelo ambiente, dando a possibilidade de o público conseguir ver a partida de baseball que estava rolando em todas as posições que virassem o pescoço. 

Definitivamente era um lugar bem frequentado, as pessoas eram bonitas e bem vestidas. Na sua grande maioria, parecia ser alguns anos mais velhas do que ela, embora não tão mais velhas do que talvez nos últimos anos de faculdade. 

"Lisa!" Sorn disse de repente, parecendo se lembrar de algo importante. 

"Hm?"

"Você lembra da minha prima?"

Lisa estreitou os olhos, forçando um pouco a memória "Ah! Aquela que queria ser Idol, né?"

"Sim! A Minnie! Ela passou na audição da Cube na Tailândia e decidiu vir para cá ser trainer. Aí eu meio que vou ajudar na adaptação e tal".

"Que massa!" Rosé disse admirada. 

"Quando ela vem?" Lisa perguntou. 

"Próxima semana."

"Pode contar com a gente, Sorn!" Park deu um sorriso amistoso. 

"Ei, bora!" Lisa encerrou o assunto, puxando a mão da sua melhor amiga para guiá-la para dentro do aposento com Sorn logo no enlaço, assim que viu Jongin gesticular o braço para um lado e para o outro de dentro do ambiente. 

À medida que elas atravessavam a rua, podiam começar a escutar o barulho de conversas aleatórias, os gritos das pessoas que acompanhavam a partida se intensificarem. 

Lisa não entendia absolutamente nada de baseball, mas era o esporte, junto com o futebol, mais popular na Korea. 

Precisaram seguir uma atrás da outra, em uma espécie de trenzinho para conseguir adentrar no lugar e atravessar o mar de pessoas, até finalmente chegar na mesa no canto da parede, ocupada pelos meninos. 

Diferente de lá fora, ali estava abafado. Os diversos ventiladores de teto espalhados não conseguiam dar vencimento para a quantidade de gente. Mas mesmo estando um pouco quente, Lisa adorou o lugar.

Varreu seus olhos pelo espaço bonito e se deparou com o que parecia o projeto principal e central do ambiente. 

O balcão era largo o suficiente para acompanhar de uma extremidade a outra. A parede era espelhada, havia várias prateleiras pregadas de metal negro, uma em cima da outra, preenchidas por diversas garrafas em cores e formatos diferentes. Uma estrutura, também metálica e de mesma cor, pregada ao teto, bem acima e seguia o comprimento de grandes dimensões do balcão, segurado inúmeras taças de cabeça para baixo. 

Existiam poucas luzes penduradas ali, deixando a bancada levemente escura, mas criando um ambiente agradável e ao mesmo tempo sofisticado. 

E então seus olhos estacaram. Não enxergava muito mais do que sua silhueta conhecida, exceto quando o celular acendia banhando seu rosto com uma pálida luz esbranquiçada. Mesmo na penumbra, podia ver sua face bonita. 

Irene tinha traços diferenciados e completamente fora da curva do restante da população comum.

Lisa sorriu de forma discreta, mas não conseguiu suavizar suas expressões de surpresa ao ver a veterana virar o corpo quase de perfil, inclinar seu rosto soberbo para cima e erguer uma das mãos, e, com seus dedos delicados, apertou a mandíbula definida de um garoto – bem bonito por sinal, lhe dando um selinho demorado. 

Olhando finalmente a imagem como um todo, percebeu o garoto sentado em um dos bancos dispostos na bancada. Ele usava uma calça em tom claro, bege, uma camisa lisa branca por baixo de um blazer vermelho com um lencinho claro visível sob o bolso do lado esquerdo em um pequeno, embora charmoso, detalhe. 

Os cabelos pretos e lisos, estavam penteados com alguma espécie de laque para o lado. De fato! O rapaz era um hétero top, mas era inquestionável o quanto era bonito, charmoso e sabia definitivamente se vestir. 

A presidente da irmandade estava encostada na lateral das pernas dele, usando um vestido preto tomara que caia, enquanto o garoto envolvia sua cintura de forma possessiva. Ao julgar pela posição deles, e o que Lisa presenciou, parecia ser seu namorado. 

"Eu não sabia que a Irene namorava..." Comentou apontando com o queixo. Imediatamente todos na mesa acompanharam o movimento, inclusive sua melhor amiga que estava concentrada demais no cardápio repousado em cima da mesa. 

"Ah! É o Bogum. Eles são da mesma turma. Não namoram, mas provavelmente vão..." Rosé comentou voltando a encarar a melhor amiga depois de volta ao cardápio. 

Lisa gesticulou com a cabeça, mostrando seu entendimento e por um instante fechou os olhos, torcendo internamente que a Bae estivesse em algum encontro e não tivesse que esbarrar na amiga dela. 

Mas parecendo adivinhar seus pensamentos, Chae que estava sentada na sua frente segurou sua mão em cima da mesa, sentiu o peso do olhar de Lisa, antes de acrescentar: "Elas estão vindo para cá, a Jisoo acabou de falar comigo."

"Elas?" Kai pareceu interessado. 

"Jisoo e Jennie..." 

"Uau! Vocês já estão nesse nível de relação? Dando satisfação?" Lisa perguntou, mas tinha um ar de diversão.

"Não é exatamente satisfação, mas a gente está trocando muitas mensagens durante o dia, falando besteira, sabe? Aí acabei comentando sobre estar aqui..." Chaeyoung disse mesmo não desviando os olhos estreitos, totalmente devota ao menu de comidas. 

Lisa estava feliz pela amiga, só ela sabia o quanto Park era fascinada naquela menina. E principalmente, apesar do ódio nutrido em todas as vezes que precisou aguentá-la falar sobre a vice-presidente, precisava admitir que foi com a cara de Jisoo quase imediatamente, mesmo não confiando no sorriso em formato bonito dela. Contudo, apesar do sentimento positivo, não estava muito satisfeita com a notícia de se esbarrar com Jennie. 

Pensou em ir embora. Mas claro que seus pensamentos não evoluíram para ações. Quando um balde de gelo e pelo menos oito garrafas long neck de Beck's foi colocado no centro da mesa e, instantaneamente, sentiu uma vontade absurda de tomar umas cervejas e começou a se questionar o motivo de ter vindo de carro.

"Alguém não vai beber? Quero beber..." 

"A gente dá um jeito depois..." Kai disse, se prontificando em pegar uma e abrir para ela, oferecendo depois. "Bebe, pirralha..."

Sentia o gelado vidro verde encostar em seus lábios cheios, quando percebeu uma movimentação diferente na frente do aposento, as pessoas em volta, principalmente os homens, se afastaram e criaram espaço. 

Lisa notou a garota da Chanel quase ao mesmo tempo que o resto do grupinho sentados na mesa. 

Ela segurava o braço da Kim Jisoo e parecia um pouco incomodada e, puta que pariu, assim que Lisa identificou a garota, seus olhos castanhos se acenderam e houve uma pequena dilatada. 

Lisa tentou não olhar, mas era uma situação do tipo desastre de carro no meio da rodovia quando você passava horas esperando no trânsito, ou um eclipse: você simplesmente tem de olhar. 

Jennie estava linda e irresistível! 

Com uma blusa vermelha com bolinhas brancas extremamente decotada – o pouco tecido apenas contornava seus seios, ombro a ombro, revelando a elevação dos ossos da clavícula em sua magreza elegante. 

A impressão que Lisa teve era que a peça era feita para cobrir as partes erradas, pois, diferente do colo, as mangas eram compridas e cobria quase todo região dos seus braços. Ela era presa apenas em um nó entre os seios. Diferente da peça de cima, a saia cintura alta era comportada e possuía a mesma composição, fazendo conjuntinho com a blusa. 

Com um suspiro exagerado, fez a primeira nota mental do dia: Jennie kim com aquela roupa deveria ser crime inafiançável. 

Os cabelos dela estavam soltos e para o lado, como se ela tivesse acabado de passar as mãos nos fios lisos. Tinha uma maquiagem pesada, inclusive o delineador de gatinho, acentuando ainda mais seus olhos peculiares e, para completar o homicídio, seus lábios bonitos estavam preenchidos por um batom forte em tonalidade também vermelha. 

Alguém tinha dúvidas que a cor dela, definitivamente, era essa? 

Lisa com certeza não. 

Definitivamente o diabo vestia Chanel e... vermelho. 

Irene podia ter um rosto mais impressionante do que Lisa já tinha visto, mas Jennie tinha aquela áurea prepotente, envolvente... sexy... e onde a garota da Chanel passava, a atmosfera se transformava. O ar parecia rarefeito, e Lisa, junto com metade do pessoal naquele bar, inclusive seu irmão, tinham dificuldade em respirar. 

Desviou o rosto, concluindo o gole generoso na sua cerveja. Estava na sua segunda garrafa, mas desde quando já estava embriagada e pelo amor de Deus, o lugar de repente pareceu – ainda mais quente! 

Desde quando foi que aquilo se transformou no inferno?

Juntou seus cabelos em um coque frouxo no topo da cabeça de modo que sua franja era a única coisa que emoldurava seu rosto exótico e tentou respirar ao mesmo tempo que olhava para outro lugar, mas nada parecia ser suficiente para segurar sua atenção por simplesmente um segundo. Nem mesmo o cuidado que deveria ter. 

Como um imã, Jennie Kim atraia sua atenção, quero dizer, era algo pior do que aquilo. A garota, que era a cara da Korea, parecia ser capaz de arrastar todos os tipos de olhares. 

Jennie, depois de cumprimentar Irene e o tal Bogum, jogou o cabelo para o lado e conferiu o espaço sem humor, aquele olhar despretensioso, mas ao mesmo tempo arrogante e foi quando seus olhos se cruzaram.

Outro gole. 

Uma volta e meia tinha sido dada e em seguida... de volta para ela. 

Outro gole. 

Lisa soltou um suspiro sôfrego. Só o que andava fazendo quando não a via era pensar nela, e só o que fazia quando estava perto dela, era entrar em pânico! 

Lisa olhou para Jennie com intensidade.

Jennie sorriu e seus olhos de gatinho quase se fecharam. 

Outro gole. 

 

Alguém avisa para ela ir mais devagar?

Então deixou sua vista cair para a cerveja entre suas duas mãos quando colocou a garrafa na mesa e olhou de vez em quando para ver se Jennie ainda estava olhando para ela. E... ela estava.

"Merda! 

 

"É melhor se apressar!" RM disse dando uma cutucada no Kai e apontando a cerveja na direção onde as veteranas estavam e um garoto abortava-a. 

Lisa presenciava Jennie distribuir seu sorriso gengival maravilhoso para o garoto desconhecido e mexer a boca. Aparentava uma conversa animada. 

Kai deve ter sentido o mesmo incômodo que ela e se levantou rápido. Lisa assistiu o irmão em seu porte alto e forte desviar das pessoas e se meter na conversa, puxando o corpo de Jennie pela cintura e bem, o resto Lisa não viu mais, pois tratou de virar o rosto. 

"Tenho uma coisinha aqui, está a fim?" Sehun falou em um sussurro no ouvido dela, depois abaixou a cabeça, revelando um baseado na palma da mão. 

O beco ao lado do barzinho era meio estreito, e estava escuro, embora dava para distinguir sua extensão completa até o outro lado, pelo solitário poste quase no meio, iluminando a porta dos fundos do Winner e pelos postes da rua paralela, na outra extremidade. 

Eles não estavam sozinhos, tinha um grupinho formado por uns quatro caras e de três garotas, totalizando sete pessoas. Eles estavam fumando cigarros um pouco mais afastados e pareciam não se importar com a presença de Lisa e o melhor amigo do seu irmão. 

"Quando foi?" Ele perguntou, acendendo o negócio e deu uma tragada tão longa e profunda que pensou que a coisa toda ia se queimar de uma só vez. Depois soltou a fumaça.

Franziu o cenho. "O quê?"

"Que você se interessou por ela...?"

"Ela?"

"Jennie..." Lisa não enxergava muito bem as expressões do garoto, exceto quando ela tragava, então a ponta chamejante da seda banhava seu rosto com uma luz avermelhada. 

"Você está louco!" Ela havia se alterado, mas não demonstrou isso no tom de voz e foi até serena. Estava ficando boa em mentir. 

"Eu te conheço desde criança; você fica desconfortável quando ela está perto, fora que a Jennie estava usando seu casaco no dia do jogo e seu chapéu na piscina". 

Lisa pegou a maconha, segurando nas pontas dos dedos, entre o indicador e o polegar. Fechou os olhos quando tragou uma vez. "Desde quando eu vi na aula."

"Amor à primeira vista, hein?"

Soltou a fumaça. "Cala a boca! Não acredito nisso... só me senti atraída." 

Na terceira tragada se sentiu enjoada, tonta e entorpecida, mas de maneira apenas ligeiramente agradável. Fazia algum tempo que não fazia aquilo. 

"Vocês ficaram?"

Lisa se engasgou. Tossiu algumas vezes. "N-Não... não me pergunta isso!"

"Puta que pariu, vocês ficaram!" Ele gritou. 

"Sehun, a gente não ficou... "Ela disse. E, um pouco hesitante, acrescentou: "Foi um beijo idiota na primeira prova, eu não sabia que era ela."

"E ela?"

"Podemos por favor não ter essa conversa? É estranho."

"Lisa, ela está a fim de você! Depois de..." Pareceu refletir enquanto recebia o bagulho de novo. "Sei lá... dois anos?! Ela nunca pareceu tão disponível até te conhecer. O Kai não percebeu por que acho que ele não consegue ver vocês dessa forma, pelo menos não comentou nada comigo... E o RM por ser tapado". 

"Isso não importa, Sehun..."

"Veja... a Jennie não presta!" Ele disparou e Lisa contorceu o rosto em uma careta estancando o movimento de levar o negócio à boca. 

"Calma, calma, cara..." ela disse, abaixando o beck com a ponta dos dedos e o encarando através da escuridão. "Man, como assim? O que você está dizendo?"

"Ela só gosta de usar as pessoas... tipo, de conquistar, quando consegue o que quer ela simplesmente descarta, joga fora... como um brinquedo quebrado sem mais utilidade. O Kai sabe disso, talvez ele seja assim também em relação a ela, por isso não me meto. Mas isso não vem ao caso. Você é diferente. Só cuidado com ela, sério!" Ele acrescentou e Lisa caiu na gargalhada. 

Seus ombros se inclinaram para frente e segurou a barriga. "Ela seduziu eles... quantos anos eles tinham? 14 anos?" Disse irônica, mas quando ela se escutou, no fundo aquilo não parecia tão ridículo assim, pelo contrário, fazia sentindo. 

Então Lisa lembrou do conselho das duas amigas pessoais dela. Não ceda muito rápido... 

"Então quer dizer que eu sou um novo brinquedinho...?" Pensou retorcendo o rosto em desgosto.

"Lisa, eu conheço dois caras que se foderam na mão dela." 

"Entendi, garoto!" Sua voz traindo certa irritação. "Mas relaxa..."

"Você vai contar ao Kai...?"

"Para quê? Ele só iria fazer a mesma coisa que eu estou fazendo... não é justo. Ele viu primeiro."

"A questão não é quem viu primeiro, Lisa."

Ela estalou a língua. Sabia que não era. 

"Eu sei, tá legal?! Sehun, você mais do que ninguém devia saber que o Kai é obcecado nela e como você mesmo disse, ela não presta. O que eu e a Jennie tivemos foi só uma merda de trote..."

"Lisa..." 

"Assunto encerrado."

Quem ela estava querendo enganar? Talvez obteve sucesso em fazer isso em relação ao garoto, mas aquilo lhe tocou, sentindo – provavelmente pela primeira vez na vida – o medo e a empolgação juntos. 

Mas aquela informação era só mais um ponto para sua lista de coisas para ficar longe de Jennie Kim.

 

 

 

Referência, Looking for Alaska - John Green 

 

 


Notas Finais


O que vocês estão achando?

Aceito sugestões... o que gostariam de ler?


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...