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História Polaroid Effect - Aquele do dia que Rosé fez seu dever de casa direitinho - História escrita por Bpirro - Spirit Fanfics e Histórias
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História Polaroid Effect - Aquele do dia que Rosé fez seu dever de casa direitinho


Escrita por: Bpirro

Notas do Autor


Ei vocês!

Então, nem iria postar hoje... porque eu estou completamente devastada!
Meu time foi humilhado :(
Sabia que iria perder, só que não da forma que foi!

Mas, como acabei voltando mais cedo para casa... e vocês não tem nada a ver com isso...

Espero que gostem!

Sem mais,
Boa leitura <3

Capítulo 14 - Aquele do dia que Rosé fez seu dever de casa direitinho


Fanfic / Fanfiction Polaroid Effect - Aquele do dia que Rosé fez seu dever de casa direitinho

 

Assim que colocou os pés no primeiro andar da república, a linha das sobrancelhas se ergueu, acusando a demasiada surpresa. Por alguns longos segundos ficou paralisada no topo da escada, analisando a cena minuciosamente, refletindo se não era melhor dar meia volta. 

 

Não sabia se realmente conseguiria passar por ali, e não ser perder. 

 

Estava uma verdadeira zona!

 

Existia uma arara enorme com diversas peças de roupas dispostas em cabides no meio do corredor que fez Lisa franzir o cenho, não lembrava daquilo lá quando fez a mudança da melhor amiga. 

 

Vestidos, blusas, calças... sapatos tumultuavam por todo chão de madeira, parecia que 3768463 pessoas haviam passado por ali, e não apenas algumas meninas. 

 

Exageros à parte, não a entendam errado... 

 

De fato, Lisa era bem organizada, mas ela não tinha transtorno obsessivo-compulsivo. Aliás, qualquer pessoa, inclusive uma completa bagunceira, iria se incomodar com aquele corredor. 

 

Era quase impossível passar por ele sem pisar em alguma coisa. 

 

 

As conversas aleatórias rompiam o ambiente. Pares de pernas compridas, magrezas exageradas e belezas estonteantes passavam por ela, algumas ainda apenas de lingerie, outras com alguma parte da roupa faltando. Cruzavam de uma porta para outra, deixando rastros de perfumes, uns doces, outros amadeirados, cítricos, havia de todos os tipos, para todo os gostos. 

 

Conforme se aproximava do quarto da amiga, a sensação que Lisa tinha era que presenciava um verdadeiro desfile de moda. Realmente não deveria ser muito diferente. Quero dizer, talvez não o desfile propriamente dito, mas o que acontecia por trás dele. 

 

As garotas da irmandade pareciam notar sua presença e lhe conhecer, pois, todas a cumprimentavam de alguma forma, seja com um aceno de cabeça, seja um sorriso ou um ‘Oi, Manoban.’ Quando Lisa não fazia ideia de quem eram elas. 

 

Até uma em particular, roubar toda a sua atenção. Passeou os olhos arredondados e de castanho escuro intenso de cima a baixo. A garota chamava atenção, ainda mais por usar uma cinta liga. 

 

“Oh” A palavra pequena escapou da sua boca sem querer e a garota riu de forma um tanto insinuante. 

 

“Quer entrar, Manoban?” O convite foi feito ao mesmo tempo que indicava com o rosto atrevido o quarto na frente dela. 

 

“O quê você está fazendo? Está louca...?” Uma voz surgiu de repente bem atrás de Lisa, a assustando. E prontamente virou meio de perfil conferindo a dona da voz por cima do ombro. 

 

Hyejoo tinha seus olhos severos dirigidos para a companheira da irmandade, olhando através de Lisa e acrescentou cruzando os braços sobre o peito. “Se a Jennie te pega flertando com a garota dela...” 

 

“Quem você pensa que é, novata? Só porque é a protegidinha dela?” A garota da cinta liga disparou. 

 

Lisa alternou a vista entre as duas, estava literalmente no fogo cruzado, já que elas estavam em lados opostos. Mas como assim ‘garota dela’? E uma sensação de revolta se assomou no peito. 

 

“Quem disse que eu sou a garota dela, Olívia?” Lisa quase gritou na defensiva. 

 

Escutou um sorriso travesso da tal garota encerrar a discussão, embora tudo que Lisa pode ver foi a silhueta do seu corpo entrar em um dos quartos, por isso de volta para a líder de torcida, mas ela já tinha dado as costas e seguia sentido contrário ao dela. 

 

Puxou o ar em volta, enchendo seus pulmões e o despejou de uma vez. 

 

Era só o que faltava! 

 

Ser conhecida como a garota dela...

 

Apressou os passos ainda meio revoltada, e entrou no quarto da melhor amiga de vez. 

 

A loira odonto estava sentada, por cima de uma das pernas. Seu coque em cima da cabeça era frouxo. Ela segurava um delineador preto entre os dedos enquanto com a outra mão puxava o olho estreito para baixo, quase entrando no espelho que havia colocado na parede – transformando sua mesa de estudos em uma penteadeira. 

 

Seu grito foi agudo, a ponto de assustar a tailandesa. 

 

E com outro grito, meio diferente do primeiro, que havia sido espontâneo, resmungou: “Que susto, idiota! Olha o que você fez!”

 

Quando Rosé se virou em sua direção, existia um traço abaixo do olho atravessando quase seu rosto todo, se não fosse pelo seu nariz. 

 

“Foi mal...” Lisa conteve o sorriso que ameaçou sair, mas o canto da boca repuxou involuntariamente. Só sua amiga mesmo para fazê-la desopilar. 

 

“Agora vou ter que refazer tudo!” Falou colocando um bico enorme nos lábios da forma mais dramática possível e voltou a sua posição inicial.

 

 

“É sempre desse jeito?” acrescentou assim que fechou a porta do quarto dela e se encostou na mesma enquanto apontava com o polegar para trás. 

 

 

Rosé a fitou pelo reflexo do espelho e confirmou. “Sempre!” 

 

Em seguida franziu o cenho, estranhando a presença da tailandesa. Parou por um segundo de atolar demaquilante para tocar na tela do celular, conferido que faltava 15 minutos para 18h.

 

“Quando você disse que iria chegar cedo, não pensei que fosse tão cedo!”

 

Lisa seguiu para a cama dela e deixou seu corpo cair sobre o colchão, em seguida sacou o telefone do bolso. Mas ignorou o comentário da amiga e lançou um olhar curioso para ela. “O que você está fazendo?”

 

“Não está vendo? Me maquiando...” 

 

 

“Para ficar em casa?” 

 

 

“Lógico!” Pareceu dizer o óbvio. “Se esqueceu que minha esposa mora aqui?”

 

Lisa riu, depois maneou a cabeça, ao mesmo tempo que passava o dedo na tela, conferindo seu Instagram, mais não perdeu a oportunidade de abusar a loira odonto. 

 

“Calma... vamos por partes, Park. Primeiro vocês namoram, depois, quem sabe, ficam noivas... e assim por diante.” Disse de forma debochada.

 

Lisa estava muito concentrada na rede social para notar o quase imperceptível sorriso dela. 

 

Chaeyoung apenas esticou seus lábios em um gesto ligeiro. Contudo, terminou de passar o batom na região, e, se virou em direção da melhor amiga. Saiu de cima da perna e se ajeitou melhor na cadeira. 

 

“Eu tenho uma coisa para te contar.” Assim que ganhou sua atenção, acrescentou. “Ela me pediu em namoro.”

 

A morena arregalou os olhos redondos e sua boca escancarou. Praticamente deu um pulo da cama, se sentando na beirada, lhe lançando um olhar surpreso. 

 

“Não acredito! Vocês estão namorando?” Havia sido uma pergunta retórica, pois Lisa não esperou respostas, seu sorriso aberto já estampava seu rosto bonito. 

 

“Dá para acreditar?” Disse ela animada. “Ela me pediu ontem quando a gente voltou do Winner.”    

 

“Caralho! Que massa! Estou muito feliz por você, baby! De verdade!” Lisa estava olhando para ela agora com um sorriso tranquilo e amistoso no rosto. 

 

 

Lisa não precisava afirmar aquilo, Rosé sabia. 

 

Afinal, elas tinham aquela amizade que não apenas segurava a barra, mas segurava a mão, a ausência, as confissões, segurava os sonhos também, além de segurar a porta do elevador. 

 

Sabe aquele tipo de pessoa que não só está nos tempos difíceis, mas também na fase boa...? Elas não eram só esse tipo...

 

Conseguiam ser mais! 

 

Elas tinham aquela amizade que suportava a felicidade uma da outra. E elas sabiam que não importava, por mais que as coisas pudessem mudar; de arranjar namoradas, empregos, crescer na vida, elas sempre estariam uma do lado da outra. 

 

“E aí, estou bonita?” Perguntou com expectativa se desfazendo do coque, permitindo que seus cabelos loiros caíssem ao redor do rosto.

 

Lisa, que tinha seus olhos no celular, desviou da tela brilhosa para voltar a encarar o rosto pálido, perfeitamente maquiado e deixou um sorriso escapar, com os olhos caloroso disse: “Você está linda, baby.” 

 

Park devolveu o olhar carinhoso e o sorriso um tanto familiar. Em seguida se levantou. “Vem, vamos descer...”

 

“Mas eu acabei de vir de lá, está um inferno! E... você sabe...”

 

“Mas eu estou com fome.” Interrompeu a fala dela, depois adicionou. “Lisa, eu confirmei com minha fonte... a Jennie não vai voltar mais, ela do trabalho vai direto para o jantar com seu irmão. Fiz meu dever de casa direitinho.”

 

“Sua fonte...?” Lisa estreitou os olhos redondos, mirando o semblante divertido da amiga. 

 

Por que será que aquilo deu ainda mais receio? 

 

 

A expressão de pura satisfação, quase infantil, era evidente no rosto bonito e estreito da vice-presidente, vulgo nova namorada da Rosé, atrás do balcão da cozinha moderna. 

 

Ela tinha seus cabelos presos em dois montes atrás da cabeça, estilo Maria Chiquinha, e para completar o visual acriançado, vestia um macacão em lavagem clara por cima de uma blusa polo listrada. 

 

“Ela não é...” Suspirou. “Perfeita...” Rosé completou a frase em um tom ainda mais baixo próximo ao ouvido da tailandesa, assim que adentraram no cômodo. 

 

Lisa esticou os lábios. Mas tinha que concordar com a amiga. Jisoo era linda de todo jeito, em todas as versões que se propusesse a exercer. 

 

A vice presidente remexia em uma das sacolas, retirando pequenas embalagens em formato de caixas, tão características daquelas comidas chinesas. 

 

Quando finalmente sentiu a presenças delas no mesmo ambiente, sua cabeça inclinou e sua vista estancou no rosto de Lisa. E, então, os lábios em formato de coração se contraíram em um sorriso bonito e não confiável, embora um tanto jocoso. “Oh, Lisa! Que surpresa!” 

 

Ela parou de revirar as caixas, com a vista ainda na morena de franja sexy e abriu ainda mais o sorriso bonito. “Acho que alguém vai ficar um tanto insatisfeita hoje...” e seu sorriso agora emitiu um som. 

 

“Lisa franziu o cenho. “Ahn?”

 

Jisoo deu de ombros para a confusão dela e acrescentou: “Vocês querem frango empanado? Eu acho que exagerei no pedido e a Irene não come frango... tem comida aqui para um mês inteiro...” Depois pareceu preponderar, olhando agora para a loira odonto. “Quero dizer... talvez dois dias...”

 

Lisa riu. 

 

Parece que elas estavam se conhecendo, embora não precisava saber nada da Rosé para deduzir que ela comia muito. Bastava passar uma horinha com ela. 

 

“Lisa, você pega as cervejas... e Park... Hum, você só me acompanha. Não quero ter que trocar de roupa, emuito menos ver meus frangos no chão.” 

 

Definitivamente elas estavam se conhecendo. 

 

“Quantas?” Perguntou Lisa.

 

“Uma para mim, outra para você.” Jisoo pareceu pensar enquanto somava nos dedos. “Você quer, Rosé?” Com o aceno em positivo da loira odonto, ela voltou a falar. “Três!”

 

“Eu não posso, Jisoo. Vim dirigindo.”

 

“Qual é Manoban? Qualquer coisa você dorme aí... ou deixa o carro. Vamos, quero companhias, já que a Irene vai para o plantão bem cedo amanhã e a Jennie vai estar na sua casa.” Disse passando por elas com uma travessa enorme cheia de bolinhos de frango empanado. 

 

Quando chegou perto da sua melhor amiga, sussurrou: “Você está linda.” Antes de emendar um selinho. 

 

Irene usava seus óculos redondos, seus cabelos em um coque sem muita firmeza e suas pernas estavam rentes ao corpo, sentada no chão, rente a mesinha de centro, dividindo sua atenção entre o celular, que segurava próximo ao rosto, e os palitinhos entre um rolinho primavera. 

 

Algumas folhas de ofício, preenchidas por desenhos de corpos humanos e letras coloridas, estavam repousadas na mesinha e ao lado um livro grosso, aberto. 

 

Jisoo estava ao lado dela, encostada no sofá. Estava concentrada demais olhando a televisão de aparentemente 100 polegadas pregada no painel da parede, enquanto segurava um controle de Nintendo Switch e mastigava. 

 

 

Irene não parecia se importar com o som do jogo em um barulho ensurdecedor que saía dos altos falantes da caixa. 

 

“Vamos jogar? Deixo você escolher...” Soo disse, virando o rosto assim que Lisa chegou na sala com as cervejas. 

 

“Ah não! Vamos jogar algo que todo mundo possa... que tal nome, lugar e objeto?” Sugeriu Bae.

 

“Stop!” Lisa gritou. 

 

“Não acredito, já?” Rosé choramingou. 

 

Irene, assim que percebeu que sua amiga ao seu lado ainda escrevia, puxou em um gesto rápido a caneta dela. 

 

A presidente da irmandade era bem assustadora normalmente, mas jogando, ela definitivamente podia ser ainda mais. A mais velha entre elas era extremamente competitiva que chegava a ser intimidante. 

 

“Ei! Eu só estava terminando de escrever a palavra!” Resmungou.

 

Bae sustentou o olhar da amiga, e, quando identificou sinceridade neles, relaxou os ombros devolvendo a caneta. “Ok!” 

 

Embora logo se arrependeu, pois um sorriso sacana brotou nos lábios em forma de coração, confirmando aquilo que Lisa deduzia. 

 

Nunca confiar no maldito sorriso dela! 

 

“Objeto?” Perguntou Joohyun, lançando um olhar para o papel de Kim, estreitando os olhos e sua voz saiu esganiçada “Jisoo, merda! Você está roubando!” Quase junto a uma respiração pesada acusou.

 

Jisoo ria de forma descarada.

 

“Coloque 5! Vocês colocaram o mesmo Lugar!” Adicionou, tentado puxar a folha de ofício dela. 

 

“Aí. Você é um pé no saco!” Soo reclamou, embora ainda sorria enquanto riscava a pontuação. “Pare de olhar!” Puxou o papel para o lado oposto.

 

O som das risadas das duas calouras soavam alto demais, e se misturavam com as reclamações de Bae Joohyun. Quando Jennie surgiu na sala. Seus lábios pintados de vermelho pressionaram um contra o outro, analisando o ambiente e seu rosto se contorceu quando notou a tailandesa. 

 

Os olhos delas se cruzaram e não sabia dizer quem fez a cara mais engraçada, se foi Jennie por ter visto Lisa ali, ou se foi Lisa em ver a veterana em casa. 

 

Era bem verdade que Jennie achava que tinha visto o carro dela estacionado no outro lada da rua, mas não havia dado a importância devida. Poderia ser de qualquer pessoa. A vizinhança era movimentada. 

 

No entanto, agora, fazia todo sentido! Parando para pensar... Quem tinha uma Mercedes estilo Jeep a não ser a tailandesa?!

 

Embora, seu semblante suavizou depressa. Mesmo suas melhores amigas serem, aparentemente, umas traidoras, gostou do que viu. 

 

Talvez não precisaria ir mais a um encontro.

 

Lisa, por outro lado, mediu a garota de cima a baixo, como fazia todas as vezes que ela aparecia na sua frente. 

 

E puta merda!

 

Vale salientar que Jennie podia ser uma desgraçada, mas era sexy, gostosa... e sabia se vestir deslumbrantemente. 

 

Uma badana da Chanel cobria seu tronco, uma calça de cintura alta modelava seu corpo e Lisa teve dificuldade de saber onde a calça terminava e a bota começava, pois ambos se misturavam. 

 

O calçado agulha deveria ter no mínimo 12 centímetro em um charmoso estilo scarpin – com a ponta triangular. E para completar o look, ela usava uma espécie de roupão? Robe? Lisa não conseguia ter certeza, mas era um tecido grosso e de tonalidade vermelha. Cobria parcialmente um dos braços, deixando seu ombro esquerdo à mostra. 

 

“Jendeukie!” Jisoo disse empolgada.

 

Embora a atenção da garota de sorriso em formato bonito estivesse na sua amiga de longas datas parada na soleira da divisão dos ambientes, estava ligada em Bae Joohyun, que tentava roubar seu papel. Contudo, Jisoo esticou seus braços, distanciando o ofício de perto dela. 

 

“Pensei que você iria jantar na casa do Jongin.” Acrescentou. 

 

“E vou... mas resolvi voltar para tomar um banho... trocar de roupa.” Ela disse cerrando os olhos peculiares de gatinho em direção a Lisa. “A inauguração terminou mais cedo do que eu imaginava...” 

 

Mas qualquer coisa feita depois que ela disse aquilo, foram interrompidos pelo seu telefone que tocava de forma estrondosa. 

 

Qual era a pessoa que hoje em dia não usava seu telefone no silencioso? Talvez uma pessoa que trabalhasse para Miranda Kim. 

 

Os dedos de Jennie se apertaram e os ombros se retesaram automaticamente. Soltou um suspiro longo e completamente audível, acusando seu estresse e cansaço, mas já caçava seu aparelho na bolsa de grife, pendurada na junção do seu braço. 

 

Quando leu o nome Mãe, seu rosto se contraiu quase em horror. 

 

“Meu Deus, o que ela queria?” Jennie pensou. Havia acabado de estar com ela. 

 

“Não consigo entender por que demora tanto para falar depois de pegar o telefone” declarou Miranda do outro lado da linha e Jennie revirou os olhos de gato, sob os olhares atentos das quatro meninas sentadas em total silêncio no chão da sala. 

 

Vindo de qualquer outra pessoa no mundo, isso pareceria um lamento, mas vindo de Miranda, parecia apropriadamente frio e firme.

 

Exatamente como ela.

 

“Mãe, desculpe...” disse baixinho, a cabeça levemente para baixo. 

 

“Está bem. Depois de todo este tempo perdido, podemos começar? Confirmou a reserva do Sr. Yang?” Perguntou. 

 

“Sim, Mãe, fiz a reserva do Sr. Yang no Jihwaja à uma hora da tarde.”

 

 

Podia sentir que aconteceria a um quilômetro de distância. Sabia que a redatora Chefe mudaria seus planos, por isso foi tirando agenda preta de couro da bolsa. Com o objeto na mão, atravessou o cômodo, jogando a bolsa em uma das poltronas e, como Jennie havia previsto... 

 

“Bem, mudei de ideia. O Jihwaja não é um lugar apropriado para nosso almoço. Reserve uma mesa para dois no Jangseng Geongangwon, e não se esqueça de lembrar ao maitre que vamos querer nos sentar no fundo do restaurante. Não na frente, à vista. No fundo. Isso é tudo.” Sem esperar respostas, desligou. 

 

Quando Jennie era criança, tinha se convencido que, ao proferir ‘isso é tudo’, ela realmente pretendia que suas palavras significassem ‘obrigada’. Mas com o tempo e maturidade, reconsiderou essa conclusão. Embora, se utilizando da mesma expressão, podia julgá-la. Afinal, qual era a mãe que dizia aquilo para a própria filha?

 

 

Jennie emitiu um suspiro ainda mais longo do que o primeiro. Desconsiderou os olhares curiosos sobre si e o silêncio repentino do cômodo. Se aproximou da mesinha, agachando-se ao lado da tailandesa, fazendo questão que seus corpos se tocassem.

 

Ficando na mesma altura que ela, repousou o celular na mesinha, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha, sabendo que, diferente do dia da piscina, tinha a atenção da tailandesa completamente sobre si. Por isso fazia questão que cada movimento esbanjasse delicadeza, embora charme e sedução. 

 

Sem autorização, confiscou a caneta dela. Abriu sua agenda de couro preta e anotou as informações, e, antes de tomar as providências, seu telefone tocou novamente a pegando desprevenida, trazendo aqueles sentimentos de aflição e ansiedade, condicionados ao toque. 

 

Algumas pessoas consideravam os vários recursos dos telefones modernos uma novidade, inclusive divertidos. Para Jennie, eles eram o mínimo necessário. 

 

Agora o nome Chahee piscava na tela, ocasionando, de certa forma, alívio, para a garota da Chanel. 

 

Com as sensações mais contidas dentro dela, conseguiu de soslaio, captar que não era a única atenta ao seu aparelho que vibrava, saindo levemente do lugar e continuava acendendo, e emitindo um barulho enlouquecedor no meio da mesa de centro. 

 

Lisa tinhas seus olhos redondos, demonstrando toda sua curiosidade no nome ali anunciado. 

 

Com um pouco de satisfação, Jennie pegou o aparelho, enquanto desprezava a caneta com um sorriso gamoso. 

 

Prontamente mexeu no cabelo da tailandesa, primeiramente arrumou a franjinha rente aos olhos, depois desceu a mão para uma porção do cabelo escuro que estava rente ao rosto exótico, e, em um gesto rápido, estalou um beijo na bochecha dela. 

 

Antes que a morena pudesse reagir, a garota que era a cara da Korea se levantou e desapareceu pela casa. Deixando a tailandesa com uma imensa interrogação na cabeça. 

 

Quem era Chahee? 

 

Ora, Lisa sabia que poucas pessoas sabiam do número dela. Se fosse do trabalho ela poderia atender ali, como fez com a Miranda. 

 

Não atenderia?

 

Fechou seus olhos fortemente, tentando interromper qualquer coisa sobre aquele fato. Não poderia ir para aquele lado, ainda mais agora que sabia quem era Jennie Kim – a manipuladora arrogante e arrasadoras de corações. 

 

No entanto, Lisa não conseguiu segurar por muito tempo e sua curiosidade parecia altamente descontrolada dentro dela. 

 

“Quem é a Chahee?” Sua pergunta saiu baixa, quase em um sussurro, como se não quisesse que Jennie escutasse. 

 

“Está com ciúmes, Lisa?” Soo respondeu com uma pergunta em um tom alto, contrariando completamente as intenções dela. 

 

Lisa contorceu o rosto em uma careta com um arrependimento imenso se assomando no peito, observando todos os dentes perfeitos e brancos para fora em um sorriso meia lua. Definitivamente Jisoo estava se divertindo a suas custas. 

 

Mas, não querendo torturar muito a tailandesa, adicionou: “Não é alguém que você deveria se preocupar. É só uma amiga do trabalho dela. A gente sai algumas vezes, ela é editora do setor de acessórios, parece... Existe editor para tudo naquela revista que me confundo às vezes”. 

 

“Trabalho...”

 

Não demorou nem cinco minutos para Jennie voltar ao ambiente com um copo de água nas mãos e com a testa vincada em concentração enquanto sentava na ponta da poltrona que desprezou sua bolsa, cruzando as pernas de forma elegante. 

 

Lalisa estava atenta a toda a movimentação dela, mas de forma magistral, fingia concentração no seu papel, somando seus pontos do jogo. 

 

“Está tudo bem, Jen?” Irene perguntou com uma visível preocupação. 

 

“Mais ou menos, acho que vou ter que voltar na Vogue, perderam a merda do negativo do ensaio.” Jennie respirou fundo. “Vamos ter que refazer tudo.”

 

 

“Mas isso não pode ser feito na segunda? Já são quase sete horas... e você acabou de chegar.” Jisoo disse, mas conferiu o celular para ter certeza. 

 

Com um sorriso sem humor Jennie respirou fundo. “Bem, se eu quiser ter alguns descansos esse fim de semana, e claro!” Seu tom passou a ser irônico. “Não ser despedida com metade da equipe. Preciso resolver isso hoje, tudo precisa estar pronto na segunda de manhã.”

 

 

“Oh, querida, você sempre diz isso... Ela não vai te despedir. Fora quê, é melhor que não a despeça. Você tem o emprego mais foda do mundo!” Irene sorriu amistosamente e Lisa teve dificuldade de entender se a presidente estava mais preocupada com a amiga ou com ela mesma. 

 

Jennie lançou um olhar severo, estreitando os olhos charmosos na direção da mais velha. 

 

“Ela parece difícil de agradar, é bem verdade que é uma porra-louca. Mas ela precisa de você... ninguém faz o que você faz e você não teve culpa. Só relaxa...” A veterana acrescentou, e agora Lisa teve certeza que Bae estava confortando-a. 

 

A garota da Chanel já abria a boca para falar alguma coisa no momento em que seu telefone tocou novamente. 

 

Jennie se segurou para não soltar um palavrão. Quis jogá-lo na parede, mandar quem quer que estivesse na linha para o inferno. Mas uma pequena parte dela esperava que fosse alguma novidade, então atendeu com expectativa.

 

“Jen, realmente aconteceu. Perderam o negativo.” Escutou o suspiro sôfrego do outra lado da linha. “A notícia boa é que eu já consegui reunir a equipe inteira, chegam aqui em menos de meia hora e a Miranda ainda não sabe... ainda.... só...”

 

“Só o quê?” Jennie quase gemeu com o suspense dela, apertando o polegar contra os dentes, apreensiva. 

 

“Ainda não consegui falar com a modelo, existe a possibilidade de ser outra?” Disse Chahee com apreensão do outro lado da linha.

 

Jennie passeou os olhos do chão do cômodo até a tailandesa de perfil, despreocupada sentada, enquanto levava a long neck á boca.

 

“Não se preocupe com isso. Eu tenho a pessoa certa. Chego aí em alguns minutos.” Desligou o telefone e de súbito se ergueu da poltrona.

 

“Manoban...” Assim que escutou o seu sobrenome, Jennie ganhou atenção dela. “Tenho uma proposta irrecusável para você!” Seus olhos de gato a encarando com tamanha intensidade que Lisa sentiu um frio na barriga. 

 

“Sei não, Jennie...”

 

“Merda, Lisa! Você ainda nem escutou!” Revirou os olhos, sem paciência. 

 

Lisa deixou um pequeno sorriso escapar, gostava de causar aquele tipo de sentimento nela, mas recriminando suas atitudes, mudou a expressão, dando seriedade a sua fisionomia, embora continuava a encarando como se permitisse que ela continuasse. 

 

“Não tenho tempo de explicar, mas basicamente seria um trabalho único, você só precisa posar para algumas fotos.” Adicionou simplista. 

 

O queixo dela caiu. “Como assim, Jennie? Ser modelo da Vogue?”

 

“Quase... Veja, as fotos não é para estampar a capa da revista. É apenas um catálogo de algumas roupas e acessórios para o fim da primavera. Mas é uma grande oportunidade, e a própria Miranda kim vai olhar o material, então... é sua chance!”

 

Lisa acenou com a cabeça. “Ok.”

 

Jennie não parecia surpresa com a resposta dela, enquanto lançava um sorriso gengival de pura satisfação. Se ela estivesse certa, como achava que estaria. Aquilo seria o primeiro passo para a mais nova conseguir entrar no seu mundo. 

 

Era bem verdade que não se tinha muito o que refletir sobre a proposta. Lisa havia prestando atenção a tudo, não podia ser uma pegadinha, com pretensão de conseguir alguma coisa dela. 

 

Era só um trabalho. 

 

Uma oportunidade. 

 

“Me dê a chave do seu carro.” Disse Jennie trazendo de volta à realidade. 

 

“O quê?” 

 

“Você bebeu, Manoban... eu dirijo.”

 

“Mas você sabe dirigir?” Lisa perguntou com um sorriso zombeteiro. 

 

Jennie virou os olhos novamente. “Sei!”

 

 

 

 

Realmente, Jennie sabia, e fazia aquilo perfeitamente bem apesar de não possuir carro. Para quê, afinal?! Ela sempre tinha um motorista à sua disposição. Mas sempre que precisava se utilizava do fato de ter carteira de motorista, justamente para esses momentos de necessidade. 

 

 

A lataria da Mercedes preta e alta da tailandesa refletia os edifícios conforme adentrava na parte central de Gangnam. 

 

Circles tocava em um volume razoável. Jennie podia escutar a voz de Lisa se misturar com a melodia de forma ritmada. 

 

O perfume que a veterana identificava como sendo masculino, ali no espaço fechado, dentro do carro dela era mais intenso... e tão gostoso!

 

A fragrância natural, fresca e energizante causava nela uma leve sensação de embriaguez.

 

Tirou atenção apenas um segundo da estrada para analisar o perfil definido dela no escuro. 

 

Lisa era tão...linda! 

 

Por um instante admirou o traços definidos – o maxilar petulante, os lábios cheios e bicudos, o nariz levemente arrebitado, os cílios escuros e grandes decorando os olhos redondos, a franja perfeita caída sobre as pálpebras, depois se concentrou de voltar nas ruas movimentadas e com um leve sorriso se deu conta.

 

“Merda!” 

 

Estava louca! Talvez, só talvez... já estivesse apaixonada. Mas uma coisa ela tinha certeza: definitivamente teria a tailandesa toda para ela.

 

Ah! E como teria!

 

Mordeu o lábio inferior com seus dentes pequenos e espantou seu pensamento em uma balançada de cabeça, naquele momento precisa prestar atenção no asfalto, ainda queria viver muito. 

 

“Por que você trabalha para ela, digo... parece torturante...” a voz de Lisa sobrepôs a música. 

 

A sua boca se esticou em um sorriso sem mostrar os dentes, ainda sim um sorriso honesto antes de responder.

 

“Tira muito de mim... nesse exato momento estou estressada, cansada, com fome... e tudo que eu quero é...” ela pensou em dizer algumas coisas sujas que também queria, mas acabou se limitando em sua necessidades mais.. hm, como posso dizer? Mais básicas.

 

“Um banho quente, me deitar na minha cama e dormir por uma semana. Mas eu amo o que eu faço e se eu for honesta com você, eu quero ser igual a ela.” Confessou dando de ombros ao mesmo tempo que fitou rápido a garota de franja. 

 

Jennie sentia a lateral do seu rosto queimar, tinha certeza que Lisa a encarava... com admiração?

 

Podia ser apenas uma sensação. Um dia poderia ser que ela tivesse conhecimento desse fato, mas no momento a tailandesa guardou aquele sentimento só para ela. 

 

“E você? Você faz moda! Quais são suas metas para o futuro?” Acrescentou realmente querendo saber. 

 

“Sinceramente? Não sei... acabei fazendo esse curso porque senti que tinha mais a ver comigo, tirando o fato de gostar de fotografia e dança.” Lisa disse aquilo abrindo o porta luvas a sua frente, tirando sua câmera preferida. 

 

Jennie franziu o cenho, mas sem desviar sua vista da rua, perguntou. “Por que você não entrou no curso de fotografia ou dança. Não entendi...” 

 

Lisa riu, admitido que aquilo não fazia o menor sentido. Mas tinha esses últimos apenas como uma diversão. Lutou muito com a tentação de não tirar uma foto da veterana. Embora, sua resistência não foi uma das mais fortes, e, em um gesto ligeiro, capturou Jennie com suas lentes – nesse caso da câmera. 

 

“Ei! Você tirou uma foto minha!” A voz saiu em um gritinho fino, mas ela sorriu em seguida.

 

“Porque só danço para me divertir e sobre fotografias... hm, eu só gosto das polaroides...” Lisa disse, interrompendo o pequeno surto dela. “O efeito envelhecido, a moldura. Remete à sensação de lembrança, e a nostalgia. É como se você segurasse o passado no presente no mesmo instante, entende?”

 

Lisa sorriu olhando a foto ser revelada na hora, entre seus dedos e admirando a pessoa no enquadramento. A maldita tinha ficado simplesmente... perfeita!

 

 

Contudo, a foto foi ficando embaçada quando Lisa recordou de uma lembrança, mas a pequena memória ganhou vida. 

 

“Na minha primeira vez aqui na Korea, a gente veio passar as férias. Eu ia fazer 7 anos naquela época. Lembro que a gente estava tirando uma foto da família toda na N Seoul Tower e eu gritei: ‘Por que não podemos ter as fotos agora?’ Depois daquilo, meu pai no meu aniversário me presenteou com uma câmera polaroid.” 

 

Jennie prontamente percebeu que aquilo era uma confidência, por isso seu sorriso gengival estava lentamente sendo exibido em seus lábios chamativos. 

 

Lisa piscou repetidamente, afastando levemente a franja acima dos olhos, finalmente se dando conta que disse aquilo, quando nunca tinha dito para ninguém, nem mesmo Rosé.

 

“É essa câmera?” Perguntou Jennie com curiosidade, desviando por um segundo a atenção da estrada para o objeto novo nas mãos de Lisa a trazendo de volta.

 

“Não!” Sorriu. “Eu quebrei ela em menos de uma semana...” 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Referência, The Devil Wears Prada – Lauren Weisberger.

Música, Circles – Post Malone

 


Notas Finais


;)


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